Fix me. escrita por Sherry


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Wow, voltay o/

Dezoito pessoas acompanhando, yey! Que feliz!

Novamente, não betei, porque sou preguiçosa, me julguem u_u'

Espero que curtam o capítulo e boa leitura sz'



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619684/chapter/7

Nathaniel havia acabado de sair para comprar bebida carregando Ambre consigo; Pelo jeito o loiro não confiava em deixar sua irmãzinha junto com Castiel depois de presenciar os agarramentos deles no sofá.

Lysandre estava no pé da escada falando coisas melosas pra uma garota há cinco metros de distancia.

Castiel estava perto de fazer dezessete. Só faltavam alguns dias, então estava se dando respaldo de sair para festejar por quase todo o mês.
Ainda sim não conseguia ficar tranquilo fora de casa, mesmo que a enfermeira estivesse cuidando de sua avó ele não conseguia se concentrar de verdade nas pessoas e nas coisas por ali.

Era só mais uma das sociais que Nathaniel organizava na casa de alguém, e como sempre já estava ficando apinhado de patricinhas e mauricinhos do colégio. Estava ficando levemente entediado daquelas pessoas, e da situação em si. O mesmo ciclo de pessoas idiotas, as mesmas conversas sem sentido...

Acendeu o cigarro afim de matar o tempo enquanto não voltavam com mais bebidas, mas o anfitrião da casa apareceu dizendo que ele não podia fumar ali dentro, então o garoto sem a menor paciência, apenas saiu porta a fora e ficou parado no portão da enorme casa do babaca que estava cedendo o espaço para a social.

Ficou ali fumando por alguns poucos minutos, quando viu mais um grupo de adolescentes se aproximando pelo final da rua. Eram três garotos, e uma garota baixinha estava no meio deles.

Quando se aproximaram o suficiente para ver Castiel a garota começou a falar.

— Ei, colega. — ela gritou há alguns metros de distancia.

Castiel não entendia porque diabos ela precisava gritar para falar, era só chegar mais perto.

— Que? — ele respondeu falando alto, meio que a contra gosto.
— Ai que ta rolando a social dos filhinhos de papai do colégio D’elay? — ela perguntou debochada.

Os outros três garotos que estavam com ela começaram a rir, e agora com a proximidade o garoto podia ver que eles carregavam
cases de instrumentos musicais nas costas.

Castiel resolveu não responder; Pela aparência e o jeito abusado pareciam que eram aqueles adolescentes estranhos que moravam pelas periferias, o garoto já tinha ouvido todo tipo de coisa ruim sobre esse tipo de gente, então esperou eles se aproximarem pra ver se respondia ou se simplesmente ignorava e entrava na casa.

— Ei cara, ela falou contigo. — um dos garotos falou, um tanto grosseiro parando em frente a Castiel.

Ele era alto, e usava uma toca surrada na cabeça careca.

— Aqui ta rolando uma social sim. — ele respondeu olhando para a garota de cima a baixo, ignorando os três que estavam com ela.

O garoto ignorado por Castiel fez menção de que iria começar uma briga, mas a baixinha passou a frente dele e o empurrou para trás, ficando em frente a Castiel.

— Relaxa ai cara, tu é o porteiro? — ela perguntou, dando um sorriso debochado.
— Quem sabe?! — ele falou entediado, sem dar muita atenção a nenhum deles.

Os três que estavam com ela, pareciam estar dispostos a arrumar briga, mas ela fez sinal pra eles entrarem, e ficou no portão com Castiel.

— Você não parece nada com esses riquinhos que estudam no D’elay... — ela falou, ficando na ponta dos pés para olhar dentro do rosto dele.
— E você não parece ser a líder de uma gangue, mas pelo jeito é. — ele rebateu duramente, com um sorrisinho arrogante.
— Eu te fiz um elogio garoto. — ela falou, dando um sorriso atraente.

Apesar das roupas puídas, a jaqueta maior que o corpo, e das unhas curtas e descascando esmalte preto, ela era muito bonita. Tinha cabelos longos cor de chocolate, olhos azuis escuros e um belo sorriso.

— Jura?! — ele respondeu irônico, pegando um cigarro.

Ela deu uma risada e se encolheu em seu enorme casaco surrado.

