A Cruzada escrita por DemonKingley


Capítulo 25
Miguel & Erika - Fim - primeira parte


Notas iniciais do capítulo

Olá, chegamos na reta final, essa fic logo acabará, mas já estou escrevendo uma continuação para quem gostou dela.
Boa leitura



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— Uma jaula? — perguntei, estávamos em uma cabana próximo do país inimigo marchando para a guerra final. — Foi isso que o Murdock te disse no submundo?

— Sim, ele disse que Unya não pode ser derrotado, mas pode ser preso. Murdock me disse que trabalhou nessa jaula para prende-lo — respondeu Miguel se deitando no chão.

Elaine após sua batalha contra Algol ficou na cadeira de rodas, Julie por estar gravida passou a não se envolver em batalhas. Rafael continuou preso, porem sua esposa, Elise, foi recuperada com a ajuda de Miguel.

Miguel se sente um pouco sozinho se comparado com antes agora é bastante solitário. Sem as piadas ou os sorrisos de todos , agora somos só nós.

— E como vamos botar ele la? Acha que nós somos capazes?

— Teoricamente, somente eu e você podemos lutar contra ele. Tiago e Fiora também estão feridos demais e a divisão zero está muito abalada pra isso.

— Mas como vamos botar ele lá? Tem alguma mágica em especial?

— Ele não me disse como. Apenas disse que Anya saberia o que fazer, mas até hoje eu não sei onde ela está.

— Então estamos na estaca zero não é? — perguntei esperando uma resposta séria e sincera, porem o mesmo sorriu e me puxou pelo braço.

— Estaca zero? Não importa, só preciso chutar a bunda do Julio e encontrar Unya em seguida. Não vai ser difícil, a jaula é um problema, mas teremos que fazer de outro jeito.

— Acha mesmo que pode derrotar o Julio? Você tomou uma surra do Loki que é considerado o mais fraco.

— E dei uma surra no considerado o mais forte — falou citando Ethan, ele me olhou nos olhos e me deu um beijo. — Você bateu no Algol, que também é muito poderoso.

— O Algol não usou tudo dele, seu único objetivo era me corromper e ele conseguiu. Até hoje eu tenho visões e lembranças ruins... E bem, você venceu Ethan com ajuda de meio universo.

— Você está nos botando pra baixo sabia? — Miguel brincou. — Vamos conseguir.

Atrás de nós; dez mil soldados nos seguia para o reino inimigo. Miguel liderava grande parte dos soldados para a batalha final, tinha grande responsabilidade em suas costas se comparado ao começo de toda a aventura. Antes ele era apenas meu noivo idiota no qual eu odiava e tentava matar de várias maneiras diferentes, com o tempo o conheci, sobre seu passado, sobre seu eu verdadeiro. Uma pessoa cuja infância foi sofrida só lhe trouxe dor e mesmo assim ele é capaz de sorrir. Teve seus segredos, precisou matar seu irmão e viu a mãe de seu filho morrer, mas não desistiu de sua vida e mesmo entre tantas dificuldades ainda pensa em seu futuro.

Na manhã seguinte continuamos marchando. Miguel liderava na frente, não só ele, como sua irmã Mirian também. Ela estava com um arco e um pequeno grupo caminhando com o arco, nos passando informações e eliminando ameaças sempre que possível. Drunger estava cada vez mais perto, já dava pra avistar a muralha e seus portões, Miguel parou na frente de seus homens e fincou sua lança no chão.

— Aqui estamos nós. E pensar que há um ano nós nem sonharíamos com esse ataque, mas aqui estamos, atacando um país para salvar não só nossa família, como todo o continente. Hoje será a ultima batalha, hoje nós criaremos um império, um império de paz. Posso contar com a ajuda dos senhores? — ele gritou, recebendo vários urros. — Ótimo, então não tenho mais nada para declarar. Vocês já sabem o que fazer. Matem todos aqueles que não tiverem o uniforme do reino de Anya, quando adentramos na cidade, não matem civis, no entanto separem os homens e os deixem isolados para evitar confusão. Não quero sangue de mulheres e crianças derramados. É só isso, vão!

