YuuMika – Drabbles e Oneshots escrita por Sarahsensei


Capítulo 3
Parte III - Parte 1 de 2


Notas iniciais do capítulo

Opa, alguns drabbles NSFW (Not Safe For Work) para vocês (aquela carinha). Geralmente sou uma negação para escrever lemon, sério, passo de cinco semanas pra cima pra escrever uma linha, só que... Sei lá, esse anime, esse anime tá me dando uma inspiração enorme! Foram seis lemons ( e olha, mano, escrevi até um orage [sexo lésbico]) em uma semana e dois dias, não sei o que deu em mim enquanto escrevia sem parar. Estava possuída, no mínimo.

Dou a dica, se não gostarem de Yuri (Mulher/Mulher), pulem o primeiro drabble do capítulo.



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11. Primeira Vez.
Prompt: Yuuichirou e Mikaela como meninas. – UA – NSFW

— Aaah! — A loira gemeu, agarrando os lençóis da cama com força. Estava suada, descontrolada, excitada. Pernas abertas, costas arqueadas, mamilos eretos, respirando com dificuldade e tudo isso por causa... — Aah! Yuu-chan...! — Dela, sua amada amiga de infância (namorada, na verdade) que atualmente estava com a cabeça entre suas pernas, lambendo e chupando seu clitóris, provocando-a além do limite. — Ngh...! O-onde... Onde você aprendeu isso?

Ichinose Yuuko não respondeu, apenas massageou o interior das coxas da outra menina com os dedos. Estava muito focada na tarefa de enlouquecer a outra para se dignar a responder. E não iria mesmo se não estivesse com a língua onde estava. Seria embaraçoso admitir que andara pedindo conselhos para Gurenda, sua mãe adotiva pervertida. Quase fez uma careta. Tch, melhor esquecer daquela mulher maldita por hora, não queria se distrair com bobagens, não quando estava se divertindo tanto.

Enquanto a garota de olhos verde-esmeralda brincava com seu corpo, Hyakuya Mikaela contorcia-se em êxtase. Não era a primeira vez que faziam aquilo, provocar os pontos de prazer uma da outra, mas era a primeira vez que... bem, os toques... extravasavam ousadia. Geralmente elas se tocavam de forma tímida, conhecendo aos poucos as áreas erógenas. Demorou quatro meses de namoro para tocarem corretamente os seios sem o sutiã atrapalhando e mais três semanas para... eer, bem, mexer nos mamilos com dedos e línguas. Foi uma agradável surpresa quando Yuuko quis dar um passo adiante, explorar um pouco mais do que de costume.

— Ai, Mika! Ai, ai, ai! — A morena gemeu de dor quando a garota mais alta puxou seus cabelos, forçando-a a afasta-se. Encarou-a com raiva, lambendo os lábios melados. O gosto dela não é tão ruim, pensou distraidamente. O vermelho das bochechas da loira tornou-se mais escuro com o movimento, no entanto, a seriedade em seus belos olhos azuis não desvaneceu. — O que foi? Eu fiz alguma coisa errada? Meus dentes te machucaram? — Resmungou, cruzando os braços. Não gostou de ser interrompida, o constrangimento de descobrir que poderia ter feito alguma coisa incorreta rondava sua mente, amedrontando-a.

— Não, não, você não fez nada errado! — Sua namorada mexeu-se inquieta, mordendo o lábio inferior. — É que, Yuu-chan, só eu estou recebendo prazer aqui! Você não está incomodada? Digo, você não quer que eu faça a mesma coisa pra você? Não é assim que isso funciona? — Foi a vez da adolescente de curtos cabelos negros ficar rubra até os dedos dos pés. Desviou o olhar, ultra-envergonhada. Ambas não sabiam nada sobre sexo. Nem hétero, nem lésbico. Ela achou que aquele detalhe passaria despercebido. Tão preocupada em agradar que nem pensou em ser agradada.