— Não precisa ficar tão na defensiva! Eu e meus amigos fomos convidados pra tocar aqui com vocês. — ela explicou, um pouco menos altiva agora.
— Você toca oque? — ele perguntou, dando uma tragada no cigarro.
— Te conto se você me der um cigarro. — ela falou divertida.

Ele rolou os olhos, e deu um cigarro pra ela.

— Eu não toco. — ela deu uma longa tragada — Só canto. E canto muito bem. — completou, dando um sorrisinho.
— Se você quer alguma coisa, é só pedir, não precisa fazer chantagem. — ele falou meio azedo.
— Ah é tão fácil assim? — ela perguntou meio maliciosa — Então, me da um beijo. — o encarou de forma desafiadora.

Castiel ficou ligeiramente rígido, e franziu as sobrancelhas. Mas que diabos, não conhecia a garota nem há vinte minutos!

— Calma, é brincadeira. —
ela falou aos risos — Você precisava ver a sua cara! — completou, entre as risadas.

Ele bufou, e se virou para entrar na casa, mas ela o segurou pela jaqueta, e eles trocaram um olhar significativo.
Contudo, o momento não durou muito, já que Nathaniel chegou carregando as sacolas de bebidas junto com Ambre.

— Ah, olha só... Você já conheceu a nossa convidada de honra! — o loiro falou divertido, dando um pequeno esbarrão proposital em Castiel. — Espero que o Castiel não esteja sendo muito malvado com você. — ele falou no mesmo tom descontraído, virando-se para a garota.

Ambre estranhou daquela garota estar ali sozinha com Castiel então resolveu fazer alguma coisa. Parou ao lado de Castiel e o segurou pelo braço, como se estivesse mostrando para a garota, que ela estava com ele. A baixinha por sua vez, pareceu não notar, ou não deu importância.

— Ta tranquilo. — ela falou simpática.
— Então Castiel, vamos entrar, ta muito frio aqui fora. — Ambre falou, lançando um olhar de nojo para a outra.

— Vamos lá, preciso te apresentar pro pessoal. — o loiro falou dando um sorriso para a garota nova.
— Hm, Castiel hein... — ela falou, passando para o lado do garoto ignorando Ambre totalmente.
— E você seria... — ele falou, tentando parecer desinteressado.
— Debrah. — ela respondeu oferecendo a mão para ele enquanto andavam.





–--



Depois de tocaR todas as três musicas melosas que Lysandre havia composto, eu estava louco pra sair do palco. Nunca havia ficado tão ansioso pra largar minha guitarra, mas eu realmente queria falar com Lucy, e ver oque ela tinha pra me dizer de tão importante que precisava esvaziar o estoque de tequila do bar.

Lysandre ainda falava com o pessoal, quando eu ia descendo de cima do palco. Algumas garotas tentaram me segurar, e perguntar como eu estava, se eu estava precisando de ajuda, de alguma coisa, ou de qualquer coisa , mas eu não estava com paciência para todo aquele drama de “ Olha o Castiel, ele ficou em coma tadinho, vamos transar com ele. ” ou “ Ah céus, ele toca guitarra, vamos tentar pagar um boquete pra ele, por algum motivo que nem nós sabemos.”

Me desvencilhei das assanhadas, e fui direto pro bar, onde Lucy estava sentada em um dos banquinhos com Kentin em frente a ela, quase subindo em suas pernas.

— Sai fora. — falei, sem nem olhar pra ele.

Lucy olhou para mim, olhou para ele de volta, e depois olhou por cima do ombro dele. Acompanhei seu olhar; Pensei que ela estava olhando para Lysandre que estava sentado na beira do palco, dando toda atenção para as tietes assanhadas, mas ela estava olhando para Natalie, que se aproximava de nós com a maior cara séria.

— Eu só to conversando com a garota, que ficou aqui sozinha, qual problema nisso? — Kentin perguntou, irritado se esticando pro meu lado.
— Vaza. — me limitei a responder, parando ao lado de Lucy.
— Gente... — ela murmurou, meio sem jeito.
— Olha só cara, não me importo com seu showzinho, e todo esse seu mimimi de ter ficado em coma. Não vou sair fora só porque você ta mandando. — ele tagarelou, colocando um dedo na minha cara.

Dei um tapa na mão dele, afim de tirar aquele dedo do meu nariz. Eu sabia que muito provavelmente ele iria querer brigar comigo por isso, mas tanto faz.

— Ta perdendo o juízo Wolff? Arrumando problema com militar? — ele falou irônico.

