Surge Uma Vingadora escrita por Helem Hoster


Capítulo 19
A vingança da vingadora.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora e pelo suspense, amores. Mas não tive muito tempo livre pra postar. Enfim. Espero que gostem. Enfim, boa leitura. Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/619031/chapter/19

Flash Back On

Lena encontrava-se sentada em seu quarto na universidade. Ela dedilhava delicadamente sua guitarra. Tocava algo suave.

Estava completamente perdida em suas lembranças. Em seus pensamentos. Esse era um daqueles momentos, em que as saudades que sentia do seu irmão, Dani, se tornava mais forte. Quase insuportável.

– Que lindo. – ela ouviu uma voz falar suavemente. Ergueu o olhar e viu Charlie parado na porta do quarto. Mas não se assustou. – Eu bati. Mas você não atendeu, então achei que tivesse saído, mas ouvi o som de música, então ... entrei. – ele contou.

– Tudo bem. – Lena deu um pequeno sorriso doce. – Vem. Senta aqui comigo. – ela indicou um espaço vago em sua cama.

Charlie fechou a porta e se aproximou sentando do lado dela e beijando seu rosto.

– Eu já vi essa guitarra aqui, mas achei que fosse da Charlote. – Char comentou. Lena deu um pequeno sorriso continuando a dedilhar. – Por que não me contou? – ele perguntou. Mas não era em tom de mágoa, ou ressentido. Era apenas curiosidade.

– Você não perguntou. – ela respondeu dando de ombros.

– Sério? Eu preciso perguntar esses detalhes? Esse não é o tipo de coisa que se descobre na primeira semana de namoro? – ele perguntou em tom divertido. Lena franziu o cenho e olhou pra ele.

– Mas nós estamos na primeira semana, Char. – Lena argumentou.

– Ah! É verdade... – ele falou em tom suave e divertido como se se tocasse de algo. O que fez Lena rir baixo, um riso que logo se desfez. – Hey, que foi , loirinha? – ele perguntou ao notar isso. Lena negou com a cabeça.

– Quando eu aprendi a tocar, foi pelo meu irmão. Ele gostava. Por causa dele, eu entrei pra banda da escola, sabia? – Lena deu um pequeno sorriso com as lembranças. – E eu amava tocar. Porque eu tocava por ele. Ele estando junto ou não. Era por ele. E então... eu parei. – Lena falou sustentando um longo suspiro.

– Por quê? – ele perguntou. Lena hesitou por longos segundos tentando segurar sua mágoa. Ela piscou lentamente.

– Porque ele morreu. – ela falou num tom meio agudo e pesado como se segurasse o choro. Charlie ficou estático por um momento. Não sabia o que fazer. – Desculpa, te jogar isso, assim. Desse jeito. – Lena pediu.

– Está me pedindo desculpa por estar com saudades do seu irmão? – Charlie a olhou tentando aliviar o clima.

– É. Acho que eu estou. – Lena deu ar de riso.

– Você parou de fazer o que gostava por ele? – Charlie tentou entender. Lena deu de ombros.

– Não tenho mais razão pra tocar. – ela respondeu.

– Você não devia parar. Você toca muito bem. – ele comentou. – Não devia desistir de fazer as coisas nas quais você é boa, porque perdeu alguém. Esse devia ser seu incentivo. Tocar por ele. Continuar tocando por ele. Acho que ele não gostaria de te ver parar de tocar.

– Ele só tinha cinco anos. Não iria se importar. – Lena deu de ombros.

– Você está se contradizendo. Disse que ele gostava. Crianças nessa idade tem temperamento forte. Se gosta, gosta muito. Se não gosta, não se importa. – Charlie falou a olhando. Lena suspirou. – Bom, isso é algo que você tem que decidir, mas, não devia parar de fazer aquilo que é seu dom, porque perdeu alguém. Esse devia ser seu incentivo pra continuar.

Lena desviou o olhar pra guitarra, pensando. Concordou com um aceno, e o olhou com um pequeno sorriso.

– Você tem razão. Dani não iria gostar de me ver desistir de fazer algo que eu e ele gostávamos. – Lena concordou. Char deu um pequeno sorriso e a abraçou. – Obrigada, Char. – ela falou em tom suave.

– De nada. Eu te amo, Lena. – ele falou beijando o topo de sua cabeça.

Flash Back Off.

– Lena!! – Lena ouviu uma voz ao longe chamá-la. Sentiu segurarem seus braços, a sacudindo. – Vamos, acorda! Lena! – a voz foi ficando mais próxima e mais clara. – Lena!

Ela abriu os olhos, agoniada com um zunido no ouvido. Sua vista estava embaçada, mas foi ficando cada vez mais clara. E viu um par de olhos grandes e brancos.

