Surge Uma Vingadora escrita por Helem Hoster
Notas iniciais do capítulo
Eu acho que esse cap é um pouco esclarecedor. Espero que gostem. Enfim, boa leitura
Enjoy♥
Lena subiu novamente a colina e encontrou Fury a esperando.
– Srta. Carter. Podemos conversar? Em um lugar mais... privado? – Fury perguntou.
– Fury, você não me deixou em paz nem quando eu estava bem. Quando eu já disse que já estava fora. E eu compreendo. Mas será que nem o funeral do meu namorado, que morreu por SUA causa, você pode respeitar? Será que nem aqui você me deixa em paz? – Lena perguntou.
– Ele não precisava morrer. – Fury falou.
– A primeira coisa sensata que você me disse até agora. – Lena retrucou.
– Ele morreu por você.
– Mas não fui eu quem o chamou praquele Aeroportaviões. E eu não queria que ele tivesse ido. Deixei isso bem claro. Mas você só parece entender, depois que a droga já tá feita, né? Você tem noção do que faz? – Lena questionou. Seu tom era baixo, mas furioso.
– Eu não preciso que me diga que sou o culpado. Eu sei disso. Sou culpado por cada morte que ocorreu naquele Aeroportaviões, e na cidade também. – Fury retrucou.
– Essa é a coisa mais verdadeira que você já disse na vida.
– Mas eu quero consertar isso. Eu tô tentando consertar. – Fury falou. – Nós dois perdemos pessoas importantes, Lena. Eu sei o que sente.
– Você não tem ideia do que eu sinto! – Lena retrucou. – Seu mentiroso!
– Eu sei que está chateada...
– Chateada? Você disse que eu tô chateada? – Lena riu irônica. – Eu fico chateada quando eu queimo a comida. Eu fico chateada quando eu perco no videogame, ou quando o fio da minha guitarra arrebenta. Eu fico chateada quando os Yankees perdem a temporada. Isso me deixa chateada, Nick. Mas não tem palavras, que descrevam o que eu tô sentindo agora. Você não sabe nada.
– Ouça. Eu estou tentando te dizer, que posso trazer o Evans de volta. – Nick falou.
– O quê? – Lena franziu o cenho sem entender. Nick suspirou abaixando o olhar.
– Tem um projeto, chamado Projeto Taiti. Foi o que usamos, pra trazer seu “vovô” de volta. Podemos fazer isso com o Evans. O corpo ainda está conservado e fresco. Vai funcionar. – Fury falou.
– Está dizendo que quer ressuscitar o Charlie?! – Lena tentou entender.
– É. Isso. Ele pode voltar com... alguns efeitos colaterais, um pouco confuso no início, mas, vai ser o mesmo com as mesmas lembranças, o... mesmo jeito. Os mesmos sentimentos. – Fury falou. Lena nunca se sentiu não enojada e indignada.
– Isso... o que você fez... o que quer fazer. Isso é desumano. É cruel, é abominável. Você é maluco! O Tersseract mexeu com teu cérebro, Nick. – Lena retrucou.
– Eu nunca estive tão lúcido. Eu sei o que estou fazendo. – Nick falou.
– Eu não quero nem ouvir. Tá? Não tô nem aí pro que você sabe ou não. Vai pra casa e dorme um pouco, vai. Fica num cantinho, e pensa direito. – Lena falou. – Eu não vou discutir porque está claro o quão desesperado e louco você está. Então faça um favor a si mesmo, suma da minha frente. E deixa o Charlie descansar em paz. – Lena pediu.
– É o que você quer? – Fury perguntou.
– Eu sei o que está tentando, Nick. Eu não sou cega. – Lena falou. Nick inclinou levemente a cabeça esperando ela continuar. – Você quer usar isso no Coulson. Mas não sabe se realmente funciona, porque o Steve estava vivo quando você o trouxe de volta. Por isso você precisa de uma cobaia antes de testar no seu amigo. E o Charlie lhe pareceu uma opção viável. – Lena revelou.
– Mas...