— E-eu não me importo, gosto de te dar prazer. — Confessou.

— Eu quero te dar prazer também! Além disso, você ainda está de calcinha e sutiã! Eu não quero ser a única nua. — Mikaela empurrou a menina despreparada para baixo, montando seus quadris. Os longos cabelos cacheados caíram em cascata sobre os ombros, cobrindo os seios redondos, parecia um anjo. Aparência enganosa, realmente. Nem tudo que reluz é ouro. — Engraçado que geralmente é ao contrário, não é, Yuu-chan? — Sorriu de maneira nada inocente. — Você é quem teima e reclama por que eu sempre tomo as rédeas. — Antes que Yuuko protestasse, os lábios da loira encontraram seu mamilo, chupando e mordiscando.

— Mi-Mika..! — Suspirou, rendendo-se antes mesmo de começar a briga. A morena nunca fora muito boa em negar coisas para a namorada. — Ah! Ma-mais!

12. A mesa de Hiiragi Kureto.
Prompt: Yuuichirou e Mikaela transando na sala vazia do diretor da escola. – UA – (quase) NSFW.

Hiiragi Kureto falava alguma merda sobre “regras escolares” e “bom comportamento”, provavelmente zombando de seu pai ou comparando-o com ele aqui e ali, mas Ichinose Yuuchirou não se importava o suficiente para prestar atenção. Era sempre o mesmo discurso chato, então não havia por que escutá-lo mais uma vez. Queria revirar os olhos, bufar, mostrar o dedo do meio, mandar o diretor para casa do caralho, perguntar qual foi a última vez que ele transou, sair correndo, infelizmente, qualquer uma daquelas alternativas só serviria para piorar a situação. Por fim, decidiu se distrair.

Relaxando na cadeira (do jeito mais imperceptível possível para não ter que escutar outra bronca), fixou os olhos na mesa de mogno, freando o sorriso sacana que ameaçava irromper de seus lábios. Aquela mesa, se soubesse falar, teria boas histórias para contar. Boas histórias que com certeza trariam consigo a folha de transferência de, pelo menos, uns dezenove a vinte alunos. Bom, é claro que só estava contando os casos que conhecia, não tinha a menor dúvida de que muitos outros alunos de séries diferentes já haviam feito sacanagem dentro daquela sala como meio de se vingar do diretor tirano.

Seria engraçado se a mesa falasse o nome de cada pessoa que já fizera sexo ali. Rá, quase conseguia imaginar a peça de madeira repassando um relatório para seu dono sobre todos aqueles que já usaram a sala da diretoria vazia para atividades ilícitas! E na frente de todos os professores! Nossa, pagaria para ver o rosto de Shinya-sensei quando descobrisse que seu amado aluno, Saotome Yoichi, que geral julgava ser um santo, já havia trepado com Shiho Kimizuki, um dos mais famosos delinquentes da escola, no tapete. E no sofá. E em cima da mesa. E na cadeira no diretor. E na janela. E contra a porta. Porra, aqueles dois pareciam coelhos!

Mordeu o lábio, forçando-se a voltar para a raiz da situação imaginária. Talvez a surpresa do professor de literatura fosse a mesma de Kureto quando descobrisse que não só alunos usavam sua mesa como “cama improvisada”. Ferid – o coordenador – e Crowley – o professor de educação física – também já possuíam uma certa intimidade com o local de tanto que usavam. E falando da intimidade deles com o local, a sala da diretoria não era a única utilizada, a sala da coordenação e o ginásio geralmente eram os preferenciais. Fofocas sobre as peripécias sexuais dos dois não faltavam, dando a Mikaela mais um motivo para se afastar do tio.

Ah, Mikaela!

