Hugo então foi em direção ao Rick que facilmente se desviou, e o atingiu com um chute na costela.

Hugo tombou e Rick bateu nele com mais chutes. Quando Rick fez uma pausa, e se virou pra me ajudar, Hugo soltou um rugido e correu contra ele com a cabeça baixa. Ele pegou bem no estômago e Rick dobrou, agarrando seu estômago soltando palavrões em agonia. Na mesma hora meus ferimentos foram esquecidos e eu corri para o seu lado para ajudá-lo a se levantar, mas Hugo me puxa pelos cabelos e me empurra para o lado.

– Você fica de fora disso! Eu vou comer você em breve. - ele diz, me olhando com cobiça, eu choro de dor e caio no chão novamente.

– Não, não, não! - eu grito quando percebo que Rick não estava reagindo, nem se movendo. Ele tinha que estar bem. Por favor, Deus, deixe-o ficar bem.

Mais quando Hugo voltou a vir em minha direção, vi Rick se levantando devagar e ir direto para as costas de Hugo, eu gritei quando ele bateu no Hugo, empurrando-o de volta para baixo cada vez que ele tentava se levantar. Parecia que ele estava indo quebrar cada único osso do corpo do Hugo. E eu sei que ele não pararia até que Hugo estivesse acabado.

– Rick, está tudo bem. Você pode parar agora. - eu digo me levantando, e parando ao seu lado, mas Rick não para de bater nele.

– Ele está inconsciente. Deixe-o. - digo de novo, e então me abaixo e o abraço, e ele me puxa pro seu colo. Nós ficamos assim por vários minutos até que sua respiração voltasse ao normal. Essa ligação que temos é tão anormal que eu me preocupo em como podemos sentir algo tão forte assim, enquanto estamos abraçados nossas respirações acalmam assim como as batidas dos nossos corações. Ele se afasta, e me olha.

– Deixe-me levá-la pra casa. - Enquanto alisava para trás meu cabelo.

Eu tentei falar, mas minha voz estava presa na garganta quando olhei pra ele, meus olhos se encheram d'água. Hugo gemeu atrás de mim e eu percebi que ele estava acordando, eu só consegui sentir medo, pavor e não por mim e sim pelo Rick que poderia fazer alguma besteira se Hugo o provocasse novamente. Rick me levantou, e colocou seu casaco em mim, foi quando eu percebi que estava sem meu casaquinho, e minha blusa estava rasgada na barriga, vesti seu casaco, ele segurou minha mão e me levou pro seu carro.

Nós dois não falamos nada desde que entrei no carro, eu ainda estou tremendo, e só consigo olhar pra janela.

– Você quer que eu te leve pra casa? - ele pergunta, e eu nego com a cabeça. Se eu chegar assim em casa, minha mãe vai ficar louca, e eu vou ter que admitir que sou uma idiota.

– Prefere ir para minha casa? - ele pergunta sem olhar pra mim. Apenas aceito com a cabeça, e continuo olhando pra janela.

– Pode me dá seu telefone? - ele diz, eu pego meu celular no bolso e o entrego. Não quero saber pra que ele quer o celular.

Assim que chegamos em sua casa, ele me leva pra cozinha e me oferece um copo d'água.

– Você quer alguma coisa para comer? - eu sacudo a cabeça, mas não o olho. Não consigo nem olhar pra ele.

– Quero te perguntar uma coisa, okay? E eu não quero que tenha medo de me dizer a verdade. - ele olhou direto em meus olhos. - Quando eu cheguei lá, você estava no chão com ele em cima de você. Ele fez alguma coisa? Eu quero que você seja completamente honesta comigo.

Eu pisquei rapidamente enquanto mais lágrimas vieram aos meus olhos.

– Não, ele não fez nada. - eu disse finalmente.

–Você quer ir para o hospital ou relatar isso à polícia? - ele perguntou, eu balancei a cabeça de novo.

– Ele me deu um tapa, e me apertou, mas ele não teve nada mais do que isso. Eu realmente não quero dizer a dez pessoas diferentes sobre isso. Eu quero esquecer que eu gostei de um traste como ele, que eu achei que ficávamos perfeitos juntos. Eu só quero deixar isso para trás e esquecer tudo.

– Tem certeza que você não quer informar a polícia sobre isso?

– Tenho certeza, Ricardo. - Eu o assegurei. - Podemos, por favor, ir até seu quarto e dormimos? Eu estou tão exausta.

Tomando-me pela mão, ele me conduziu o caminho para o corredor. Eu apenas fiquei em silencio, infelizmente me lembrei da última vez que eu estive aqui, e mais lágrimas caíram dos meus olhos. Ele acendeu a lâmpada de cabeceira. O brilho iluminou o quarto, ele tirou algumas roupas que estavam na cama, limpou um pouco a bagunça do chão, esticou o lençol, pegou um edredom e me olhou.

Fui até sua cama, tirei minhas botas, fechei o zíper do seu casaco, e como batia nas minhas coxas, tirei a minha calça sem se preocupar se ele veria algo, e me deitei na cama, e me cobri.

– Posso arranjar-lhe alguma coisa? - ele perguntou, se sentando na cama, e fazendo um carinho em meu rosto.

– Não, eu só quero dormir. - Eu sussurrei, Rick estudou meu rosto e então olhou para baixo em minha boca. Queria tanto que ele me beijasse, e dissesse que iria ficar comigo, mais em vez disso, ele se levantou, pegou um travesseiro e outro edredom.

– Tudo bem, você pode ficar com a cama. Vou pegar um travesseiro e dormir no chão. - ele disse, e se virou pra sair.

Eu não queria ficar sozinha, eu queria que ele me abraçasse, e cuidasse de mim, eu o queria ao meu lado, para me confortar.

Eu dei um tapinha no espaço vazio ao meu lado e pedi:

– Durma comigo. - pedi, então eu dei um tapinha no espaço vazio ao meu lado, ele sabia que minhas palavras não tinham nenhum duplo sentido ou insinuação sexual. Ele apenas tirou sua camisa, e sua calça, então apagou a luz, e se deitou do meu lado, coloquei minha cabeça em seu peitoral, e me aconcheguei, e consegui me sentir segura, pois eu sempre me sentia assim com ele.

Esse tempo separado me machucou muito mais do que imaginei, eu senti falta de demais, apesar de termos tido apenas poucos meses de amizade, e meio que pegação também, ele me mostrou como realmente era, eu sabia desde o começo que Rick não tinha nada com Carla, mais a fama dele era mais forte que tudo e eu sempre ficava me lembrando de como ele poderia ter quem quiser. E com tantos pensamentos e lembranças acabei dormindo.