Fix me. escrita por Sherry


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Esse começo em itálico, é uma lembrança, vou tentar começar todo capítulo com uma lembrança ok? Boa leitura sz'



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Eu estava no bar.

Não era uma novidade na minha vida estar em algum lugar do gênero, oque era novidade era todos os meus amigos estarem junto comigo. Até quem não era meu amigo estava também. O maior exemplo? Nathaniel. Por que diabos eu tinha que ficar olhando pra cara dele enquanto me embriagava? Eu bebia pra tentar ficar tranquilo, e não ficar olhando pra cara de alguém que eu odeio.
De saco cheio de olhar pra cara dele, troquei de lugar na mesa, de modo que agora eu estava de frente para Ambre.O que também, não foi uma boa troca.

Ok, ok, parece infantil não é mesmo? Mas eu tenho sérios motivos para realmente não querer olhar pra cara dele.

— Ah Castiel, para de ser bobo. — Ambre falou, tentando pegar minha mão por cima da mesa.

Puxei a mão bruscamente de cima da mesa, e virei meu copo de uísque em uma golada só.

— Ambre, não. — ouvi Nathaniel falar com a irmã.

Ela fez bico e cruzou os braços em cima da mesa. Ótimo.

— Qualé’ Castiel, para de ser tão malvado. — Alexy falou, mostrando a ponta da língua.

Agora todos na mesa me olhavam como se eu fosse um alien.
Ah ótimo, eu sempre sou o vilão nessa merda. Mesmo quando to certo, to errado, mesmo calado, to errado, e quando falo alguma coisa, é pior ainda.

— Vocês são insuportáveis. — reclamei quase entre dentes, levantando da mesa.
— Ah qual foi cara?! — Armin reclamou, querendo se levantar pra vir atrás de mim.

Lancei um olhar de “ Segura esse infeliz ai “ pro Lysandre, e ele, meu único amigo de verdade, conseguiu manter a bunda do Armin na merda da cadeira.

Parei do lado de fora do bar, ao lado da porta, para ascender um cigarro. Agora com essas novas leis contra fumantes, não se pode nem fumar mais dentro de alguns tipos de bares. É o fim, do mundo mesmo.
O vento frio apagou o cigarro, e quando peguei o isqueiro para acender de novo, um grupo de cinco garotas chamou minha atenção. E não foi porque eu estava flertando ou paquerando uma delas, mas porque elas estavam fazendo maior algazarra, e duas delas trombaram em mim, fazendo meu isqueiro cair em uma poça d’agua.

Muita sorte a minha não?

A garota que estava no meio, sendo parabenizada e empurrada por todas as outras quatro, viu que suas amigas cavalas haviam derrubado meu isqueiro no chão, então ela gritou por cima do falatório das outras um sonoro “ Desculpa ai ruivinho.” , e continuou a ser empurrada pelas amigas bar a dentro.


–--









Olhei para a garota a minha frente, ainda mais chocado. A garota do bar que me pediu desculpas pelas amigas destrambelhadas, era ela, a Lucy, minha enfermeira! E agora ela estava aqui, na beira do asfalto olhando pra minha cara, com maior sorriso, e ainda de mãos dadas com Lysandre?

Ah, puta merda, ta de sacanagem? Mais um clichê da vida, onde o “acidentado” fodido, une a enfermeira cuidadosa com seu melhor amigo imbecil, e eles ficam juntos e felizes enquanto o enfermo se fode ainda mais.

Claro que sim, né, porque eu precisava achar a enfermeira gatinha pra descobrir que o Lysandre já tava pegando.

— Você me reconheceu! — ela falou em júbilo, soltando a mão de Lysandre para vir pra cima de mim.

Dei um passo para trás, afim de não deixa-la me tocar.

— Pois é, você tagarelava bastante comigo, não tem como não reconhecer sua voz. — falei, levemente constrangido com o rumo da conversa.
— Você não entende? É muito raro que uma pessoa em coma tenha atividades cerebrais o suficiente para conseguir ouvir oque falam. Essa é uma possibilidade considerada remota por muitos agente da saúde e... — ela começou a tagarelar, mais para si mesma do que para mim ou para Lysandre.