Sentiu as bochechas esquentarem. Olhou para cima, dando de cara com Kureto mexendo em alguns papéis, ainda falando merda sem nexo. Opa, ele não havia visto seu rosto vermelho! Ótimo! Se o diretor flagrasse sua vergonha, iria pressioná-lo até que dissesse o motivo. O desgraçado era um ótimo interrogador, beirando a torturador psicológico, poderia seguir carreira de policial no CSI sem problemas. Arrepiou-se. Pobres criminosos, cometeriam suicídio em dez segundos! Ou menos. Hã? Ok, estava seguindo outros caminhos de novo. Onde seus pensamentos estavam antes de devanear besteira? Ah, sim, Mikaela.

Eles já haviam transado naquela sala também, sendo curto e grosso para resumir as lembranças. E quase foram pegos na primeira vez. Aliás, na verdade, foram pegos sim. Ferid os flagrou no ato. Confusões e provocações a parte, foi a partir daí que Yuuichirou tomou conhecimento que os boatos eram verdade e que seu namorado era parente de Satanás. E tudo por culpa do namorado de Yoichi. Yuu não se dava muito bem com o mais alto, viviam discutindo e esfregando um na cara do outro qualquer coisa que pudesse ser considerado “vantagem”. Então, graças as discursões bobas, Shiho deixou escapar que já havia feito sexo na sala de Kureto (Yoichi ficou mais que irritado) e desafiou o moreno de olhos verde-esmeralda a fazer a mesma coisa.

Foi um dia inesquecível, refletiu, apesar dos pesares. Nunca em sua vida sentira tanta adrenalina como naquele dia em questão. Invadir a sala do ditado-... diretor e transar em cima de mesa dele, cara, melhor acontecimento do ano (se excluir os dois minutos da aparição do coordenador). Não chegou ao extremo de agradecer verbalmente Kimizuki pelo desafio, entretanto, deixou a sua maneira que o punk de cabelo rosa soubesse que estava agradecido. Deixou a mente vagar até o dia, lembrando que tudo valeu a pena.

—... Ngh. — Enfiou os dedos nos grossos fios dourados, agarrando-os. Barulhos lascivos de sucção enchiam o local vazio, misturando-se com seus gemidos baixos e sons de ocasionais grampeadores ou papéis que derrubava no chão. Olhos azuis fixados nele, cheios de luxúria e acusação. Mikaela não havia concordado 100% em fazer aquilo, mas, como não conseguia dizer não e uma parte de si estava ansiosa para inovar, acabou dando chance a ideia mirabolante. — Mika...! — Ichinose Yuuichirou suspirou quando o outro usou a língua para lamber a ponta da ereção, recolhendo gotas de pré-gozo. — Pa-para! — Estava a beira do orgasmo. Puxou a cabeça do namorado para trás.

— Yuu-chan... — Hyakuya Mikaela gemeu com o aperto de ferro em seus cabelos. Pela breve careta que fizera após se afastar, deu para perceber que seus joelhos doíam, sua excitação negligenciada incomodava e o medo constante de ser descoberto naquela posição comprometedora pairava sobre sua cabeça, mesmo assim, o moreno sabia que ele não se arrependia. O representante de classe levantou-se, lambendo os lábios sujos. — Por quê?

— Quero tentar algo que o Kimidiota disse que fez aqui quando veio pela primeira vez. — Explicou de forma vaga, sabendo que ia ser óbvio em poucos segundos. Virou-se, retirando tudo que podia de cima da mesa de madeira. O outro adolescente fitava-o curioso por cima do ombro, tentando descobrir o objetivo. Quando a finalmente ficha caiu, o sobrinho do coordenador da escola engasgou.

— Você... Você está falando sério, Yuu-chan?

— Uhum. — Voltou-se para o loiro, sorrindo maldosamente. Puxou-o pelo cinto, aproximando os corpos. Nariz com nariz. — Vou me vingar pelas diversas vezes que aquele babaca assinou minhas suspenções com um sorrisinho no rosto. — O colega de classe revirou os olhos como se dissesse “se você se comportasse, não ganharia tantas suspenções”. Poderia ser uma bronca se não houvesse um sorriso travesso nos lábios finos. Retiraram o resto das roupas, jogando-as pelo chão. Mika subiu em cima da mesa, acomodando Yuu entre as pernas.

