Dad's Boyfriend escrita por Bruno Borges


Capítulo 9
Janelas pt. 2


Notas iniciais do capítulo

Continuação do capítulo passado, eu estava há muito tempo sem postar e como já tinha algo pronto não quis deixar vocês na mão, esperando até a criatividade fluir pra eu terminá-lo. Por isso o "Janelas pt. 1" é curtinho. Sobre esse capítulo, a narração é a princípio do David, mas a partir de um ponto as cenas são intercaladas por David e Chris em paralelos.
Sexo! Tem sexo pessoal. E nem por isso vou mudar a classificação indicativa, porque não descrevi a prática sexual em si. Só usei palavras de teor maduro e deixei entender que houve sexo, ou seja, continua sendo para maiores de 16 anos. Novela da globo tem coisa pior, e nem por isso a classificação é +18. Se um dia eu resolver narrar os pornô da vida eu mudo. Por enquanto é isso mesmo.



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(David Nolan POV)

Minha primeira providência foi avisar Regina. Não quis ligar pra ela outra vez, então fui até a prefeitura, onde ela estava. Contei tudo que Ursula havia me dito. E podia ver o nervosismo de Mills em seu rosto.

— Então... O que vamos fazer quanto a isso? — questionei, sem ideias.

— O que vamos fazer? — ela falava alterada e eu podia ouvir seus tamancos agredindo o chão enquanto ela andava perdida no seu gabinete. — Nós não podemos fazer nada quanto a isso. Na verdade a ideia da Lula Molusco me parece ótima, porque não a deixa resolver à sua maneira?

— Regina. Não fala assim. Lembre-se de que essa não é mais você.

— Ok. — a prefeita murmurou, fechando os olhos. Suspirou longamente, provavelmente contando até três em pensamento. Sabia que naquele momento a vontade dela era, na melhor das hipóteses, de que Lily se desintegrasse ou coisa assim.

Nós ficamos sem saber o que falar ou fazer. Ficamos ali nos olhando por alguns minutos com caras de embaraço.

— Melhor eu ir. — quebrei o silêncio — Nós resolvemos isso com mais calma depois. Tenho certeza que vamos pensar em algo.

— Sim. Sim, David. Na verdade já estou até pensando aqui em mexer com a memória daquela garota de novo, mas vou precisar de uma boa oportunidade e vou contar com sua ajuda pra planejar isso.

— Tudo bem. Vou passar na delegacia. Vou ver se chamo a Emma num canto e converso com ela.

— Christopher. — ela retrucou.

— O quê?

— Você vai para ver o Christopher. Não precisa mentir pra você mesmo.

— Tem razão. — eu me esforçava tanto para não demonstrar que estava louco por aquele garoto, que até acreditava nas minhas desculpas improvisadas. Regina estava certa, eu queria vê-lo. Não conseguiria falar com Emma na presença dele um assunto tão importante mesmo. O problema era se ele queria me ver. Não nos falamos por uns três dias. Eu estava evitando ele.

— Ah David! — Regina abriu um sorriso. — Você vai me perdoar, mas não resisti a te encher o saco. Lembra que disse que daria uns “presentinhos” pra você e o Chris? — não, eu nem lembrava. — Bom... — ela se abaixou e pegou uma sacola aos pés de sua mesa. — ...eu já tinha comprado de qualquer maneira e eu não vou usar isso aqui. Toma. — disse me entregando. — Posso ter me arrependido de ter agido como louca na sua visita à minha casa, mas não significa que eu ainda não tenha a malícia em mim que não me permite perder a chance de te provocar de alguma maneira.

Ela foi tão intrigante no que disse, que não consegui interpretar nada. Tudo soou ambíguo ou misterioso. A sacola estava bem cheia, fiquei curioso e preocupado. — Só espero que não sejam brinquedos de sex shop, mas obrigado. — respondi fazendo careta.

— Deixa de ser chato David, quando abrir vai ver o que é.

Ela foi me empurrando rumo à saída, se acabando de rir de mim. Que mania de me expulsar ela estava criando!

Quando saí de lá, entrei no carro e coloquei a sacola no banco do passageiro, sem sequer mexer nela. Já tinha visto que estava tudo embrulhado mesmo, o que eu queria no momento era só ver o Chris. Eu dei partida no carro e deixei ele no ponto morto, “rosnando”. Eu me olhei no retrovisor por alguns segundos. Saber que eu, eu mesmo, estava apaixonado por outro homem era uma coisa, mas me ver com meus próprios olhos e imaginar “aquele é você, e você gosta de um homem”, era outra. Que choque de realidade. Caramba. “É real!”, eu pensava. “Eu. David Nolan, em carne e osso. Apaixonado por um amigo que conheci em outra realidade”. Arranquei o carro e saí dali, sorrindo feito idiota.

