Castelo de Vidro escrita por Purple Sparkle


Capítulo 21
Cobaia de uma ruiva mandona


Notas iniciais do capítulo

Olá voltei com mais um capítulo, eu sei que demorei bastante pra postar, mas tive um super bloqueio criativo e também estava fazendo algumas pesquisas para um novo projeto. Isso mesmo um novo projeto! Gostaria de agradecer a minha terceira recomendação. Nathy, minha linda e querida amiga muito obrigada, amei demais a recomendação e o capítulo de hoje é seu. Prometo que não demorarei muito para postar o próximo, por isso já comecei a escrever ele. Boa leitura meus amores!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619299/chapter/21

# Narração Angela (ON):

Precisava falar com Carlos, mas pra variar ele estava resolvendo algo da empresa, eu tinha que fazê-lo parar um pouco para conversarmos. Liguei mais uma vez e importunei a sua secretária e ela acabou soltando que daqui a pouco ele se encontraria com a psicóloga Erica Duarte. Pedi a ela que o fizesse me ligar antes de sair para o tal encontro.

Aguardei cerca de uma hora até que recebi a sua ligação, espero que ele tivesse uma ótima desculpa para não ter me atendido na hora que liguei.

– Carlos, achei que não conseguiria falar contigo.

– Mamãe... Estava numa reunião importante. Estava redistribuindo os casos.

– O que tenho pra falar também é importante.

– O que aconteceu? - ele me perguntou entediado.

– O Natal está chegando...

– E... - ele me interrompeu.

– Como vamos fazer esse ano?

– Vai ser igual aos outros anos, vamos passar na casa dos Maldonado. Falei com Alberto e ele disse que nesse ano a ceia de natal seria na casa dele. Ele também me contou que o filho da psicóloga Duarte é amigo das nossas filhas e me pediu para chamá-la para passar natal conosco.

– Já que está tudo planejado não tenho mais o que falar. O que você vai falar pra tal Dra. Duarte, não quero você afastando ninguém da Anna. Sua filha é esperta o suficiente pra escolher quem ela quer por perto.

– Vou só fazer o convite. Sério? Certas horas não parece. Miriam me contou da entrevista que ela deu e Anna sabotou.

– Sabotou? Sua filha só falou a verdade. Não vou discutir sobre a índole da minha neta agora, tenho mais o que fazer. Tchau.

Desliguei o telefone respirei fundo. Como aquela mulher ousa cogitar essas coisas. Ligaria para Marcela e perguntaria se ela queria ajuda com os preparativos da ceia de natal.

# Narração Angela (OFF):

# Narração Melissa (ON):

Bernardo me mandou uma mensagem avisando que estava saindo de casa com o seu motorista, peguei a minha bolsa e antes de sair minha mãe me parou e decidiu fazer um interrogatório.

– Para onde você está indo?

– Pro shopping.

– Vai sozinha?

– Não. Bernardo está passando aqui para me buscar.

– Quem é esse garoto?

– O loiro que veio aqui em casa na segunda. Ah mãe o filho da psicóloga Erica Duarte.

– Já sei quem ele. Aquele menino é super educado.

– Tenho que ir. Até mais tarde.

Consegui sair de casa e pegar o elevador antes que a minha mãe me fizesse mais perguntas. Quando cheguei no saguão esbarro com a mãe de Miguel, dona Paola. Não podia perder tempo conversando com ela, apesar dela ser uma pessoa boníssima ao contrário do filho dela.

– Melissa queridinha como vai? - ela estava entusiasmada

– Estou ótima e você? - respondi por educação, já que não dava pra fingir que não a tinha visto.

– Vou bem também.

– Isso é ótimo. - sorri - Tenho que ir, senão irei me atrasar.

– Tudo bem. Te vejo semana que vem na ceia de Natal né?

– Claro!

Sai às pressas do prédio antes que encontrasse com mais alguém.