— Ora, ora, o que a Krul pensaria se visse isso, Mika-kun? — Os adolescentes congelaram, olhando diretamente para a porta. — Nha, provavelmente apoiaria. Ela nunca gostou de ter um filho certinho demais. Não combina com ela, sendo sincero.

— Ferid! — O homem de olhos carmesim sorriu ainda mais maliciosamente ao ouvir o rosnado do sobrinho. Yuuichirou não sabia o que fazer. Continuou entre as pernas do outro para tampar a visão do recém-chegado, e na tentativa desesperada de manter um pouco de dignidade, cobriu a ereção com uma pasta cheia de documentos. — SAIA DAQUI! — O coordenador sorriu, encostando-se no batente da porta.

— Oras, não seja tão chato, Mika-kun. — Zombou. — E não grite comigo. Além de ser seu tio, sou coordenador desta escola, como tal, ao pegá-los em atividades ilícitas, minha primeira ação deveria ser suspendê-los. — Se olhar matasse, Ferid Balthory já estaria em estágio de decomposição. Mikaela arqueou a sobrancelha.

— Mas você não vai, vai?

— Eu deveria, com certeza.

— Você é a última pessoa que poderia suspender a gente por “fazer atividades ilícitas” na escola, Ferid. — Isso não vai prestar, o filho adotivo de Ichinose Guren engoliu em seco. Ferid riu, divertindo-se com as reações das “crianças”. Não parecia preocupado com a acusação, pelo contrário, se possível, a acusação só serviu para aprofundar a crueldade em seus orbes vermelhos. — Não se meta onde não é chamado.

— Vou deixar esta sua arrogância infantil passar desta vez, na próxima, você não terá tanta sorte. E, bem, boa sorte aí, Yuu-chan, domando essa fera. — O adulto saiu da sala, rindo, os longos cabelos dançando em suas costas. Poucos segundos depois, ouviu-se uma voz que suspeitosamente lembrava a voz do professor de educação física.

— Ichinose Yuuichirou, estou falando com você! — A irritante voz do homem de cabelos negros retirou Yuu a força de suas lembranças. — Ichinose Yuuichirou!

— Hum? — Murmurou estupidamente. — Que foi?


— Grrr, você é pior do que seu pai, você dorme de olhos abertos. Escutou alguma coisa do que eu falei, garoto? — Não.

— Claro. — Kureto não pareceu acreditar. — Olha, já terminou? Eu preciso mesmo voltar pra aula. — Pulou da cadeira, nem esperando a resposta. Que se fodesse, ele já sabia que ia ficar de detenção hoje. Para variar, claro. Saiu da sala sem olhar para trás.

13. E se...
Prompt: Yuuichirou e Mikaela em um mundo paralelo ao original – UA – NSFW

Muito antes de abrir os olhos, Hyakuya Mikaela já sabia que havia alguma coisa fora do lugar. Chame de instinto, ou simples paranoia, o loiro sentia que algo não estava certo. Mexeu-se na cama, incomodado e alerta. Piscou algumas vezes para acostumar-se a claridade. O quarto não era familiar, onde ele estava? Sentou-se, meio tonto, livrando-se das cobertas apenas para ser agraciado por uma brisa fria em sua pele nua. O quê? Espere... O quê? Pele nua? Huh? Olhou para baixo, arregalando os olhos ao não se ver vestido (salvo a cueca). O que diabos havia acontecido? Agarrou os lençóis, cobrindo-se novamente.