– Não negue. – Lena o interrompeu. – Não ouse negar o que está claro em seu olhar. Você sabe que é verdade. Lamento meu caro. Mas está sozinho nessa, Nicolas. Por que não esquece isso? E deixa o Phil descansar em paz. Ele fez uma escolha, Nick. Por que não aceita isso, e segue em frente? Você tem que parar de se preocupar com quem já se foi, e começar a se preocupar com os que estão a sua volta. Minha avó sempre diz “Não se preocupe com os mortos, mas sim com os vivos. Porque eles são quem representam o verdadeiro risco.”
– Tudo bem. – Nick suspirou inconformado. Lena reprimiu os lábios. – Eu também queria avisar, que Alexander Pierce, te chamou pra uma reunião, amanhã. Depois que Thor e Loki voltarem pra Asgard.
– Pierce? Meu tio Alexander Pierce? – Lena repetiu. – O que ele quer comigo?
– Eu não sei. Mas, não precisa se preocupar. Ele é meu amigo. É confiável. – Nick falou. – Eu levaria uma bala por ele.
– Pois meu pai o usaria como escudo humano. – Lena retrucou. – E eu confio muito mais no meu pai, do que em você, e você sabe.
– Eu sei. Tudo bem. Eu já falei o que tinha que falar. É só isso. – Nick a dispensou.
– Finalmente. – Lena comentou se afastando dele.
– Helena. – Nick a chamou. Ela parou. – Você sabe que eu só quero ajudar.
– Não acha que já ajudou o bastante? – Lena perguntou.
– Eu não sou assim como você pensa. Eu cuido dos meus. Eu cuido de quem está sob minha responsabilidade. – Nick protestou. Lena suspirou virando-se pra ele.
– E olha onde estamos. – ela retrucou em tom cansado e triste. – Adeus, Nick. – ela falou e se afastou se juntando ao grupo.
Nick suspirou olhando pra baixo.
– Sinto falta de quando ela queria me impressionar. – Nick comentou baixo.
– Ela cresceu, Nick. A percepção dela sobre o mundo mudou muito. Ela não é mais aquela garotinha que um dia você pegou no colo. – uma voz familiar lhe falou atrás dele.
– Pois é, Rita. Se ela ao menos tentasse me escutar. Mas não adianta. Não importa o que eu faça pra tentar agradá-la, ela continua me odiando. Sempre desconfiada. – Nick falou a olhando. A idosa riu divertida.
– Ela é uma Carter. Temperamento forte está no nosso sangue. A minha mãe também era assim. – Rita comentou.
– Não me lembro da Peggy me xingar de careca caolho. – Fury retrucou.
– Não se lembra porque na época em que foi aprendiz dela você ainda tinha os dois olhos, e cabelo. – Rita retrucou divertida. – E ela xingava sim. Você é que era novo de mais pra lembrar.
– Eu achei que poderia ser um diretor tão bom quanto ela foi. Que sempre teria um Carter ao meu lado pra me ajudar. – Nick comentou. – Mas parece que eu estou sem candidatos agora. Helena era a escolhida. Desde o início. Eu falei com os pais dela quando ela nasceu. Eles prometeram que não a impediriam de ajudar o mundo. Era pra ela ser grande. Mas... parece que ela não quer. Não quer o poder, nem a herança. Quer apenas “ser normal”.
– Nick. Helena é jovem. Ainda está aprendendo a lidar com os poderes dela. É difícil pra uma menina perder tanta gente próxima a ela. Ela ainda não aprendeu tudo. – Rita retrucou.
– Por que ela me odeia? Eu a protegi desde que ela nasceu. Eu enfrentei o Conselho por ela. – Nick protestou chateado. – E ela me despreza assim. Diz que não me deve nada. – Nick deu ar de riso.
– E ela não deve. – Rita respondeu divertida.
– O quê? – Nick a olhou.
– Somos Carter. Não devemos nada pra ninguém. – Rita falou.
– Vocês Carter tem o mesmo problema. São orgulhosos de mais. – Nick debochou.
– Você é que não tem amor próprio. – Rita retrucou.
– Eu tenho amor próprio. Por isso escolhi Helena. Ela vai herdar a SHIELD. Tudo isso é dela. E ela joga fora. Como se fosse lixo. – Nick fala parecendo profundamente chateado. – E o pai dela não ajuda em nada.
