Atropelada Pelo Casamento escrita por Mrs Days


Capítulo 5
Desejando Seth Riddler


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo com o antigo namorado de Júpiter: Seth, o stripper.


Pirem meninas.



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— Oh, baby, agora sim chegamos à época dourada do meu passado — Gracejei vendo as luzes piscando da casa de striptease. Zeke mantinha sua expressão em branco – como sempre – e não me respondeu. Preferi assim. Sorri e apontei — Olha a felicidade de uma garota de vinte e um anos.

Minhas amigas da faculdade gritavam feito loucas enquanto o homem no palco puxava a calça e rebolava na frente delas. Eu também estava empolgada, porém não como elas. Mônica pegou uma nota de dez dólares e colocou na cueca do bombeiro e ele se inclinou na direção dela, pegando a sua mão e a beijando. Minha amiga quase desmaiou.

— Temos uma surpresa de aniversário para você — Mônica sussurrou assim que o “apresentador” subiu no palco.

Minha boca secou em ansiedade e apreensão. Era uma surpresa boa, eu tinha certeza, já que isso envolvia o fato de estarmos ali. Mexi na coroa que estava em minha cabeça e tomei mais um gole de meu drinque, lamentando um pouco por não estar sentindo aquela alegria de estar fazendo vinte e um anos.

— Estão se divertindo, senhoras e senhoritas? — O apresentador perguntou. Todas ao redor gritaram. Ele assentiu com um sorriso satisfeito. — Fui informado de que temos uma aniversariante especial hoje. — Seus olhos vagaram pelas cadeiras até me encontrarem e veio até a beira do palco, se abaixando. — Você é Júpiter Jensen?

Quis negar, porque não gostava daquele tipo de atenção vindo em minha direção.

— Esqueci-me do quanto eu era insegura naquela época — Comentei com Zeke, encostada em uma mesa ao lado da minha. Era incrível que naquele tempo todo que estávamos indo e voltando – não sabia se eram horas ou dias – meu corpo não mostrasse nenhum sinal de fadiga. — Foi graças a Seth que melhorei.

— Um stripper fez você ser mais segura consigo mesma? — O anjo questionou.

Dei um meio sorriso e cutuquei o seu ombro.

— Presta atenção na história. Vou conhecer meu príncipe sem camisa agora. — Bati palmas, animada. — Espero que minhas lembranças não me enganem, porque se Seth for tão gato quanto me lembro... — Coloquei a mão em meu peito e outra em minha testa, simulando um desmaio. — Vou precisar dos bombeiros do submundo da inconsciência.

Zeke sorriu contra a vontade.

Eu assenti contra a minha vontade. O sorriso do apresentador se ampliou e ele estendeu a mão na minha direção. Por um segundo pensei em sair correndo o mais rápido possível, só que algo me impediu. Não tinha mudado de cidade para ser exatamente como era. Eu tinha que arriscar às vezes. Por isso respirei fundo e peguei em sua mão. Com a ajuda do segurança, fui para o palco e me aclamaram com uma salva de palmas.

Alguém pôs uma cadeira no centro do palco e o apresentador me levou até ela, em uma indicação silenciosa de que era para que sentasse. Sentei-me, cruzando as pernas e puxando meu vestido para baixo. Ajeitei minha coroa e forcei um sorriso.

— Está confortável, aniversariante? — Ele questionou. Assenti. — Então está na hora de te dar o presente especial da noite. — Virou-se para multidão. — Meninas, com vocês, Seth, o conquistador.

As luzes se apagaram subitamente e a batida da música começou. Olhei para os lados, querendo saber de onde ele sairia e só percebi que seria de trás de mim quando senti mãos massageando os meus ombros. Eram firmes e macias, da maneira certa. Todo o meu corpo se arrepiou e dei um salto na cadeira quando elas desceram até quase tocar os meus seios.

— Calma, gracinha — Ele disse em meu ouvido, mordendo meu lóbulo — Apenas relaxe.

A sua voz fez todo o meu corpo se arrepiar e relaxar. Ele deu a volta, parando para tirar a camisa e expondo o seu abdômen firme. Sentou em meu colo e começou a rebolar. A gritaria ao meu redor não cessou em nenhum momento, mas eu estava focada em seus olhos azuis. Ele aproximou o seu rosto do meu, como se fosse me beijar e se afastou. Levantou-se, pegando minhas mãos e passou por seu corpo, para que eu sentisse sua firmeza.