— Mika? Ah, que bom que você já acordou, estamos atrasados. — Virou o rosto em direção a voz, dando de cara com alguém familiar, oh, tão familiar. Hyakuya Yuuichirou estava parado a poucos centímetros de distância com uma toalha enrolada no quadril e outra secando os cabelos. A cena parecia tão surreal que tudo que conseguira fazer foi abrir e fechar a boca como um peixe fora d’água. Seu melhor amigo arqueou a sobrancelha.

— O que foi, Mika? Está se sentindo bem? Você está pálido.

— Yuu-chan... — Murmurou, ainda em estado de choque. Como os dois vieram parar ali? Por que Yuu-chan não parecia surpreso em vê-lo? Que quarto era aquele? Por que estavam, err, seminus? De onde vinha tanta naturalidade sendo que... que... eram inimigos agora? Ah, inimigos! Levou a mão a boca, tampando-a, escondendo as presas. Passou a língua nos dentes em reflexo, surpreendendo-se ao constatar que não estavam mais pontiagudos! Que porra estava acontecendo ali? Onde estava o esquadrão de Yuu? Onde estava a legião de... — Vampiros? — O moreno estranhamente pareceu relaxar com a menção não proposital de seus antagonistas.

— Entendi, então é por isso! Pensou que eu não ia voltar, né? — Ele sorriu, deixando a toalha cair sobre os ombros. — Ontem foi realmente uma batalha estressante, quase não consegui dormir. Você não devia se preocupar, tivemos poucas baixas e chutamos vários sanguessugas! E não estou ferido, se é isso que você vai perguntar. — O outro adolescente continuava fitando-o sem reação. Os orbes da cor do céu estavam nebulosos, confusos. — Tch, pare de me olhar como se estivesse me vendo pela primeira vez! É assustador!

— Yuu-chan... — Lambeu os lábios secos, tentando processar as informações. — Como... Como vim parar aqui? — E por que estou quase pelado? Não teve coragem de complementar.

— Não sei. — Ele caminhou até o guarda-roupa. — Você não se lembra? Eu cheguei agora a pouco de Fukushima e te encontrei aqui, dormindo. Sobre as suas roupas, eu te livrei delas. Elas estavam todas cheias de poeira e sangue. Falando nisso, como foi a sua batalha em Chiba? — Ok, ele devia ter enlouquecido e estava delirando! Não existia outra explicação plausível! Yuuichirou jamais falaria com tanta simplicidade que retirou suas roupas enquanto ele dormia. E... batalha em Chiba? Batalha em Fukushima? Eles estavam lutando do mesmo lado? Nada se encaixava!

— N-não lembro... — Não foi uma mentira porque realmente não se lembrava da tal batalha, nem sabia se realmente acontecera. A última lembrança da noite passada era a de ter se trancando no quarto para evitar Ferid e Lacus. E agora, acordara num quarto desconhecido com seu amigo de infância agindo normalmente como se eles nunca houvessem se separ-... Oh, não, não, não, não! Não era provável! Impossível! ... Será? Será que...? Nããão, definitivamente não. Ou talvez... Apenas talvez, sim?!

— Não lembra? Você tem uma memória tão bo-... Oh, tudo bem se você não quiser falar. Muitas baixas, hein? — Aparentemente, julgando pela forma como o moreno se comportava, eles possuíam uma história de lutas juntos. O pior de tudo é que, por mais louco que possa vir a parecer, o ex-vampiro (seus dentes não eram mais presas) sentia uma onda familiar de carinho nascendo no fundo de sua mente, como uma espécie de dejá-vuu inconsciente. Será que o que presenciava naquele momento era, de alguma forma, uma realidade alternativa? Parecia tão idiota pensar assim, no entanto, há oito anos atrás, vampiros, demônios e anjos eram apenas mitologia, crença de religiosos. Respirou fundo, hora de colocar a teoria em prática.

— Ei, Yuu-chan, estou com fome. — E muita, percebeu.

— Akane deve ter guardado as sobras do jantar de ontem no frigobar. Sabe como ela é, só tem que alimentar seis pessoas, mas faz comida pra vinte. — O loiro desabou sobre o colchão, segurando as lágrimas. Estão vivos, percebeu, todos estão vivos!