– Graykov nunca aceitou que a filha fosse envolvida com os assuntos e problemas da SHIELD. Porque ele sabe o quanto é difícil o nosso trabalho. Ele sabe o quanto sofremos pelos outros. E não é essa vida que ele quer pra Lena. Desde que ela nasceu sempre foi a garotinha dele. E por isso ele odeia você. Porque sempre soube que teria que dividir ela com você. – Rita explicou em tom divertido, mas sábio. – Eu me lembro dos natais em que eles passavam na minha casa quando Lena era pequena. Ele a observava de longe, ele ficava olhando ela brincar com Frankie no tapete da sala, e dizia pra mim “Rita, eu sei que eu fiz uma promessa a um agente federal. E eu odeio tanto aquele filho da mãe por isso. Será que ainda dá tempo de desistir do acordo? Não quero que a minha garotinha se meta nisso. Ela é só uma menininha.”
– Mas ele não voltou atrás no acordo. – Nick retrucou.
– Por mais que ele quisesse, ele sabia exatamente o que ia acontecer, e que precisava que acontecesse. Ele só não sabia que se apegaria tanto à ela. – Rita respondeu. – Por isso ele sempre se enfiava em qualquer coisa no trabalho que mandasse ele pra longe. Ele a treinou como você pediu. Ele a ensinou a se virar, a falar vários idiomas. A conhecer lugares diferentes. Mas ele sempre tentava manter distância. Pra ver se desapegava dela. Mas é praticamente impossível conhecer a Lena, e não ama-la. E ainda mais difícil deixar de ama-la.
– Eu sei. Ela conquista qualquer um. Eu vi a performance dela com Loki. Ela o fez sentir compaixão dela. Ele tentou salvá-la. – Fury falou. – Eu fingi que não sabia que ela conversava com Loki no Aeroportaviões, pra ver se ela se sentiria confortável. Eu deixei que ela ficasse no mesmo quarto que a agente Romanoff, eu até trouxe o namorado dela pra ela não se sentir sozinha. Eu deixei que trabalhasse com os gênios que ela admira. Mas, parece que não importa o que eu faça, nunca será o bastante. Ela vai sempre me odiar. Ela não é mais a garotinha que eu peguei no colo, achando que estava com o futuro da SHIELD, nos meus braços. E hoje ela me odeia. O que foi que eu fiz, Rita, além de protegê-la? Eu contratei agentes da mesma idade que ela, pra que fizesse amigos. Se entrosasse.
– Nick, você já parou pra pensar, que talvez, não seja isso o que ela quer? – Rita perguntou.
– Então o que ela quer de mim? Me diz o que eu faço pra agradar ela? – Nick pediu indignado.
– Espere. Quando um Carter implica com alguém, é difícil de remediar. Então, tenha paciência. Um dia ela vai entender. Agora, apenas seja paciente. Ela ainda está crescendo, vai descobrir muita coisa. – Rita falou.
– E se ela não entender? Se ela compreender mal, o que fizemos. E nós dois sabemos que ela é expert nisso. – Nick questionou.
– Então, que Deus nos ajude a enfrentara fúria de uma Carter poderosa. – Rita respondeu, e deu uma risada divertida e meio rouca. – Relaxe. Você vai sobreviver.
– Eu gritei com ela. – Fury falou olhando pra baixo. – Ela não vai esquecer. Muito menos perdoar.
– Lena não vai te perdoar? Ou você não vai se perdoar? – Rita perguntou. – Não se preocupe, Nick. Ela é jovem, vai superar.
– Mas isso não vai fazer ela me odiar menos. – Nick retrucou.
– Relaxe, garoto. Esse estresse todo que te deixou careca. – Rita comentou. Nick riu olhando pra baixo. – Não se preocupe, querido. Você cuidou muito bem dela.
– E olha onde estamos. – Nick a olhou.
– Vocês dois, são muito parecidos, sabia? – Rita o olhou divertida. – Vocês são dois cabeças duras teimosos. Mas com muitos segredos.
– Todos temos segredos, Rita. E todos temos pelo que lutar. – Nick comentou. – Ela acha que eu não tenho sentimentos. Que eu não entendo o que ela sente, mas está errada. Eu sei exatamente o que ela sente. Eu também perdi quem eu amo. E eu também quero minha família segura. – Nick comentou observando o funeral.
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Bom, acho que isso explica algumas coisinhas, né? Espero que tenham gostado. E não esqueçam de comentar, ok? bjocas, nos vemos nos reviews♥♥♥