Almas Perdidas escrita por S Laufeyson


Capítulo 5
4. Meu Primeiro Amor


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, amados do meu coração. Demorei, mas chegueeei! Deixo para vocês o capítulo quatro e espero mesmo que gostem do que está por vir. Enfim, vamos ao capítulo... o/

OBS: Esse capítulo dedico a linda da DRICA BANNER ODINSON que recomendou a nossa história. Sua linda, obrigada mesmo por tudo, viu? Eu amei cada palavra e me fez chorar, de verdade. Obrigada, menina perfeita.



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A jovem Dama corria rápido de volta para o palácio, passando por toda a extensão do jardim e pelos guardas que vigiavam a entrada lateral do lugar. Seguia na esperança de chegar, o quanto antes, ao quarto porque sabia que quanto mais demorasse, mais perguntas teria que responder. As outras Damas da Rainha eram muito curiosas, mas na verdade não se importava em contar o que elas queriam saber. Estava feliz, estava amando e era correspondida. Aquilo sim era importante.

Não conhecia muita coisa a respeito de Tyr, mas era óbvio que ele era um cara gentil e bondoso. Só em estar com ele podia sentir aquilo.

Quando soube que ele também nutria um sentimento especial por ela, sentiu as famosas borboletas no estômago. Nunca havia se apaixonado antes então tudo aquilo era novo e a moça estava realmente gostando da sensação. Tanto que estava louca para que a noite do dia seguinte chegasse o mais rápido possível. Queria ver o brilho em seus olhos ou sentir o cheiro dele. Aquilo a fascinou.

Nem bem virou à esquerda, no corredor de seu dormitório, e chocou-se com alguém. Seus olhos arregalaram-se ao se dar conta que aquela pessoa era a própria Rainha de Asgard.

— Senhora? — Perguntou aflita. — Me perdoe. Não a vi chegar. — Os olhos cinzas marejaram-se quando Sigyn passou a imaginar que Frigga tomaria alguma atitude em relação à aquela insolência.

— Tudo bem, menina. — A mulher a amparou. — Você se machucou?

— Não, minha senhora. Eu estou bem. — Ela respondeu. — A machuquei?

— De forma alguma. Não se preocupe. — A Rainha sorriu e trouxe paz ao coração da Dama. — Estive em seu quarto, atrás de você, mas não a encontrei. Onde esteve?

— Eu? — Mil e uma desculpas surgiram na mente da jovem, mas ela acabou preferindo contar a verdade. Não estava fazendo nada demais. Sem contar que a Rainha tinha olhos e ouvidos em todos os cantos. Não queria problemas por uma coisa tão “boba”. — Estava no jardim, comendo uma das maças do pomar de Iduna.

— Mas não estava só, não é? — Perguntou Frigga ao se dar conta da rosa, que Sigyn recebeu de Tyr, caída no canto do corredor. A Rainha abaixou-se e a trouxe de volta para a menina.

— Não estava. — Respondeu sentindo seu rosto queimar de vergonha por assumir aquilo.

— Estava com o soldado?

— Sim, senhora. — Sigyn abaixou o olhar, antes de continuar. — Mas eu juro que não aconteceu nada demais. Apenas estávamos conversando.

— Está bem. — A Rainha entregou a rosa para Sigyn.

— Mas a senhora estava à minha procura. Posso ajudá-la em algo?

— Ainda insiste em me chamar de “senhora”.

— É o respeito. Não conseguirei chamá-la pelo nome. Me perdoe por isso.

— Então me chame como achar melhor. — Frigga sorriu ao falar e Sigyn concordou. — Eu estava a sua procura, porque queria saber se ocorreu tudo bem durante as outras refeições do Príncipe.

— Sim, Majestade. O Príncipe Loki comportou-se bem. Mal dirigiu-me a palavra. — respondeu e Frigga fez uma careta. Seu plano não estava correndo como ela havia imaginado. Tinha que arrumar outro meio mais eficiente e rápido. — Eu disse alguma coisa de errado?

— Não, menina. — A Rainha sorriu. — Fico feliz por isso. Agora pode ir dormir.

— Sim, senhora. — Sigyn fez uma reverência. — Até amanhã, Majestade. Assim que eu levar o desjejum para o Príncipe, vou seguir direto para a biblioteca. Estou adorando nossas aulas. — A Mãe de Todos assentiu sorridente, antes que tivesse uma ideia perfeita.