Sei que desde esse Babacão entrou no exército, ele procura um motivo pra me prender por desacato a autoridade. Foda-se, se eu for preso meu advogado paga a fiança. Eu é que não vou ficar igual a todos os idiotas da faculdade, colocando o galho dentro pra ele.

— Ken, para com isso. — a voz monótona de Natalie cortou o show dele — Deixa o Senhor Exibicionista, a Senhora Inútil ai, e vamos embora. — completou, segurando o amigo babaca pelo ombro.
— Que? — Lucy falou, levemente atordoada, por ter acabado de ter sido chamada de inútil, sem nenhum motivo aparente.
— Inútil. — Natalie repetiu, virando-se para Lucy.
— Oque te faz pensar que você pode vir falar comigo desse jeito, garotinha? — Lucy falou agressiva, pulando do banco só para ficar de frente com Natalie.

Apesar de Natalie ser mais alta que ela, Lucy não parecia estar intimidada.

— Você viu que os dois iam brigar por causa da sua atenção, e nem se mexeu. — a morena respondeu de imediato, encarando a outra.

Agora eu e Kentin que estávamos calados e sem reação.

— Ninguém ia brigar. — Lucy garantiu, buscando apoio em mim e em Kentin.

Mas a gente só desviou o olhar. É claro que a gente iria brigar. É oque eu e Kentin fazemos, brigamos. Nunca chegou a sair porrada mesmo, mas discussão sempre acontece.

— Você nem conhece eles... — Natalie falou rolando os olhos, e estalou a língua nos dentes — To indo embora Ken. — falou passando bem ao meu lado para sair fora.

Kentin ainda titubeou por alguns segundos, pensando no que fazer, mas no final ele se despediu de Lucy com um aceno sem graça e foi embora atrás da esquisitona da Natalie.

Lucy voltou a se sentar no banquinho de madeira, e se debruçou na bancada do bar. Eu puxei um banco de um cara que deu mole com o lugar, e me sentei ao seu lado, me debruçando na bancada também para poder olhar em seu rosto.

— Isso foi muito doido. — falei, tentando pensar em alguma razão pra toda aquela discussão maluca.
— Na verdade foi bem compreensível. — ela falou dando um suspiro cansado no final — Acho que a Natalie ficou puta porque o Lysandre ficou lá dando atenção pras garotas, e isso foi o estopim pra ela se estressar quando viu o melhor amigo aqui, conversando comigo. — completou, virando o rosto levemente para mim.

Tentei fazer uma linha de coerência com as informações que ela havia acabado de me dar, juntamente com os últimos acontecimentos... Mas, nada fazia sentido.

— Hmm... — me limitei a dizer isso.
— Eu só não imaginava que vocês dois iriam mesmo brigar por causa uma coisa tão inútil. — ela retrucou descrente, acenando para Leigh.

—A “coisa em questão” era a sua atenção, e isso não é inútil! — me peguei dizendo, então resolvi tagarelar pra tentar abafar um pouco oque eu havia acabado de dizer — Mas na real, não era só isso... Tem toda uma história de vida envolvida ai. — falei, tentando descontrair — O Babacão e eu, nos detestamos desde sempre, é quase um ritual a gente discutir. Você não teve nada com isso. — garanti, tentando fazer pouco caso da situação.

Leigh chegou trazer mais cerveja e tequila para ela, e eu pedi mais uísque.

— Você sabe como convencer as pessoas. — ela falou descontraída, dando um pequeno sorriso de agradecimento.
— Disponha. — falei me inclinando para roubar uma de suas várias doses de tequila.

Engoli a dose em seco, sentindo tudo esquentar. A língua a garganta, o estomago, e o cérebro. Apertei os olhos, e quando os abri, Lucy já havia terminado três doses e tequila, e estava partindo para quarta.

Fiquei olhando até ela chegar na décima, e partir para a cerveja.

— Olha... Seja lá oque você tiver pra falar comigo, não precisa chapar até a alma desse jeito. — falei, tentando faze-la ficar mais a vontade pra falar.

Ela me lançou um olhar descrente, e se virou em seu banco para ficar de frente pra mim.

— Desse jeito você vai entrar em coma, e ai não vai conseguir dizer nada. — tentei descontrair novamente.

Ela deu uma risada, e botou a cerveja em cima de balcão novamente.

