Castelo de Vidro escrita por Purple Sparkle


Capítulo 4
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo recém saído do forno. Boa leitura :)



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# Narração Anna Júlia (ON):

Cheguei em casa e fui direto para o escritório avisar minha avó que já tinha retornado. Ela fez um sinal dizendo entender meu aviso é assim me retirei.

Enquanto ia em direção ao meu quarto passei por uma porta e fui pega pela curiosidade, desde que eu tinha me mudado nunca tinha parado pra explorar a casa, somente tinha transitado entre a sala de jantar e o meu quarto, o último lugar que fui foi o escritório, mas para encontrá-lo necessitei de uma pequena ajuda do Sr. Matias.

Abri a porta e percebi que tinha um piano de calda preto lindo, me lembrei vagamente da época que eu tocava e isso começou a me sufocar, tranquei todas as minhas lembranças e vontades e assim saí dali correndo.

# Narração Anna Júlia (OFF):

# Narração Angela (ON):

– Carlos, você precisa conversar com a sua filha. Acho que você errou em mandá-la pra cá... Não é que eu não goste de tê-la aqui é só que você é o pai e precisam se resolver. Ela precisa de você!

– Mamãe, não adianta... Eu não vou mudar de ideia. Não acredito que ela já te dobrou, sabia que não deveria ter te escutado e sim tê-la mandado pra um internato na Suíça como a Miriam sugeriu, bem que ela me alertou que você não conseguiria domar a Anna.

– NÃO ME INTERESSA O QUE A MIRIAM DISSE E OUTRA VOCÊ NÃO IRÁ MANDAR NINGUÉM PRA INTERNATO NENHUM. ELA FICARÁ AQUI E PONTO!

Desliguei o telefone e procurei meus calmantes, meu filho realmente está cego por essa mulher.

# Narração Angela (OFF):

# Narração Miriam (ON):

Acabei de chegar do SPA e estou me sentindo revigorada, principalmente depois dos últimos acontecimentos. A peste tá longe com a velha sendo punida, sei que ela não tá tão longe como eu gostaria, até porque queria mandá-la pra Suíça ou talvez quem sabe pra Sibéria, mas a velha alegou que um internato não melhoraria as coisas.

Vi que Carlos estava no sofá tomando whisky e ele pareceria estressado, logo pensei no pior, será que eram problemas na empresa?

– Meu amor, o que foi?

– Nada querida, somente a minha mãe, sabe como é... - ele suspirou.

– O que aconteceu com ela? - fingi um susto, ele tem que achar que me importo com aquela velha mórbida.

– Anna Júlia já conseguiu dobrá-la. Você estava certa o tempo todo, tínhamos que a ter mandado para o internato.

– Calma querido logo logo ela verá quem realmente a Anna é e no fim concordará conosco. - disse pedindo a Deus que a velha um dia venha a concordar conosco.

– Espero que sim...

Droga mil vezes droga! Essa velha ainda vai me atrapalhar. É impressionante como sempre têm algum empecilho no meu caminho. Primeiro foi a estúpida da Clara, ela se casou com o Carlos e teve essa peste, mas finalmente ela tá longe e não vai voltar, segundo tem a peste da Anna Júlia, mas essa mandei pra casa da velha mórbida e agora pra fechar com chave de ouro a velha mórbida vai acabar se metendo onde não foi chamada. Isso deve ser carma, até porque não é possível. Com carma ou não nada vai me impedir de concluir os meus objetivos.

# Narração Miriam (OFF):

# Narração Nathaniel (ON):

Não consigo me focar em nada desde a pool party da Lara, as cenas se repetem constantemente e cada vez mais me sinto enlaçado e enfeitiçado por ela.

Irônico é que quando quero vê-la ela some. Anna Júlia desapareceu depois daquele showzinho que o Miguel armou, no começo achei que foi uma ilusão da minha cabeça, mas depois de escutar os burburinhos confirmei que tudo foi real.

Pego o meu violão e começo a tocar "Apenas mais uma de amor" do Lulu Santos.

