“Ehh? Na biblioteca?!”

“Você poderia ser mais quieto?” Resmungou Arthur, escondendo o rosto com o braço. Já fazia um certo tempo que o britânico esteve pensando em convidar Alfred para um encontro. Tinha até sonhos sobre isso, e sentia-se como se os fantasmas de seus familiares estivessem tentando afasta-lo da ideia. Não pode ser isso. Stupid. Eles me ajudariam, obviamente. O Alfred é estranho, mas não é tão ruim assim..I think.

“A-Ah..é, vou tentar. Dude, na biblioteca? Por que a biblioteca? Isso não é The Sims, Iggy, biblioteca nunca foi lugar de encontro. Bem, não quando podem ver a gente de boa, right?” perguntou o americano, erguendo a sobrancelha. Arthur virou os olhos e olhou para o outro como se fosse realmente óbvio. Porque É!

“Exatamente, twat! Não podem nos ver.”

“Whaaat?! Por que? ” perguntou Alfred, confuso. Tinha até inclinado a cabeça para ouvir direito. Ele..fica bem fofo assim..NÃO POSSO PENSAR NISSO! O inglês sentiu-se corar.

“Porque eu não quero! Bloody hell, Alfred, eu não..não gosto dessas coisas. N-não fico confortável..” Resmungou o britânico, cruzando os braços. Virar o rosto já não adiantava, as bochechas estavam vermelhas, como sempre ficavam perto do outro.

“Oooh..okay! Na biblioteca, gotcha’! Mas tem certeza de que, hã..sei lá, um restaurante, não seria melhor?”

“Tenho.” Retrucou, e olhou para os pés do americano. Arthur estendeu a mão, relutante. “Você vai?”

“Heck yeah!” Alfred respondeu, entusiasmado, e apertou a mão do outro com força, tanta que Arthur enrugou o nariz.

“A-AH! YOU IDIOT!” Reclamou, e puxou a mão de volta. Alfred riu, e bagunçou o cabelo dele de propósito.

“Te vejo lá, então! E não se atrase, okay?”

“Ao contrário de você, eu tenho modos.” Retrucou o inglês. Espero que ele venha mesmo..

No fim da tarde, foram até a biblioteca. Arthur chegara bem mais cedo. Como um gentleman. Alfred se atrasou um pouco, mas para tentar se desculpar, tentou “se arrumar” um pouco mais.

“Que roupa é essa? Eu estou aqui fazem 5 bloody minutes, pra isso aí?!” Perguntou Arthur, erguendo a sobrancelha. Alfred deu de ombros.

“Ah, jeans e camiseta são ótimos, é o escudo do capitão américa! Eu até penteei o cabelo, viu? Fazem, hã..uns 10 anos que não faço isso.” Disse o outro, orgulhoso. Arthur suspirou fundo. Vai valer a pena.

“Olha, hã..acho que começamos no pé esquerdo, Alfred. I’m sorry. Vou tentar não..hã..reclamar..muito.” Arthur forçou um sorriso, o que fez o outro sorrir também. Ele não é tão ruim assim..

“Okay! Então, dude. O que a gente faz? Lê?” perguntou, genuinamente confuso, o que fez Arthur dar de ombros. Não ia em muitos encontros, e a biblioteca era quase um lugar sagrado para ele, então não tinha muitas ideias. Não que seja ruim ir em poucos encontros, eu só..só não..eu só sou um pouco exigente. Só isso, claro.

“Well..podemos..só..só conversar, yes. Ou então..”

“Entãaao?” Alfred se inclinou para perto do outro, o que o fez corar. Arthur encarou-o nos olhos por um segundo, e se arrastou para o lado da parede, ainda envergonhado.

“E-então alguma outra coisa.” Disse, cruzando os braços e mexendo com os dedos, um pouco nervoso. Não que não quisesse ficar próximo do outro, longe disso, mas sob pressão..bem, Arthur não funcionava assim. Precisava de seu espaço.

“Ah..okay então. Que tal, hã..” Alfred parou e pensou, mas depois de um tempo, encarou o outro como se estivesse desapontado. “Dude, você escolheu o pior lugar.”

Arthur arregalou os olhos, como se estivesse ofendido. E estava.