Comecei a ficar cansado. Ela era uma enfermeira afinal, deveria ser inteligente, claro. Eu estava satisfeito por encontrar uma mulher que não fosse um poço de futilidade como as que eu costumava lidar, mas se ela fosse ficar me tratando como uma estatística, eu preferia sair fora.

— Que mundo pequeno, vocês estão juntos? — falei retoricamente, interrompendo ela — Meus parabéns para os pombinhos. — completei, cheio de ironia.

Houve uma breve pausa. Lysandre, que até então a observava falar como um babaca, me olhou chocado.

— Que humor! — ela falou descontraída, quebrando o gelo.
— É assim mesmo, logo você acostuma. — Lysandre sussurrou para ela, com um sorriso idiota na cara.

Ah certo, agora eu vou ficar de vela, pro meu melhor amigo e pra enfermeira que me tirou da merda. E ainda ouvindo eles falarem de mim? Sacanagem né?!

— Vocês dois me poupem. — falei torcendo a cara enjoado — Lysandre me da a chave do apê. — pedi impaciente.

Assim que Lysandre que me deu as chaves, sai andando sem dizer tchau pro casalzinho chato.

(...)

Cheguei no apartamento que eu dividia com Lysandre nos últimos dois anos. Ele não havia mudado nada por ali nos últimos seis meses que estive em coma. A sala continuava com as paredes azuis, e a copa da cozinha continuava com aquele trincado no azulejo. Segui pelo corredor até meu quarto, e não me surpreendi em encontra-lo trancado, peguei a minha chave e abri a porta.
Estava tudo como eu havia deixado, porem, não havia uma fina camada de poeira.

Quem foi a alma que andou limpando meu quarto nos últimos meses?

Fui até a foto no criado mudo ao lado da minha cama. O porta retratos estava ali, impecável com a foto dela, abraçada comigo, enquanto segurava a barriga, ainda lisa, de forma protetora.

Senti aquele conhecido aperto no peito junto com aquela sensação de solidão e falta de esperança; Levantei a cabeça, tentando me manter firme.

O primeiro pensamento que tive foi, Lucy.

Ora veja bem, eu não sou do tipo que fica molenga com facilidade, mas aquela garota cuidou de mim, e conversou comigo durante todo os seis meses que estive naquele hospital. Claro que Lysandre e Armin me visitaram algumas vezes, lembro das vozes deles, mas era sempre muito vago e rápido, a voz mais frequente e que eu mais tinha lembranças era a dela, daquela estranha que não desistiu de mim. Ela era a única dentre todos os outros enfermeiros, que falava diretamente comigo.

Vez ou outra eu ouvia as conversas paralelas da equipe médica e da equipe de enfermagem, alguns comentavam estar desacreditados de que eu voltaria do coma, e outros só falavam trivialidades, mas nenhum deles se dirigia a mim, e isso era maçante, me fazia voltar para o estado de torpor onde tudo era escuro e eu não sabia mais de nada.

Por que diabos alguém como ela aparecia na minha vida, me ajudava a me arrastar da confortável escuridão na qual eu estava, se não fosse pra ficar comigo? Eu preferia o escuro do que a realidade, nele não existia dor, não existia nada.

Coloquei o porta retratos no lugar, pensando o quão ridículo eu estava sendo. Eu Castiel, sempre piegas, isso já me rendeu o suficiente, mas eu simplesmente não tomo vergonha na puta dessa minha cara.

Deitei em cima da minha cama, todo torto pra não por os tênis em cima do lençol. Eu estava cansado de cama, cansado de ficar deitado, mas estava ainda mais cansado de estar acordado, cansado de estar vivendo... Então, me deixei levar pelo sono melancólico, e dormi.

Acordei sobressaltado, com o barulho batidas violentas . Meu corpo todo latejou com o pulo que dei da cama. Assimilei rapidamente que estavam esmurrando a porta.

— To indo caralho, para de espancar a merda da porta. — falei alto, passando a mão pelo rosto.


Me levantei da cama e parei em frente ao guarda roupas, sem querer de frente para o espelho. Eu, que já não era oque se pode chamar de forte, estava mais magro. Meu rosto parecia mais cansado do que antes, e meus cabelos estavam já passando dos ombros.