— Não to chapada Castiel. — ela falou seriamente me olhando nos olhos.

A encarei firmemente, tentando verificar algum vestígio de embriagues, mas não vi nada a não ser o brilho mordaz de seus olhos.

— Mas... Acho que to ficando no brilho. — completou, mostrando a ponta da língua.

Ai essa língua...

— Eu ficaria apavorado se você não estivesse. — confessei.
— Você tem mais senso de humor do que demonstra pros outros... — ela falou pensativa, olhando para o lado distraída — Talvez, se você mostrasse esse seu lado pras pessoas, você não teria tantos "desafetos". — concluiu, voltando os olhos para mim.
— Você é uma das raras pessoas que entendem esse meu senso de humor, que até então eu nem sabia que existia. — falei, torcendo a cara rapidamente.

Ela deu uma risada, e eu sorri junto com ela. Era tão fácil conversar com ela, e sorrir com ela...

— Castiel... — ela chamou, parecendo incerta.

Opa, será que ela iria falar agora?
Me inclinei na bancada para ouvir melhor, cheio de expectativa.

— Eu... — respondi, tentando não parecer tão ansioso.
— Eu tenho, uma pergunta pessoal e uma pergunta sobre o Lysandre, qual você prefere que eu faça primeiro? — ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Ponderei rapidamente sobre.

— Fala do Panaca. — decidi, tirando um pequeno sorrisinho dela.

Eita mulher que gosta de sorrir.

— Tipo, eu entendo que ele é seu amigo, e que você provavelmente não vai querer falar dele pra mim, mas... Nós somos amigos também, não somos? — ela começou meio incerta — Eu não gostaria de estar tocando nesse assunto contigo, mas acho que só confio em você pra isso... — tagarelou, olhando para os lados.

Ok, agora eu estava ficando meio nervoso.

— Você ta certa em confiar mim. — garanti, tentando não demonstrar minha tensão.

Ela me deu um soquinho bem fraco no ombro, e depois deu uma golada em sua cerveja.

— Você acha que o Lysandre seria capaz de me trair, porque ainda não transamos? — ela perguntou assim, direta, na minha lata, com os olhos quase dentro da minha cara.

Fiquei lívido e perplexo. Senti como se tivessem jogado água gelada diretamente no meu estomago.

Puta que pariu, oque eu deveria falar?

Eu sabia que Lysandre era cavalheiro demais para transar com outra garota, se ele estava já estava namorando uma; Ao mesmo tempo que eu sabia que isso não o impedia de flertar com outras, segundo ele, isso não contava como traição, mas pra mim contava.

— Defina traição. — sugeri, passando as mãos pelo meu cabelo meio estressado.

Ela abaixou a cabeça e suspirou meio cansada. Leigh apareceu trazendo meu uísque e a cerveja, e eu virei as três doses de uma só vez ficando apenas com a cerveja.

— Não quero que você leve pro lado errado. — me retratei, vendo a expressão dura que ela estava — Mas, eu acho que... Como um poeta artista, e todas essas coisas... O Lysandre não percebe as coisas como as outras pessoas e... Talvez ele leve traição muito ao pé da letra. Acho que ele só considera traição, o ato da coisa em si. — tagarelei, meio sem jeito — Ta dando pra entender? — perguntei, meio que constrangido e confuso.
— Você acha que ele não seria capaz de transar com outra pessoa, mas seria capaz de ficar se engraçando por ai. — ela falou, me olhando por baixo das sobrancelhas.

Fiquei sem palavras. Era exatamente isso que eu queria dizer. Parecia que a gente conversava mentalmente. Era incrível, e muito doido.

— Bom... — foi só oque eu conseguir falar.
— Ele me disse essa semana que tava trabalhando numa coisa pra mim... E que provavelmente eu iria ver hoje. Mas pelo jeito a única coisa que eu vou ver, é ele de sorrisos com as tietes do bar. — falou com um sorrisinho meio amargo, lançando um rápido olhar para frente do palco ,onde Lysandre ainda estava rodeado de garotas, falando com todas elas.

Fiquei de novo, sem ter oque dizer. Esse meu amigo é um bundão mesmo.

— Acho que ele não encara isso como a gente. — consegui dizer alguma coisa, de cabeça baixa.

Eu não queria ver a expressão amarga dela.
Mas eu ouvi sua risada, e levantei o rosto para vê-la.

