Entre Lágrimas e Sorrisos escrita por Rayon Jackson


Capítulo 1
Prazer, Meu Nome é Anthony


Notas iniciais do capítulo

"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde. Amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira."
Pablo Neruda



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- Anthony!

Me acordo com o susto. Pegando rapidamente o meu celular e olhando para o visor, percebo que o horário marcava 06hrs05min. Hora de me arrumar para a escola.

- Anthony, acorda menino!

- Já to acordado, mãe!

Que saco, penso enquanto sacrifico meu corpo a fim de me levantar. Esfrego meu rosto, sentindo as pontas de meu cabelo grande cair sobre meus olhos, e logo penso que deveria tê-los cortado. Finalmente me levanto, bocejo e vou para o banheiro, olhando para meu reflexo no espelho que jazia pendurado em cima da pia. Meus cabelos estavam desarrumados, me obrigando a colocá-los de lado, e visando meu rosto, vejo que ainda estou com sono. Meu corpo não é tão forte como muitos da escola que iam para a academia, mas eu não era feio, só um cara normal com seus dezessete anos. O glóbulo de meu olho tem uma cor preta, o que é comum. Respiro fundo, e começo a fazer minha higiene matinal.

Não demoro muito no banho, e logo me encontro arrumado para a escola. Eu não estava muito animado para ir, afinal era o começo do ano, e eu iria começar a cursar o segundo ano do terceiro grau, e já estava imaginando como seria esse ano de estudos chatos. Enfim, saio do meu quarto e me dirijo a cozinha, onde logo avisto meu pai comendo um pão recheado com queijo enquanto minha mãe aprontava mais alguns.

- Tá fazendo pra mim também? – Pergunto a ela.

- Tô. E bom dia pra você também. – Fala ela.

- Bom dia mãe. – Sentado ao redor da mesa.

Minha mãe tinha uma pele lisa, jovial, mas seus cabelos negros e longos começavam a mostrar alguns fios brancos. Meu pai tinha uma aparência de um homem vivido, porém com uma força de um homem de vinte e cinco anos. Sua barba rala preenchia seu rosto, enquanto seu cabelo curto e enrolado ganhava uma tonalidade branca.

A mãe põe dois pães preparados para mim e me dá um beijo na bochecha, esperando que eu faça o mesmo com ela.

- Ah mãe, não sou mais criança não!

- Menino chato! – Balbucia ela, saindo para a pia.

- É assim que você trata sua mãe, Anthony? – Repreende meu pai.

Suspiro.

- Tá, desculpa mãe. Vem aqui.

- Vai pra merda. – Ela fala.

- Agora você deixou ela com raiva. – Brinca meu pai.

- O senhor não vai trabalhar hoje?

- Vou, mas não agora. – Levando a xícara cheia de café à boca – Vou fazer umas coisinhas antes.

Olho para o relógio e vejo que está na hora de ir. Como rapidamente meu café-da-manhã e vou a meu quarto, pegando a mochila, atravessando a sala e findando na porta, mas antes de sair, volto e dou um caloroso abraço em minha mãe.

Os raios solares atingem forte o meu rosto, me obrigando a fazer uma careta feia, mas logo me acostumo e me dirijo a casa vizinha. A residência era a mais bela da rua, com um gramado impecável cobrindo o chão e flores colorindo o jardim.

- Agatha! – Chamo quando chego em frente.

Como resposta, a porta é aberta e ela sai, vestida com o uniforme da escola. Ela é uma das únicas pessoas que me importo na vida, talvez por ela ser minha melhor amiga, amiga de infância e... Meu eterno amor. Nesse momento lembro-me de como a conheci. Na época ela estava se mudando para a casa vizinha, e vestia um vestido florido. Ela era a menina mais bonita que já tinha visto até então, com seus cabelos lisos e negros voando com o vento, sua pele branca sentindo o sol, seus olhos desenhados em uma condição impecável. Fiquei vidrada ao vê-la, era como se ela tivesse me enfeitiçado. Mas o que mais me encantara fora seu sorriso angelical, marcando cada traço de seu rosto. E aquele mesmo sorriso estava me enfeitiçando agora, enquanto ela se dirigia em minha direção.

