Abro os olhos devagar sentindo um corpo pequeno agarrado a mim. Georgiana dormia quieta, durante a noite devo ter me virado pois ela estava abraçada a minhas costas respirando baixinho. Sorrio bobamente e permaneço quieto. Olho e vejo que já são 8:42, saio da cama cuidadosamente para ir a lavanderia pegar a roupa de Georgiana, sua roupa ainda estava molhada e ela provavelmente teria que ir embora com minhas roupas, sorrio mais uma vez ao pensar nisso.

Guardo sua roupa na mochila e sigo para o quarto, vendo Georgiana dormir abraçada a um travesseiro. Pego meu notebook e descarrego as fotos e vídeos nele. Observo as duas fotos que ela tirou, uma em que estamos deitados na areia rindo e a outra mostrando o horizonte e minha silhueta. Coloco uma foto nossa como papel de parede.

Ando até a cama para acorda-la e deixo um beijo em seu pescoço, ela geme e se vira. A viro para mim e a sacudo, ela abre os olhos e se levanta enrubescendo ao perceber estar sem calça.

–Sua roupa não secou, vai ter que ir com uma minha – eu digo e ela aquiesce. Veste minha calça e amarra na cintura para caber. Vai ao banheiro fazer sua higiene matinal.

–Ta pronta? – pergunto ao vê-la sair

–Sim.

Descemos para a cozinha eu na frente e Georgiana me seguindo mexendo no celular.

–Meu irmão quer me matar por ter dormido fora e não ter avisado – rio pois já imaginava que Frederico iria implicar.

–Deixa eu ver a mensagem – ela me entrega o celular e vou rindo até a cozinha que ao olhar para cima vejo meus pais e meu irmão me olhando pasmos. Claro, eu podia ser o safado que fosse mas nunca levo uma garota para casa, muito menos fico rindo e sorrindo pra ela que ainda está usando minhas roupas.

É obvio para mim que Georgiana esta constrangida. Ela abaixa a cabeça e fica mordendo os lábios, sua mania quando esta envergonhada e eu falto morrer porque durante todo esse tempo tenho uma vontade absurda de experimentar aqueles lábios.

–Quer ir pra sua casa e a gente come alguma coisa no caminho? – sussurro em seu ouvido e ela concorda.

Pego minha mochila e a chave da moto e desço para a garagem

–Seu relacionamento com eles é mais complicado do que eu pensava.

–Eles não gostam do filho drogado que segundo eles dá trabalho demais.

Ela me olha chocada com minha rispidez e coloca seu capacete subindo na moto e me abraçando. Saio correndo para sua casa, paramos em um pequeno restaurante e tomamos café da manhã enquanto conversávamos sobre tudo.

–Quer entrar? – ela pergunta ao chegarmos a sua casa

–Tem alguém? – devolvo a pergunta hesitante

–Não - entramos e seguimos para seu quarto

–Você já conhece a casa toda, certo? – ela pergunta

–Sim, já vim muito aqui só não usava o banheiro – nós rimos e entro pela primeira vez em seu quarto. É grande tem uma porta no canto esquerdo e uma cama a direita em frente dela há uma tv, dvd e uma bancada com seus livros e notebook. No canto direito perto da cama tem outra porta que deve ser o banheiro. Ela vai até essa porta e entra confirmando minha suspeita

–Pode ficar à vontade – ela ri divertida ao me ver parada no meio do quarto.

Sento na cama e fico olhando o mural de fotos que rem acima da cama. Ela sai alguns minutos depois já com suas roupas e fica no batente me observando.

–Já foi pra Alemanha? – ela sorri superior e diz:

–Ja, und ich spreche Deutsch aus den fünfzehn, lieben

Viro o rosto surpreso e ela ri

–O que você disse?

–Sim, e eu falo alemão desde os 15 anos.

Sorrio foi sexy ela falando em alemão

–Você já foi?

– Não, não é um lugar que me atraia. - Ela ri e pergunta o que me atrai

–Depois de você? Hum. Inglaterra, Estados Unidos, México – fui ao México duas vezes todas pelas drogas que realmente são maravilhosas lá.

–Eu atraio você? - pergunta Georgiana, sustentando meu olhar, eu ando até ela prestigiando seus olhos verdes, delicadamente pressiono meus lábios nos dela, ela gentilmente me deixa entrar. Eu a beijo como se fosse marcar com minha língua de que passei por ali, e ela me correspondia delicadamente. Entrelaçou meus cabelos cacheados em seus dedos e me puxou para perto, já eu coloco uma mão em sua cintura e a outra em sua nuca.

Ouvimos o barulho da porta sendo aberta e depois fechada seus irmãos devem ter chegado. Ela volta a atacar minha boca dessa vez segurando nas minhas laterais e eu pego seu rosto. A tanto tempo quero fazer isso que agora eu simplesmente não posso parar. Ela aperta minha cintura e percebo que seu ar está acabando e me afasto deixando vários selinhos. Sorrimos um para o outro.

–Geo já chegou? – ouvimos o Fred bater na porta

–Já – ela respondeu ainda olhando pra mim

–A gente vai para a piscina ok?

–Claro, já desço

Ouvimos seus passos desaparecerem no corredor. E eu a beijo de novo com uma mão em sua nuca e uma em sua cintura e ela coloca seus braços no meu pescoço A beijo como se sua boca fosse água e eu tivesse a tempos andando num deserto. A beijo com todo o sentimento que tenho e sou correspondido por ela nesse fervor.

Ela entra no banheiro para colocar o biquíni e volto a olhar para seu mural, tem uma foto em que ela está com uma blusa da Alemanha e com duas listras na bochecha, ela está ao lado do Frederico que se veste da mesma maneira. É uma foto realmente linda onde se vê o amor de irmãos. Agora eu entendo porque ele me enxerga como um inimigo, a menina daquela foto é inocente demais para andar com um “drogado” ou até mesmo gostar de um.

Saímos do quarto alguns minutos depois que ela volta com sua roupa, ela me acompanha até a porta a abre e sai comigo para a calçada, a puxo para mim sorrindo e a beijo rapidamente ela dá uma risadinha e chupa meu lábio inferior depois o morde. Subo na moto e vou embora sorrindo como um bobo apaixonado.

Agora não dá mais para negar. Eu estou apaixonado.