Eu gosto tanto de você

Que até prefiro esconder

Deixo assim ficar

Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça

E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso

De ser abstrato, baby

A beleza é mesmo tão fugaz

É uma ideia que existe na cabeça

E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza

Pois que seja fraqueza então

A alegria que me dá

Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso

Caberá só a mim esquecer

O que eu ganho, o que eu perco

Ninguém precisa saber

Quando termino a música meu celular toca, era o meu pai.

– Fala coroa! - disse rindo.

– Nathaniel, quantas vezes já te disse pra não me chamar de coroa?! - disse ele fingindo falsa raiva.

– Desculpa pai.

– Enfim... Quero te chamar pra jantar conosco. Eu, você, sua irmã e Marcela.

– Então pai... Nem rola... - tentei fugir do jantar, mas com toda certeza seria em vão o esforço.

– Nathaniel, sem desculpas. Passo pra te buscar em 30 minutos.

– Sim senhor. - disse derrotado.

Fui me arrumar para o tal jantar em "família", não é que eu não goste deles, mas digamos que possuímos uma relação esquisita. Sou o filho bastardo, meu pai e minha mãe tiveram um caso passageiro e minha mãe acabou engravidando, porém meu pai não sabia e meses depois meu pai engravidou a filha do grande empresário alimentício Pablo Espiñosa a dona Marcela Espiñosa hoje em dia Maldonado e teve que se casar com ela. Minha mãe resolveu não contar para ele sobre a sua gravidez, mas meu avô achou um absurdo e foi falar com ele e contar que ele teria um filho.

Desde sempre estudei em colégios de elite a mando do meu pai e tento manter no máximo uma convivência estável.

Sempre morei com o meu avô Francisco e com a minha mãe, mas já têm 3 anos que ela faleceu e desde então meu pai quer que eu more com ele. Já pensei muitas vezes em aceitar, mas sempre no fim desisto e não é por causa da Marcela, ela é um amor, muitas vezes ela me trata como se fosse seu filho. Eu desisto por causa da Melissa. Percebo que ela não gosta de mim, mas no fundo isso não importa.

Coloquei minha calça jeans escura, uma polo preta e meu all-star, passei meu perfume e já estava pronto. Deixei um bilhete para o meu avô avisando aonde ia e desci para esperar o meu pai no saguão.

Acho que só tento me enquadrar nessa loucura, porque no fundo eu sei que o meu avô tá certo. Eu preciso ter laços com o meu pai, afinal ele é a minha família.

# Narração Nathaniel (OFF):

# Narração Melissa (ON):

Vou jantar com os meus pais no meu restaurante favorito. Ele fica no Rotary Club e é italiano.

– Vamos! Vamos! - disse apressada.

– Calma filha, temos que buscar o Nathaniel.

– Como assim buscar o Nathaniel?

– Chamei ele pra jantar conosco. Por que algum problema, Melissa? - meu pai perguntou arqueando uma sobrancelha.

– Nenhum... Papai... - respondi cabisbaixa.

Não é que eu não goste do Nathaniel, mas parece que ele vai tomar o meu lugar, sabe sempre vejo o papai tentando trazer ele pra morar conosco e até a mamãe o trata como filho. Eu não quero ter que dividir a atenção da minha família com ele, gosto dele longe daqui!

# Narração Melissa (OFF):

# Narração Jennifer (ON):

A Anna faz falta aqui em casa, sem ela tudo parece tão mórbido, pelo menos na maior parte do tempo. Saudades das maratonas de séries e de filmes regadas a pipoca e refrigerante que rolavam nas madrugadas.

Ela sempre foi o meu modelo e minha inspiração, quero ser forte e decidida que nem ela.

* flashback (ON):

– Jen, me promete que você vai ficar bem enquanto eu estiver fora, você não vai chorar ok? Eu preciso de você forte tá bom? Eu sei que você consegue!

– Eu não vou conseguir... - eu chorava e soluçava - Não vai... Por favor...
– Ei pirralha... Eu vou, mas eu volto, isso pode demorar, mas te garanto que volto pra enlouquecer as monstras da sua mãe e da sua irmã! - ela disse rindo.

