Entre Mundos 1° Temporada escrita por Beatriz


Capítulo 2
Minha Nova Casa.




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Depois de uma noite tranquila, sem sonhos por causa do remédio. Acordei. Fui até o banheiro, escovei os dentes, penteei meus cabelos pretos, os prendi em um rabo de cavalo alto e voltei para o quarto que quando vi estava arrumado, com exceção da cama, que parecia o ninho de algum animal desconhecido.

Estava terminando de arrumar minha cama quando ouço no alto-falante do hospital a voz de Jackeline dizendo:

KATERINA MORGAN, COMPAREÇA A RECEPÇÃO DO HOSPITAL. AGORA! Nossa, precisava falar daquele jeito o AGORA?

Terminei o que estava fazendo e fui até lá. Chegando perto da bancada da recepcionista vejo Razie e entendo o porquê da chamada repentina por parte de Jackeline.

Esforcei-me para ficar calma e fazer uma cara que demonstra-se que eu estava feliz em ver minha tia novamente e fui em sua direção devagar. Cheguei lá, acenei em sua direção e sorri, cheguei mais perto e a abracei.

Ficamos assim por um tempo até que eu a soltei. Olhei bem para ela, vendo seus cabelos pintados de ruivos, – que um dia foi comprido até a bunda, agora está curto na altura do ombro – olhei para seus olhos azul-esverdeado, - que eram mais azuis do que verdes – olhei mais para baixo de seus olhos e vi olheiras causadas provavelmente de tanto chorar, sua pele antes hidratada e macia agora áspera e seca, suas roupas antes todas as passadas agora toda amassadas Óbvio que ela ficaria assim, perder as filhas não é fácil... E também perder a irmã junto não ajuda em nada! Percebendo que minha tia estava me chamando, perguntei:

– Oi?

– Você não está me ouvindo? O que tem na sua cabeça? – ela pergunta brincando. – Eu estava te perguntando, onde estão suas coisas?

– Ah! Isso, eu esqueci no quarto... Eu vou lá pegar, já volto. – eu ia ir quando minha tia Razie diz:

– Ah, eu vou junto com você então. – ela dá um sorriso.

– N-Não precisa... – mas era tarde demais, ela já estava indo e eu sabia que nada que eu dissesse ia fazê-la mudar de ideia.

Fomos juntas até meu quarto, peguei minha mala e disse que já poderíamos ir, então saímos do quarto, encostei a porta e nós duas fomos dar um tchau para Jackeline, quando nos viramos para sair, vi o menino dá noite anterior.

Ele se aproxima e se dirige para Jackeline.

– Então, você vai poder ir almoçar comigo hoje? – ele pergunta normalmente. Eu não acredito! Ele está saindo com a Jackeline? Não pode ser... Será?

– Não, não vou poder querido, tenho que ajudar o Dr. Jaspe em uma cirurgia. Desculpa.

– Não, tá tudo bem. – ele dá um sorriso, e tenho que admitir que fiquei caidinha por ele, mais do que já estava. Ele olha para nós como se tivesse notado só agora que estávamos ali. – Ah, oi, me desculpem pela falta de educação, sou Lui, prazer.

– Eu sou Razie, prazer. – ela sorri.

– E eu sou Katerina. – dou de ombros enquanto o observo e tento ver a cor de seus olhos, mas não consigo porque ele está usando um óculos escuro. Minha tia me cutuca. - Provavelmente por eu ter dado de ombros e ainda estar encarando Lui. – Desvio o olhar de seus óculos.

– Bem, eu já vou indo, foi um prazer conhece-las, até depois mana. – ele acena para Jackeline. Mana? Eles são irmãos? Ou eu ouvi errado?

– O prazer foi nosso. – falo meio gritando, já que ele estava na porta do hospital, Lui se vira, acena e vai embora.

– Bem, Jackeline nós já vamos.

– Ok, já é hora de Katerina sair desse hospital. – Jackeline diz um pouco seria.

– Obrigado por ter cuidado de mim, Jack.

– Ah, esse é meu trabalho.

– Você sabe o que significa ter cuidado de mim.

– Eu sei, e você não precisa agradecer você é uma ótima companhia nas horas vagas.

– Você também não era má companhia. – digo brincando e rindo logo em seguida, Jackeline sorri e me dá um abraço. – Agente se vê um dia desses.

– Obrigado por ter cuidado dela Jackeline.

– Como eu disse antes, esse é o meu trabalho.

– Mesmo assim, obrigada.

– De nada. Eu e minha tia fomos para o carro.

No Carro.

