Castelo de Vidro escrita por Purple Sparkle


Capítulo 29
Teatro de Marionetes - Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Essa é a parte final desse capítulo. Confesso que foi bem divertido escrever essas quatro partes e bem trabalhoso também. Mais uma vez não demorei tanto para postar e espero continuar nesse ritmo. Boa leitura :)



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# Narração Anna Júlia (ON):

Esse almoço está um saco. Por que eu estou aqui mesmo? Ah sim, estou aqui porque meu tio e meu primo não me deixariam perder esse encontro de família nem que o papa pedisse.

Eles tinham um conceito de família altamente irritante certas horas. Esse almoço era uma parcela desse conceito.

O caminho até o restaurante foi torturante. Meu tio tentava o tempo inteiro me convencer de como isso era importante e que bons frutos viriam após isso. Péssima ideia ter deixado eles virem me buscar, apesar que isso era um assunto sem discussão. Eu era voto vencido. Odeio ser voto vencido. Na verdade odeio qualquer coisa que contrarie as minhas vontades, até porque ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz.

Meu tio e meu primo conversavam empolgados com a minha mãe. Não tinha vontade nenhuma de chamá-la de mãe. Eu só conseguia fazer cara e nojo com aquela cena típica de comercial de margarina e comer a minha comida.

A cada assunto novo na pauta eles tentavam me colocar na conversa, mas sempre dava um jeito de não participar.

— Anna Júlia, me contaram que você voltou a tocar piano. - Clara disse.

— Você voltou? - meu tio me olhou espantado.

— Tecnicamente sim, mas não foi por sua causa.

— Sabe prima, certas horas eu acho que você nunca deveria ter parado. - Luke disse.

— Sabe Luke, certas coisas nunca deveriam ter acontecido, mas nem é por causa disso que eu fico questionando.

— Fico feliz que você tenha voltado a tocar. - meu tio falou.

— Aposto que o Tyler vai adorar vê-la tocando um dia. - minha mãe falou esperançosa. - O Leo também vai adorar.

— Leo? Quem é Tyler? - falei.

— Sim o Leo, seu amigo, ele está enorme. Continua um rapaz super educado. - Clara respondeu.

— Tá… whatever… quem é Tyler? - odiava rodeios.

— Seu irmão mais novo. - ela falou naturalmente.

— MEU O QUÊ? - gritei.

— Não grita, Anna. - meu tio Fernando se pronuncioou.

— VOCÊ SABIA? QUE MERDA É ESSA? - estava irritada.

— Anna… - Luke falou.

— ANNA O QUÊ, LUKE? NÃO ME DIZ QUE VOCÊ TAMBÉM SABIA DESSA PALHAÇADA. - o olhei raivosa.

— Ele não sabia de nada, só o seu tio Fernando… - minha mãe tentou explicar mas interrompi.

— NOSSA MAMÃE, MEUS PARABÉNS, VOCÊ SOME POR OITO ANOS E AGORA VOLTA E CONTA OLHA FILHA VOCÊ TEM UM IRMÃO. QUE BELA MÃE VOCÊ É ! - falei totalmente irritada e fazendo questão de debochar na palavra mãe.

— Calma filha… - ela disse tentando amenizar a situação.

— CALMA? NÃO TEM COMO FICAR CALMA! AGORA SÓ FALTA VOCÊ QUERER QUE EU VÁ PRA SEI LÁ AONDE CONHECER O TYLER E SERMOS UMA FAMÍLIA FELIZ. - cerrei meus punhos de tanta raiva

— Mas é claro que eu quero isso! Por favor me dá uma chance! Me perdoa! - ela estava quase chorando.

— NÃO!

— Eu errei. Eu sei disso, mas por favor me perdoa filha.

— Esta não é uma história sobre perdão. - disse friamente. - Se já terminamos, estou saindo.

 

Levantei e virei as costas. Conseguia escutar os soluços de minha mãe e meu tio a consolando falando que ia ficar tudo bem, que nós iríamos nos acertas. Isso não ia acontecer. Sabia muito bem que um erro jamais poderia justificar o outro, até porque dois erros nunca são iguais. Para o errado, a satisfação só pode ser achada em um dos dois lugares: perdão absoluto ou justificativa moral. Minha mãe queria a minha aprovação e como todos sabem, aprovação não é algo que eu distribuo a vontade.

Precisava esvaziar a minha cabeça, beber até cair ou fugir para um lugar bem longe. Avaliei as minhas opções que na verdade eram bem limitadas. Aonde eu poderia beber até cair e afogar todas as minhas mágoas e depois ficar reclusa? Na festa do Caio. Tudo bem que ele é um babaca, mas era o que eu tinha pra hoje.

Chamei o primeiro táxi que veio e assim que eu entrei, Lucas entrou também. Olhei pra cara dele e ele me encarou de volta. Disse o destino para o motorista e bufei de raiva.

 

— No que eu estou me metendo? - Lucas falou baixinho com ele mesmo.

— Na minha vida... como sempre. Dessa vez todos os limites foram extrapolados. - disse.

— Foram mesmo. O que você tem no lugar do seu coração pra magoá-la desse jeito.