— O-oh... — Soluçou sem conseguir se conter, estava tão feliz! Não se importava com o quão louca a situação poderia parecer do ponto de vista racional, naquele mundo paralelo, de alguma forma, sua família havia escapado da emboscada, sua culpa (por hora) desaparecera. Os pensamentos voltaram-se para a possível vida maravilhosa que levava ao lado de Yuuichirou, tal como desejara todos aqueles anos atrás.

— Ei, shhh, não chore. — Seu melhor amigo deve ter lido os sinais errados, pois se aproximou da cama meio cauteloso. Uma mão áspera acariciou seus cabelos na tentativa de acalmá-lo. Fechou os olhos, relaxando. Sua família estava viva, sua humanidade devolvida (apesar de ser um fato tanto-fez-como-tanto-faz), seu Yuu-chan ali, ao seu lado, consolando-o (por um motivo errado, mas não iria corrigi-lo)... Só faltava um detalhe para que seu sonho de infância se tornasse completo, uma única confirmação. Ergueu o rosto do travesseiro, mirando diretamente os orbes verde-esmeralda. Era tudo ou nada. Se aquela era uma realidade em que tudo deu certo, então a confissão de amor que esperava fazer quando fugissem da cidade dos vampiros...

— Te amo. — Sua voz saiu baixa, hesitante. O moreno limpou suas lágrimas com o polegar e beijou de leve seus lábios. Confirmação suficiente. Puxou o outro para a cama, envolvendo os braços ao redor dos ombros dele. Não sabia quanto tempo ficaria naquele mundo/realidade/sonho, então aproveitaria ao máximo tudo que ela oferecia. Principalmente se fossem os beijos de Yuu-chan. Beijos, afagos, gemidos, gritos, toques, lambidas... Absolutamente tudo dele.

Sentiu mãos agarrando seus quadris com força, friccionando as excitações crescentes. Cutucou os lábios alheios com a língua, aprofundando o beijo, querendo saber até onde era permitido ir. Separaram-se por um instante, bochechas vermelhas, azuis fixos nos verdes e vice-versa. Nada foi dito, não era preciso. Renderam-se a outro beijo. E outro. E outro. E outro. E mais outro. As bocas se uniam, afogando palavras desnecessárias. Juras de amor poderiam ser feitas em outro momento.

O clima foi esquentando, a razão foi sendo perdida aos poucos. As sensações diferentes se misturando a cada novo toque deixava-os zonzos com o prazer. Mãos, línguas, lábios, dentes, usavam tudo que podiam para mapear e marcar território no corpo um do outro. Traçavam caminhos, prometiam amor, confiança, carinho, fidelidade de uma maneira muda. O ex-vampiro nunca se sentiu tão pleno e feliz em sua vida. Mataria sem pestanejar seu outro eu daquele mundo se isso significasse ficar com Yuu-chan. Compartilhar o moreno com alguém não era uma ideia aceita em sua mente.

Quando perceberam o caminho por qual seguiam, o adolescente de cabelos negros estava sentando nas coxas de Mikaela, ofegante, envergonhado, palmas voltadas para o tórax do outro. As duas toalhas haviam sido jogadas no chão, assim como a cueca branca do loiro. Um silêncio constrangedor se instalou no local. Pela expressão do soldado do esquadrão da lua demoníaca, dava para saber que já estava acostumado, que estranhava o medo e a hesitação do parceiro. Mika tocou a ereção de Yuu, acariciando-a, movendo as mãos para cima e para baixo. Suspiros e gemidos voltaram a encher o quarto. Ambos nus, rijos, transbordando luxúria, não havia como frear as ações agora.

Fim da Parte III - Parte 1 de 2


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, estou pensando em escrever outros ships também, o que acham? Deixem suas opiniões.