Atropelada Pelo Casamento escrita por Mrs Days


Capítulo 4
Aprendendo com Riley Thomas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Mil desculpas por ter sumido, mas vejam. Estou aqui.
Então, novidade. Fiz um grupo no fb para quem quiser spoilers, fotos dos personagens e etc. Link: https://www.facebook.com/groups/875072755907024/

Desculpe o capítulo ter ficado pequeno. Mas no próximo irei compensar.



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A primeira coisa que senti quando me deparei com minha antiga faculdade foi nostalgia. Ver as pessoas transitando com seus livros e conversas sobre assuntos aleatórios sem se preocupar com os problemas de se firmar na condição de adulto. Achei a mim mesma sentada em um banco afastado lendo um livro para a minha aula de neuroanatomia e formando minha boca em uma linha reta para não xingar.

— Nunca entendi o motivo de ter neuroanatomia em psicologia — Desabafei com Zeke então dei de ombros — Na verdade, entendia sim, mas detestava.

— Você parece bem empenhada estudando — Zeke comentou.

Eu sorri e apontei.

— É por causa dele. Professor Delícia.

Riley Thomas era o professor de neuroanatomia que fazia todas as suas alunas terem sonhos molhados durante a sua aula. Esse era o maior motivo para eu ter tomado bomba em todas as provas e estar me empenhando para tentar não ficar reprovada. Eu estava tão concentrada em meu estudo que quase não o percebi se aproximando antes que sua sombra estivesse praticamente em cima de mim.

Senhorita JensenEle me chamou e ergui os olhos até seu rosto sexy e amigável. Seu cabelo tinha alguns fios brancos que o faziam ficar ainda mais gostoso Está muito ocupada?

Praticamente joguei os meus papéis no chão.

Não, nem um pouco.

Ele riu de leve, fazendo o canto de seus olhos verdes se enrugarem.

Estava precisando de alguém para monitoria do ano que vem e queria saber se você estaria interessada Em choque, tudo o que pude fazer foi ficar parada encarando-o — Você receberá, é claro.

Pisquei, acordando do meu torpor.

— Mas as minhas notas são, com o perdão da palavra, uma merda.

— Eu vejo que a senhorita se esforça e é isso que importa — Ele ficou sério e ergueu uma sobrancelha — Está disposta?

— Sim! — Gritei fazendo com que Zeke desse um pequeno salto do lugar em que estava e me encarar com o cenho franzido. — Foi mal!

Ele sorriu levemente, pondo as mãos nos bolsos de sua roupa branca.

— Tudo bem — Ele garantiu e olhou para frente a cena que continuava a se desenrolar. — Acho incrível que ninguém tenha percebido esse envolvimento entre você e seu professor. Está óbvio que estão atraídos.

Trombei meu ombro no dele.

— Sou uma ninja, caro anjo. — Brinquei. Cruzei os braços vendo o sorriso de boba que estampava minha cara de seis anos atrás. Naquela época eu tinha aderido ao cabelo ondulado e longo, diferente do atual curto que usava atualmente. — É incrível o quanto mudei desde aquela época.

Zeke se virou totalmente para mim.

— Você acha que mudou para melhor ou pior?

Dei de ombros.

— Não sei, acho que depende da fase — Respirei fundo e o encarei com um sorriso. — Pode ligar o seu vento angelical e me levar para o presente. Sinceramente estou ansiosa para saber o que poderia dar errado. Não tinha possibilidade de ele ser preso, já que eu tinha vinte e dois naquela época.

O anjo não respondeu, pousando os olhos em mim e pondo uma mão em meu ombro. Seguindo meu comando anterior, o vento soprou em meu rosto por um tempo mais longo que os anteriores. Demorei, mas finalmente entendi que as durações dos ventos deveriam corresponder aos anos que voltaríamos, ou avançaríamos.

Vi-me andando apressada pelo corredor com os livros abraçados contra o meu corpo, os cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito e uma linha de suor fina em na testa. Era óbvio o que estava acontecendo. Eu estava atrasada e Riley sempre odiou atrasos.

— Júpiter! — Chamaram-me. Ignorando o pensamento de apenas continuar o meu caminho, forcei-me a parar e virar. Moura Clarke estava correndo na minha direção e reprimi um revirar de olhos ao perceber o tamanho de seu decote — Está indo falar com o senhor Thomas? É que estava querendo participar da monitoria também, sabe?

— Vadia — Sussurrei.

Encolhi os meus ombros.

— Olhe, Moura, acho que não é melhor falar com ele agora. Ainda mais nesse horário. Ele é bastante estressado com quem o interrompe.

A alegria de Moura foi parcialmente contida.

— Oh, tudo bem. Tento mais tarde, mas obrigada, Júpiter. — Ela deu um último sorriso e se afastou pelo corredor.