— Bombeiros! Bombeiros! — Implorei, pegando na veste de Zeke. Ele riu. — Pensei que um anjo não pudesse rir do pecado alheio.

Ele deu de ombros.

— É interessante ver o quanto você aflorou depois que conheceu esse homem. — Ele me olhou de cima a baixo, como se me estudasse e voltou a olhar para eu do passado. — Muito interessante.

Seth virou para a platéia, fazendo alguns movimentos sensuais, no intuito de seduzir mais algumas garotas. Olhei para Mônica e a vi fazendo um sinal de positivo. Não tive tempo de responder antes de Seth voltasse sua atenção para mim. Ele parou na minha frente e puxou as calças, ficando apenas de tanga na minha frente. Por mais que a ideia de ver um homem de tanga fosse ridícula, as coxas firmes de Seth acabavam com qualquer comentário maldoso que poderia sair de meus lábios.

Ele me levantou e me virou, fazendo com que minhas costas se se encostassem a seu peito. Ele começou a dançar e eu o acompanhei. Quando estava começando a sentir uma movimentação estranha vinda de sua tanga, ele me virou e me encarou intensamente. Tive muita vontade de beijá-lo, por isso passei a língua pelos lábios. Ele observou esse meu movimento antes de se abaixar e me pegar em seu colo. Sentou-se comigo em seu colo.

— Faça o que quiser.

Senti minhas bochechas corando.

— Abusa, garota! — Gritei para mim mesma. — Você merece!

Surpreendendo a mim mesma, coloquei as mãos em seus ombros e comecei a rebolar, jogando os meus cabelos para trás e sentindo uma sensualidade que nunca tinha me preenchido antes. Olhei para ele, vendo os seus olhos se escurecendo. Imitando-o, aproximei-me como se fosse beijá-lo e vi que ele queria aquilo. Porém me afastei. Ele pôs o braço ao redor de minha cintura e nos levantou. Colocou-me no chão e me virou novamente, pondo a mão no alto de minhas costas e indicando que era para que eu abaixasse. Eu fiz, empinando minha bunda. Ele começou a rebolar ali e puxou meu cabelo.

Arfei de surpresa, mas gostei. Seth pegou minha mão e me puxou para perto de seu corpo, como uma dança simples e percebi que estava no fim da música. Nossos olhares se encontraram novamente e a vontade de beijá-lo foi arrebatadora. E talvez fosse acontecer se não fôssemos interrompidos pela multidão que começou a bater palma e o segurança que veio me acompanhar de volta para a minha mesa. Seth agradeceu e pegou as suas roupas. Sentei-me ao lado de minhas amiga e tomei um gole de minha bebida, querendo evitar qualquer olhar naquela direção enquanto ele saía do palco.

— Hey, gracinha — Escutei a sua voz e ergui os meus olhos com o rosto totalmente vermelho. — Você deixou cair a coroa. — Deu um meio sorriso e piscou, entregando-me. Seus dedos se fecharam e percebi que tinha algo a mais que a coroa. — Te vejo mais tarde.

Só quando ele saiu do palco tive coragem de abrir o papel e ver que tinha o nome e número dele. Todas as minhas amigas gritaram.

Virei para Zeke.

— Liga essa máquina de vento e me leva para as noites com Seth — Praticamente implorei. Zeke pegou em minha mão e senti o vento em meu rosto. Quando parou, estávamos em frente ao apartamento de Seth. Esfreguei minhas mãos de excitação e vi um casal vindo na nossa direção. — Olhe, sou eu!

Seth e eu estávamos de mãos dadas vindo do cinema. Ele era uma pessoa incrível. Inteligente, compreensível e carinhoso. O fato dele ser stripper ainda me incomodava, já que ele tinha capacidade para ser algo mais, porém ele dizia que dançar era a vida dele. E o jeito como me mostrava que pertencia apenas a mim todas as noites depois de seu turno, fazia-me gostar ainda mais dele.

— Não acredito que não vou te ver por uma semana — Eu reclamei.

Ele sorriu, me abraçando.

