Primeiras Impressões escrita por Madame Baggio


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS, ISSO DEMOROU!!!

Mil perdões a todos vocês que estiveram esperando. Eu agradeço toda a paciência e o carinho de vocês.

Obrigada pelos comentários! Espero que vocês gostem do post de hoje!



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Você só pode estar me zoando! O que ele está fazendo aqui? Aquela vez que Collins estava com Charlotte na festa do imbecil do Bingley ficou bem claro que Darcy não gostou nada dele. (E eu nem estou julgando, porque só a Charlotte consegue gostar do animal)

—Darcy. –eu achou que o choque ficou bem evidente na minha voz –O que você está fazendo aqui?

OK, talvez eu não devesse soar tão acusatória –afinal a casa é da tia dele –mas mesmo assim! O que ele está fazendo aqui? Eu tenho certeza que Vossa Babaquice Real tem coisas mais importantes para fazer. Qualquer coisa.

Como eu brequei no topo da escada Darcy subiu rapidamente –e mesmo assim de forma elegante, idiota –os degraus que nos separavam até ficar de frente para mim.

—Eu vim para o casamento. –ele me informou.

Eu não sabia o que dizer. Tipo... Por que?

—Minha tia pediu para eu comparecer.

Eu não tinha me tocado que tinha falado a última parte alta até ele me responder a pergunta. Ou talvez minha cara de confusão estivesse muito intensa.

—Certo. Eu...

—O que você achou da casa? –ele perguntou de repente.

—Enorme. –eu respondi sinceramente –Eu não tive muita chance de ver a coisa toda, mas essa é minha primeira impressão.

—Sim, a casa é, de fato, grande.

E daí a gente meio que ficou um olhando para a cara do outro sem dizer nada. Por fim, Darcy limpou a garganta.

—Você estava indo a algum lugar? –ele quis saber.

—Eu estava procurando o Fitz. –eu falei.

—Fitz? Você ja o conheceu?

—Ele foi me buscar no aeroporto. –o sorriso que apareceu no meu rosto foi natural, porque só de lembrar do cara eu tinha vontade de rir.

Darcy arqueou a sobrancelha.

—Vocês se deram bem?

—Ele é incrível. –eu admiti, porque era verdade –É super engraçado. Nós conversamos por uma hora, mas parece que ja faz tempo que eu o conheço.

Darcy abriu a boca, então fechou-a e comprimiu os lábios.

—Que bom. –ele falou de forma curta –Se você me dá licença...

Eu apenas fiz que sim a cabeça e Darcy saiu dali rapidamente. Só depois eu me toquei que não tinha perguntado onde ficava a cozinha.

XxX

Eventualmente encontrei a cozinha com a ajuda de Anne, a filha da temível Catherine De Bourgh. Nós trombamos por acidente e eu me apresentei.

Tadinha dessa menina. Se o que todo mundo fala da De Bourgh mor é verdade, ela deve sofrer na mão dessa mãe. Ela é um ratinho, mal fala e só olha para o chão. Catherine deve controlar tudo o que ela faz, veste e possivelmente estuda.

Mas enfim, eu achei a cozinha. Felizmente a cozinheira era uma senhora mega simpática que preparou um bandeja para eu levar para Charlotte. E foi ela quem me avisou, muito casualmente, que nós teríamos um jantar com a senhoria da casa.

—Ah, é verdade. –Charlotte me falou quando eu comentei com ela –Catherine me avisou mais cedo.

—Ah meu Deus. –eu bufei –Eu vou ter que me vestir que nem mocinha para isso?

—Ah vai. –ela bufou –Não tem nada que a mulher goste mais do que a oportunidade de criticar os outros. Quanto menos você ajuda-la, melhor para você.

Eu revirei os olhos.

—Ainda bem que eu assaltei o ármario da Jane antes de vir pra ca.

—A Jane é quase dez centímetros mais alta que você. Como você consegue usar as roupas dela?

