Era um dia como qualquer outro em King Cross.

Joey trabalhava na estação há mais de vinte anos, e nunca tinha visto nada de anormal. Era quase monótono, a todo momento os apitos de trem e passos apressados soavam pelo local.

Exceto no dia primeiro de setembro.

Claro, é óbvio que na volta às aulas a estação estava mais lotada que o normal, mas havia um detalhe...

Todas as crianças, adolescentes ou pais estavam sorrindo.

Era um tanto incomum comparado com a habitual carranca de grande parte das pessoas. Mas naquele dia não. Irrompiam através da porta dezenas de pessoas levando malões estranhos. Às vezes até via corujas. Alguns olhavam ao redor animados, como se tudo aquilo fosse incomum e incrível, e outros torciam o nariz para o que viam.

Por algum tempo, King Cross se enchia de alegria e algo que no ar que não conseguia identificar, mas era bom. Porém após às onze horas, tudo voltava ao normal.

Joey nunca entendeu aquilo, e provavelmente nunca entenderia.

Mas, quase inconscientemente, não conseguia deixar de esperar aquele dia, apenas para apreciar e sentir aquilo que se havia no ar, só por alguns instantes. Fazia-o se sentir como um jovem esperançoso de novo, com vontade de enfrentar o mundo e lutar pelos seus sonhos. Era... mágico.

E só por aquele minúsculo detalhe, ele sempre trabalhou com um sorriso.