— Sigyn. — Chamou-a quando a menina já estava prestes a entrar no quarto. — Acabei de lembrar que amanhã visitarei minha irmã, Freya, e por isso não poderei administrar suas aulas.

— Não há problema algum. — respondeu a jovem, mas era visível a tristeza. — retornaremos no dia seguinte ao vosso retorno.

— Mas não pode ficar sem elas durante o tempo que estarei fora. — repreendeu a Rainha. — Indicarei outra pessoa para que cuide disso. Uma pessoa de minha inteira confiança.

— Quem?

— Amanhã, antes da minha partida, te explico tudo com maiores detalhes. — Frigga abriu um dos seus maiores sorrisos. — Agora vá dormir, criança. O dia será cheio.

— Boa noite, Majestade. — A jovem fez uma reverência, abriu a porta e entrou.

— Boa noite, filha. — respondeu respirando de maneira profunda e seguindo pelo corredor, em direção aos aposentos reais.

Sigyn entrou no quarto bem devagar, sem fazer barulho e sem chamar atenção para si. Ficou feliz em ver o quarto apagado e no silêncio mortal. Não queria acordar ninguém, mas assim que começou a seguir em direção a sua cama a luz da lamparina foi acesa. Os doze pares de olhos pousaram nela. Os da maioria eram de acusação, somente o de Var era de preocupação.

— Onde esteve, Sigyn? — Perguntou a mais velha.

— No jardim. — respondeu engolindo secamente.

— Eu disse que era verdade, mas não acreditaram em mim. — Comentou Gna.

— Então realmente estava com um homem, Sigyn? — Foi a vez de Eir perguntar abismada, levando as mãos até a boca.

— Mas de onde tiraram isso? — perguntou a jovem. Estava de fato com um homem, mas não fizeram nada.

— Um soldado disse para Gna que o amigo de turno dele viu você e um homem, aos beijos, no jardim.

— O que? — Ela perguntou em um tom acima de sua voz normal. — Claro que não estávamos nos beijando. Apenas conversávamos. Somos amigos.

— Não nos odeie, Sigyn. Apenas estávamos preocupadas com você e conosco. — Comentou Snotra. — Há uma razão para que todas sejamos solteiras. Quando uma de nós resolve que é hora de se casar, ela não pode mais servir a Rainha. Ela terá que cuidar de sua casa, marido e filhos. É o natural de toda mulher.

— Somos as treze mulheres mais importantes de todo o Reino. Abaixo apenas da Rainha. — Saga tomou a frente da discussão, mas foi logo interrompida por Vor.

— Os nossos casamentos são festas para uma semana. Com muito hidromel, muitas músicas e danças. Mas o mais importante disso tudo é que casamos puras. — Sigyn demorou um pouco a entender sobre o que elas falavam.

— Não pensem isso de mim. Eu não... — começou a responder, quando se deu conta de até aonde aquele assunto chegaria, mas acabou sendo interrompida.

— Conseguimos os melhores casamentos de toda a Asgard, porque todos sabem que somos moças direitas e que não ficamos nos agarrando com os homens, no jardim. Não manche a nossa reputação. — Fulla terminou de falar. Era visível que estava exaltada.

— Não ousem dizer isso de mim! — Sigyn gritou e imediatamente todos se calaram. — Eu fui criada por uma mulher guerreira e que me ensinou a ter princípios, a fazer a escolha certa, a não me precipitar e a não mentir. Então se eu digo que não estava aos beijos com um homem é porque, de fato, não estava. Se vamos conviver juntas, o mínimo que espero de vocês é que me tenham respeito e não façam fofocas infantis ao meu respeito. — As palavras da deusa eram tão rudes quanto poderia ser. — Eu não lhes dei essa intimidade e nem darei. Agora espero que esse assunto tenha acabado por aqui e que possamos ir dormir. Amanhã terei um dia cheio e não quero me dar ao luxo de aparecer cansada diante da Rainha. — A jovem retirou a armadura e o vestido, ficando apenas com a roupa branca que usava por baixo. Deitou-se em sua cama e cobriu-se com a coberta.

As jovens se olharam rapidamente quando Var mandou que elas deitassem. Gna correu para apagar a luz da lamparina e o quarto novamente caiu no mais absoluto silêncio, exceto pelo lamento de Sigyn que não conseguiu mais conter as lágrimas e chorou.

...