Naquele momento eu sabia que ela faria de tudo pra voltar e cumprir a sua promessa.

* flashback (OFF):

Fui em direção à cozinha, onde Dorothéia estava fazendo torta de limão, meu doce favorito.

– Nossa Dorothéia, agora sim você alegrou o meu dia.

– Por que menina? - ela estava curiosa.

– Torta de limão, Dorothéia!! - disse eufórica. - Sabe... To com saudades da Anna.

– Vixi menina... Não fala isso alto não, sabe que se sua mãe escuta isso vai dar problema, mas sabe... - ela suspirou. - Eu também to com saudades da bichinha danada.

– Deixa elas escutarem! Que se dane! Elas vivem falando que tão felizes aos 7 ventos e chegam a falar que a áurea da casa tá até mais leve, pra mim tá mais mórbida isso sim.

– Então para melhorar o clima pequena vamos finalizar essa torta de limão e fazer uma de maçã com geléia de damasco pra mandar pra bichinha danada.

– Ué como vamos fazer pra mandar a torta pra ela? - indaguei curiosa.

– Simples... Vou ligar pro Sr. Matias e pedir pra ele vir buscar a caixa rosa da bichinha danada que aposto que ela tá revirando tudo quanto é canto procurando ela e ai ele aproveita e leva a torta. - ela respondeu feliz da vida. - Agora... Aproveita e escreve um bilhete e fala tudo o que você sente pra mandar pra ela.

– Ok, vou escrever sim. Obrigada Dorothéia, você é o máximo. - a abracei forte.

Depois de separarmos a tal caixa e escrevermos os bilhetes o Sr. Matias veio buscar as encomendas.

Espero que a Anna goste da surpresa.

# Narração Jennifer (OFF):

# Narração Anna Júlia (ON):

Estava enlouquecendo e já tinha revirado todos os cantos possíveis e imagináveis atrás da caixa rosa, estava começando a não acreditar que a tinha deixado na casa do meu pai. Lá estavam algumas coisas de valor sentimental. Quando me dei por vencida escuto leves batidas na porta.

– Entra... - gritei sem cerimônias.

– Srta. Anna, lhe mandaram algumas coisas, elas estão lá embaixo na sala de jantar.

– Obrigada Sr. Matias.

Desci as escadas correndo e fui para a sala de jantar curiosa para saber que encomendas são essas. Quando cheguei nem acreditei, a caixa rosa estava ali, minha cara de alegria estava explícita, isso só podia ter dedo da Dorothéia, tenho que ligar pra ela depois agradecendo. Notei mais um embrulho é um envelope. Abri o embrulho e agradeci mentalmente a Dorothéia, ela mandou a minha torta favorita. Torta de maçã com geléia de damasco, aquela mulher é uma santa!

Chamei minha avó e o Sr. Matias para virem comer e enquanto eles não vinham resolvi abrir o envelope, me deparei com dois bilhetes.

* bilhete 1 (ON):

Quem diria que você iria fazer tanta falta aqui em casa hein, Anna? Volta logo e nos enlouqueça.
Jennifer

* bilhete 1 (OFF):

* bilhete 2 (ON):

Bichinha danada, espero que goste da torta. Olha não deixa a patroa e nem a narizinho sonhar com isso não hein, mas eu to morrendo de saudades de você sua louquinha. Sei que vai ser difícil, mas não enlouqueça a sua avó não. Ah! Espero que você não tenha surtado caçando a caixa rosa. Meu amor qualquer coisa que precisar é só ligar e pedir.
Dorothéia

* bilhete 2 (OFF):

Guardei de volta os bilhetes no envelope, estava morrendo de saudades delas. A Jen e a Dorothy são totalmente incríveis.

Acho que por elas eu consigo tentar evitar fazer loucuras e me manter na linha.

# Narração Anna Júlia (OFF):


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do capítulo. Qualquer sugestão, critica sinta-se livre para comentar. Beijinhos e até logo :)



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