Passei ao lado da biblioteca no caminho, e vi Elsa entrando ali. Que coisa estranha era ver aquela cena. Elsa estava de saia, num look todo social, com um óculos de grau de armação vermelha e segurava sua bolsa firmemente contra o corpo, como se algum ladrão fosse surpreendê-la a qualquer momento. Bom, exceto pelo fato de que aquela não era bem “Elsa”. Não mais. Eu nem sabia o nome dela. Fiquei pensando se Chris ainda seria a mesma pessoa comigo se voltasse a ser como era. Se ele se tornasse “Kristoff” outra vez. Tive medo. Muito medo. Medo de que tudo fosse embora pelos ares e eu perdesse ele também, como perdi Mary Margaret. Afinal, a persistência de Lilith estava pondo em perigo todo o plano do Conselho. Eu não podia imaginar o que aconteceria naquela cidade se soubessem o que fizemos com eles. O que em especial Kristoff e outros de Arendelle fariam se soubessem que os privamos de suas próprias vidas e escolhas.

BEEEEEEEEEEEEEP!”, eu ouvi e de susto desvivei o carro, jogando com tudo pra direita. Por pouco não bati em outro carro. Eu estava invadindo sua mão de direção sem perceber, de tão distraído que fiquei. “Seu idiota! Presta atenção no que tá fazendo!”, o cara gritou, pondo a cabeça pra fora do vidro. Eu fiz um sinal com a mão pedindo desculpas, pra que ele ao menos vesse pelo espelho, e segui dirigindo em menor velocidade. Ele continuou gritando insultos mais alguns metros. 

Enfim eu cheguei. Estacionei a camionete bem debaixo de uma árvore onde sempre costumei deixar. Bom que Emma não estacionasse ali. Por meu carro naquele lugar me deu uma sensação de “lar, doce lar”. Assim que desliguei o carro e tirei o cinto, eu abri a porta, mas antes de descer me lembrei da sacola de Regina. Eu abri e peguei um pacote, rasgando-lhe a beirada. Bufei rindo e sacudi a cabeça pros lados. — Brinquedos de sex shop.

Eu coloquei o pacote de volta dentro da sacola e a amassei pra esconder seu conteúdo. Coloquei no chão daquele mesmo banco, pra não ficar tão a vista. E então saí e tranquei o carro.

Senti um nervosismo antes de entrar, mas mantive meus passos rápidos. — Oi pra vocês. — disse entrando na sala onde Emma e Chris estavam.

— David! — Emma exclamou, virando-se pra mim surpresa.

Chris tinha me visto antes dela, mas tardou um pouco a responder. — Oi David. — ele disse tímido. Eu não consegui desvendar a expressão dele. Não sabia se estava contente ou chateado em me ver.

— O que te traz aqui? Veio ver se estou fazendo tudo direito? — Emma perguntou se levantando pra me dar um abraço. Chris continuou sentado em frente ao seu computador, ainda sem saber se continuava ou não a sorrir de leve.

— Não, não. — eu respondi lhe abraçando. — Quis dar uma passada aqui porque estava com saudade do ambiente mesmo, mas também porque queria saber se está lidando bem com o serviço ou se teve algum problema. — nos soltamos.

— Ah qual é! — ela respondeu esnobe. — Eu já fazia isso aqui muito antes de você, lembra?

— É. — eu sorri. — Você... tem razão.

Emma sorriu de volta, com a boca fechada. –— Ah, quer saber? Está quase na hora do almoço, eu já estava indo buscar alguma coisa pra gente comer. Você quer alguma coisa David?

— Ah, não, não. Eu estou bem, obrigado.

— Tem certeza? Ah olha lá, provavelmente vou trazer alguma coisa gordurosamente deliciosa. — Brincou Emma.

— Você sempre consegue me fazer sair da dieta, não é? — e rimos juntos enquanto ela se afastava para sair.

— Ah, como é que eu saio dessa janela mesmo? — Chris perguntou rapidamente.

Emma se virou pra responder, mas eu interferi.

— Tudo bem, pode deixar que eu ajudo ele. — Emma então saiu e Chris ficou muito sério, o que me deixou preocupado. – Você primeiro tem que apertar o “esc”, lembra? – eu me aproximei dele e cheguei por trás de sua cadeira. — E agora sim você pode fechar no “x”. — eu peguei no mouse por cima da mão dele e levei o ponteiro de indicação até o “x”, fechando a janela. — Você sabe como fazer isso.