Loki espreguiçou-se em sua cama macia e bocejou. Há muito não sabia o que era a sensação de uma noite bem dormida e aproveitava cada minuto que podia. Tentou voltar a dormir, mas abriu os olhos ao se dar conta que havia esquecido a janela de seu quarto aberta, no dia anterior. A luz do sol, que entrava com força, o incomodou.

Levantou-se, com os pés descalços direto no chão, e seguiu até lá. Observou a cidade dourada acordar gradativamente até que alguém se mexeu em sua cama. Franziu o cenho ao perceber se tratar de uma mulher. O cobertor seguia até apenas o quadril, revelando as costas nuas. Os cabelos castanhos claros caindo espalhados, pelo travesseiro branco, apenas despertou a curiosidade do príncipe em saber quem era aquela mulher. Não lhe era estranha, mas não a reconhecia.

Deu a volta na cama, para ver o seu rosto, e paralisou. Sigyn permanecia dormindo tranquilamente, com os seios firmes à mostra e a respiração compassada e serena.

Espreguiçou-se e sorriu ao perceber que o deus a olhava.

— Bom dia — puxou a coberta para cima de si e apoiou a cabeça na mão. — O que foi? Não conseguiu dormir? Foram os pesadelos outra vez?

— O que você está fazendo aqui? — perguntou sem entender absolutamente nada.

— Ainda é cedo. Só vou a Vanaheim depois do almoço. — ela sorriu achando que ele perguntava sobre a ida dela ao outro reino. — Mas você não me respondeu. Teve pesadelo? — o deus demorou-se olhando para a mulher e para o lugar ao redor. Se deu conta que não estava mais na prisão e que havia retornado ao seu antigo quarto. Só não lembrava como aquilo havia acontecido.

— É isso. É um sonho. — concluiu e sentou-se na cama.

— Um sonho fez você acordar cedo? — perguntou a mulher e lhe abraçou pelas costas. Fez uma trilha de beijos do ombro ao pescoço do deus. — Com quem estava sonhando? — Loki não respondeu ao comentário da deusa, apenas levantou-se da cama e a deixou sentada, sem entender o que estava acontecendo. Os olhos verdes a mirava seriamente, analisando cada expressão de confusão que ela fazia, ou a forma como as curvas se davam em seu corpo. Admirou-se até mesmo quando ela abaixou a cabeça e pegou uma camisola que estava aos pés da cama. — Tudo bem. Estou vendo que não quer conversar. Eu vou tomar um banho e descer para o café.

A mulher cobriu-se com a roupa e passou por ele, em direção ao banheiro, mas foi segurada pelo braço. Gentilmente.

— Você não é real. — comentou em um sussurro.

— Poderia ser. — respondeu e seguiu em direção ao banheiro. Loki acordou no instante seguinte. Estava de volta a sua cela. Passou as mãos em seus cabelos escuros e respirou de maneira profunda. Estava, de fato, confuso com aquele sonho.

Pegou-se recordando da moça que lhe trazia as refeições. Não era o tipo de mulher que ele notaria em uma multidão. Na verdade, ele não a notaria. Por isso não entendia o que estava acontecendo com sua mente, lhe mostrando sonhos como aquele. Acabou pensando que foi por ter se indisposto com ela logo quando chegou ali e por ter recebido uma reclamação de sua mãe, por causa da garota. Ela estava mais presente do que gostaria.

— Não consegue dormir? — ouviu a voz ecoar pela cela, no momento em que reconheceu a figura que surgia. Frigga o olhava sem sequer piscar.

— Tive um pesadelo. — jogou as pernas para fora da cama e sentou-se na beirada. A Rainha aproximou-se, com um sorriso nos lábios. — o que faz aqui à essa hora da madrugada?

— Precisava falar com você. Te pedir algo importante.

— E o que seria isso, que não poderia esperar o dia seguinte? — Loki levantou-se e seguiu até uma jarra de água. Serviu-se e voltou para sua mãe.

— Visitarei sua tia Freya, amanhã bem cedo, e preciso que me faça um favor importante.

— Sinto muito, mãe. Não sei se reparou que essas paredes me limitam a fazer alguma coisa. Pede ao Thor.

— Não vai precisar sair daqui. — respondeu e olhou para o filho.

— Então diga-me o que é. — Loki levou o copo a boca.

— Preciso que nessa semana, em que estarei fora, você continue as aulas que dou para Sigyn enquanto ela não está de serviço. — o deus pareceu engasgar, com a quantidade de água que bebeu, antes de focar na mulher outra vez.