Esmurraram a porta de novo.

— TO INDO! — gritei irritado.

Me arrastei até a sala resmungando sobre espancar pessoas inconvenientes. Olhei para o relógio de parede da sala, eram 17:12 da tarde, dormi bastante...

Fui até a porta abri-la, e ver quem estava chamando num final de tarde, mas eu já imaginava que seriam os gêmeos, o porteiro não da permissão para qualquer um subir. Eu só não esperava uma terceira companhia.

Armin estava com os dentes arreganhados, Alexy ao seu lado carregando uma bolsa enorme, e para minha total surpresa, Lucy.

— VOCÊ TÁ VIVO! — Alexy gritou em júbilo, jogando-se para cima de mim em um abraço.

Armin não perdeu tempo, e se juntou ao irmão, logo estávamos os três agarrados na sala, enquanto eu tentava empurra-los, sem muito êxito, já que eu ainda estava com os músculos todos doloridos.

— Não sejam malvados com o Castiel meninos. — Lucy falou divertida, indo até a cozinha — O coma deixa as pessoas com os músculos enfraquecidos devido a falta de movimentos, é surpreendente que ele consiga andar sem fraquejar. — ela falou casualmente, enquanto abria a geladeira, como se fosse moradora do apartamento.

— Não é nada surpreendente. — falei, desagarrando Alexy do meu cangote.

Ele sempre teve essa mania de querer abraços de homens. Euhein.

— Vou bem dolorido, obrigado. — completei, lançando um olhar de ameaça para Armin não se aproximar novamente.
— Eu imaginava que fosse o caso. — ela falou, remexendo nas panelas. — Você pode fazer fisioterapia, e exercícios. Não indico relaxantes musculares, porque seu corpo já ficou muito tempo em inércia. — ela tagarelou, colocando algo no fogo.
Uh, você vai cozinhar Lucy? — Alexy perguntou todo animado, indo para a cozinha bisbilhotar oque ela fazia.

Armin estava pegando seu play4, de dentro da bolsa que Alexy havia trazido, e começava a liga-lo na TV da sala sem cerimônia.

Me senti completamente perdido.

— Eu perdi alguma coisa? — perguntei ironicamente, olhando para a garota mexendo na minha cozinha, como se fosse dona da casa.
— Ah, sim. Desculpa. — ela falou, dando um sorriso sem graça — Lysandre e eu estamos juntos há quatro meses... — ela completou, me lançando um olhar constrangido.

Fui até a cozinha e me sentei na bancada, chutando Alexy no processo. Ele resmungou alguma coisa, e foi para a sala com uma bacia de legumes que Lucy havia dado para ele descascar. Pareciam muito entrosados.

— Que você tá com o Lysandre eu já pude perceber. — falei, soando mais azedo do que pretendia — To falando disso tudo. Onde esses dois idiotas se encaixam? — perguntei, observando-a trabalhar na cozinha cheia de destreza.
— Rosalya e eu dividimos o dormitório da faculdade, e conheci o pessoal por ela. — ela falou como se fosse óbvio.

E eu continuei com a mesma cara de interrogação que antes.

— Ok ok. — ela riu rapidamente — Vou explicar melhor. Me formei em enfermagem no final do ano passado. Como eu morava no interior e as oportunidades eram muito poucas, resolvi vir pro centro no começo do ano pra trabalhar e tentar a sorte, nesse meio tempo fiz uma prova pra sua faculdade e consegui uma bolsa pra pós-graduação que eu queria, e acabei dividindo o quarto com a Rosalya no dormitório da faculdade, que me apresentou o Lysandre, que me apresentou o Armin e por ai você já pode imaginar. — ela explicou, colocando todo tipo de tempero dentro de uma panela com água, enquanto lavava a louça, e catucava a geladeira.

Pensei na noite em que a vi no bar pela primeira vez; Era meio do ano, quando onde a faculdade abre novas vagas. Aquele deveria ser o dia que ela descobriu que havia passado pra faculdade onde eu, e os outros idiotas estudam... Ela deveria estar naquele bar com as amigas comemorando ter conseguido a bolsa. Isso me faz pensar, que... Se eu não tivesse feito aquela babaquice com a moto, e acabado em coma por seis meses, se as coisas não seriam diferentes para nós... Se ela não teria preferido a mim, ao Lysandre...