Logo que eu entrei no carro minha tia deu partida no mesmo, deu ré e saiu do estacionamento do hospital. Não acelerou muito o carro, ficou andando em 80 km/h. Liguei o rádio e fiquei imaginando se ela ia puxar assunto ou iriamos continuar nesse silêncio constrangedor, fiquei assim até que ela limpa a garganta para chamar minha atenção.

– Então... Pode me dizer o que foi aquilo no hospital? – ela me olha de canto de olho.

– Aquilo o que?

– Você sabe muito bem. – ela fala seria.

– Não, não sei, poderia me dizer?

– Você foi totalmente deselegante agindo daquele jeito com o rapaz.

– Só porque eu não sorri como você fez?

– Não, foi porque você Katerina, ficou encarando-o com uma cara... O que deu em você?

– Eu... Eu só... Eu só estava tentando ver à cor dos olhos dele... – murmuro.

– Hein?!... Por quê?

– Só curiosidade.

– Curiosidade? – ela pergunta meio propensa a acreditar.

– Sim, simples e puramente, curiosidade. – dou de ombros tentando parecer convincente. – E alias, a onde aprendeu a falar que algo é deselegante?

Ela fica em silêncio.

– Ah, já sei! Foi naquele clube que você participa, não foi?

– Participava. – Razie diz simplesmente.

– Pera! Você saiu do clube? Por quê?

– O que você acha?

–... Você saiu por minha causa? – olha para ela surpreendida.

– N-Não... Sim, você perdeu seus pais, ia precisar de todo meu tempo livre para ter alguém com quem conversar enquanto se acostuma com sua vida nova. – ela fala enquanto vira em uma esquina.

– Minha nova vida? Como assim? – digo confusa. Pensei que eu ia continuar do mesmo jeito que antes... Bom, não do MESMO jeito...

– Sim. Você vai começar a estudar novamente daqui a algumas semanas numa nova escola, bem, você sabe, vai recomeçar... E chegamos à sua nova casa. – diz enquanto estaciona na garagem de uma casa de dois andares, de cor perola.

Saio do carro e soltou um pequeno: Uau. Vou até o porta-malas do carro - um Corola de cor preta da minha tia - e tiro as compras que Razie havia comprado. Entro na casa e levo as compras até a primeira mesa que vejo, já que a casa além de ser de dois andares é grande. Isso parece uma mansão! Olho a minha volta, boquiaberta. É, bem, é porque é uma mansão. Dou uma risadinha.

– E ai? Gostou? – pergunta minha tia, vindo de um corredor que eu não sei onde vai parar.

– Sim. – olho para e sorrio.

– Que bom... Você pode ir escolher seu quarto.

– Mas... Eu não sei a onde ficam os quartos. – antes que eu terminasse de falar ela já tinha sumido.

Dei de ombros e fui procurar um quarto para mim. Entrei num corredor e acabei chegando numa escada, subi e vi um corredor grande cheio de portas. Comecei a abrir as portas. Encontrei dois banheiros, três closets e três quartos. Escolhi o quarto que estava mais perto da escada. Entrei e o olhei melhor, ele era grande de cor parecida com gelo, tinha uma pequena sacada e havia uma segunda porta de correr do lado esquerdo da porta que eu estava parada na frente, fui em direção daquela porta, antes de o abri imaginei que seria uma entrada para um banheiro, mas quando a abri vi que era um pequeno armário para sapatos. Provavelmente não vou usar isso aqui.

Fui até a sacada e a abri, dei uma olhada na vista que ela proporcionava. Sai de lá e fui até o térreo pegar minha bolsa com as roupas que sobraram do acidente, levei minha bolsa para o quarto que escolhi, deixei a bolsa encima da cama e fui procurar minha tia. Que casa enorme! Vou ter que me acostumar com isso... Acho que não vai ser tão difícil.

Encontro Razie no pequeno jardim atrás da casa. Ela olha pra mim sobre o ombro.

– Já encontrou um quarto pra você?

– Sim, sua casa é muito linda tia.

– Obrigada... Agora, se importa em me ajudar?

– Não, não me importo. – sorrio e vou até o seu lado.

– Ótimo.

Eu e minha tia começamos a cavar alguns buracos para plantarmos mais algumas flores. Sempre gostei de plantas, mas minha mãe não se dava bem com terra, então, não fazíamos nada que fosse relacionada a terra, acho que o fato de minha tia ter me chamado para ajuda-la era para eu fazer algo que eu goste e também para evitar que eu me trancasse no quarto e ficasse me torturando, e devo admitir que apesar de me fazer lembrar da minha mãe, estava de algum modo me distraindo de pensamentos ruins, e não posso dizer que não gostei disso.


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