Agora, - claro – ela ficara maior, porém um pouco abaixo de mim, enquanto seu corpo modelava-se em curvas perfeitas. Ela não era magra nem gorda, estava com o peso ideal, com um corpo escultural de uma garota de dezesseis anos. Seus cabelos negros estavam longos, as pontas chegando um pouco acima de seu bumbum que era moldada pela calça jeans escura. Algumas mechas caiam pelo seus ombros, que percorriam até seus seios medianos cobertos pelo sutiã, marcando levemente o uniforme. Assim que se aproxima, Agatha abre os braços e me dá um caloroso abraço, enquanto sinto sua pele lisa e macia.

- Anthony! – fala Agatha, sua voz angelical chegando a meus ouvidos – Estava com tanta saudades!

- Princesa! – Falo, finalizando o abraço – Eu também. E aí, como foi a viagem?

- Foi ótima! Voce deveria ter ido!

- Bem que eu queria, mas eu tinha prometido a meu pai que iria ajudar na reforma da casa. Olha, eu até criei calo! – Mostrando minha mão.

- Tô vendo. – Passando a ponta de seus dedos nos calos de minha palma.

Começamos a caminhar na rua.

- Estou achando minha mochila muito estranha. – Menciona Agatha.

- Ela é bonita. – Falo ao olhar a mochila florida.

- Não é isso, é o peso. Tá mais leve, é estranho.

- Talvez porque ela não tá cheia de livros?

- Obrigado, Sr. Obvio!

- Disponha.

Andamos mais um pouco e chegamos na casa de Isaac. O chamo e alguns minutos um garoto gordo usando óculos aparece com umas das alças da mochila presa no ombro. Ele não era daqueles gordos feios, cheios de espinha e tal, mas era... fofo? Não sei direito.

- Cara, você viu o One Piece ontem? Ah, bom dia Agatha. – Menciona Isaac ao se aproximar.

- Vi sim, foi massa né? – Falo começando novamente a caminhar.

- Massa? Foi irado! – Comenta ele – Tipo, ele meteu a porrada no Doflamingo com o Gear Fourth!

- Ah, valeu galera por soltar spoilers! – Reclama Agatha.

- Eita, foi mal aí Agatha, não sabia que você não tinha assistido.

- Sem problemas.

Passando agora pela esquina, logo avistamos Cássio nos esperando em frente de sua casa. Ele era o maior da turma, parecido com um jogador de futebol, enquanto seus braços malhados esticavam a manga da farda, seu caderno sendo segurado debaixo do braço direito. Os cabelos loiros de Cássio voavam com o vento, de vez em quando caindo sobre seus olhos e o obrigando a fazer o movimento de cabeça parecido com o do Juntin Bieber.

- E ai galera! – Fala quando nos aproximamos.

- e ai Cássio, belê? – Respondo.

- Tranquilo. Agatha! Que bom te ver!

- Igualmente. É impressão minha ou você tá mais forte?

- Obrigado. – Agradece Cássio orgulhoso.

- Você tem que parar de tomar essas bombas. Vai explodir desse jeito! – Ela fala, eu e Isaac gargalhando enquanto caminhamos.

- Não é bomba! É suplemento! Todo mundo toma, então qual é o problema?

- Se o mundo começar a comer merda você vai também?

- Sim, se for gostoso!

- Eca! – Ela faz uma expressão de repulsa.

- Você está é encantada com meu peitoral, só não quer admitir isso. Olha só esses lindos músculos remexendo pra você! – Fala enquanto remexe os músculos do peitoral.

- Pra mim mesmo não! Eu nem gosto disso!

- Você não gosta de homens?

- É claro que gosto, só não gosto desse... Desse negócio que você faz.

- Isso se chama ser sexy, gatinha.

- Isso se chama frescura.

- Você não entende.

Eu e Isaac nos divertíamos vendo aquela cena. Eles de vez em quando discutiam, mas quem nunca discutiu com seus amigos de infância? Sem perceber, nós já nos encontrávamos em frente a escola, onde alguns alunos indo e vindo. Respiro fundo, pensando em como seria aquele ano. Olho para Agatha e ela abre um sorriso meigo, me fazendo retribuir. Eu tinha decidido que aquele ano não terminaria sem que eu me declarasse para Agatha. Estava decidido a começar a cumprir o que prometera a ela anos antes... Que nos tornaríamos um do outro.


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Notas finais do capítulo

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