Encontrando o Amor escrita por Thamires Dias


Capítulo 21
Capitulo Vinte e Um




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619454/chapter/21

Assim que entrei no carro para ir à escola, recebi uma mensagem da Kyara, e dou um sorriso, ela brava é muito mais excitante do que o normal. O caminho todo eu fico pensando nela, ultimamente ela não sai da minha cabeça, eu não quero admitir o que está na cara. Assim que chego à escola, Carla vem falar comigo.

– Bom dia, Rick. - ela me dá um abraço.

– Bom dia, cadê o roqueiro? - eu pergunto enquanto vamos em direção ao nossos armários.

– A gente não está mais juntos. - ela diz.

– Você não parece muito triste.

– Não estou triste. Ele me ajudou muito, na verdade nem chegamos a namorar, ele apenas me queria por perto, e eu a ele. - ela diz sorrindo.

– Não entendi. Então por que ficou tanto tempo longe? - eu pergunto.

– Porque eu estava desintoxicando de você. - ela diz simplesmente.

– Desculpa, eu não queria te magoar. – eu digo e ela sabe que é verdade.

– Eu sei. Sabe por que eu tinha tanta raiva da Kyara? - ela diz enquanto entramos na sala, e nos sentamos em nossos lugares. - É porque ela sempre te atingia de um jeito que eu nunca consegui. Ela entrava na sala sua atenção era toda dela, se ela estava em alguma festa você reparava tudo. Ela sempre te atingiu, e você nunca percebeu.

Quando ela diz isso, eu percebo o quanto é verdade. Nem eu tinha percebido que prestava atenção em tudo que a mimadinha fazia, mesmo eu dizendo que ela era fútil e completamente falsa, eu sempre percebia tudo que ela fazia.

– O engraçado é que você só percebeu isso agora. Só espero que não fique muito meloso, você sabe, tipo aqueles príncipes da Disney.

Nós dois rimos, Ben entra na sala emburrado, o que nos faz parar de rir.

– Que droga. - ele diz enquanto se senta na minha frente. - Carla, a mulher que se diz nossa mãe, quer marcar um almoço entre nós e o Keller pai.

– Qual a surpresa? Nós sabíamos que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. - ela simplesmente respondeu.

– Que história de Keller pai, é essa? - eu pergunto, já que estou boiando.

– Sua nova namoradinha não te contou? - Ben disse agressivamente.

– Ela não contou porque ficou sabendo ontem por mim, que o pai dela e a nossa mãe estão saindo. - Carla responde, dando um tapa na cabeça de Ben.

– O que? O pai da Kyara e a mãe de vocês? - eu digo realmente surpreso, mas quando Carla vai responder, eu recebo um tapão na cabeça.

– Becker, seu imbecil. - Kyara surgiu do nada, e está na minha frente.

– Hey, baby. O que foi isso? - eu digo, esquecendo que a chamei do apelido, os dois amigos delas estão lá na frente de boca aberta, assim como os poucos alunos da nossa turma estão, Ben está paralisado, e Carla sorrindo.

– O.Que.Voce.Tem.Na.Cabeça? - ela diz pausadamente, e me dando tapas.

– Ou pode parar. - e digo cansado de apanhar, me levanto e seguro os pulsos dela.

– Parar? Você adiantou meu relógio em uma hora, eu cheguei na escola 7h30 da manhã.

– Você não fez isso! - Sam e Gui dizem ao mesmo tempo, e logo estão do lado da Kyara.

– Kyara, para de pirraça. Se eu não fizesse isso, você estaria levando uma bela de uma suspensão. Então em vez de me bater pode me agradecer, só estou tentando te ajudar, é o que eu achei devia fazer. - digo após de soltar seus pulsos.

– Que eu saiba definição de namorado é: aquele que expressa amor, que é cortejado, não que enganar a própria namorada. - ela diz sem pensar, porque assim que acaba percebe que acabou de gritar pra turma toda que estamos namorando, ela me olha com os olhos arregalados, e dá um tapa na própria cabeça.

– Espera aí, Kyara você está namorando o Becker? - a sua amiga entra na frente dela e grita. A turma está toda quieta, e apenas Carla e Gui está sorrindo, enquanto Ben e Sam estão nos fuzilando com os olhos.

– Como você não me contou isso. Eu sou sua melhor amiga, ou melhor, eu achava que era? - Sam grita pra Kyara.