— Castiel? — ela chamou, me tirando de meus devaneios.

Ela estava parada na minha frente. Os olhos castanhos me encaravam parecendo preocupados, os lábios estavam entre abertos; Com a proximidade pude notar que ela tinha uma pintinha marrom clara abaixo da sobrancelha esquerda.

— Oque? — falei, soando um tanto quanto grosseiro.

Ela se afastou de mim com casualidade e voltou para seus infinitos afazeres.

— Você ficou tão quieto de repente, que pensei que tivesse voltado pro coma. — ela falou ironicamente, me lançando um olhar de lado.

Ah. Ela estava me provocando com algo tão sério? Maldita, usando humor negro! E depois, eu que sou o malvado do grupo.

— Infelizmente não. — falei rapidamente, não dando espaço para ela retrucar — Tava pensando na faculdade. Vai ser maior merda pra recuperar todos esses meses... Vou ter que repetir o semestre. — menti descaradamente, afinal eu não poderia dizer que estava fantasiando uma outra realidade onde eu não havia tentado me matar.

Já é patético só de pesar nisso, imagina falar.

— Ah é verdade. — ela assentiu, seriamente.

Parece que engoliu minha mentira.

Antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, Alexy veio da sala com a bacia cheia de legumes descascados.

— Vai fazer oque com esses legumes chatos? — Alexy perguntou, fazendo bico.

Tsc, como se fosse uma criança.

— Sopa de legumes. — ela respondeu pegando os legumes descascados e os averiguando com total observância.
— Aaah sopa não! — ele retrucou, cruzando os braços — Faz bolo de carne — completou, animado.
— Castiel não pode comer nada pesado. Ele ficou por dois meses se alimentando por sonda parenteral, e depois por sonda gástrica. Ele precisa se readaptar a alimentação normal para não agredir o aparelho digestivo. — ela tagarelou, picando os legumes de forma precisa. — Tenho certeza que o médico explicou isso pra você quando deu a sua alta. — ela falou, me lançando um rápido olhar acusatório.

Desviei o olhar e fingi que não ouvi.
Alexy estava parado do meu lado quase dormindo. Parece que ela tem o hábito de falar esse tipo de coisa com bastante frequência.

— Lucy ta falando difícil? — Armin falou por trás de mim — É excitante, não é? — completou dando uma risada.

Estiquei o braço quase dando um tapa na testa dele. O safado desviou aos risos, e chegou para o lado se escorando na bancada.

— Ta querendo me bater por que? Eu não menti. — ele insistiu, dando uma risada descontraída.
— Não quero saber das suas perversões, só não gosto de homem no meu cangote. — falei de forma grosseira, tentando acerta-lo novamente, mas eu estava realmente com o corpo muito lento e enfraquecido para bater em alguém, e ele desviou de novo, indo para o lado do irmão.

— Não sei oque tem de excitante em gente falando coisa chata. — Alexy resmungou, ganhando um olhar perigoso da garota — Mas a Lucy é muito mais bonita e prendada, do que chata. — se retratou com um sorriso enorme.
— Já disse que não vou fazer bolo de carne Alexy, não adianta me bajular. — ela falou, colocando os legumes na água quente lançando um olhar por cima do ombro para Alexy.

Ele saiu da cozinha batendo o pé e resmungando, sendo seguido por Armin que o desafiava para uma partida de Mortal Kombat.

Houve uma breve pausa de silêncio. Lucy colocou algumas coisas mais na mistura louca que ela chamava de sopa, e tampou a panela. Ela se escorou na pia, abaixou a cabeça e suspirou de olhos fechados; Soltou os cabelos que estavam bem amarrados, e começou a passar os dedos pelos fios levemente cheios e ondulados. A luz do fogo do fogão, brilhava sutilmente em seus cabelos claros, evidenciando o tom suave de acobreado que ele possuía. Observei a cena durante alguns segundos, parando para perceber em todo o contexto, se é que me entende... Ela estava com uma calça jeans, que evidenciava a curvatura dos quadris, uma blusa de mangas azul escura, que apesar de não ser decotada, não conseguia tampar o volume dos seios.