— No meu coração tem um pouco de tudo. Então não fique surpresa em como eu vou agir.

— Você acha que isso por um acaso é um jogo, Anna Júlia? - ele estava irritado

— Estou farta de ser um peão no jogo de outras pessoas. - falei friamente

— Você acha que pode brincar com o sentimento alheio? - ele esbravejou.

— Você acha que eu tenho que aceitar qualquer merda que me falam só porque vocês julgam que é o certo e que é o melhor caminho? - disse irritada

— Só queríamos te proteger das más escolhas. Alguns caminhos nós escolhemos. Alguns caminhos são escolhidos para nós. - ele tentou explicar o porquê de todas aquelas atitudes.

— Vocês não têm mais o privilégio de me proteger. Eu consigo lidar com as minhas escolhas. - sabia que o estava magoando naquele momento, mas não consegui evitar.

 

O táxi chegou no meu destino e Lucas resolveu pagar a corrida, não iria discutir isso com ele. Já estava irritada o suficiente com tudo.

Entrei direto na festa e passei por todo mundo e não fiz questão de falar com nenhum dos meus amigos.

Fui em direção ao anfitrião da festa e o cumprimentei.

 

— Caio querido, não me diz que vou ter que vou ter que beber esse whisky escroto que você tá servindo no bar. - sussurrei no ouvido dele

— Que isso Anna Júlia, não fale assim. - ele me respondeu rindo.

— Qual foi cara? Sabemos que você pode me oferecer o melhor. Convenhamos eu mereço o melhor né?

— Verdade. Você está certa. Acho que não existe uma porta que a sua beleza não consiga abrir. - estava quase conseguindo o que queria.

— Então… - disse persuasiva.

— Vamos lá.

 

Ele parou em frente a um armário, o qual eu conhecia muito bem. Ali estavam guardados os melhores whiskys da casa. Caio o destrancou e me entregou uma garrafa, sorri assim que a recebi e fui em direção a estufa da mãe dele. Lá estavam as rosas brancas mais lindas que eu havia visto na vida.

Entrei na estufa cuidadosamente evitando que as pessoas me vissem. Sentei no banquinho de madeira no meio dela e abri a garrafa. Dei duas goladas e engoli e não consegui evitar fazer uma careta quando o líquido desceu queimando a minha garganta.

Estava começando a sentir algo. Tristeza. Solidão. Novamente essa tristeza enorme contra ataca.... sensação horrível, vontade de fugir... o que será que fiz para merecer isso? Será que eu sou uma pessoa tão ruim a ponto de as outras pessoas só conseguirem me machucar?

 

# Narração Anna Júlia (OFF):

 

# Narração Nathaniel (ON):

Essa festa estava caótica, o que passou na minha cabeça quando decidi vir? Não estou aqui pelas bebidas, nem pelas garotas, então qual seria o motivo plausível dessa loucura? Ah sim me lembrei… minha irmã quase me implorou para que eu viesse. Isso é bem estranho, afinal não possuímos um bom relacionamento, mas essa era uma daquelas exceções de acordo com ela. Todos estariam aqui e isso é verdade e também essa vai ser a última farra dela, já que amanhã ela viaja.

Melissa disse que todos estariam aqui, acho que ela errou nas contas quando disse todos, afinal nem Anna Júlia e nem Lucas estavam aqui, de resto realmente todos estavam aqui, desde as pessoas que eu gosto, as que eu tenho simpatia e as que eu não suporto.

 

— Que cara de peixe morto é essa Nathaniel? - minha irmã perguntou.

— Nada… você falou que todos estariam aqui, mas você errou.

— Errei nada, você que não manja de nada. A  Anna e o Luke já vão chega, eles estão no tal almoço. Não se esqueça, eu nunca erro.

— Verdade Bro, ela nunca erra. - Felipe disse.

— Cala a boca. - disse impaciente.

— Galera eu vou descalibrar, então quem quiser vem comigo. Um aviso, não preciso de babá ok?! A noite é uma criança! - Melissa estava entusiasmada.

— Mas ainda tá de dia, Mel. - Amanda falou.

— Nós todos sabemos disso, apenas aceite a referência. - Bernardo falou.

— Isso aí, escuta o Bê. Aceita a referência e se divirta, daqui a pouco o mala do seu namorado tá aí, então sem cara de quem comeu e não gostou Mands. - Melissa falou.

— Nossa que escrota. - Luiza falou baixinho com o seu namorado Daniel.

— Eu sei… - Daniel a respondeu.

— Vai se ferrar, Mel. A única mala aqui é você! - Amanda falou irritada e suas bochechas ficaram levemente vermelhas.

— Me manda me fuder logo, Mands. Olha que eu vou de bom grado. - Melissa a provocou.

— Vamos parar com a discussão vocês duas. - Felipe interviu.

— Shut up, outsider! Ninguém tá mandando você se meter. - Melissa lançou um olhar irritado para Felipe.

— Chega Mel, vamos logo descalibrar. Hoje não é dia para brigas, mas sim pra comemorar.