– Peter... – ela gemeu, atordoada.

– Ah! Graças aos céus! – Peter a abraçou. Ela estava no chão, com o corpo dolorido. – Não faça isso comigo de novo, minha flor.

– O que eu perdi? – Lena perguntou, se esforçando pra se levantar. Peter a ajudou a levantar segurando suas mãos. Ela reclamou de dor.

– Você tá bem? – Peter perguntou preocupado.

– Tá sim, claro. Só meus ossos, meus músculos e meus órgãos já eram. – Lena reclamou o fazendo rir.

– Poderia ter sido pior. – Peter riu – Você poderia ter levado uma surra de um caminhão de areia. Assim, além de ossos, músculos e órgãos doloridos, você ainda teria areia dentro das orelhas, e em outros lugares que é melhor eu não comentar...

Lena riu, imaginando Peter tentando tirar toda aquela areia de dentro da máscara. Peter tentou ajudá-la a ficar de pé, e depois avaliou os estragos, olhando-a de alto a baixo. Mas Lena passou a se sentir incomodada com esse scanner de olhos grandes.

– O que é que você tanto olha, heim? – Ela colocou as mãos na cintura.

– É melhor pensar bem nessa resposta, podem ser suas últimas palavras. – uma voz feminina disse, furiosa.

Peter se virou, e deu de cara com a garçonete ruiva, encarando-o. E ela não parecia nem um pouco amigável.

– Mary Jane! – Lena disse – Você tá legal? Se machucou?

– Já falo com você, loirinha! – ela se virou para Peter – A propósito, que é ela?!

– Uma amiga....do trabalho. – Peter gaguejou, ouvindo os risos contidos da Lena atrás dele.

– A última loirinha amiga do trabalho que eu conheci, te tascou um beijo diante de toda a NY. – Mary Jane cruzou os braços. E rosnou, ameaçadora, para Lena – E depois, morreu.

Lena mal podia se conter diante da cena. Mary Jane estava com ciúmes do Peter, e achava que existia alguma coisa entre os dois. De fato, Lena não perderia a oportunidade.

– Não precisa se preocupar com isso, amor. – Lena riu.

– É melhor mesmo que não tenha rolado nada. – Mary Jane rosnou para o Peter - Para o seu bem.

– Eu quis dizer que eu não vou morrer... – Lena provocou.

– Como é que é?! – Mary Jane berrou.

– Mary Jane, agora não é hora pra D.R.! – Peter tentou colocar ordem na situação – E Lena, você é minha amiga ou amiga da onça?!

– Sou sua amiga, querido! – Lena riu – Minha obrigação como amiga é te infernizar sempre que eu tiver a oportunidade!

– O que quer dizer que eu também tenho esse direito... – Peter disse, fingindo gostar da ideia.

– Mas afinal de contas, quem é você?! – Mary Jane olhou para Lena.

– Mary Jane, minha querida, eu sou só a pessoa que disse que vocês dois são perfeitos um pro outro. – Lena começou a correr em direção a outro Chitauri – E Peter, é melhor voltar ao trabalho!

– É sério isso? – Mary Jane o olhou.

– Depois nós conversamos, tá? – Peter prometeu. – Te explico tudo depois. Prometo.

– Tome cuidado. – Mary Jane pediu.

– Sim senhora. – Peter falou em tom doce. – Fique segura, ok?

– Tá. Vai lá salvar o mundo, Tigrão. – ela instigou. Peter concordou e se aproximou indo ajudar Lena, que tinha um sorriso maroto no rosto.

– O que foi? – Peter perguntou.

– “Tigrão”. – Lena desatou a rir. Peter bufou.

– Cresce, Lena. – Peter resmungou disparando sua teia em um prédio qualquer e saindo.

Lena conteve o riso e viu Steve se aproximar.

– Parker falou da explosão, você está bem? – ele perguntou.

– Estou, não é tão fácil me matar. – Lena sorriu o olhando.

– Minha garota. – eles ouviram Natasha falar pelo comunicador, e a viram passar voando por cima de suas cabeças montada em um Chitauri.

– O quê que é isso? – Lena perguntou surpresa. – Eu durmo por dois segundos e vocês já pegam carona com o inimigo?

– Não. Ela acha que descobriu um jeito de tentar fechar o portal. – Steve respondeu.

– Minha garota. – Lena sorriu. – Finalmente resolveu usar a cabeça.

– Aí, se não se importam, tem civis presos nos prédios ainda. – Tony falou.

Eles viram Loki passar voando (caindo) pra torre Stark. Lena cerrou os dentes.