— Eu preciso ir. — ela falou repentinamente, levantando o rosto e abrindo os olhos.

De repente, eu percebi que ela parecia cansada. Ela tinha olheiras, e o rosto levemente pálido; A falta de maquiagem deixava isso bem visível.

— Pra onde? — perguntei curioso, me arrependendo no mesmo instante.

Eu não tinha direito de perguntar nada, ela não era minha namorada, era namorada do meu melhor amigo. Do Lysandre.

— Trabalhar. — ela respondeu como se fosse óbvio, me lançando um olhar divertido — Consegui ser contratada pra emergência do hospital estadual. — me contou exultante, dando um sorriso brilhante que iluminou sua face.

Torci a cara, ao pensar nos horrores de um hospital emergencial. Todo sangue, fraturas e aquelas perebas estranhas.

— Não faz essa cara, não é tão ruim quanto parece. — ela falou, abaixando o fogo da sopa — Vou tomar um banho pra ir pro plantão, pensei que fosse dar tempo de esperar o Lys chegar, mas pelo visto ele ficou até tarde no ateliê de novo... — falou pensativa, mais para si mesma do que para mim — Não confio em deixar nada no fogo na responsabilidade desses dois. — falou se referindo a Alexy que Armin, que tagarelavam na sala — Então fica de olho na sopa ok? Não deixa de mexer ela as vezes até os legumes ficarem cozidos... — ela foi falando, mas eu a cortei impaciente.
— Sei como funciona. — falei amargo.

Será que ela me achava tão inútil a ponto de não saber olhar uma sopa?

Ela riu, e se esticou bagunçando meus cabelos, como se fosse uma adulta fazendo carinho na cabeça de uma criança. Desci da bancada e a encarei levemente perplexo.
Ela percebeu que eu não fiquei confortável com o toque mas não falou nada, eu não falei nada. Ficar perto dela me parecia natural, me parecia certo. Conversar com ela era tão tranquilo e recorrente, que parecia que nos conhecíamos há muitos anos, mas ainda sim, ela era a namorada do meu melhor amigo.

Sem dizer mais nada, ela saiu da cozinha e foi para o corredor, indo direto para o quarto do Lysandre.

Fui para meu quarto afim de tocar um pouco de violão, queria ver se podia fazer isso com a mesma maestria de sempre, ou se o coma fodeu com meus dedos também.
Assim que toquei os primeiros acordes, vi que a dúvida era absurda, eu ainda tinha a mesma habilidade com o violão; Tranquilo com isso, fui até a cozinha, mexi o diabo da sopa, e fiquei na sala vendo Armin discutir com Alexy sobre Scorpion ser melhor que o Sub-Zero.

Senti um suave cheiro de sabonete feminino, e virei para trás, Lucy murmurava consigo mesma, perto da porta de saída, olhando dentro da enorme bolsa que ela carregava.

— Meninos, to indo. — ela falou distraída, pegando o celular de dentro da bolsa.

Alexy e Armin se levantaram rapidamente, empurrando um ao outro enquanto riam, ambos brigando pra ver quem abraçava a garota primeiro. Ela riu enquanto abraçava ambos, e despedia-se com beijos no rosto. Observei a cena um pouco chocado; Mesmo que para os franceses este tipo de contato fosse algo comum, eu não conseguia me adaptar a este tipo de costume, talvez fosse pelo fato de eu ter sido nascido e criado nos Estados Unidos, e por lá as pessoas não são tão calorosas...

— Castiel, não esquece a sopa. — ela falou da porta, acenando para mim.

De repente notei que eu estava inclinado de lado no sofá, observando ela, e a dupla de irmãos idiotas.

— Aaah, ta, ta. — resmunguei, virando-me para frente.
— E vê se come a sopa hein. — ela insistiu.
— Tchau. — falei, não conseguindo segurar o sorriso.

Mas eu já estava virado para frente, de costas para ela e para os gêmeos, então , não puderam ver.

Alexy e Armin já estavam ao meu lado, tagarelando sobre como Lucy cozinhava bem, e que eu não iria me arrepender de comer as coisas que ela fazia.


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Notas finais do capítulo

Então, reviews? ):'



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