— Acho que não entendi bem. Você quer que eu a ensine?

— Sim. — afirmou a deusa. — Ela confessou-me, em seu primeiro dia aqui, que não sabia nem ler e muito menos escrever. Você sabe que, como minha dama, ela precisa saber fazer essas coisas para ter um melhor desenvolvimento no trabalho. Ela é bastante inteligente e aprende muito rápido. Não vai ter trabalho algum.

— Eu não vou fazer isso.

— Porque não? Tem algo planejado para mais tarde ou outro lugar para ir? — Frigga ergueu uma sobrancelha quando Loki a olhou. — É uma forma de passar seu tempo aqui. Eu sei que deve ser complicado ficar trancado o dia inteiro...

— Não está ajudando.

— Eu estou te pedindo...

— A garota já deixou bem claro que não gosta de mim. Ela não vai, simplesmente, aceitar passar o dia inteiro aqui comigo.

— Faça o teste. Se não der certo, tudo bem. Por favor, Loki. — a Rainha deu um passo até ficar bem perto do deus. — Por favor, filho.

— Está bem — respondeu e Frigga abriu o maior sorriso que podia. —, mas não crie expectativas.

— Sei que vai gostar de ensiná-la. É uma jovem encantadora. — Loki nada disse, apenas assentiu enquanto Frigga aproximava-se mais ainda. — Obrigada. — a deusa elevou a mão, na tentativa de acariciar o rosto de seu filho, mas desapareceu ao fazê-lo.

...

Sigyn corria pelo corredor o mais rápido que podia. Dessa vez as outras damas não a acordaram, como vinham fazendo, e por isso atrasou-se. Chegou rapidamente na cozinha e encontrou Frigga dando as últimas instruções, antes da sua ida. Quatro das doze damas estavam devidamente vestidas e com malas aos seus pés. Iriam com a Rainha.

A jovem parou ao lado da mais nova delas, no momento em que a Mãe de Todos olhou em sua direção.

— Estão dispensadas. — mandou Frigga. — Exceto você, Sigyn. — A menina abaixou o olhar e concordou. Quando a cozinha se esvaziou, Frigga aproximou-se.

— Me perdoe, senhora. Eu perdi o horário. As meninas costumam me acordar, até que eu possa fazê-lo sozinha. Acho que devem ter esquecido.

— Var me contou o que houve ontem, quando chegou. — os olhos de cores indefinidas encarou a rainha de forma temerosa, ainda mais quando percebeu a expressão séria no rosto da deusa. — Achei que foram longe demais com você, mas deve se cuidar. Não ficar encontrando com esse soldado por aí.

— Não fizemos nada demais, eu juro. Apenas conversávamos.

— Eu acredito em você, mas deve ser cuidadosa.

— Sim, senhora. Eu serei. — Sigyn ameaçou chorar, mas a Rainha relaxou a feição quando percebeu.

— Sobre as suas aulas, o Príncipe Loki está encarregado de administrá-las até que eu volte.

— Quem? — o desespero na voz da jovem fez com que a Rainha franzisse o cenho e a olhasse seriamente. — Desculpe, senhora. É que parece que o Príncipe não gosta de minha companhia. Isso não vai dar certo.

— O engraçado é que ele disse o mesmo de você. — Frigga respirou fundo.

— Disse? — perguntou Sigyn e abaixou a cabeça.

— Como podem ter tanta certeza assim, se não passam mais do que cinco minutos, por dia, perto um do outro? — a jovem não disse mais nada. — E não tem como não gostar de você. É um doce de menina. Faça isso por mim, está bem?

— Terei as minhas aulas com o Príncipe Loki, se essa for a vontade de vossa Majestade.

— Eu volto em breve. Se ainda assim quiser continuar comigo, podemos retomar de onde ele parar. — Sigyn assentiu, mesmo achando obvio aquilo que a rainha disse. Estava claro que preferia Frigga a Loki. — Agora eu tenho que ir. Qualquer coisa, me fale quando eu voltar.

— Sim, senhora. — Sigyn a reverenciou.

— Os livros já foram entregues a Loki. Quando for levar o café para ele, já podem começar assim que ele acabar de comer. — Frigga sorriu e entregou a bandeja para a jovem. — Te vejo em uma semana.

