–Mãe?! –gritei.

–Shiu. Ela só está dormindo, querida. –meu pai falou bem baixo.

–Ah, graças a Deus. –suspirei aliviada.

–Pai, o que iremos fazer em relação a o que está acontecendo lá fora?

–Ordenei aos guardas que tirassem todos de perto das entradas do palácio, mas não sei ao certo o que a imprensa conseguiu fotografar ou filmar.

–Fez bem... Mas quem será que contou à imprensa? –perguntei receosa.

–Com certeza foi um dos selecionados. Ninguém que trabalha no palácio vazaria com uma notícia dessas. –ele tinha certeza do que falava. Eu sabia que havia sido um deles, mas não queria acreditar

–Temos que descobrir quem foi... Eu não posso me casar com alguém que nos traiu desse jeito. –pensei alto, até demais.

–Então você decidiu se casar... Você não sabe o quanto estou feliz minha filha. Eu sei que você pode encontrar alguém tão bom para você quanto sua mãe é para mim.

–É verdade que você decidiu se casar, meu amor? –minha mãe disse baixinho, havia acabado de acordar.

–Sim, sim mãe... Acho que tenho vontade de viver um amor bonito como o de vocês. –desabafei. Ambos sorriram e se entreolharam como se já soubessem do que eu havia dito.

–Fico muito feliz minha filha, será muito bom para você.

–Acho que você está certa. Mas não tenho nenhuma paixãozinha ainda ok? -todos rimos.

–Pai, você quer que eu fale com os rapazes?

–Claro minha filha, mas quero estar com você. É um assunto bem sério.

–O que aconteceu? –perguntou minha mãe, confusa.

–Alguns jornalistas e alguns fotógrafos tentaram entrar no palácio, mas não foi nada demais.

–Isso foi por minha causa não é? Quem avisou a imprensa? –ela começou a ficar seria e preocupada.

–Você não precisa se preocupar com nada amor, eu e Eadlyn vamos resolver porque parece que algum dos selecionados.

–Que péssimo... podem ir resolver isso, só chamem a Lucy e a Marlee para ficarem comigo, por favor.

–Os meninos devem estar no Salão dos Homens. Pedirei para uma criada que os avise que terão um encontro com o rei e a princesa em 10 minutos. Tudo bem pai? –resolvi.

–Está ótimo minha filha. Agora eu preciso conversar com o capitão Leger, depois do episódio de hoje me parece que nosso sistema contra invasões está com problemas. Te vejo em 10 minutos, filha. Descanse, America. –ele disse e despediu de nós duas. Me deu um beijo na testa e um na boca da minha mãe.

–Amada, você está bem? –minha mãe perguntou.

–Estou sim, mãe. Porque? –achei um pouco estranha a pergunta.

–Sua Seleção continua acontecendo e eu aqui dando mais problema pra vocês... –ela abaixou a cabeça.

–Claro que não mãe. Não fale uma coisa dessas. Minha seleção pode esperar, os rapazes com certeza entenderão se eu ficar um tempo sem sair muito com eles. Eu não vou parar a Seleção, só vou dar mais importância para você. E se algum deles não quiser esperar, eles podem sair a qualquer hora. Você é muito mais importante que a Seleção.

–Obrigada minha querida, você é muito boa pra mim. Mas eu não quero atrapalhar você, você tem que trabalhar e sair com os garotos...

–Eu vou arrumar um jeito de dividir o tempo que não estou com você com o resto dos afazeres, não precisa se preocupar.

–Tudo bem, só tente não se atrapalhar muito. –ela estendeu a mão e eu a segurei. Ficamos um tempo sem falar nada então quando olhei ela já havia dormido novamente.

Preciso descobrir quem vazou com a notícia do ataque cardíaco de minha mãe. Mas como eu vou descobrir? Não faço a mínima ideia de quem pode ter sido. E o que eu vou fazer com a pessoa que fez isso? Na Seleção de meu pai a srt.Marlee e o sr.Carter tiveram as mãos chicoteadas... eu não teria coragem de fazer com que um dos meus selecionados passassem por algo assim.