— Vadia — Sussurrei. Ao relembrar do horário, dei um pulo e continuei correndo em direção a sala. Cheguei sugando todo o ar que meus pulmões aguentavam. Ao abrir a porta, vi Riley sentado na mesa descontraído lendo um de seus inúmeros romances com tranquilidade. Ele ergueu os olhos verdes na minha direção e fechou o livro lentamente. — Desculpe-me pelo atraso.

Ele sorriu, descontraído e se levantou. Adentrei a sala e fechei a porta atrás de mim, praticamente enfeitiçada por todo encanto que ele exalava enquanto vinha em minha direção.

— Está tudo bem, Júpiter. — Você chegou na hora certa.

Ele passou um braço ao meu redor e me beijou com luxúria. Eu sempre ficava curiosa com a sua experiência e o empenho que ele tinha ao me passar isso. Sua mão livre foi para o meu cabelo, desfazendo o rabo de cavalo em segundos. Não reclamei. Estava totalmente a mercê dele.

Até que ele se afastou.

— Só não faça mais isso — Ele me repreendeu. Assenti e ele me soltou de vez. Soltei um muxoxo que fez seu sorriso retornar. — Vamos continuar arrumando a próxima aula e depois fazemos algo mais interessante — Ele piscou.

— Ah, esses olhos — Suspirei. Zeke balançou a cabeça com uma careta fincada em seu rosto. — Sério que você vai ter uma crise de bom senso agora?

— Não — Ele suspirou se virando para mim — Não deveria me meter, mas, Júpiter, você não acha que se entrega fácil demais?

Dei um passo para trás, atingida por suas palavras, e cruzei os braços, defensiva.

— Você não entende — Respondi em voz baixa.

Ele apenas assentiu.

— Vamos continuar — Encerrou o assunto, pegando em meu braço e fazendo o vento retornar ao meu rosto. Isso já estava fazendo os meus olhos arderem.

Paramos no canto da sala de uma casa bastante simples. Eu sorri por gostar de lugares assim, sem muito luxo, como era com Christopher. Pressionei os lábios juntos, vendo a mim mesma andando de um lado para o outro com as mãos cruzadas nas costas. Meus olhos castanhos estavam sérios e furiosos. E isso se ampliou quando escutou a porta se abrindo e Riley entrou.

— Deus, ele continua gato — Eu o admirei. Todos os seus cabelos tinham ficado brancos e por mais que seu rosto tivesse linhas de expressão, seu sorriso ainda era jovial. Reparei o silêncio de Zeke — Oh, foi mal. Não dizer o nome de Deus em vão.

Seu olhar me deu certeza de que eu estava certa.

— Onde você estava? — Perguntei com a voz séria.

Riley pôs a sua bolsa no chão e me encarou cansado.

— Você sabe. Estava na monitoria.

Coloquei as mãos na cintura e comecei a bater o pé.

— Com a Candice?

Ele se sentou no sofá e passou as mãos por seus cabelos.

— Sim, Júpiter — Ele me olhou com desdém — Ela é a minha aluna da monitoria, então eu estava com ela.

Olhei para Zeke.

— Traída, abandonada e ciumenta — Bati palmas rapidamente — Meu futuro só parece melhorar. Acho que vou ficar com vinte e sete gatos e ser feliz.

— Gatos são fofos. — Zeke comentou descontraído.

— Sim, são. Mas vinte e sete? — Balancei a cabeça — Nem ferrando.

— Riley, estou sentindo o cheiro do perfume daquela vagabunda daqui. Precisava mesmo ficar tão perto dela?

Riley levantou e bufou.

— Não discutirei com você, Júpiter.

Dei um meio sorriso.

— Oh, vai sim — Caminhei em sua direção e segurei seu pulso com força, forçando-o a me encarar — Por que você tinha que escolhê-la? Aposto que o decote dela é maior que o cérebro. Aposto que minha unha é maior que o cérebro dela.

Riley se soltou e me olhou com raiva.

— Júpiter, estou cansado dos seus ataques de ciúmes desnecessários — Arregalei os meus olhos e me preparei para retorqui quando ele me interrompeu — Queria muito que déssemos certo, porém desse jeito não vejo como isso pode acontecer. — Ele se abaixou, pegando a bolsa e saiu da sala.

Deixando-me totalmente em choque.

— Tire-me daqui — Pedi para Zeke.

Ele nem questionou. Quando dei por mim estava de volta ao quarto vazio. Por um segundo fiquei curiosa para saber quanto tempo havia se passado desde que eu tinha sido atropelada. Na verdade, tinha até me esquecido que tinha sido atropelada e tudo o que tinha ocasionado isso. Encarei o anjo, curiosa, mas sabia que só poderia voltar quando tomasse uma decisão.

— Está preparado para o próximo? — Questionei.

— Porque não estaria?

Ergui uma sobrancelha, reprimindo um sorriso.

— Porque meu segundo namorado tinha uma profissão bem interessante — Ele ficou parado esperando — Seth Riddler era stripper.


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Notas finais do capítulo

Ansiosas para o stripper? kkkkkk