—Isso, esfrega na minha cara, colega. E eu tenho meus jeitos.

Charlotte desistiu de me enteder. Era até fofo que ela estivesse se dando ao trabalho.

XxX

Eu nem vou mentir: estava meio nervosa com essa parada de jantar.

Eu não tenho filtro na boca, tenho quase zero de classe, a mesa vai estar cheia de pessoas com quem eu não simpatizo... Se Deus for piedoso eu vou sentar entre o Fitz e a Charlotte e daí tudo vai ficar bem.

Eu não sei porque ainda me iludo com a chance de Deus ter pena de mim.

Sim, Charlotte estava certa e Jane era quase dez centímetros mais alta que eu, mas nós vivemos juntas há muito tempo, então eu tenho minhas técnicas. Por exemplo, Jane tem o quadril mais largo que o meu, então não posso usar nada dela que seja mais justo ali, porque fica estranho. E eu sempre pego os vestidos dela que são um pouco mais curtos nela, porque daí eles ficam um pouco mais compridos em mim.

O vestido que eu estava usando era um modelo da Jane no qual eu vivia passando a mão. Era um transpassado verde esmeralda que era de algum material delicioso e se ajustava bem ao meu corpo.

Sinceramente, ia ter que ser o bastante. O outro vestido que eu tinha era para o jantar de ensaio amanhã. Eu não viajo com muita bagagem. O que o Fitz reclamou que estava pesado na minha mala eram na verdade presentes (das meninas e meus) para a Charlotte e o Ricky.

E não, eu não trouxe nada para o Collins. Meu presente para ele vai ser minha educação.

Enfim, respirei fundo e desci.

—Lizzie!

Eu sorri porque Fitz estava esperando por mim no pé da escada. E daí eu vi que Darcy estava logo atrás dele.

—Ah Elizabeth... –Fitz bufou –Eu esperando você aparecer de calça jeans e tênis. Teria sido o melhor jantar da minha vida.

Olhei do terno dele para o do Darcy.

—Ah com certeza. –falei irônica –Eu não quero criar o caos antes do casamento.

—Essa casa aguentaria um pouco de caos. –ele me informou –Acho que a última vez que alguma coisa interessante aconteceu aqui foi quando eu e Darcy apostamos uma corrida de skate escada a baixo.

Eu olhei chocada para Darcy. Ta ai uma coisa que eu não esperava ouvir sobre ele.

—Como vocês dois não se mataram?

—O segredo vai comigo para o túmulo. –Fitz falou.

—Ele não teve coragem de descer e eu rolei escada abaixo. –Darcy informou –Quebrei o braço e perna.

Fitz estava reclamando com Darcy sobre falar essas coisas para pessoas de fora da família e traição do próprio sangue, mas eu ainda estava  tentando imaginar Darcy como o tipo de criança que feria algo tão idiota.

Quando olhava para ele eu não conseguia ve-lo criança. Se alguem me perguntasse eu ia dizer que Darcy ja nasceu crescido e revirando os olhos para nós plebeus.

—Bom, vamos indo, Tia Catherine odeia atrasos. –Fitz falou, então me ofereceu o braço -Senhorita?

Eu arqueei uma sobrancelha e ele bufou, abaixando o braço.

—Depois vocês mulheres reclamam que não existem mais cavalheiros. –ele reclamou.

—Eu não preciso de um cavalheiro, Fitz. –eu revirei os olhos enquanto nós começamos a andar.

Fitz olhou para mim com interesse redobrado.

—Ah é? Do que você precisa então? –ele perguntou curioso.

Epa, por que ele estava perguntando? Eu não sentia que era interesse no meu corpinho, mas havia algum tipo de interesse. Agora, por que?

Darcy, que estava do outro lado de Fitz, estava fuzilando o primo com os olhos.

—Paz mundial. –eu respondi docemente.