– Steve, cuida dos civis. Eu volto logo. Tenho uns assuntos pendentes pra resolver. – Lena avisou rumando pra sua moto antes mesmo que Steve pudesse responder.

Ela dirigiu à toda velocidade pra torre. Assim que chegou, entrou no elevador. Desceu no andar de bar, a tempo de ver Hulk batendo Loki no chão, como quem bate uma roupa empoeirada.

– Deus fraco. – Hulk xingou se afastando. Loki soltou um guincho agudo. Lena se aproximou.

– Amo esse cara. – Lena falou. Loki a olhou sem conseguir falar. Lena se ajoelhou ao lado dele, e apoiou um de seus pés no peito de Loki que pareceu ter seu ar suspenso. – Dói né? É uma dor que você não consegue expulsar. Nem fazer nada pra evitar. – Lena falou em tom cruel.

Loki a olhou. Parecia perdido. Como se temesse o que Lena poderia fazer com ele.

– Está com medo? – Lena deu um sorriso. – Relaxa. A morte é pouco pra você. Não vou te dar esse luxo. Você não é tão importante a ponto de merecer a morte. Eu não vou te matar. – Lena falou.

Loki continha seu mesmo olhar amedrontado. Era a primeira vez que Lena via isso em seus olhos. E isso a deixava feliz.

Ela deu um forte soco no nariz de Loki.

– Isso foi pelo Clint. – ela falou. Deu outro soco no rosto dele. – Isso foi pela Natasha, seja lá o que você fez pra ela. – Lena se levantou e deu um forte pisão no peito de Loki. – E isso foi pelo Charlie. – ela falou. – E trate de ficar aí até alguém voltar pra te buscar. – Lena falou olhando diretamente nos olhos dele.

Loki mal se mexia. Se conseguia respirar, mereceria aplausos. Lena saiu da torre. E montou em sua moto. Ela dirigiu pela cidade com calma.

– Eu posso fechar. – ela ouviu a voz de Natasha pelo comunicador. – Alguém na escuta? Eu posso fechar o portal.

– Feche! – Steve ordenou de imediato.

– Não! Espera! – Tony cortou.

– Aquelas coisas continuam vindo! – Steve reclamou.

– Agora tá vindo um míssil e vai explodir em um minuto. – Stark informou. Lena sentiu o peito apertar. – E eu sei onde vou colocá-lo.

Lena deu um sorriso. Era de fato brilhante.

– Stark, sabe que é uma viajem só de ida. – Steve alertou.

– Guarde o resto pra volta. – Tony retrucou.

– Mas... – Steve tentou falar.

– Steve. Sei que vou me arrepender de falar isso, e provavelmente eu nunca mais vou dizer, mas, confie nele. Ele tá certo. – Lena falou. Steve suspirou.

Lena acelerou a moto. Olhou pros prédio à procura de civis expostos.

– Peter, tem civis dentro dos prédios? – Lena perguntou. – Eu não consigo ver daqui de baixo.

– Sua máscara tem visão térmica. É só ativar. – Peter avisou.

– Sério? – Lena se animou. – Como eu faço isso?

– No seu cinto. – Peter respondeu. – É na lateral.

– Legal. É tipo o traje do Batman! – Lena falou animada depois de apertar o botão.

Ela conseguia enxergar através das paredes dos prédios.

– Steve, tem alguns civis presos no prédio às seis horas. – Lena informou dando as coordenadas.

– Entendido. – Steve confirmou se dirigindo ao prédio.

– Ok. O que mais você tem pra mim, NY? – Lena falou olhando em volta. Viu num prédio logo à frente, uma anomalia térmica. Era pequeno. Uma criança, nos andares superiores. – Ok. Vamos. – Lena acelerou.

Assim que Lena chegou no prédio, desceu da moto e entrou correndo. Subiu as escadas como um raio. Logo que chegou no andar certo, tornou a procurar a criança. Ainda estava com a visão térmica ativada. Logo avistou a anomalia térmica, encolhida em baixo de uma mesa. Lena sorriu desligando sua visão térmica, e se aproximou se abaixando. Viu um pequeno garoto encolhido, com medo.

– Oi. – Lena falou gentil. Ele pareceu assustado ao vê-la. – Hey. Tudo bem. Eu vim te ajudar.

– Eu não encontro meu pai... – o garotinho de cabelos morenos falou com a voz trêmula abraçando sua mochilinha.

– Tudo bem. Qual seu nome? – ela perguntou olhando a mochila que ele abraçava, viu escrito um nome. – “Abe”? Esse é seu nome? Abe?

– É. – ele concordou.

– Oi, Abe. Eu sou Ghost. – ela se apresentou. – Ghost Oracle.