– Claro que você é minha melhor amiga, Sam. - ela responde, enquanto Sam sai da sala empurrando todo mundo. - Sam, volta aqui.

– Ei deixa isso quieto, depois vocês conversam. - o Gui tenta ajudar Kyara.

– Droga! Eu não queria que ela soubesse assim. Isso é tudo culpa sua, sabia Rick?

– Minha? Você tá louca, Kyara? - eu digo surpreso. Onde fui arrumar essa namorada maluca?

– É sim, se você não tivesse tido essa ideia louca de me ajudar, nada disso iria acontecer. - ela diz.

– Na verdade, nada disso aconteceria se você não gritasse pra turma toda, que estamos namorando. - eu digo, emburrado também.

– Caralho, vocês dois são inacreditáveis. Param de graça os dois. - Carla se levanta e entre no nosso meio. - Rick, você deveria deixar a Kyara se fuder, se ela quer chegar atrasada e se ferrar o problema é dela.

– Viu ela me entende. - Kyara logo concorda, mas ela para e diz. – Também não é assim, eu realmente não quero me ferrar.

– E você Kyara, - Carla se vira pra frente dela. - Se Rick fez isso, é porque ele se preocupa contigo, sua bobinha.

– Sou obrigado a concordar com a Carla. - diz o Gui se metendo também. - Kyh, você sabe que está exagerando. O que o Ricardo fez foi te ajudar, e você fica fazendo pirraça.

– Okay, culpa do meu humor matinal junto com minha histeria. - Kyara diz de má vontade. Ela pega minha mão, e me puxa, e saímos da sala e paramos no corredor.

– Desculpa, eu sei que eu fiz merda. É só que eu não estou acostumada que me desafiem ou que cuidem de mim. - ela diz fazendo uma careta. - E você faz exatamente os dois, desde o começo você me desafia, me faz pensar se realmente eu estou certa e ao mesmo tempo você se importa, você me escuta, e quer cuidar de mim.

– Ei, é o meu jeito. Eu cresci sabendo que teria que ser responsável pela minha mãe, ao mesmo tempo isso faz com que eu, que eu queira cuidar de quem eu am.. - eu paro na hora, eu quase disse que a amo? Rapidamente me recupero e emendo. - que eu gosto. É por isso que eu quero cuidar de você, porque eu realmente gosto de você.

– Então você me desculpa? - ela diz me puxando, e me beijando.

– Claro que sim. - eu digo a abraçando. - eu só não confio em você, pra guardar um segredo.

Nós dois rimos, e então vamos pra sala e a professora já está lá e quase nos mata com um olhar, mas deixa a gente entrar, já que acabou de chegar também. Kyara senta em seu lugar, e eu vou pro meu. Ben está me ignorando, e Carla com a cara de deboche. Fico olhando como ela fica mexendo no cabelo, como franze a testa quando está com dúvida, ou como coloca o dedo no lábio quando sabe a resposta, parece que eu sei cada movimento dela, e percebo que estou realmente apaixonado por ela. E agora basta saber se ela também está, porque apesar de nos darmos bem, eu ainda tenho minhas dúvidas.

Quando o sinal do intervalo bateu, Sam saiu na frente e Kyara logo foi atrás. Olho pra trás e vejo Ben ainda com a cara fechada, quando tento falar ele apenas sai andando, junto minhas coisas e vejo Gui parado na minha frente.

– A Kyara pediu pra avisar que vai demorar com a Sam no banheiro. – ele avisa e vai se virando indo pra porta.

– Guilherme, espere. – eu digo e Carla vem andando comigo. – Por que a Sam não gosta de mim? Será que ela vai convencer a Kyara de que não deve ficar comigo?

– Primeiro ninguém consegue convencer a Kyara a fazer algo que ela não queira. – ele diz. – E segundo, a Sam já desconfiava. Ela está com raiva, pois a Kyh não contou para ela sobre o namoro.

– E você? Não está com raiva? – Carla perguntou.

– Não, nem um pouco. Eu já desconfiava de vocês dois, só que ela nunca quis contar e eu aceitei, tem coisas que a gente não precisa contar. – ele fala e eu sorrio. Gostei desse cara.

– Que tal irmos para o refeitório? – eu digo.

– Vamos sentar todos juntos? – Carla pergunta. – Ben vai ter um treco, acho melhor você conversar com ele primeiro, depois juntamos os amigos da sua nova namorada com a gente.