Seus soldados começaram a correr, urrando. Os orcs saíram do chão, milhares deles começaram a vir, travando ali a primeira batalha. Eu fiquei perdida, tanto sangue ao meu redor, pessoas sendo cortadas, mortes, mas eu olhei e vi que Miguel estava lá, lutando, não fiquei com medo, com minha espada entrei na batalha atropelando tudo que eu visse. Matei vários orcs, sempre deixando Miguel na minha visão para não me perder e ficar sem uma referencia.

Era minha primeira guerra, o nervosismo passou quando conseguimos chegar no portão. De cima da muralha, eles arremessavam rochas, onde os magos criavam escudo em conjunto para impedir que isso chegasse em nós.

O portão caiu, os soldados urraram enquanto invadiam a cidade. Flechas cruzavam o campo de batalha acertando ambos os lados, algumas flamejantes, outras magicas que vaporizavam ao contato. Miguel separou seus soldados na cidade, os arqueiros avançavam pelos telhados, matado pouco a pouco. Os inimigos antes orcs, passaram a ser soldados humanos, porem fracos se comparado com nossas tropas. Uma torre podia ser avistado no centro do Drunger, era alto, ultrapassava as nuvens e não era possível ver o fim dela.

— Miguel, vamos subir?

Os soldados inimigos começaram a cair. O enorme poder militar de Drunger não foi capaz de aguentar os homens de Anya. Começaram a se render ao perceber que não recebiam ordens de Julio. A batalha foi ganha, os soldados comemoraram com gritos, erguiam suas espadas.

— A batalha acabou — gritou Miguel. — O fim disso tudo esta próximo, quando acabar vocês deverão voltar para suas famílias. Abrace eles bem forte, não os solte por muito tempo. Seus filhos, mulheres, esposas e pelos companheiros que aqui morreram hoje. Peço que aguardem, pois agora eu irei fazer a minha parte.

— Senhor Miguel, subirá sozinho? — perguntou um de seus soldados.

— Não, Erika vai estar comigo. Adeus soldados.

Começamos a subir a torre, tinha uma especie de elevador que nos levava para cima sem que usássemos escadas. Miguel respirava fundo. Estava focado, eu tentei fazer o mesmo, porem o nervosismo me impedia. Faltava pouco, eu sentia a tensão no ar, eu fiquei com medo de morrer sem tirar sequer uma casquinha com Miguel, não que eu quisesse isso, mas... Esse pode ser finalmente o fim.

Chegamos ao topo, acima das nuvens, o terraço parecia um jardim; tinha uma enorme arvore no centro, que ficava abaixo da lua que estava vermelha.

— Finalmente chegaram — disse Julio de costas, observando o mundo abaixo. — Acho que chegou a hora.

— Que lugar é esse? — Miguel perguntou, puxando sua lança e deixando o restante das armas milenares planando ao seu redor, assim como ele fez contra Ethan. Eu usava o escudo que Elaine utilizou anteriormente, como também o arco.

— Pode chamar de céu, aqui é o mundo médio, a ponte entre os deuses e os humanos. É aqui que Unya irá renascer.

— Não, não é. Vamos matar você antes dele renascer.

— Na verdade ele já renasceu, esta dentro de mim, estamos passando por uma fase de união, nossas almas são as mesmas então não vai demorar muito.

— Depois que a união acontecer... Você irá desaparecer?

— Não, nossas almas vão se tornar uma só, não precisa se preocupar com seu colega.

— Isso foi Unya falando?

— Sim.

— Miguel eu to confuso... — eu falei pela primeira vez.

— Eu também. — concordou.

Miguel atacou Julio o fazendo sacar sua espada se defendendo sem nenhum problema. Seu olho direito brilhava com a cor lilás, o poder dele era imenso, um brandir de espada foi o suficiente para fazer todo o jardim tremer. Atirei quatro flechas na direção dele, que ergueu sua mão fazendo as quatros parar no ar.

— Sabe a melhor parte de se unir a um deus? É o poder que vem junto no pacote.

Miguel jogou suas espadas na direção dele que começou a desviar, com pequenos saltos e giros, as espadas o seguiam, mas sempre sem nenhum sucesso em dar um golpe certeiro. Atirei mais flechas e me aproximei dele para tentar acertar um golpe, ele novamente ergueu sua mão lançando suas flechas de volta, me esquivei e estiquei meu braço, coloquei toda a minha força em um soco o acertando no rosto.

— Consegui! — exclamei.