— Não esquenta com isso. Não é como se eu tivesse sofrendo de amores... Eu acho que, só sou muito possessiva. — ela rolou os olhos com a própria constatação — Sou canceriana. — completou, dando uma golada na cerveja.
— Sou de Leão. — falei rapidamente — Mas isso não vem caso. Acho mesmo que você ta certa em ser possessiva, afinal oque é seu, é seu, e pronto e acabou. — confessei, sinceramente.

Ela me olhou de lado, com um sorrisinho escondido nos lábios.

— Se todos os homens fossem iguais a você, o mundo dos relacionamentos estaria menos problemático. — ela pareceu falar sem pensar, porque assim que terminou de falar, mordeu o lábio e desviou o olhar.
Aaahá, a bebida ta começando a subir né?! — falei tentando descontrair, e catuquei seu ombro.
— Talvez... Mas ainda to consciente do que to falando. — ela garantiu, fazendo uma careta, que deveria ser de desgosto, mas foi muito fofa.
— Ta bom senhora “ Não fico bêbada nem com jurubeba ” , vamos partir para a segunda pergunta. — incentivei, pulando do banco para esticar as pernas.

Ela começou a rir intensamente, e precisei segurar seus ombros para garantir que ela não escorregasse do banco.

— Oque seria uma jurubeba? — ela perguntou, ainda risonha, com a mão em frente ao rosto como se tivesse necessidade de tampar seu lindo sorriso.
— Não faço ideia. — confessei.

Ela riu mais.

Ou eu voltei do coma com essa incrível capacidade de fazer as pessoas rirem, ou ela era mesmo muito risonha.
A encarei, esperando ela parar de rir. Eu poderia ficar a noite toda vendo ela dar risadas e sorrir...

— Ok, ok... — ela falou tomando fôlego — Segunda pergunta! — falou, me lançando um olhar desafiador.

Sustentei o olhar, e franzi as sobrancelhas. Ela prendeu o riso. Talvez ela estivesse ficando no brilho mesmo.

— Antes de mais nada, gostaria de fazer algumas considerações. — ela começou, levantando um dedinho.
— Ah não... — resmunguei revirando os olhas — Ta, fala logo mulher. — completei, esperando.
— Saiba que eu não iria te perguntar isso, foi a Rosa que disse que eu deveria falar isso com você, e resolver tudo de uma vez. — avisou, arregalando os olhos rapidamente para mim.

Eu sabia do que ela estava falando, claro. Alexy havia me chamado para falar sobre isso. Eu só não fazia ideia de que tipo de pergunta poderia sair desse assunto.

Então, apenas assenti.

— Você, gosta de mim Castiel? — ela perguntou, fazendo uma espécie de biquinho incerto.
— Hã? — não ouvi direito.

Não pode ser. Não posso crer que ela perguntou isso, na minha lata. Agora sim eu entendia o motivo dela precisar beber tanto pra perguntar uma coisa dessas. É no mínimo uma coisa constrangedora e polemica.

Ela rolou os olhos parecendo ter previsto esta minha reação de choque, e desceu do banco, segurando no meu ombro e mantendo a mão ali, enquanto ficava parada na minha frente.

— As pessoas são muito maldosas, e ficam vendo coisas... — ela começou a falar tranquilamente, parecendo que queria me acalmar, mas eu a cortei.
— Defina gostar. — falei coçando o queixo rapidamente.

Agora ela que pareceu em choque. Se escorou na bancada e se engasgou com o próprio ar por alguns segundos. A observei meio sem jeito, tentando manter a compostura.

— Cas-tiel... — ela me encarou chocada, parecendo procurar palavras.
— Não sei bem das coisas que eu gosto... — comecei, tentando não deixar a situação ficar dramática — Mas, sei do que eu não gosto. E você definitivamente não ta nessa lista de desgostos. — dei de ombros, tentando fazer pouco caso da situação.
— Você me vê como mulher? — ela falou baixo, me olhando com olhos enormes.
— Como homem é que não vejo. — confessei, tentando descontrair.

Ela deu um sorrisinho de canto de boca, e se escorou no banco de frente para mim. Eu havia entendido oque ela quis dizer com a pergunta sobre vê-la como mulher, ela queria saber se eu tinha intenções sexuais com ela, mas esse era o tipo de pergunta que nenhuma mulher bonita deveria fazer pra nenhum homem, hétero.