Sim, ele sabia. Eu tinha certeza que ele tinha perguntado isso só pra eu me aproximar dele, mas eu não entendia por que continuava de cara feia.

— Eu esqueci. — ele respondeu sem olhar pra mim.

— Vai me dizer que se esqueceu de como se sai da janela desse sistema que usamos na delegacia desde que você trabalha aqui? Você fez isso pra chamar minha atenção.

— Que droga, David. — ele respondeu simplesmente.

— O que foi? É porque não tenho falado com você? — eu me abaixei no chão, do lado da sua cadeira, ficando agachado. Apoiei minha mão no braço da cadeira ele e precisei olhar pra cima pra que olhasse em seus olhos. Era preciso, porque ele só estava olhando pra baixo mesmo, não queria olhar pra mim.

— David, eu me preocupei com você. Eu te vi todo machucado no hospital e você não atendeu nenhum telefonema meu depois do nosso beijo. Como espera que eu esteja?

— Eu... me desculpa. Estive confuso. Voado em pensamentos.

— Confuso? Acha que você esteve confuso? Eu estou confuso. — Chris arrastou sua cadeira no chão em minha direção, ficando de frente pra mim, o que causou um barulho estridente. — Eu não paro de pensar em você e não consigo encontrar uma forma de contar pra minha namorada. Não consigo encontrar uma justificativa pra estar ignorando ela e pra não ter que vê-la pessoalmente.

— Espera. Você está me dizendo que está ignorando sua namorada e briga comigo por ter “ignorado” você?

— Eu n... eu não...

— Ah Chris, cala a boca. — eu me levantei e puxei ele pela camisa, forçando-o a se levantar também. — Eu te amo.

Eu segurei ele bem perto de mim e o beijei, matando toda minha saudade dele. Coloquei então uma de minhas mãos atrás de sua nuca e lhe acariciei os cabelos. Ele não reagia muito, mas correspondia o beijo sutilmente. Coloquei minha outra mão em seu rosto e nossas línguas se tocaram. 

— Não, não! — ele disse me empurrando ao parar o beijo. — Isso tem que parar. Eu digo, nós... isso não vai dar certo. Não tem como dar certo. Temos que voltar as nossas antigas vidas, quando tudo era normal.

— Chris, não fala assim, isso... isso magoa, poxa. Eu sei que tudo tem estado bem estranho até agora. Estamos sem rumo. Mas vamos resolver isso juntos. Nos dê uma chance. Se você vier hoje a noite à minha casa eu...

— Eu não vou pra sua casa, David! Eu não quero fazer sexo com você!

— Christopher! Pelos céus, moleque, quem aqui falou em sexo? — eu me arrependi de tê-lo chamado de “moleque” no segundo seguinte, mas já era tarde demais.

— Não. Eu já disse que não e é minha resposta final. Não vai dar certo.

— Hã... problemas pra fechar aquela janela do computador pessoal? — era a voz de Emma, que entrava com algo nas mãos.

— Não. — respondi. — Ele já conseguiu fechar a janela.

Eu saí andando, sem me despedir.

— Ei, aonde você vai?! Eu comprei pizza! — Emma disse tentando me fazer ficar.

— O Chris adora pizza. Pode dar meu pedaço pra ele. — e dei as costas pros dois, saindo daquela sala.

Eu voltei pro carro e bati a porta com muita força. Não satisfeito, dei socos no volante, fazendo a buzina soar.

Eu fiquei bem o mal todo. Estava morrendo de ciúmes de Chris com Juliet. Sabia que o motivo de estar desistindo de mim era ela. Ele não gostava mais dela e mesmo assim preferia tentar voltar a ter com ela o que tinha antes, sem ser feliz, a se arriscar no mais complicado e ser feliz comigo.

Quando eu estava muito triste ou com raiva, Neal me ajudava e me sentir bem, mas meu dia com o garoto era só no dia seguinte. Tentei ligar para Mary Margaret para pegar ele antes, mas ela não atendeu. Até fui tentar visitar eles, mas não estavam em casa.

Então continuei me sentindo péssimo. Achava que minha noite seria de choradeira, mas tomou um rumo diferente. Tomei uma garrafa de whisky MacCutcheon e fui pra casa de Regina.

(Chris Black POV)

Eu estava determinado a esquecer David. Estava dando outra chance a mim mesmo de voltar a ser normal e de continuar as coisas com Juliet como estavam.