Meu soco o arremessou para trás caindo com seu rosto no chão. Ficou um tempo deitado, Miguel correu até mim, onde ficamos observando nosso inimigo caído. Ele lentamente voltou a se levantar, com seus braços finos ele se apoiou sobre o chão, fazendo esforço para ficar de pé.

— O tempo esta acabando — ele falou. — O tempo acabou.

— O quê? — Miguel perguntou confuso.

— Minha hora chegou! — gritou Julio, um poder vermelho saiu de seu corpo, uma aura vermelha, gigante e se movia pelo corpo de forma aleatória. — Obrigado Julio, você finalmente serviu para algo — ele acrescentou pulando no topo da arvore, ficando abaixo da lua.

— Droga, ele ta completando o renascimento... Ele enganou o Julio, ele vai tomar o corpo dele — gritou Miguel. — Ataque, não o deixe renascer — acrescentou apontando sua lança, jogando uma enorme quantidade de raios nele, que se escondeu embaixo de um casulo. Eu atirei flechas, porem não penetravam lá, foram ataques sem sentido.

— Mais pra que diabos ele precisa de um casulo.

— Pra virar uma borboleta é claro — brincou Miguel, eu o encarei franzindo minha sobrancelha, não acreditei que ouvi uma piada em um momento como esse. — Já entendi, desculpa. Acredito que ele esteja começando uma metamorfose, Unya não quer se unir a ele, quer roubar o corpo dele. Julio seu imbecil.

— O que ele falou sobre serem a mesma é mentira então?

— Não, Murdock me disse que a alma de Unya é repartilhada por seus sucessores, assim como Anya, isso significa que ele pode renascer em qualquer pessoa que tem sua alma, mas Unya esta fazendo diferente, ele não quer unir ambas, ele quer exilar a parte do Julio para ficar com total poder.

— Qualquer pessoa? — eu falei, pensei que toda a busca que fizemos por Anya foi completamente inútil. — Estava tão na cara.

— O quê?

O casulo de Julio começou a abrir antes que eu pudesse terminar, ele estava igual por fora, uma pequena aura vermelha passou por trás dele, revelando um grande par de asas, porem invisíveis e só se mostrava quando em contato com a aura.

— Entendo, eu pensei que esse corpo fosse ser mais forte — Unya falou, sua voz era a mesma de Julio, porem seu olhar era mais frio; seus olhos ficaram da mesma cor, diferente de antes, agora estavam lilás. — É engraçado, eu fiquei mil anos na jaula, esperando por alguém forte como Julio e sabe o que eu dou em troca? Eu pego o corpo dele e apago a sua existência.

— Vindo de um deus negro, não me surpreende — Miguel respondeu, apontando suas armas na direção dele.

— Miguel... Entendo, você é a reencarnação dele.

— Dele?

— O marido de Anya, ou melhor dizendo o homem que me matou há mil anos. Eu estava assistindo sua luta contra Ethan, foi quando eu percebi que você teria alguma ligação com ele, pois quando liberou seu poder, sua aparência mudou, aqueles cabelos brancos e olhos vermelhos eram idênticos aos dele. Agora, olhando você com meus olhos eu tenho certeza... Quem diria que até mesmo você me perseguiria.

— Que piada, apenas deuses podem reencarnar.

— Sim, apenas deuses.

Unya olhou na direção de Miguel o arremessando para longe. Eu olhei para Unya e tentei recuar, porem ele esticou seu braço em minha direção, me puxando na direção dele, deixando meu pescoço em sua mão. Ele pressionava com força, eu sentia minha garganta sendo esmagada, meus olhos pareciam estar saindo de minha cabeça, não conseguia respirar.

— Erika! — gritou Miguel, atirando seus raios na direção do nosso inimigo que me soltou, pulando para trás. Antes que eu caísse no chão, Miguel me pegou no colo. — Erika! Por favor, fique comigo. Por favor.

— Eu estou bem — sussurrei, meus olhos estavam avermelhados, eu estava tremendo e sequer conseguia ficar de olhos abertos.

— Eu preciso terminar isso — ele falou, me deitando calmamente no chão. — Fique aqui, eu cuido dele.

— Que lindo, isso me traz lembranças da minha juventude — Unya falou batendo palmas. — Isso é bem ridículo, é estranho ter sua revanche com uma pessoa completamente diferente.