–Eadlyn? –Srt.Marlee entrou no quarto seguida da Srt.Lucy.

–Oi Eadlyn, viemos ficar com sua mãe para você resolver seus assuntos com seu pai, ele está te esperando no corredor do Salão dos Homens. –explicou Lucy.

–Tudo bem, obrigada por ficarem com ela... eu volto logo que resolver as coisas. Me avisem se algo acontecer ok?

–Ok. Pode demorar o quanto precisar lindinha, sua mãe vai ficar bem conosco. –Marlee falou e Lucy concordou com a cabeça.

–Muito obrigada, fiquem com Deus. –disse deixando o quarto. Agora começaria uma busca.

***

Encontrei meu pai perdido em pensamentos em frente ao Salão.

–Vamos entrar pai?

–Sim... –havia uma criada perto da porta e meu pai a chamou- Oi, você poderia nos anunciar aos rapazes? Não quero entrar de supetão. –a criada fez que sim com a cabeça e entrou no Salão.

Entramos pouco logo que ela saiu. Assim que entramos todos os olhos estavam em nós. Todos tinham cara de estarem muito nervosos. Será que eles sabiam quem havia mandado?

–Bom dia rapazes, viemos resolver um assunto um tanto quanto sério. –eu disse cuidando para que a pena que estava deles não aparecesse em minha voz.

–Exatamente. Todos vocês sabem do que aconteceu com a rainha, certo? –todos concordaram com a cabeça- E espero que vocês também saibam que é de extrema importância que, enquanto na Seleção, vocês não podem contar para ninguém sobre nada que escutaram ou viram da Família Real. Vocês sabiam disso, certo? –novamente todos concordaram com a cabeça, eu percebia que a cada segundo eles ficavam mais nervosos. – todos vocês balançaram a cabeça afirmativamente, mas sabemos que um está mentindo. Todos os trabalhadores do palácio são de extrema confiança e sabem o quanto fazer uma coisa dessas pode trazer problemas. Nós vamos descobrir quem fez isso, e se nenhum de vocês se apresentar culpado ou nos contar algo que saibam nossas conversas podem não ser muito amigáveis. Isso foi uma traição à Realeza de Illéa, quem a fez não sairá impune. –meu pai terminou de falar e observou os garotos.

–Só precisamos que vocês cooperem, isso é muito sério... –eu os observei também. Fox tremia e suava frio.

Comecei a prestar atenção no burburinho que vinha do canto direito. Erik e Henri, Erick parecia nervoso. Mas provavelmente era porque ele tinha que falar enquanto todos estavam preferindo o silêncio.

–Se não se sentem confortáveis falando no meio dos outros podem pedir para suas criadas de confiança que me entreguem algum bilhete para nos encontrarmos, eu e Eadlyn estaremos no escritório pela tarde. Espero mesmo que algum de vocês tenha coragem o suficiente... –meu pai disse e saímos do Salão.

***

Passamos no quarto da minha mãe antes de irmos para o escritório.

–Como foi com os rapazes? –minha mãe perguntou assim que entramos. –ela estava jogando damas com a Srt.Lucy enquanto a Srt. Marlee folheava uma revista esperando sua vez de jogar.

–Acho que eles ficaram um pouco assustados com o rei aqui –eu ri e encostei no braço de meu pai.

–É bom que fiquem mesmo, não? –ele me deu um sorriso nervoso.

–Vocês acham que eles sabem quem foi? –questionou Lucy.

–Eu não acho que saibam. Se isso foi intencional, a pessoa não falaria com ninguém que cometeu esse crime... –disse.

–E o que vocês vão fazer com a pessoa quando descobrirem quem foi? –perguntou Marlee, ela tinha tristeza no olhar.

–Não pensei nisso ainda. –respondeu meu pai. Ele ficou nervoso com essa pergunta. Espero que ele não opte pelo mesmo que ele julgou certo com os Woodwork.