— Ok Bê, você ganhou. Vamos pro bar. - Melissa levantou as mãos em sinal de derrota e saiu com Bernardo.

 

Aquela cena era algo típico da minha irmã, seria estranho se não acontecesse nada disso. É impressionante como ela sempre tem que implicar com Amanda e Felipe. Certas horas parece que isso consta na lista de afazeres diários dela. Na boa minha irmã realmente é uma comédia.

Comecei a rir e logo todos se viraram para mim.

— O que foi? - perguntei.

— Por que você está rindo. - Amanda perguntou.

— Porque isso tudo é totalmente engraçado e escroto ao mesmo tempo. É impressionante como você Amanda sempre cai na pilha da Melissa e mais impressionante ainda é que você Felipe aceita tudo o quê ela fala sem dar um ai.

— Não é bem assim. - Amanda e Felipe falaram juntos.

— É sim. - Daniel disse. - Ela sempre acaba com vocês. Aceita que dói menos.

— Não sou obrigada a escutar essas merdas, não de vocês. - Amanda falou irritada. - Quer saber essa é a minha deixa, o meu namorado acabou de chegar.

— Concordo com ela, também tô indo, vou ver se a Ruiva quer ajuda pra descalibrar.

— Vai lá cachorrinho. - Luiza e Daniel falaram juntos.

— Vão se foder vocês dois! - Felipe retrucou.

— Ui, ele sabe falar palavrão. - Daniel debochou.

— Relaxa Felipe, nós vamos, mas só mais tarde. - Luiza respondeu e sorriu debochadamente.

 

Se Lucas tinha chegado isso era sinal que Anna Júlia também tinha. Olhei em direção a Lucas e vi Anna Júlia passando que nem uma bala. Sua expressão não era uma das melhores. Ela passou por todo mundo e não falou com ninguém, simplesmente foi em direção ao anfitrião da festa e cochichou algo em seu ouvido. Ele sorriu e abriu um dos armários que era trancado por chave e entregou uma garrafa para ela. Uma garrafa transparente com líquido de cor âmbar. Aquilo era whisky e não era qualquer whisky. Conhecendo Caio a muitos anos por causa de nossas famílias sabia que a reserva especial ficava trancada e não era qualquer um que podia beber.

Não conseguia me lembrar desde quando Anna e Caio são tão amigos. Eles não são amigos. Ele é amigo do Miguel que por um acaso é ex de Anna. Sei muito bem que ela não o suporta, mas por que então ele deu uma garrafa de whisky da sua reserva particular pra ela? E por que ela aceitou? Isso é uma grande loucura.

Anna pegou a garrafa e sorriu. Foi em direção à estufa da mãe de Caio, lá eram cultivadas rosas brancas.

Naquele momento meu coração se apertou e eu senti que deveria ir atrás dela. Provavelmente ela queria ficar sozinha, senão ela nunca teria passado direto por todo mundo, mas eu sentia que ia acontecer algo ruim se ela ficasse só.

 

# Narração Nathaniel (OFF):

 

# Narração Lucas (ON):

Só fui pra essa festa pra poder esfriar a cabeça. Que almoço desgastante. O caminho até a festa foi horrível, discuti com a minha prima e palavras foram ditas na intensão de machucar. Pra variar eu saí mais ferido do que ela. Certas horas parece que ela tem um iceberg no lugar do coração. Como ela consegue machucar as pessoas que se importam com ela e achar que isso é normal?

Cheguei na festa arrasado, mas agora que estava aqui não poderia ir pra casa tão cedo. Também não queria ir pra casa. Provavelmente lá estaria um clima tão caótico como o táxi, ou talvez como o do restaurante. Chega de caos por hoje, era o que eu pedia.

Amanda veio em minha direção e ela percebeu logo que tinha acontecido alguma coisa.

— O quê aconteceu meu amor? Você não tá nada bem! - ela me olhava preocupada.

— Foi um desastre. - comecei a chorar. Não conseguia parar, estava liberando toda aquela tensão.

— Não chora meu amor. Quer saber… chora. Põe tudo pra fora.

— Foi horrível, um show de horror. Minha tia está desolada, minha prima mais irritada que o normal, meu pai tá segurando as pontas com a minha tia. Eu discuti com a Anna a caminho daqui. Todos nos machucamos e essas feridas não vão se fechar tão cedo. Parecia que estávamos num palco dando um show para as pessoas do restaurante.

— O mundo pode ser um palco. Mas o elenco é um horror. A moda é uma variação tão intolerável do horror que tem de ser mudada de seis em seis meses. Me desculpa pela péssima analogia. - ri com o que ela falou. Só ela pra me fazer essas coisas.

— Não se desculpe. Só você pra me fazer rir dessa loucura. Eu te amo.

— Eu também te amo e odeio quando você fica assim. Vamos melhorar esse seu humor.

 

Amanda não parou nenhum momento pra me julgar ou questionar a fundo o que aconteceu, isso era o que eu mais gostava nela. Ela nunca forçava a barra pra saber das coisas e nunca julgava um livro pela capa. Em meio de toda loucura e caos ela era a minha luz. O meu resquício de sanidade.