Miguel pegou o meu escudo continuou balançando suas espadas em volta de seu corpo. Apontou sua lança para o inimigo, enquanto seu corpo era coberto por raios, sua aparência mudou, seus cabelos ficaram brancos e seus olhos avermelhados. É estranho ver ele com essa aparencia, mas já me acostumei.

— Juventude? Sua juventude deve ter sido destruir tudo e todos ao seu redor — Miguel falou.

— Na verdade não, eu sempre dava tudo de mim para impressionar o papai e o vovô, mas ambos me negavam, me achavam uma aberração.

— Esta falando dos sós?

— Os sóis... De onde vocês Lilins tiraram esse nome? Eles tinham formatos, eu não conheci todos, mas sei o quão grandioso era nosso pai. Ele era misericordioso, bondoso e todos queriam ficar ao lado dele, no entanto, a ira dele punia os humanos que não acreditavam em seu poder. Eu só queria o consentimento dele.

— Se você não fosse um louco, talvez ele te reconhecesse.

— Não sou louco, nós, deuses, somos apenas personificações. Lançar as trevas sobre o mundo e recomeçar do zero.

— Impossível, nós ainda nem conhecemos o outro continente, como pretende lançar as trevas nele? Você nem sabe se existem outros deuses lá.

— Mas é claro que existem deuses lá. O ‘’outro continente’’, nada mais é que o ‘’submundo’’, não existe outro continente, todos os deuses mortos vão para lá, onde descansam em paz e guiam seus seguidores, no entanto, deuses como eu infelizmente não tiveram essa oportunidade. Papai ao lado de Murdock criou uma jaula para me prender.

— E por que esta me contando todo esse seu drama?

— Eu fiquei mil anos preso, e você sempre foi meu melhor amigo. Era meu amigo na minha vida passada, e é meu amigo agora. Eu gosto de conversar com você, mesmo sabendo que se casou com minha irmã e me matou anos mais tarde.

— Não sou seu amigo.

— Eu sei que esta curioso para saber mais. Conhecimento, você sempre se interessou por isso, eu sei que sim. Os ‘’sóis’’ estão aqui. Eles reencarnam como humanos normais a cada cem anos como pessoas comuns, porem sempre impactantes em suas sociedades diferente de nós, deuses, que só podemos reencarnar com alguém de nosso sangue, nossa linhagem.

— Entendo. Então o seu avô é ele né? Aquela esfera de luz.

— Sim sou eu — disse a esfera, entramos naquele mundo escuro nesse momento. A esfera apareceu entre nós, não tinha olhos, apenas uma boca na qual usava para se comunicar. — Unya, você sabe que eu não gosto que conte os segredo dos divinos, não gostei da sua atitude.

— Por quê? Porque você é o senhor do universo e tudo tem que sair como você quer? — Unya falou, gesticulando com suas mãos e caminhando de um lado para o outro.

— Porque eles devem fazer o caminho deles. A história, nossa história, deve ficar entre nós. Isso não se deve ser revelado para simples mortais. Entenda isso!

— Isso virou casos de família? — Miguel falou.

— Calado — A esfera respondeu.

— É claro que deve contar! Você afundou o mundo nessa escuridão. Pobreza, luxuria, vícios e impurezas. Tudo isso é culpa sua! Você bota obstáculos em meu caminho, mas isso não adianta! Antes foi o meu melhor amigo, agora você botou a mesma alma, botou treinos para ele, foi tudo uma armação sua! A Anarquia, Loki, Algol, Ethan e eu. Todo isso para você tentar me impedir.

— Eu não posso deixar você completar esse seu plano absurdo. O mundo que eu criei foi esse, não permito que seres inferiores o mudem por vontade própria.

— Você criou tudo isso para se divertir! Você é só um egoísta qualquer que fica brincando com os Lilins. Eu não sou mau, tudo que eu quero é recomeçar, você pode ser tudo, mas não é onipotente, já que não pode mudar o mundo físico. Eu vou jogar o mundo nas trevas, até não sobrar nada e depois vou recomeçar tudo do zero. Eu serei aquele que vai guiar tudo e todos, eu serei a salvação, eu serei aquilo que você devia ser.

— Certo, tente fazer isso — a esfera respondeu a ele com um sorriso. — Miguel não concorda com o que você quer e vai tentar te impedir. Apenas vou observar o desfecho dessa história.