— Tem certeza que sua irmã não vai chegar cedo em casa? — perguntei à minha namorada mais uma vez, bastante nervoso.

— Claro que tenho, Chris. Por uma vez na eternidade Esa vai ter um encontro. Saindo da biblioteca ela já vai direto se encontrar com o rapaz. Temos a casa toda só pra nós. Agora me beija de novo, seu lindo, anda! Estava morta de saudades de você assim carinhoso comigo!

Eu não hesitei a beijá-la e trocar carícias. Caímos no sofá onde ficamos por algum tempo, namorando. Eu não sentia nada. Era quase como se eu... estivesse fazendo aquilo por “obrigação” de namorado. Era tão estranho. Por que eu não conseguia sentir mais prazer em trocar uns amassos com ela como antes sentia? Isso significava que eu estava realmente apaixonado por David e não dava pra voltar atrás? Não, isso não podia acontecer.

— Christopher! — ela reclamou vermelha quando minha mão tocou sua bunda.

— Desculpa. Achei que seu namorado tivesse liberdade pra poder te tocar aí. E não é como se eu nunca tivesse feito isso, então...

— Eu sei. Eu sei, não pede desculpa. Ok, na verdade eu que peço desculpas porque...

“Você fala demais!”, pensei e calei ela com um beijo.

Ela ficou surpresa e gostou. Então peguei Juliet no colo e subi as escadas rumo ao seu quarto.

— Amo você, meu príncipe. — ela me disse com os olhinhos brilhando.

(David Nolan POV)

— David! Você está bêbado!? — foi a primeira coisa que Regina perguntou quando me viu.

— Não o suficiente pra me esquecer disso depois. — respondi avançando pra cima dela e lhe investindo um beijo de tirar o fôlego. Ela tentou me impedir, mas eu forcei a barra, o que confesso ter sido totalmente deselegante da minha parte.

— David, pare. — ela disse quando finalmente se distanciou de mim. Não é como se eu não fosse gostar de fazer isso com você, mas não assim. Não nessas condições. Você não está em sã consciência. Você é um homem apaixonado. Não quer fazer nada pra se arrepender depois. Certo, David? Me responde, certo?

— Certo. — eu respondi com o olhar fixo nos lábios dela. Eu empurrei a porta com o pé, fechando-a e novamente beijei Regina, envolvendo-a em meus braços. Nós tropeçamos e quase caímos no chão. Por um descuido meu, um abajur de decoração da sala caiu no chão e quebrou.

— David! Não me faça dizer seu nome outra vez! — Regina chamou minha atenção em um tom baixo de voz. — Henry está lá em cima, dormindo. Não acorde ele!

Eu olhei bem pra ela e sacudi a cabeça afirmativamente, concordando em não acordar o garoto. — Ok. Ok. — acrescentei e logo seus cabelos estavam entre meus dedos e sua boca na minha. Regina não mais se esforçava para me impedir. Regina foi andando de costas comigo junto dela, lhe beijando. Ela caiu sentada na beirada do sofá e eu me abaixei para beijar seu pescoço, enchendo-a também de mordidas de leve. Regina ofegou.

— Vem comigo, vamos para um quarto. Henry pode acordar e descer até aqui para ir à cozinha. Tenho um quarto de empregados que está vago.

(Chris Black POV)

Eu coloquei Juliet na cama depressa assim que cheguei a seu quarto. As escadas eram enormes e já tinham me cansado. Na verdade acho que derrubei a coitada na cama. Mas ela não se machucou. Nós dois começamos a rir juntos, foi fofo.

Eu tirei minha camisa e ela ficou me olhando, sorrindo curiosa, esperando meu próximo passo.

— Devemos apagar a luz? — eu disse, incomodado. A luz do quarto estava acesa e também uma luminária em sua estante, porque ela estava estudando antes de eu chegar.

— Se você quiser. — Juliet somente me olhava sorrindo de uma forma inocentemente provocante.

— Ok. — respondi e apaguei a luz. A luminária continuou acesa, mas pensei que não seria um problema. Afinal se ficasse completamente escuro, eu não conseguiria saber o que estava fazendo.

Eu subi na cama e me posicionei sobre Juliet, cobrindo-a de beijos. Ela passou suas mãos pelas minhas costas, me acariciando e me arranhando de leve. “Eu te amo, eu te amo!” ela sussurrou várias vezes ao meu ouvido, o que me deixou de certa forma desconcertado.

— Eu... eu também te amo.