# Narração Lucas (OFF):

 

# Narração Nathaniel (ON):

Decidi fazer o que o meu coração mandou e fui atrás da Anna Júlia. Fui até a estufa e me certifiquei de que ninguém tinha me visto entrar ali.

A encontrei no banco sentada chorando. A garrafa ao seu lado estava na metade. Odiava a ver chorando, isso partia o meu coração em mil pedaços.

Cheguei perto dela e consegui ver que ela sussurrava alguma coisa pra ela mesma.

— Quero sumir daqui. Preciso sumir daqui. Por favor alguém me tira daqui…

— Anna… o quê aconteceu? - passei a mão levemente no seu cabelo.

— Nate… - seus olhos brilharam. - Me ajuda… por favor…

— Claro que te ajudo. O que você precisa?

— Me ajuda a sumir. Eu não aguento mais isso…

— Não aguenta o quê?

— Tudo…

—  Você falando assim até parece que eu sou o seu príncipe encantado e você é a princesa que precisa ser resgatada.

— Eu não sou uma princesa. E isso não é um conto de fadas. - seus olhos estavam tristes.

— Eu não teria tanta certeza disso. - a tristeza em seus olhos diminuiu um pouquinho.

— Como você me achou?

— Você se lembra desse lugar?

— Claro… Aqui há muitas memórias ruins.

— Eu me lembro desse dia. Parece que os mesmos fantasmas daquele dia estão te assombrando.

— Como você descobriu?

— Sou um bom observador. - ela riu.

— Então senhor bom observador, me diz o que eu tenho que fazer.

—  Os demônios vão ficar ainda piores se você deixá-los tomarem o controle. Então só posso te dizer pra ter força. Se você precisar de alguém conta comigo.

— Obrigada.

— Vem… vamos sair daqui…

 

Sai a francesa com Anna, não podíamos deixar aquela garrafa pela metade na estufa então a levamos conosco. Ninguém podia descobrir o que aconteceu, eu não me perdoaria se as pessoas vissem esse lado frágil da garota que eu amo. Eu vou protegê-la de todos os demônios que assombram a sua vida.

Peguei o primeiro táxi e entrei com ela. Dei o endereço ao motorista e a viagem foi tranquila, acho que aquela viagem tinha sido a parte mais tranquila do dia pra ela. Ela parecia mais calma e até cantarolava a música que estava tocando no carro. Por sinal aquela era uma das minhas músicas favoritas. “Wherever Will You Go” do The Calling. Cantarolei a música junto com ela.

 

If I could, then I would

I'll go wherever you will go

Way up high or down low

I'll go wherever you will go

 

And maybe, I'll find out

A way to make it back someday

To watch you, to guide you

Through the darkest of your days

If a great wave shall fall

And fall upon us all

Then I hope there's someone out there

Who can bring me back to you

 

Quando chegamos na minha casa fomos direto para o meu quarto. Dei graças a Deus por meu pai e nem a minha madrasta estarem em casa, certamente não queria responder o porquê de Anna Júlia estar com cara de choro.

Ela sentou-se na minha cama e eu liguei a TV. Acho que o melhor a se fazer naquele momento era mudar o foco, tirar da cabeça dela os problemas.

No meio do segundo filme ela olha pra mim e fica me encarando.

 

— O quê foi? - estava curioso.

— Será que… tem algum problema… eu ficar aqui essa noite. - ela parecia envergonhada.

— Claro que não. Minha casa, sua casa.

— Obrigada…

— Só avisa a sua avó, você não a quer deixar preocupada.

— Não quero mesmo.

 

Ela pega o seu celular no bolso da calça jeans e manda a mensagem para sua avó. Continuamos a assistir o filme e antes dele chegar no final ela já havia adormecido.

Naquela noite dormimos lado a lado. Naquele momento eu velei seu sono para que os demônios não a assombrassem.

 

# Narração Nathaniel (OFF):

 

# Narração Melissa (ON):

Que festa é essa? Hoje é um belo dia pra descalibrar legal. Não entendo porque está todo mundo de cara emburrada. É óbvio que irritei Amanda e Felipe, mas isso faz parte. Todo dia é dia de irritá-los. É claro que tomei um puxão de orelha do Bê a caminho do bar, mas eu juro que valeu a pena.

 

— Você exagerou… - ele me olhava com falsa reprovação..

— Nem foi tanto assim. - eu ri.

— Você é louca.

— E você me ama mesmo assim.

— Verdade.

— Vamos brindar a isso então.

 

Peguei dois Sex on the beach e estendi um para o Bê. Vamos brindar a vida, afinal ela é curta e passa num piscar de olhos.

— Você sabe que eu não bebo.

— Eu sei, mas vamos ignorar isso só hoje. Amanhã tô viajando e só volto depois de duas semanas. Pensa como isso vai ser foda, você vai morrer de saudade.

— Tá bom. Você venceu.

— Cheers, Bê.

— Cheers.