Voltamos para nosso mundo. Ainda no jardim, Unya se mostrava irritado. Ele gritava e atacava o ar como um louco, mas eu o entendia. A esfera podia tonar nosso mundo melhor, sem guerras, fome ou coisas do tipo, mas não a fez, ao invés disso criou sóis com personificações malignas, ele trouxe as trevas para o nosso planeta; ele trouxe emoções negativas para nós e quando tudo estava piorando, eis que surge uma nova personificação do mau para receber toda a culpa. Aquela esfera percebeu que cometeu um erro e decidiu sumir da existência sem deixar rastros.

— Unya, precisamos terminar isso — falou Miguel, apontando suas armas para ele.

— Quando tudo isso acabar e o novo mundo recomeçar, eu juro que trarei você de volta. Seremos amigos normais e não vai mais existir trevas.

— Não posso permitir isso — ele respondeu. — Não quero perder minha vida, não só eu, como muitas famílias. Crianças, mulheres, pais, existem pessoas de bem no mundo Unya, eu entendo que sua vida foi difícil, mas entenda que não posso permitir que isso ocorra.

— Por quê? — disse Unya atacando Miguel que fez com que suas duas espadas o protege-se, enquanto ele perfurava o estomago de Unya com sua lança.

— Olhe para baixo, todos aqueles homens estão torcendo por mim. Um mundo nas trevas seria mais fome, mais tristeza e doenças. Você os faria sofrer em dobro só para recomeçar, não faz sentido.

— Claro que faz — Unya falou, cuspindo sangue. — Sacrifícios serão feitos para o bem maior — terminou, tirando a lança de seu corpo e acertando um forte chute no queixo de Miguel, que voou uma certa altura, porem caiu de pé, mesmo que tonteando.

Miguel atacou novamente o deus, começaram a travar uma batalha no qual eu não conseguia acompanhar. Os movimentos de Miguel em forma de raios estavam mais velozes do que nunca, sua sincronia com sua magia estava perfeita; por outro lado, Unya tinha o mesmo poder ocular que eu, porem tinha o dobro de poder, sendo assim sua previsão para movimentos era superior.

Julio se defendia com muita perfeição, seus passos eram leves, e sua maneira de usar a espada era perfeita. Miguel o atacou por cima, o deus se defendeu, empurrou o loiro e o chutou para ar, saltou sobre ele e com sua espada perfurou o estomago de Miguel o derrubando no chão. Ele manteve sua espada no estomago de meu marido, a fazendo penetrar lentamente no corpo até que sua espada o atravessasse por completo.

— Me desculpa Miguel, no próximo mundo eu criarei alguém igual a você, eu juro.

— Cala boca — Miguel respondeu, afogando-se em seu sangue que transbordava para fora de sua boca sujando seu rosto. — Isso não acabou!

— Você não tem jeito — ele falou, erguendo Miguel pelo pescoço, retirando sua espada de seu corpo lentamente; olhando nos olhos de Miguel, sentindo prazer em ver o sofrimento de seu adversário.

— Eu vou matar você.

— Não, eu irei fazer isso — terminou, colocando seu dedo no meio do peito dele, atirando uma rajada de luz que o perfurou. Ele soltou Miguel que caiu no chão, seus olhos ainda abertos antes brilhantes, agora sem vida.

Eu queria levantar, mas não conseguia. Ele apenas me enforcou e ainda assim eu sentia como se meu cranio tivesse sido arrancado. Tentei me levantar, apoiando sobre o arco; Julio me encarava, como se estivesse com pena de mim, mas nada falou. Apontei uma flecha na direção dele e olhei para Miguel.

— Me desculpa, eu não pude ajudar, mas eu sei que devo derrotar ele. É meu papel, sua morte não será em vão, eu irei terminar isso. Por nós.

— Não consegue sequer ficar em pé, quer derrotar um deus como eu? Piada de mal gosto.

— Eu preciso, eu irei, eu vou.

Respirei fundo, segurei o arco com firmeza, eu tentei não pensar em Miguel, mesmo o vendo morto em meu lado, entrar em panico não vai ajudar. Tenho confiança em meu arco, tenho confiança em mim.

— Finalmente Erika — disse uma voz em minha cabeça, era calma e me fez relaxar um pouco. — Finalmente começou a se tornar na guerreira que você é.

— Quem disse isso? — eu perguntei assustada.

— Eu irei te ajudar.


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Notas finais do capítulo

Bye bye



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