– Concordo com ela, Rick. Parece que o irmão dela iria surtar se isso acontecesse hoje, Sam também. Acho que vocês devem dá um passo de cada vez. Tchau gente.

Ele vai em direção ao banheiro que provavelmente Sam e Kyara estão discutindo ou conversando. Carla e eu vamos direto para o refeitório. Procuro o Ben, mas não o acho, até que o vejo com Luana. Vou até lá, e caminhando percebo que todos estão falando de mim e da Kyara. Essa escola adora uma fofoca.

– Ben tem como a gente conversar? – digo quando chego à mesa que ele está.

– Não quero conversar contigo. – ele responde ríspido.

– Sim, você quer. – eu digo, e o puxo pelo braço e por fim ele aceita e vem andando comigo.

– Qual o seu problema? – ele diz assim que chegamos perto de nossos armários.

– Meu problema? Desde quando você fica com raiva de quem eu fico? – eu pergunto, eu conheço meu amigo há muito tempo, e sei que não é isso que o está incomodando.

– Ela é filha do namorado da minha mãe, tem noção o quanto é estranho. – ele responde na defensiva.

– Eu realmente não sei se acredito que é esse o motivo, Bernardo. – eu digo e encosto-me ao armário.

– Okay, não é esse o motivo. Só que... o pai dela... Quer saber, deixa para lá.

– Se não quer me contar, tudo bem. Só te peço uma coisa, não a trate mal por que realmente gosto dela, quero ficar com ela e não quero ter que escolher entre meu melhor amigo e a garota que eu gosto.

– Por que teve que gostar logo dela? – ele pergunta revoltado. – Okay, eu não vou criar caso, mas que vai ser estranho andar com ela e com seu amigo lá, eu tenho certeza.

– Você sabe que com ela vem os dois amigos dela, né? – eu explico, e não deixo de perceber que ele só falou do Guilherme.

– Lógico que sei, só quero ver se isso vai dá certo.

– Rick? Achei você. – Kyara vem andando com os dois amigos ao lado em nossa direção.

– Oi baby. – eu respondo, ela chega e me dá a mão.

– Sam esse é o Ricardo, um cara super gente boa e irritante, meu namorado. – ela diz apontando pra mim e olhando para a amiga, e então sorri e olha pra mim. – Rick essa é a Sam, uma garota meio louca, mas que tem um coração enorme, e irritante também, mas é minha melhor amiga.

– Olha vocês dois já tem algo em comum, são irritantes. – Guilherme diz rindo, e Sam lhe dá um soco no braço. Enquanto vejo Ben o encarando, e desviando o olhar.

– Desculpe pela ceninha na sala, eu realmente fiquei com raiva por ela não ter me contado sobre isso. – Sam diz, e então estende a mão. – Ela me contou tudo, e eu só posso te agradecer. Já que se você não estivesse lá, só Deus sabe o que aconteceria.

– Contou o que? Estivesse onde? – Ben pergunta.

– Não é coisa minha pra contar, se quiser saber a Kyara que pode contar. – eu repondo, e pego a mão da Samantha. – Eu também fico feliz por ter estado lá, e não precisa pedir desculpas. Eu que quis fazer isso de namoro escondido, pois nós dois tínhamos acabado de terminar um namoro. Mas a bomba já foi solta e todos estão falando.

– Eu não me importo, estou cansada de prestar atenção aos que os outros pensam ou falam de mim. – Kyara diz emburrada, Sam e Gui dão um sorriso.

– Kyara, o meu amigo Ben quer falar com você. – eu digo dando um tapinha nas costas dele.

– Quero? Quer dizer, eu quero. – ele fala depois que dou um olhar pra ele. – Olha desculpe por ontem e desculpe por hoje, às vezes sou meio estupido e falo sem pensar. Se o Rick está com você, e até minha irmã está numa boa com isso. Não serei eu a fazer caso.

– Está desculpado, eu realmente achei que você iria me matar ontem. – ela diz rindo.

Depois vamos para sala e terminamos de assistir as aulas e assim que bateu o sinal, eu espero Kyara terminar de juntar suas coisas e saímos juntos. Da sala até fora da escola nós podíamos escutar que estavam falando de nós dois.

– Esse povo daqui é ridículo mesmo. – ela diz assim que chegamos ao seu carro.

– É só ignorar, amanhã terá uma nova fofoca e eles se interessarão por outra coisa.

– Eu realmente não queria que todos soubessem assim, eu sou muito idiota. – ela fala baixinho.