 

Cheers to the freakin' weekend

I drink to that, yeah yeah

Oh let the Jameson sink in

I drink to that, yeah yeah

Don't let the bastards get ya down

Turn it around with another round

There's a party at the bar

Everybody putcha glasses up

And I drink to that

I drink to that

 

Life's too short to be sittin' around miserable

People gon' talk whether you doing bad or good, yeah

Got a drink on my mind

And my mind on my money, yeah

Looking so fine gonna find me a honey

Got my Ray Bans on and

I'm feelin' hella cool tonight, yeah

Everybody's vibin'

So don't nobody start a fight, yeah-ah-ah-ah

 

Vi Felipe se aproximando e revirei os olhos, lá vinha o outsider. Será que ele não cansa de tomar patada? Aquele garoto me irritava muito e não me irritava ao mesmo tempo. Acho que não gosto muito dele simplesmente por ele ser amigo do meu irmão. Se não fosse isso talvez eu o engolisse, ou não.

 

— Veio para mais uma dose de patada diária, outsider. - perguntei sorrindo maliciosamente.

— Pior que não, ruiva. Só vim te acompanhar nos bons drinks. - ele retrucou.

— Como se você soubesse realmente o que é um bom drink. - não consegui deixar de provocar a onça com vara curta.

— Se controla, Mel. - Bê me repreendeu.

— Relaxa aí, Bê. É tudo altamente calculado.

— Talvez eu realmente não saiba, mas acho que você pode ter a benevolência de me ensinar.

— Nem nos meus sonhos mais loucos. No way, outsider.

— Tá com medo de eu saber mais do que você? Ou quem sabe até de aguentar mais que você?

— Nem um pouco. Eu me garanto. São anos de treinamento.

— Eu não vou ficar aturando isso não. Vou caçar a Anna, ela já chegou.

— Vai lá, mas cuidado com a fera, ela está super irritada e pelo visto quer ficar sozinha.

— Como você sabe disso? - Bernardo me perguntou.

— Simples, ela é a minha BFF. E também ela passou com uma cara de quem queria matar alguém. A conheço melhor que ninguém, ela quer um espaço. Depois ela me conta o que realmente aconteceu. - respondi como se fosse óbvio.

— Ok. Então vou ficar com o resto da galera. - Bernardo falou.

— Vai lá. - o respondi. - Quer saber eu topo o desafio. - olhei para Felipe e sorri.

— Maravilha. - ele sorriu de volta.

 

Cheers to the freakin' weekend

I drink to that, yeah yeah

Oh, let the Jameson sink in

I drink to that, yeah yeah

Don't let the bastards get ya down

Turn it around with another round

There's a party at the bar

Everybody putcha glasses up

And I drink to thaat

I drink to that

 

Bout to hop on the bar

Put it all on my card tonight, yeah

Might be mad in the morning

But you know we goin hard tonight

It's getting coyote ugly up in here, no tyra

It's only up from here

No downward spiral

Got my Ray bans on and

I'm feelin' hella cool tonight, yeah

Everybody's vibin'

So don't nobody start a fight, yeah

Depois de algumas doses já estávamos tontos, mas eu estava perdendo pra ele, a vantagem não era grande, mas esses saltos enormes me atrapalhavam. Ele olhou pra mim e me fez apoiar-se nele. Quando percebi estávamos na saída da festa.

 

— Ei eu não quero ir pra casa, ainda tá cedo.

— Eu sei. E também não posso te deixar nesse estado em casa.

— Então vamos voltar lá pra dentro senhor sabichão.

— Não mesmo. Vem, vamos lá pra casa, você precisa comer algo. Vamos botar glicose pra dentro.

— Sem chance!

— Vamos lá, é bolo de chocolate.

— Ok. Vamos nessa, meu motorista leva a gente.

 

Cheers to the freakin' weekend

I drink to that, yeah yeah

Oh let the Jameson sink in

I drink to that, yeah yeah

Don't let the bastards get ya down

Turn it around with another round

There's a party at the bar

Everybody putcha glasses up

And I drink to that

I drink to that

 

Cheers to the freakin' weekend

I drink to that, yeah yeah

Oh let the Jameson sink in

I drink to that, yeah yeah

Don't let the bastards get ya down

Turn it around with another round

There's a party at the bar

Everybody putcha glasses up

And I drink to that

I drink to that

And I drink to that

I drink to that

And I drink to that

Fomos em direção ao carro e ele nos levou até a casa de Felipe. Quando chegamos falei que provavelmente iria demorar para o motorista, mas era pra ele ficar em alerta. Fomos direto até a cozinha e Felipe pegou o bolo e colocou na minha frente. Nossa senhora, aquele bolo estava lindo, se ele estivesse tão gostoso quanto a sua aparência eu não me arrependeria nem um pouco de comê-lo. Mentira mais tarde eu me arrependeria sim, quando me olhasse no espelho e visse a bola que estou.

 

— Para de pensar que você está gorda e come logo o bolo. - Felipe foi direto.

— Não estou pensando nisso. - Neguei no automático, mas obviamente isso era mentira.

— Está sim.

— Tá bom, estou sim. Satisfeito? - me dei por vencida e respondi a verdade.