—Desculpa te falar, amiga, mas se é isso que vai te conquistar você vai morrer solteira e com 70 gatos. –Fitz me informou.

—70 chinchilas. –eu falei –E esse é o plano.

Fitz estava rindo, mas tinha um sorriso de dó no rosto. Como se ele soubesse de algo que eu não sabia. Bom, eu duvido muito.

XxX

Catherine de Bourgh era uma figura e tanto. Eu quase achei que ia ve-la sentada num trono com servos ao seu lado abanando-a. No fim ela estava sentada numa poltrona, de terninho. Assustadora mesmo assim. Eu vi o Poderoso Chefão passando pela minha cabeça e quase saí correndo.

—Ah essa deve ser a famosa Elizabeth Bennet. –ela falou tão logo eu entrei na sala –Charlotte não fala de outra coisa a não ser da sua chegada. –me olhou de cima a baixo –Eu esperava um pouco mais.

E la vamos nós. Me pergunto quanto educada eu vou conseguir ser. Darcy está aqui e Fitz também... Não seria legal ser grossa com a tia deles, especialmente porque eu estou ficando na casa dela... E claro, Charlotte e o casamento.

Tem dessas.

Mas vamos la. Deixa a tia falar.

—É um prazer conhece-la, senhora De Bourgh. –eu falei –Eu ouvi falar muito da senhora e, obviamente, nada foi exagerado.

Charlotte arregalou os olhos. Darcy arqueou uma sobrancelha.

—Charlotte me disse que você trabalha na mesma firma que ela em Londres.

—Sim, senhora.

—E quais são seus planos para o futuro? –não parecia curiosidade, parecia que ela exigia saber.

—Bom... –eu lancei um olhar para Darcy –Eu só vou ficar la até arrumar um marido rico.

Fitz tossiu de um jeito que pareceu muito uma risada. Catherine não parecia nada feliz comigo.

—Onde você mora, mocinha? –ela quis saber.

—Ah pode me chamar de Senhorita Bennet, eu não me importo. –falei rapidamente –E eu moro em Notting Hill com minhas amigas.

—Notting Hill? Como você consegue morar em Notting Hill?

Ai. Bom, eu tentei.

—Minha amiga Jane tem uma tia que morava la. Mas ela foi passar as férias no Chile, conheceu a mulher da vida dela e nunca mais quis voltar. Então ela nos deixou morar la temporariamente. A casa é fanstástica, ótima para festas que duram o fim de semana inteiro.

Charlotte parecia estar querendo sumir, Mariah e Fitz estavam rindo. Darcy tinha um pequeno sorriso.

—A tia da sua amiga...

Obviamente essa tinha sido a parte que ela tinha prestado atenção.

—É casada com uma chilena, sim. –eu confirmei com um sorriso sereno –Bom, não oficialmente, porque la não é permitido, mas o que conta é o que está no coração.

Catherine torceu os lábios. Se ela abrir a boca para falar de Deus e casamento é homem e mulher eu não me responsabilizo.

—E suas amigas? –ela perguntou azeda.

—Elas não são casadas. Nem com homem, nem com mulher. Mas estamos na luta.

Eu acho que o Collins está para morrer. A mãe da Charlotte também. A Catherine está entre morrer e me matar.

Felizmente uma mulher entrou nessa hora informar que o jantar estava servido. Logo agora que eu estava aquecendo...

XxX

Acho que como castigo eu fui colocada do lado de Darcy na mesa, com a mãe da Charlotte do meu outro lado. Eu sempre tive a impressão de que ela não ia muito com a minha cara.

Darcy obviamente era o sobrinho preferido porque ele estava do lado direito de Catherine, enquanto a filha dela estava do esquerdo. Por algum motivo Collins não tinha sido permitido sentar do lado de Charlotte, então os dois estavam frente a frente. A boa noticía é que Fitz estava na minha frente. A má é que havia um vaso no caminho.