Bernardo estava encostado num sedan preto, de longe não identifiquei qual era o modelo, mas isso não importava.

Andei em sua direção e ele abriu a porta do carro para mim, ele entrou logo e, seguida e fomos em direção ao nosso destino.

– Desculpe a demora, eu acabei tenho alguns pequenos imprevistos.

– Tudo bem, não precisa se desculpar.

– Claro que preciso, não quero deixá-lo com uma má impressão da minha pessoa, apesar de você ter me conhecido numa ocasião inusitada.

– E põe inusitada nisso. Já percebi que a vida de vocês é cheia de altos e baixos.

– Isso é porque você ainda não viu nada.

# Narração Melissa (OFF):

# Narração Nathaniel (ON):

Fui para a casa do meu pai, esses dias estava dormindo lá, já que meu avô estava viajando, pelo menos ele votaria antes do Natal e passaria conosco aqui em casa.

Encontrei Marcela mexendo em umas caixas e fiquei curioso para saber o que tinha nelas.

– Tia, você quer ajuda.

– Nathaniel, meu filho vou querer sim.

– Quer que eu faço o que?

– Me ajuda a desembolar esses pisca pisca e também a decorar a árvore de natal. Esse ano estamos montando ela bem em cima da hora.

– Quem vai montar a árvore?

– Ia pedir pro seu pai montar assim que ele chegasse da conferência.

– Deixa que eu monto. Assim que eu terminar eu desembolo os pisca pisca.

– Ok. Enquanto isso vou escolhendo os adornos que colocaremos na árvore.

Peguei a caixa da árvore de natal e comecei a ver como montá-la.

Vi que não era tão difícil e achei divertido ajudar a minha madrasta. Enquanto separava as partes da árvore conversávamos sobre algumas coisas.

– O quê você acha que enfeitarmos com bolas azuis e cinza? - ela me perguntou.

– Acho que vai ficar legal, mas eu acho as bolas vermelhas mais bonitas. - respondi.

– Podemos então colocar as bolas azuis e vermelhas. Podemos colocar o que você quiser na árvore, só não podemos esquecer a estrela prateada no topo.

– Acho que se você esquecer de colocar a estrela no topo da árvore a Melissa surta e causa a terceira guerra mundial. - falei rindo.

– É verdade, vou ser obrigada a concordar. - ela ria enquanto tentava esconder sua boca com as mãos - Falando nela, o que você vai dar pra ela nesse natal?

– Eu não sei, é difícil pensar numa coisa que ela goste e não tenha, mas tenho que pensar rápido porque a data já está chegando. - disse suspirando levemente.

– Posso te dar uma sugestão?

– Claro!

– Eu lembro que eu tinha ido com ela num ateliê e ela tinha amado um vestido púrpura. Sabe... Eu meio que reservei esse vestido, acho uma boa ideia você dar ele de presente pra ela. É só passar lá pra buscar.

– Mas esse é o seu presente pra ela. Eu não posso aceitar.

– Pode sim, além do mais eu já comprei outra coisa pra ela.

– Mais tarde então eu vou buscar o presente dela. Tia o que você gostaria de ganhar de presente?

– Meu maior presente é ver vocês felizes, mas se ainda assim você quiser me dar algo adorei uma bolsa carteira laranja que tem nesse ateliê. Meu querido estoura aquele cartão que o teu pai te deu uma vez na vida. - ela sorriu sincera.

– Pode deixar que eu vou tentar. - ela é simplesmente incrível - Tia posso chamar uma pessoa para passar natal conosco?

– Claro meu filho. A casa também é sua! Posso saber quem seria a pessoa?

– O Felipe.

– Aquele menino adorável que sempre anda contigo?

– Ele mesmo, vou fazer o convite então.

– Chame a família dele também. Vai ser um prazer recebê-lo aqui.

– Pode deixar que vou chamar sim. Obrigado. - larguei as peças e a abracei.