— Não. Nem um pouco. Só vou ficar depois que você comer esse bolo. Você não é gorda, você é magra e linda do jeito que você é. Já te falei que você tem bulimia e que isso é algo sério. Você precisa de ajuda. - ele falou extremamente sério.

— Não preciso, eu estou bem.

— Eu quero acreditar em você, mas meu coração me pede para que eu não faça isso.

— Não era pra você saber disso.

— Eu sei. Não era também pra você também se torturar por causa do seu corpo. Você é perfeita. - ele tentava me convencer que o seu ponto de vista era o correto.

— Não sou não.

— Me deixa te ajudar. Você não precisa carregar esse fardo sozinha. - ele parecia realmente preocupado.

— Não posso. Afinal eu sou que nem os Narcisos, sou egoísta.

— Não use essas analogias comigo. Mas vou respeitar a sua vontade, por enquanto.

— Ok.

— Vejo que você ainda usa a pulseira.

— Por que eu não usaria? Eu amo essa pulseira. Ela foi feita especialmente para mim.

— Isso não tenho como discordar, ela foi feita exclusivamente para você.

# Narração Melissa (OFF):

 

# Narração Felipe (ON):

Ela sorriu, um sorriso lindo e sincero. Parecia que ela gostava de sentir especial. Ela é especial. Pelo menos para mim.

A vi comendo o bolo com satisfação e isso me deixou feliz. Jogamos um pouco de conversa fora antes dela começar a se sentir mal e querer pôr tudo para fora.

Ela me olhava com uma cara de desespero até que num impulso tomei sua mão e a levei em direção a piscina. Ela me acompanhou e sua cara de desespero diminuiu.

 

— Olha como o céu tá lindo, ruiva.

— Isso é uma tentativa pra mudar o foco da situação? - ela riu.

— Sim. Deu certo? - ele parecia esperançoso.

— Deu, e muito. Acho que vou ter passar mais tempo contigo, só você conseguiu esse feito tão rapidamente.

— Eu não me incomodaria nem um pouco em passar mais tempo contigo.

Ela voltou a rir e ficamos observando o céu. Depois de vê-la observar calmamente as constelações, ela levantou-se e ficou andando na beira da piscina. Ela ainda cambaleava um pouco e antes que ela caísse na piscina levantei da cadeira que estava sentado e a puxei levemente de encontro ao meu peito.

Quando os nossos corpos se chocaram ela não parecia surpresa, parecia que ela esperava isso por um bom tempo. Confesso que também ansiava por esse momento por bastante tempo.

 

El calor de mi cuerpo

Que se eleva casi sin control

¡Con sólo verte!

 

Comienza por mis manos

Y termina en mi corazón

¡Cuando te extraño!

 

Partículas de amor

Que nadan en mi interior

Pretenden incendiar

El hielo de tu corazón

 

Y tengo miedo de perder el control

Y no espero por volver a ti

Cada vez que te encuentre

Volverás a ser como el deseo

Que arde dentro con mi fuego

Fuego

# Narração Felipe (OFF):

 

# Narração Melissa (ON):

Mi pulso se acelera

Con tu forma de fijarte en mí

¡Y con el tiempo!

 

No sé si estoy cansada

De quererte sólo para mí

¡Si estás tan cerca!

 

Partículas de amor

Que nadan en mi interior

Pretenden incendiar

El hielo de tu corazón

 

Y tengo miedo de perder el control

Y no espero por volver a ti

Cada vez que te encuentre

Volverás a ser como el deseo

Que arde dentro con mi fuego

Fuego



Quando senti o meu corpo junto ao dele, faíscas percorreram todo o meu corpo, uma chama foi acesa e eu só sentia vontade de fazer uma coisa. Beijá-lo. E foi exatamente o que eu fiz. Toquei meus lábios levemente nos dele e logo em seguida ele correspondeu.

O nosso beijo era intenso e bem quente. Estava perdendo todo o controle e a minha sanidade, mas não ligava. Precisava atender os meus desejos, iria ficar um tempo longe e não podia ir sem isso.



¡Siento fuego en mi interior!

¡Fuego que viene de ti!

¡Y es más de lo que pedí!

 

Y tengo miedo de perder el control

Y no espero por volver a ti

Cada vez que te encuentre

Volverás a ser como el deseo

Que arde dentro con mi fuego

 

Voy perdiendo el control

Y no espero… Por volver a ti

Cada vez que te encuentre,

Volverás a ser como el deseo

Que arde dentro con mi fuego

Mi fuego, ¡Fuego!

 

Quando o nosso beijo acaba, estou mais vermelha que um tomate. Ele também não está muito diferente. Ele me puxa para um outro beijo e esse foi mais intenso que o primeiro. Como faz para o tempo parar? Não queria que esse momento acabasse, pena que ele acabou mais rápido que o esperado. Meu celular vibrou e eu despertei do meu sonho.

Vi que tinha uma ligação perdida de Bê, provavelmente ele queria saber aonde eu estava já que havia sumido. Mandaria uma mensagem depois.

Olhei a hora e já estava ficando tarde, tinha que ir pra casa. Ele percebeu minha aflição e acariciou o meu rosto.