Catherine começou a perguntar sobre Georgiana para Darcy. Pelo jeito a menina é um prodígio, porque ela estava fazendo Medicina, era a melhor da turma e de algum jeito ainda achava tempo para “fazer caridade” e cultivar uma paixão por hipismo.

Eu fui informada por Catherine que hipismo é um dos esportes que definem uma dama, não que eu vá poder praticar, porque é uma prática de alto custo.

—Não tem problema. –eu informei –Eu não gosto de cavalos. E se não foram as freiras que me transformaram numa dama, cavalo nenhum vai dar conta.

—Você estudou num colégio de freira? –Fitz perguntou, obviamente não acreditando.

—Claro que sim. De onde você acha que vem meu respeito por autoridades?

Darcy estava apertando a ponte do seu nariz. É, eu também não acredito.

Depois do jantar nós fomos levados até uma sala onde fomos servidos café. Sinceramente, gente rica não tem mais o que fazer. Eu sentia que devia começar a bordar ou a tocar o piano. Se soubesse fazer alguma dessas coisas. Eu sei tricotar. Será que serve?

Finalmente me sentei ao lado de Fitz para conversar. Charlotte tinha vindo sentar perto de nós porque Collins estava muito ocupado puxando o saco de Catherine.

—Eu vou sentir sua falta no escritório. –estava falando com Charlotte –Ninguem mais me entende.

Charlotte foi oferecida uma posição no escritório da De Bourhg, porque Collins não podia se casar com alguem que trabalhava para a concorrência. Eu acho.

—Ninguem mais te aguenta, isso sim. –ela me provocou com um sorriso divertido.

—Ei! Minhas irmãs me aguentam.

—Eu estou confuso. –Fitz falou –Vocês são irmãs ou não?

—Não, cabeção. –eu revirei os olhos –Nós só temos o mesmo sobrenome, então gostamos de falar que somos irmãs.

—Ah que juvenil. –ele provocou.

—Engraçadinho.

—Darcy, Lizzie me falou coisas horríveis a seu respeito. Venha se defender! –Fitz acenou para o primo se aproximar.

Meu Deus! Eu vou matar esse babaca. Não acredito que ele fez isso comigo.

Darcy aproximou-se com toda aquela graça e bom humor de sempre.

—Que coisas horríveis? –ele perguntou, embora só soasse vagamente interessado.

—Você deu uma carona para essa pessoa e ficou o tempo todo em silêncio? –perguntou chocado.

—Eu não a conhecia bem então. –Darcy defendeu-se –Eu não sabia sobre o que falar.

Fitz abriu a boca para falar algo quando Catherine exigiu a presença dele e de Charlotte, me deixando sozinha com Darcy.

—Eu não sou bom em conversar com pessoas que eu não conheço. –ele falou por fim, embora não estivesse olhando para mim.

—Quantos vezes nós nos vimos, Darcy? Quantas delas você tentou participar de verdade de alguma conversa? –eu quis saber.

—Quantas vezes você participou de uma conversa sem ser sarcástica ou irônica? –ele retrucou.

—Eu não gosto de desperdiçar bom material. –eu falei de forma doce.

—Ai está. –ele indicou.

Eu revirei os olhos.

—Não é culpa minha que você não aguenta sarcasmo. –eu indiquei –Além do mais, vamos ser sinceros, Darcy. Quando você realmente se esforçou para falar comigo?

—Quando nós dançamos. –ele falou na hora.

Ok, eu estava oficialmente surpresa. Mas antes que eu pudesse responde Catherine resolveu que precisava de uma corte e fez eu e Darcy nos aproximarmos dela.

Menos mal.


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Notas finais do capítulo

Lizzie causando o terror por onde passa. Como não amar essa pessoa?

Eu prometo melhor e ter pelo menos um capítulo novo antes de sexta que vem.

Espero que vocês tenham gostado.

Comentem!

B-jão