– Sim, você é muito idiota. – eu digo sorrindo e a puxo pela cintura. – Mas também é a garota mais gostosa que conheço.

– Você é rápida em Kyara. – eu fico tenso assim que escuto a voz dele. – Sabe eu fiquei sabendo pelos meus amigos que minha namorada estava com o pegador da escola. Quanta consideração em.

– Eu não sou sua namorada. – ela responde, mas então eu vejo que ela está com medo.

– Kyara, vai pra casa. – eu peço, e lhe dou um beijo estalinho. – Eu quero conversar com o Hugo.

– Isso Kyh, faz o que o namoradinho novo está pedindo. – ele diz irônico.

– Promete que por mais que ele merecer, você não vai arrumar briga com ele. – ela pede nervosa.

– Eu não vou brigar com ele, já fiz isso no outro dia. Eu só quero conversar com ele. Eu prometo. – eu digo, e ela assente com a cabeça e entra no carro.

– Enfim sós. – Hugo fala sorrindo. – Eu queria te avisar que...

– Você não vai me avisar nada. E que vou, e lá vai. – eu digo, e então me aproximo dele, e o puxo pela camisa. – Se você se aproximar, mandar flores, ou olhar para Kyara novamente, eu irei à polícia e contarei que você quase a estuprou.

– Você não tem provas. – ele responde confiante.

– Além do roxo no braço da minha garota, tem o fato do seu pai ser um grande empresário, e se eu for à impressa, será que ficaria bonito essa manchete: “Filho do famoso empresário é acusado de tentativa de estupro”. Que tal? – eu ameaço, e ele recua.

– Okay, prometo não chegar perto dela. – ele responde, e então se vira e vai embora, mas vejo quem entra no carro dele, Patrícia olha para mim, sorri e acena para mim.

Cheguei à oficina e Joe já me deu um carro para arrumar o motor, e eu fico quase a tarde toda nisso. Quando já está na hora de eu sair, Joe veio falar comigo.

– Rick eu posso falar contigo um tempinho?

– Claro, o que ta pegando? – pergunto, enquanto lavo minha mão que está com graxa.

– É que eu terei que viajar para ver minha mãe que mora no interior, e não quero fechar a oficina, então gostaria que você cuidasse dela. Você poderia chamar aquele seu amigo que já fez uns bicos aqui, pra te ajudar. – ele pede.

– Pode ser, mas e o dinheiro pra ele? – eu pergunto pois conheço meu amigo.

– Dividem o dinheiro entre vocês. Só deixam o necessário para que eu pague as contas da oficina. Vou ficar lá uma semana.

– Está tranquilo, dá pra levar numa boa. – eu digo, e então pego minhas coisas e ele me dá as chaves e eu vou para casa.

Ao chegar em casa, vejo o carro da Kyara estacionado. Eu coloco o carro na garagem, e entro em casa. Minha mãe está rindo e comendo enquanto Kyara continua contando sua história.

– Sério, ele adiantou meu relógio. E eu surtei quando cheguei no colégio e a sala estava vazia. Então quando o vi...

– Ela gritou para turma toda que estávamos namorando. – eu completo e ela sorri surpresa.

– Não sabia que tinha chegado. – ela diz sorrindo sem graça. – Eu passei aqui para te chamar, minha mãe quer te conhecer.

– Não tem problema. Oi mãe. – eu digo, fechando a porta e indo dá um beijo na minha mãe. – Que dia que é pra ir à sua casa?

– Pode ser final de semana, só tem um detalhe, meu pai também quer te conhecer. E ele com certeza é pior que minha mãe. – ela diz mordendo o lábio.

– Posso imaginar, que dia que vamos à casa do seu pai?

– Huum, sexta. – ela diz, e eu gemo interiormente. Falta dois dias, mal começamos e já tenho que conhecer o pai dela. – E a mãe do Ben e da Carla estará lá.

– Menos mal, adoro a mãe deles. – eu digo, e sento ao lado da minha mãe depois de arrumar minha comida. – E sim, baby, vou conhecer seu pai, só não vou fazer a palhaçada de pedir em namoro e essas coisas.

– Não precisa, meu pai não liga pra essas coisas. E eu vou conversar com ele.

Eu terminei de comer, e depois coloquei minha mãe pra dormir, e ficamos um tempo na varanda da minha casa, conversando e se curtindo, até que namorar essa patricinha não está sendo tão ruim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Encontrando o Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.