 

— Você já tem que ir né? - ele perguntou torcendo para que a resposta fosse negativa.

— Sim, amanhã eu tenho que acordar cedo.

— Tô ligado.

— Te vejo amanhã? - perguntei receosa.

— É claro, princesa.

— Até amanhã então.

— Até.

 

Fui caminhando silenciosamente até o carro e só percebi que ele tinha me acompanhado quando ele abriu a porta do carro para mim. Entrei e acenei. O motorista deu partida e eu me perdi em pensamentos no caminho de casa.

 

# Narração Melissa (OFF):

 

# Narração Anna Júlia (ON):

Que festa foi aquele ontem? Acordei sentindo a minha cabeça latejar e com um gosto super amargo na boca. Droga… estava com os sintomas de uma puta ressaca. Não tinha uma dessas fazia tempo. Muito tempo. Tanto tempo que nem  posso mais chamá-la de “Rê”. O quarto estava bem frio e escuro, tentei me localizar e logo percebi que aquele não era o meu quarto. Droga duas vezes… eu não dormi em casa. Fico levemente nervosa, mas logo percebo que aquele quarto não me é tão estranho assim, o me relaxa um pouco, mas não libera toda a minha tensão.

Sinto uma respiração fazendo cócegas na minha nuca e congelo. Que merda eu tinha feito noite passada? Olho para o lado tentando não fazer movimentos bruscos e encontro Nathaniel dormindo serenamente.

É só o Nathaniel… não tenho com o quê me preocupar. Ai cacete, é o Nate, o que aconteceu? Faço um movimento super brusco e ele se mexe me envolvendo ainda mais a minha cintura. Não tinha percebido que ele estava com os seus braços envolta da minha cintura até agora.

Tento me lembrar da noite passada em busca de alguma resposta plausível, mas isso só faz a minha cabeça doer mais. Cadê os meus analgésicos? Tentei me levantar, mas os braços de Nate me impediram.

 

— Merda… Mil vezes merda… - Tentei me soltar de Nate, mas foi em vão.

 

Resolvi tentar acordar Nathaniel, precisava sair dali, também precisava saber o quê aconteceu.

 

— Nate… por favor acorda. Cara acorda… eu nunca te pedi nada. - supliquei.

— Anna… - sua voz saiu arrastada. - … que foi? Tá cedo ainda, dá pra dormir mais um pouco.

— Dormir? Que dormir o quê, Nathaniel! - exclamei e nesse momento soltei um gemido de dor, minha cabeça tava doendo mais que normal, parecia que eu tinha levado uma tijolada, mas sabia que isso era impossível.

— Vou pegar um remédio pra dor de cabeça pra você. Depois te respondo tudo o que você quiser saber. - ele desistiu de voltar a dormir e sorriu ternamente pra mim.

 

Agradeci mentalmente por esse gesto dele. Ele é realmente um fofo.

Em menos de um minuto ele estava de volta com um comprimido e um copo de água.

 

— Toma. - ele me estendeu o comprimido e o copo de água.

— Obrigada.

— Não precisa agradecer. Você quer saber de tudo o que aconteceu ontem ou você prefere tomar café antes?

— Prefiro descobrir tudo antes. Depois vou pra casa me arrumar pra “despedida” da sua irmã.

— Você pode se arrumar aqui se quiser, ela não precisa saber. Sei que no quarto dela têm algumas coisas suas. Qualquer coisa você fala que chegou cedo pra buscá-la.

— Boa idéia.

— O que você quer saber?

— Tudo.

— Bem ontem teve uma festa na casa do Caio.

— Na casa do Caio? O quê eu estava fazendo lá, ele é um babaca.

— Eu sei, mas todos estávamos lá. Foi uma festa, aquelas sem motivo algum aparentemente.

— Só de jogar dinheiro fora, aumentar relações e encher a cara.

— Isso mesmo, Anna.

— Continua.

— Você estava bem irritada ontem, foi direto do almoço com o seu primo e vocês brigaram no caminho. Você falou que ele não a precisa proteger entre outras coisas

— Aquele almoço foi trágico.

— Imagino. Você magoou o Lucas, ele até chorou na festa. Amanda passou uma boa parte dela o consolando.

— Merda… O que mais eu fiz?

— Encheu a cara como se não houvesse amanhã, mas teve Anna. - ele debochou da minha cara.

— Além disso, imbecil. - eu não sabia se falava ou se ria. Ele estava debochando da minha cara.

— Relaxa… você não pagou nenhum mico e ninguém sabe que você tomou um porre.

— Como? - ela arregalou os olhos.

— Eu te trouxe pra cá antes que acontecesse qualquer coisa. Você tava chorando e falou que estava com vontade de sumir, eu fiquei preocupado e perguntei se podia te ajudar de alguma maneira.

— E o que eu disse? Eu não te tratei mal não né? Eu tenho uma péssima mania de magoar as pessoas que gostam de mim.