— Calma, gracinha. — Ele gracejou beijando o topo de minha cabeça. — Assim que eu chegar vou te telefonar. — Ele pôs um dedo embaixo do meu queixo, obrigando-me a encará-lo. Tinha tanta paixão em seus olhos azuis. — Tenho uma surpresa para quando voltar.

Ergui uma sobrancelha.

— Pode me dar uma dica?

Ele pegou a minha mão livre e começou a brincar com os meus dedos.

— Não. — E antes que eu pudesse reclamar, ele estava me beijando com ardor e urgência. Separamos-nos arfantes. — Quer subir?

Sorri.

— Nem precisa perguntar.

— O que houve, Júpiter? — Zeke me perguntou.

Cruzei os braços com força, deixando a careta ainda mais destacada.

— Recordei-me porque eu e Seth não damos certo. — Olhei para o anjo. — Ele deu inúmeros sinais de que iria me pedir em casamento, mas depois que viajou, nunca mais me ligou. Eu nem cheguei a conhecer a tia dele, sabe? O pai dele abandonou a família e a mãe se matou três anos depois. Ele só tinha essa tia que era de outra cidade. Se é que essa história era verdade.

A expressão de Zeke estava sombria e pensei que ele tinha se sensibilizado com a minha história, ficando com raiva de Seth. Mas algo em meu interior alertou-me que não era isso.

— Vamos para o seu futuro com ele?

Assenti.

Ele pegou em minha mão e o vento bateu em meu rosto. Assim que abri os olhos, estranhei por estar parada no meio da escuridão. Primeiro cogitei estar em um cômodo escuro, mas quando olhei para Zeke com a intenção de questionar, ele suspirou triste.

— Zeke? — Ele me olhou. — O que houve? Que escuridão é essa?

Ele pressionou os lábios, querendo fugir de suas próximas palavras.

— Essa escuridão significa que você não teria futuro com ele, Júpiter — Ele me olhou com compaixão e pena. — Seth morreu em um acidente naquela viagem, por isso não te ligou mais. E ele realmente estava planejando te pedir em casamento.

Parecia que tinham dado um soco em meu estômago. Seth estava morto e em sete anos eu nunca tinha sabido? Meus olhos se inundaram de lágrimas e eu solucei. Tinha sido tão insensível ao ponto de achar que se o número dele estava dando fora de área por quase um mês, era porque ele tinha trocado para não ser perturbado por mim. Que ele tinha conhecido outra pessoa nessa viagem e resolvido ficar por lá. Nem quis aparecer em seu trabalho – e mesmo se quisesse, não daria em nada, já que ninguém sabia que estávamos juntos.

— Me tire daqui, por favor — Pedi em um sussurro. — Quero ver os meus pais.

Zeke tocou levemente em meu ombro e o vento fez meus olhos arderem. Limpei as lágrimas com força, ainda em choque com a notícia. Escutei a porta do meu quarto – o real – se fechando e levantei os olhos, vendo minha mãe ainda sentada ao meu lado segurando a minha mão, cochilando. Meu pai estava encostado na porta, olhando para o meu rosto com dor.

Parecia que tinham se passado minutos. Arrastei o meu espírito até o seu lado e me sentei no chão, encolhida. Zeke me deixou chorando por alguns minutos.

— Eu não se quero voltar — Eu sussurrei. Balancei a cabeça e o encarei. — Ainda tenho essa escolha?

Os olhos verdes de Zeke pareceram tristes.

— Claro, Júpiter. Todos temos escolhas. — Ele caminhou na minha direção e estendeu a mão na minha direção. — Falta só mais um e acabamos, tudo bem?

Assenti contra a vontade.

— Só um minuto. — Pedi. Cheguei perto de minha mãe e acariciei seu cabelo castanho. — Vai ficar tudo bem, mãe. De um jeito ou de outro. — Ela se remexeu, como se tivesse com frio e suspirou. Olhei para Zeke. — Leve-me para Tyler e vamos acabar com isso.

Zeke forçou um sorriso.

— Tem pessoas que ficam ansiosas para reencontrar seu primeiro amor.

Pressionei os lábios juntos com um sinal de que não iria responder. Porém quando o vento me tocou e nos transportou para a velha garagem de Tyler, percebi que meu coração começou a acelerar de uma maneira que não fazia desde os meus dezoito anos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, porque já estamos em reta final.

Beijos