Depois de mais ou menos duas horas terminamos de montar de decorar a árvore de natal. Era hora do almoço e pelo visto meu pai almoçaria em casa hoje.

Meu pai entra em casa e nos vê arrumando a bagunça.

– Querem ajuda?

– Não querido, já terminamos. - Marcela respondeu.

– A árvore está bonita. Quem escolheu a decoração desse ano?

– Nathaniel que fez tudo. Ele é um amor.

– Não faz isso, Marcela. Eu só montei a árvore.

– Montou a árvore, me ajudou a decorar ela, deu palpites. O mérito é todo seu.

– Muito bem meu filho. Vamos almoçar.

– Vamos sim. Estou faminta.

– Cadê Melissa? Queria almoçar com a família toda reunida.

– Saiu hoje cedo para ir ao shopping com um amigo. Não sei que horas ela volta, pelo visto ela irá demorar.

– Com que amigo ela foi? - meu pai estava curioso.

– Com o filho da Dra. Duarte.

– Já sei quem é. Falando neles eu pedi que Carlos os convidasse para passar natal conosco, algum problema?

– Nenhum. Quanto mais gente melhor! - Marcela respondeu animada

– E pra você, Nathaniel? - meu pai perguntou

– Por mim também tá tranquilo. Aproveitando que tocamos nesse assunto, eu pedi permissão a tia Marcela para chamar Felipe e sua mãe para passar natal conosco e ela deixou.

– Se ela deixou por mim está tudo bem.

O almoço seguiu tranquilo, meu pai contava como foi na conferência e me falava que um dia ele ainda iria me levar em uma dessas reuniões. Acho legal ele querer que eu participe do dia a dia da empresa, principalmente porque ele acha que eu sou capaz de seguir em frente com o seu trabalho.

# Narração Nathaniel (OFF):

# Narração Bernardo (ON):

Andamos quase o shopping inteiro e Melissa ainda não tinha achado o presente ideal para o seu pai e a cada cinco minutos reclamava que tinha que achar algo para o irmão dela.

Decidimos para para almoçar e notei que ela quase não come.

– Você sempre come assim e em pouca quantidade?

– Aqui tem bastante comida.

– Melissa, isso ai não deve te alimentar.

– Com metade desse prato eu fico totalmente satisfeita.

Fiquei assustado com a quantidade de comida que ela come, ela come menos que qualquer pessoa que conheço. Ela parece um passarinho.

– Não brinca?!

– Vamos mudar de assunto. Por favor. - ela suplicou.

– Tudo bem. Você realmente gosta de vir pro shopping gastar né?

– Todos precisam de um hobbie, o meu é comprar. - ela disse rindo - Vai dizer que não tem nenhum hobbie?

– Nenhum tão peculiar como o seu. Acho que gosto de coisas mais simples. - brinquei com ela.

– Como o quê? - ela me incentivou a falar.

– Corrida de fórmula 1. Gosto de velocidade.

– Isso parece ser interessante, mas eu não entendo nada sobre esse assunto. - ela ria.

Terminamos de comer e antes de pedirmos a conta continuamos conversando. Aquele era o momento de eu contar a história toda pra ela.

– Você sabe que a mãe da Anna Júlia tá tentando voltar a ter contato com ela né?

– Não sabia não, mas imagino que ela não quer ter nenhum tipo de contato com ela.

– Ela quer distância pelo que entendi, mas eu não sei porque. A única coisa que sei é que o primo dela tentou conversar com a mãe dela e ela ficou bem irritada.

– Lucas continua se metendo aonde não foi chamado, ele ainda não aprendeu. Sabe Bernardo... Esse assunto é um tanto complicado é bem longo.

– Percebi... Ela não queria tocar no assunto. Ela não gosta de desabafar, como ela consegue lidar com tudo?

– Ela é mais forte do que parece. Com o tempo ela aprendeu a camuflar a dor.