Sigyn assentiu, fez outra reverência e deixou a cozinha. Caminhava prendendo as lágrimas que ainda estava acumulada em seus olhos. Não queria parecer que andou chorando, quando tivesse diante do Príncipe. Por Frigga, e apenas por ela, aceitou aquilo. Se fosse por sua vontade, ficaria sem aulas por essa semana. Esteve assim durante toda a sua vida. Uma semana a mais ou uma a menos, não faria a menor diferencia.

Seguia pensativa pelos corredores, até que alguém lhe tomou a bandeja e a puxou para dentro de uma sala. Antes que pudesse sequer pensar, sentiu os lábios de Tyr aos seus e as mãos grandes segurando os lados de sua cabeça. A beijou por alguns minutos antes de se afastar e a encarar. Sorriu ao perceber que Sigyn permanecia com os olhos fechados e respirando de maneira rápida, tentando recuperar o folego. Achava que ela era a mulher mais linda que já havia visto em toda a sua vida e que, realmente, estava perdidamente apaixonado por ela.

Encostou a sua testa na dela e sorriu.

— Pensei em você a noite inteira. — revelou dando outro beijo nos lábios da jovem.

— Eu também. — ela respondeu abrindo os olhos e o encarando com um sorriso nos lábios.

— Não ia conseguir esperar até a noite para fazer isso. Então imagina como eu fiquei quando me colocaram para cuidar do corredor de acesso as masmorras. — Tyr alisou o rosto de Sigyn antes que ela se afastasse e desse as costas para ele. — o que houve?

— Eu não posso fazer isso. — respondeu prendendo o choro.

— Fazer o que?

— Isso. — ela o encarou. — Me encontrar com você. Não podemos.

— Porque não? Você confessou que tinha gostado de mim. Não foi?

— Sim e não menti, mas a Rainha e as Damas estão falando. Ontem foi horrível, porque um de seus amigos espalhou um boato. Falaram que não podíamos nos encontrar com os rapazes às escondidas. Não podíamos se não fossemos casadas com eles.

— Essa é a solução? — perguntou alcançando-a e trazendo-a para perto outra vez. — Então casa comigo.

— O que? — Sigyn arregalou os olhos, de cor indefinida, na direção do soldado. — Isso está indo rápido demais. — afastou-se novamente.

— Se essa for a condição para que eu a veja, todos os dias, é exatamente isso que eu quero. Não me importo de casar contigo ainda hoje. Pediremos a benção da Rainha e do Rei agora mesmo.

— Você não sabe nada sobre mim, Tyr, e eu não sei nada sobre você. Casamento é para o resto de nossas vidas. Isso é loucura.

— Loucura é querer ficar perto de você e não poder. Isso sim é loucura e uma tremenda maldade. — A jovem abaixou a cabeça quando começou a chorar. — Por favor, Sigyn. Não me impeça de te ver. Eu vou morrer se isso acontecer. — o soldado aproximou-se novamente e ergueu o rosto da mulher, para que o olhasse. — Por favor.

Sigyn assentiu antes de o abraçar com força, sentindo a frieza de sua armadura.

— A Rainha estará fora, durante uma semana. Nesse período, te encontrar será tranquilo. Posso dizer que estava com o Príncipe Loki. Ninguém vai dizer ao contrário, visto que agora ele é o meu professor e poucos tem a chance de perguntar a ele se é verdade ou não, mas depois...

— Espera. — Tyr afastou a jovem. — Loki será seu professor?

— Sim, me ensinará a ler e escrever. A Rainha é quem me ensina, mas como ela estará fora, pediu para que ele o fizesse.

— Foi bom que me dissesse isso. Irei, imediatamente, ao Rei e pedirei que me coloque em posto fixo. Nas masmorras. Assim estarei por perto caso alguma coisa aconteça. — Sigyn sorriu.

— Ficaria mais tranquila se estivesse por perto. — respondeu a jovem e recebeu outro beijo de Tyr.

— Quando a rainha voltar, pedirei sua mão a ela. Daí nada e nem ninguém me impedirá de te ver. — Sigyn o encarou e assentiu. Sabia que era uma decisão que não conseguiria fazê-lo voltar atrás. Para ser sincera, estava feliz em saber que Tyr a queria como esposa. Acabou descobrindo que ele era o seu primeiro amor e mesmo tendo todos aqueles problemas para enfrentar, se realmente quisesse ficar com ele, estava feliz por isso.


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Notas finais do capítulo

É isso amores!
Espero que tenham gostado..
Um beijão para vocês e inté o próximo!!

S. Laufeyson!