— Agora que você já fez mais que duas perguntas, tenho o direito de fazer pelo menos uma.— falei, cruzando os braços.

Ela assentiu positivamente para mim, e fez sinal na bancada pedindo outra cerveja, e eu aproveitei pra beber o resto da minha e pedir outra também.

— Por que não queria vir pra cá hoje? — perguntei sem rodeios.

Ela se virou da bancada para mim, e pareceu titubear.

— O Alexy não me falou nada, ele só disse que se eu quisesse saber, era pra eu vir perguntar. Então aqui estou eu. — expliquei, voltando para o meu banco.
— Acho que é porque... Eu também, não desgosto de você. — ela falou tentando soar casual, e oferecer um sorriso, mas seus olhos estavam distantes.

Fiquei chocado, confesso. Contudo, mais que chocado, eu estava catatônico. Se antes eu já não estava dando atenção a aglomeração do bar, as pessoas transitando pra lá e pra cá esbarrando em mim, e seus falatórios, agora é que eu não percebia nada mesmo. Parecia que havíamos sido transportados para uma dimensão alternativa desses filmes de ficção, onde tudo é branco e silencioso.
Fiquei nessa por uns bons segundos antes de voltar a real, e começar a sentir que minhas mãos estavam suando, e que eu estava com o coração tremendo no peito.

Ela havia insinuado que gostava de mim?!

— Mas... — murmurei comigo mesmo.
— Acho que é melhor a gente se afastar. — ela falou olhando para o chão, tamborilando os unhas na bancada.

Parecia ansiosa.

— Por que? — perguntei de imediato, sentindo que minha voz saiu mais alarmada do que eu pretendia.
— Pelo menos até eu resolver tudo. — ela falou vagamente, e com a voz tão pra dentro que eu precisei me inclinar pra perto dela pra ouvir.

A segurei pelos ombros, a obrigando a olhar para mim.

— Mas, você vai se mandar assim do nada? — perguntei tentando manter a calma.

Mas o meu peito parecia que ia sumir de tão apertado que estava, e minhas mãos suavam tanto que precisei soltar os ombros dela.

— Eu não vou fazer isso... — ela falou, me encarando duramente — Não vou largar você sozinho, depois de ter lutado pela sua vida durante todo aquele tempo no hospital, em que toda a equipe médica desacreditou da sua recuperação. Não depois de suportar todos aqueles deboches e olhares de piedade, por acharem que eu era só uma novata idiota e inexperiente, que estava insistindo em um cadáver entubado... Eu não pude deixar uma pessoa tão jovem e bonita jogada em leito, esperando a morte chegar e não posso te deixar sozinho agora com a depressão como sua única amiga. —

A encarei estarrecido, sentido minhas mãos gelarem. Uma estranha sensação acolhedora de conforto encheu meu corpo, como se cada célula minha vibrasse com um calor agradável... Uma sensação que eu não me lembrava mais.

Meus olhos arderam, e eu esfreguei a mão no rosto.

— Então, eu sou uma pessoa bonita hein?! — tentei brincar, mas minha voz tremeu.

Ela me deu um pequeno sorriso melancólico, e se esticou para pegar sua nova cerveja, que havia sido colocada no balcão em algum momento.

— Só precisa retocar o vermelho desse cabelo. — gracejou, tentando amenizar o clima.
— E cortar também. — sugeri.
— Não, cortar não. — ela falou acenando negativamente.
— Tudo bem, nada de cortar. — concordei, me sentindo meio bobo.

Debrah não gostava de que eu deixasse meu cabelo grande...

— Vou no banheiro. — ela falou, dando uma golada em sua cerveja em seguida.

Me afastei dela para dar passagem para ela passar, e a observei passar pelo meio das pessoas na direção do banheiro. Quando ela estava chegando perto do corredor do banheiro, Lysandre a viu, e se desvencilhou de duas garotas que ainda insistiam em aluga-lo, e seguiu Lucy apressadamente.

Fiquei ali na bancada do bar, pensando no que ela queria dizer com ficar afastada de mim até resolver tudo. Será que isso demoraria?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então gente? *-*
Espero que tenham gostado. Pode parecer que a coisa ta seguindo meio que sem sentido, mas existe um laço entre a Lucy e o Castiel, que foi selado no hospital, juntamente com toda aquela treta de destino e tal, vou tentar me aprofundar nisso mais pra frente.

Reviews? *o*'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fix me." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.