“W-why..eu adoro esse lugar! O que quer fazer então, wanker, me agarrar atrás da estante?”

“Beeem..” Alfred disse, desviando o olhar. As bochechas de Arthur queimavam, e ele cobriu o rosto com a mão.

“SARCASMO!” Disse, evergonhado, e Alfred deu de ombros. Não entenderia meu senso de humor nem se eu explicasse em letra de forma.

“Bem, você me deu a opção, então-“ começou o americano, mas foi interrompido.

“ENTÃO NADA, YOU IDIOT!”

Por um bom tempo, ficaram assim: Arthur cobrindo o rosto e encarando o teto, Alfred mexendo com os dedos, vermelho, e sem dizer nada, enquanto todos na biblioteca os olhavam como se fosse um filme, esperando alguma coisa. O americano tinha medo de que qualquer coisa que fizesse deixaria a situação pior, e o inglês não podia nem raciocinar daquele jeito. Eu realmente gosto dele, mas..bloody hell, porque tinha de ser tão explosivo?!

Ah, mas assim não dá. Alfred pensou, e cutucou o outro de leve. Não agüentava o silêncio por muito tempo.

“Hey, Artie?” perguntou. Arthur não gostava muito de ser chamado assim, mas já tinha desistido de reclamar. Dessa vez, porém, até que gostara. Era mais..carinhoso.

“Hmm?” Arthur virou o rosto, que foi imediatamente puxado para perto do outro. Alfred o segurava a milímetros de distância do seu próprio rosto, com um sorriso e os olhos quase fechados. As bochechas do inglês quase ferviam, e ele podia ouvir o próprio coração batendo. As pessoas na biblioteca tinham um olhar de expectativa.

“M-me solta, you bloody wanker!” Sussurrou para Alfred, tentando sair de onde estava, mas foi interrompido por um sussurro da parte do outro.

“Dude. Eles querem que a gente se beije.”

As bochechas de Arthur esquentaram ainda mais, se fosse possível.

“E e-eu não quero!” retrucou, mas Alfred tinha um olhar de quem estava quase implorando, e o inglês não poderia recusar. “...fine. MMPH-”

Segundos após a confirmação, Alfred o puxou ainda mais perto e acabou com a pequena distância entre os lábios dos dois, com um sorriso brincalhão no canto da boca. Arthur se debateu por um tempo, mas logo cedeu e envolveu o pescoço do outro, quase o escalando. As bochechas de Alfred ficaram avermelhadas, mas o americano segurou o beijo por mais tempo, enquanto podia. Quase simultaneamente, o “público” deu risadinhas. Alfred finalmente separou os dois, e palmas ecoaram pela biblioteca.

Arthur não sabia o que pensar. Por um lado, a biblioteca estava um caos, dezenas de pessoas tinham visto o beijo, HOUVE UM BEIJO, e ele não sabia para onde olhar. Pelo outro, Alfred estava mais que adorável com um sorriso satisfeito no rosto, ele mesmo também estava sorrindo involuntariamente, HOUVE UM BEIJO e encarar os olhos do outro parecia mais que satisfatório.

“Idiot.” Resmungou, e Alfred riu, com um outro beijo bem mais rápido.

“Doeu?” perguntou, brincalhão, e Arthur virou os olhos.

“Well, no ponto de vista emocional..” começou, sarcástico, mas foi interrompido por um abraço do outro. Virou-se para o “público”, e deu de ombros, abraçando-o de volta. “Vovó Maggie não vai gostar disso..” resmungou, e Alfred o encarou, quase sério.

“E eu tenho cara de quem se importa com a grandma Maggie?”

“Absolutely not.”

“Exatamente.” Disse o americano, e por fim, beijou-o novamente, de leve. O inglês virou os olhos.

“Isso vai demorar muito?” perguntou, e Alfred deu de ombros.

“Não se você não quiser.”

“Pode demorar?” O inglês tinha um olhar mais travesso que o comum, e o outro não pode evitar de rir.

“Maybe.” Respondeu, e o inglês, um pouco vermelho – esta era uma que provavelmente não sumiria tão cedo – fez que sim com a cabeça.

“Podemos demorar.” Concluiu, e tornou a beijar o outro.