— Disse que era para tirá-la de lá antes que você fizesse alguma loucura. Não Anna, você não me tratou mal e nem me magoou. Eu fiz o que você pediu, te tirei de lá e viemos aqui pra casa. Assistimos uns dois filmes antes de você perguntar se podia ficar. É claro que não tinha como negar esse pedido, você mandou uma mensagem pra sua avó avisando que passaria a noite aqui com a Mel e logo em seguida dormiu.

— Nate… eu não sei como te agradecer. Muito obrigada por ter cuidado de mim principalmente por não ter deixado eu fazer nenhuma besteira. Você é simplesmente incrível. Eu juro que eu não sei o quê eu fiz pra merecer uma pessoa tão maravilhosa que nem você.

— Você sabe que não precisa me agradecer né? Simplesmente não importa o quanto eu tente. Eu não consigo ficar longe de você. Eu me importo demais com a sua felicidade.

— Como você consegue se importar com algo que eu acho que não existe na minha vida?

— Como assim? - ele estava fazendo de tudo pra me compreender.

— Sabe… eu acho que ainda não encontrei nem a felicidade e nem o amor. - fui direta.

— É uma questão de tempo até você encontrar.

— Será? - aquilo que ele falou acendeu uma pontinha de esperança no meu interior.

— Sim. Na verdade, é muito melhor viver sem felicidade do que sem amor.

— Por que você diz isso?

— Porque quando encontramos o amor e o vivemos a felicidade vem junto.

— Como você sabe tanto disso, Nate? Você por um acaso já encontrou o amor?

— Eu acho que sim. Na verdade eu sinto que eu o encontrei sim.

— Eu espero que ela te faça feliz.

— Ela faz, Anna. Ela faz.

 

Fiquei feliz por Nate, pelo menos ele sabia o que sentia, não era que nem eu que sou um turbilhão de sentimentos. Um dia queria sentir o mesmo que ele, o mesmo que Luke sente por Mands e ela por ele, o mesmo que Lipe sente por Mel. No fundo eu os invejava por compreender bem os seus sentimentos.

 

# Narração Anna Júlia (OFF):

 

# Narração Melissa (ON):

Hoje finalmente eu iria para a casa do meu avô, não iria por lazer, mas sim para aprender a administrar a empresa. Sabia que meu pai não concordava com isso, principalmente porque ele acha que eu não tenho capacidade de lidar com os negócios. Ele acha que na primeira oportunidade vou gastar todo o dinheiro com bolsas e sapatos. Tô aprendendo a controlar meus impulsos pro compras. Finalmente entendi que possuo um problema. Na verdade não só um, mas sim vários, porém já dei um passo e comecei a lidar com eles.

O pessoal foi se despedir de mim, apesar que eu voltaria em breve. Duas semanas.

 

— Juízo, irmazinhã. - Nathaniel disse debochando da minha cara.

— Sempre tenho… E você sabe muito bem disso.

— Só sei que nada sei. - ele retrucou

— Citando Sócrates, Nathaniel? Isso não é muito pra sua capacidade mental e intelectual? - debochei descaradamente e sorri levemente de canto.

— Tá bom crianças, vamos parar de discutir! Eu quero me despedir da minha amiga e não dá pra fazer isso com vocês brigando como cão e gato. - Anna falou rindo e botando as mãos em meu ombro e no ombro de Nathaniel.

— Você sabe que não gosto muito de despedidas amiga, vejo você em breve. Não faça nada que eu não faria.

 

Tinha me despedido de quase todos, só faltava Felipe, quando o vi caminhando na minha direção comecei a me sentir de uma maneira meio esquisita.

Foi quando percebi que, apesar do quanto eu vinha tentando não me apaixonar por ele, não estava fazendo um trabalho muito bom. Dava para ver isso pelo modo como meu coração começou a martelar contra a camiseta quando ele me tocou.

 

— Vou sentir a sua falta, ruiva. - meu coração batia cada vez mais rápido.

— Eu volto em breve, outsider. - o apertei forte enquanto memorizava o seu perfume.

 

Say you'll remember me

Standing in a nice dress

Staring at the sunset, babe

 

# Narração Melissa (OFF):

 

# Narração Felipe (ON):

Nos primeiros dias depois de sua partida, quis acreditar que poderia seguir vivendo a minha vida como sempre vivera. Mas não pude. Em meu coração, tinha a consciência de que minha vida nunca mais seria a mesma sem você. A única coisa que me confortava era que você voltaria em breve. Não sabia quanto tempo você ficaria fora, mas já contava os dias para a ter de volta aqui perto, mesmo que você mal olhasse nos meus olhos. Mesmo sabendo que você vai voltar tenho medo que mude de ideia, afinal estamos falando do furacão ruivo, imprevisibilidade é o seu nome do meio.

É Melissa… Eu tô sentindo muito a sua falta. Acho que você não faz ideia do quanto as coisas ficam monótonas sem você aqui.

 

I miss you, like everyday

Wanna be with you, but you're away

I said, I miss you, missing you insane

But if I got with you, could it feel the same?

 

It don't matter who you are

It's so simple

A feeling

But it's everything

No matter who you love

It is so simple

A feeling

But it's everything


# Narração Felipe (OFF):


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Deixe a sua opinião nos comentários, Até o próximo capítulo!



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