– Mesmo assim, sabe não faz bem guardar tudo. - falei o que achava.

– Por esse motivo você a incentivou a desabafar?

– Foi... E ela começou, mas quando sugeri que minha mãe a ajudaria melhor do que eu, ela ficou chateada.

– Acho que todos temos certas restrições a terapeutas, nada contra a sua mãe, até acho que ela deve fazer um trabalho incrível, mas tocar em assuntos que mexem com os nossos demônios internos é complicado. Quem sabe um dia você entende. - ela me explicou e eu comecei a me sentir menos culpado.

– Então é isso... Agora to entendendo... A música... - comecei a ligar os pontos.

– Que música?

– Goin' Down.

– O quê tem essa música? - ela estava curiosa.

– Os versos dela... Tem uma hora que ela fala que tudo o que ela precisa é de alguém que a salve, porque ela está desmoronando.

– Já que você começou a juntar as primeiras peças do quebra cabeça, por que você não tenta desvendar o resto do mistério?

– Você acha que eu consigo?

– Você está no caminho certo, eu não posso te dizer tudo o que está acontecendo ou o que aconteceu, mas posso te falar se você está certo ou errado. - ela me lançou um olhar complacente.

– Por que você não pode me contar o que aconteceu ou o que está acontecendo? - a perguntei intrigado.

– Porque quando escondemos algo, queremos que ninguém ache.

– Vocês são muito misteriosas.

– Somos muitas coisas e o mais incrível disso tudo é que todos querem ser como nós. - ela sorriu mostrando todos os seus dentes perfeitamente alinhados - Te digo isso porque, você pode fazê-la mudar de ideia.

– Você fala como se não pudesse.

– Apesar de ter liberdade para comentar qualquer assunto com ela, eu sei que qualquer argumento que eu use sobre essa situação ela vai refutar facilmente, já com você ela vai estar mais aberta, até porque você não presenciou tudo o que aconteceu.

– Obrigado pelo conselho.

– Só me agradeça quando você conseguir se resolver com ela. Amanhã vou te levar ao rotary club para falar com ela.

– Por que lá?

– Todas as quintas ela joga tênis com o primo. É uma espécie de tradição. Assim que terminar o jogo você fala com ela, aposto que ela vai estar mais calma e com isso eu aproveito pra levar um papo com o Lucas.

Pedimos a conta ao garçom e foi um briga porque ela queria pagar e eu neguei. Sou um cavaleiro e sempre fui ensinado que um cavaleiro nunca deixa a dama pagar. Consegui pagar tudo antes dela e ela fechou a cara e ficou emburrada.

Brinquei com ela para ver se ela voltava a sorrir antes que voltássemos a maratona de compras.

– Não adianta você ficar brincando comigo, ainda estou bolada.

– Poxa nem se eu falar que eu vou ser a sua cobaia pelo resto do dia?

– Agora sim eu estou vendo vantagem. Vamos logo escolher o resto dos presentes minha cobaia.

– Vamos ruiva mandona. - a abracei pelos ombros.

– Mandona? - ela arqueou a sobrancelha direita.

– Só um pouquinho! - fiz um gesto com as mãos mostrando o quanto ela é mandona.

– Palhaço! - ela começou a rir.

Fomos andando para um loja onde vendia ternos e abotoaduras, ela disse que ali encontraria o presente perfeito para o pai dela.

Mais uma vez eu iria bancar o boneco enquanto ela brincava de fazer compras me mandando vestir as peças para ver se ficavam boas.

Eu estava me divertindo horrores com essa ruiva louca e mandona.

Nunca pensei que ser cobaia dessa maluca fosse ser tão engraçado.

# Narração Bernardo (OFF):


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Deixe o seu comentário, sua sugestão vou adorar ler. Prometo voltar rápido. Até o próximo capítulo beijinhos!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Castelo de Vidro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.