Ele riu.

– Nominho legal, eu sei. Mas até que não é dos piores, né? – ela brincou. Ele concordou rindo. – Vem cá. Vou te tirar daqui, tá bom? Vamos achar seu pai. – Lena chamou.

O garotinho engatinhou saindo de baixo da mesa, e Lena o pegou no colo. Começou a caminhar pra fora daquele andar.

– Você que fez esse traje? – ele perguntou.

– Não. Foi um presente. Gostou?

– Gostei. – ele confirmou com a cabeça.

– Eu também. – ela concordou.

– Parece o traje do Robin. Sabe, o parceiro do Batman. – ele comentou.

– Sei. Eu disse a mesma coisa. – Lena riu. – Eu gosto dele.

– Eu também. Mas gosto mais do Homem Aranha. – ele falou. Ele a olhou atentamente.

– Tá tudo bem? – Lena perguntou preocupada.

– Você é muito bonita. Tem namorado? – ele perguntou a fazendo rir.

– Você também é fofinho. – Lena comentou. Rumou pras escadas, mas no meio do caminho, encontrou quem menos esperava. – Gavião. – Lena cumprimentou. Clint a olhou.

– O... Loki. – ele falou um pouco sem jeito, como se esperasse algo ameaçador dela.

– Está na torre. Mas temos outras prioridades agora. – Lena falou. Clint concordou, e eles saíram do prédio, a tempo de ver todos os Chitauris caírem mortos no chão.

Todos olharam pro Buraco de Minhoca no céu.

– Vamos, Tony. – Lena sussurrou.

– Feche. – ouviram Steve ordenar. Eles viram o portal fechar. Lena fechou os olhos sentindo uma pontadinha no peito.

– Filho da mãe. – ela ouviu Steve xingar. Lena abriu os olhos e olhou pra cima. Viu um ponto vermelho e amarelo reluzente caindo do céu.

– Quando a gente pensa que se livrou de alguém... – Clint comentou a fazendo rir.

– Nem me fale. – Lena concordou. – Tudo bem. Loki está na torre. Melhor irmos logo. – Lena falou. – Hey! Plano B, pode dar um pulinho aqui? – Lena pediu pelo comunicador arrumando Abe em seu colo.

Logo Peter apareceu em sua frente num salto.

– Chamou? – ele perguntou. O garotinho ficou boquiaberto. – Oi. – Peter cumprimentou gentilmente o garotinho.

– Teioso pode ajudar ele a achar o pai dele? Tenho quase certeza de que está no metrô. – Lena pediu.

– É claro. – Peter falou. – Vem carinha. – Peter lhe estendeu os braços.

– Tchau, Ghost. Adorei te conhecer. – Abe a abraçou.

– Também adorei te conhecer, Abe. – Lena respondeu em tom amigável retribuindo o ato. Ele desceu do colo de Lena e foi até Peter que segurou a mão dele.

– Oi. – Abe o cumprimentou.

– Oi. Qual seu nome?

– Abe. – o garotinho respondeu.

– Oi, Abe. Eu sou o Homem Aranha. – Peter se apresentou enquanto caminhavam pro metrô.

– Eu sei. – Abe falou divertido.

Lena suspirou e olhou para Clint.

– Vamos. – Lena falou. Clint concordou desviando o olhar. Lena tomou a dianteira seguida de Clint.

Lena montou em sua moto e olhou pra Clint que estava receoso.

– Vem. Sobe. – Lena instigou.

– Não. Obrigado. Já andei de trenó com você. Mas, de moto nem pensar. – Clint falou.

– Você vem sim. Você me deve. – Lena retrucou. Clint suspirou e subiu na moto receoso. – Segura. – Lena falou e arrancou a toda velocidade. Sim. Ela podia muito bem ir mais devagar. Mas ela não faria essa gentileza com Clint, que a abraçava com força. Ele não gritava. Mas, tremia, e Lena sabia muito bem que ele estava com medo.

E isso a fazia se sentir um pouco melhor. E Clint não reclamava. Ele sabia que merecia qualquer coisa que Lena quisesse fazer com ele. Ele se lembrava claramente do que fez. E não deixava de se culpar por isso. E Lena sabia claramente o que ele estava sentindo. E tiraria um bom proveito. Por enquanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... vamos contar. Ele tem medo de cachorros, trenós e agora motos. kkkkk
Ok. eu fui bem malvada com nosso Gavião. Mas ele mereceu.
Enfim, obrigada por lerem. E não esqueçam decomentar, por favor. Eu quero saber da opinião de vocês equero saber o que acharam do barraco da Mary Jane. bjs amorecos. Amo vocês.♥♥♥