(David Nolan POV)

As coisas foram ficando mais quentes quando Regina nos trancou no quarto.

Estava bastante calor aliás, e Regina abriu um pouco da janela. — Feche a janela. — eu disse soltando-a por um momento.

— O quê?

— A janela. Se o que Ursula falou for verdade, Lily pode estar em um prédio aqui perto nos fotografando com uma câmera super potente agora mesmo.

— David, essa janela é minúscula, dá para meu jardim, onde só tem árvores e ela está apenas entreaberta. O vidro é fosco para quem está do lado de fora.

Ela tirou minhas roupas, eu tirei as dela e por fim eu estava somente de cueca e ela de calcinha.

— Sobre aquela nossa conversa sobre sexo... — Regina murmurou enquanto eu beijava seu corpo. — ... O que você subentendeu sobre eu ter feito sexo anal...

— Hã? — perguntei confuso. Lembro até de estar meio zonzo a essa altura. Mas não estava vendo embaralhado pelo menos. Nunca tinha ficado bêbado assim. Acho que eu sou fraco pra essas coisas. Mas não me esqueci de nada como foi. Regina insistiu em trazer o tal assunto de novo à tona.

— Eu nunca fiz sexo anal, David. Nem com Robin, nem com ninguém. Deixei você pensar que sim porque quis soar experiente, mas eu não fiz.

Aquilo me deixou com muita tesão. Se eu já estava perdendo o controle até ali, aquele foi o ponto que me fez perder de vez.

(Chris Black POV)

— Espera um momento. — eu disse depois que finalmente terminamos as preliminares e estávamos começando a fazer o sexo em si. — Está ventando nas minhas costas.

Eu fechei a janela, mesmo sendo o quarto mais alto da casa, onde nem sequer estava entrando vento. Simplesmente tudo me incomodava.

— Ai Chris, só você mesmo. — ela riu de mim,  estava sendo bastante paciente. — Agora vem logo. — Juliet fez sinal com as duas mãos, me chamando pra perto dela.

Eu voltei para a posição que estávamos, tentei encaixar e... não funcionou muito bem. Eu estava me esforçando, mas não consegui me manter excitado. Eu “broxei”. Foi a primeira vez que me aconteceu isso. Eu nunca tinha passado por essa situação desde que perdemos a virgindade juntos. E agora estava tão nervoso que não conseguia fazer nada.

— Juliet, me desculpa. Me desculpa.

— Tá tudo bem, Chris. Acontece, pode acontecer com qualquer um, não é? Eu entendo, não vou julgar você.

Eu senti pena dela. Muita pena. Não era um sentimento bacana de se sentir. E eu me sentia péssimo por causar tudo aquilo.

— Eu estraguei tudo. — resmunguei.

— Não estragou não. Só de ter você aqui de novo foi maravilhoso. Chris. Olha pra mim. Eu te amo.

(David Nolan POV)

E aconteceu. Regina e eu fizemos sexo. Eu não vou mentir, eu aproveitei muito bem cada momento. Ela me deixou muito empolgado o tempo todo e nós fizemos de tudo. Experimentamos coisas tínhamos vontade mas nunca tivemos coragem de contar para nossos antigos parceiros. Ambos atingimos o orgasmo. Foi feroz e ao mesmo tempo carinhoso, foi uma aventura e amei cada segundo.

Mesmo depois que terminamos, não conseguíamos parar de nos beijar. Ela tinha me perguntado se eu queria dormir ali e eu disse que não. Eu me levantei da cama e vesti as roupas de qualquer jeito. Ela se levantou também e voltou a me beijar.

— Você não pode ir embora assim, não pode dirigir. — ela me disse entre beijos.

— Eu tô legal. — foi tudo o que consegui responder com sua boca já grudada na minha outra vez.

Então me soltei dela e saí tropeçando.

— Não esqueça seus sapatos, seu cabeção! — ela disse pegando-os no chão e levantando pelos cordões.

Eu voltei sorrindo pra ela, e ela sorria pra mim. Peguei os sapatos de suas mãos e lhe dei um selinho.

— Você é linda. — eu disse.

— E você está bêbado, embora ache que está em condições de dirigir. Espera, vou chamar um táxi pra você.

Depois eu acordei em casa com muita dor de cabeça. Como voltei pra casa eu realmente tinha esquecido. Eu teria achado que o que me lembrava era um sonho, mas havia uma mensagem da Regina no meu celular dizendo “O que aconteceu essa noite não significa nada. Vamos esquecer isso, ok? Beijos e se cuida”.


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