Brilho de Sol escrita por laisseus


Capítulo 2
Capítulo 1




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O começo.


“Quil, pare.” eu apenas o alertei, pois aquilo estava começando a me irritar.”Por favor.”

Estávamos na minha casa, vendo um filme para a aula de Biologia, a matéria com a qual eu tinha mais dificuldade. Não que minhas notas fossem baixas – ao contrário, era sempre o alvo dos elogios de professores e a procurada para responder às dúvidas de colegas (mesmo que eu não gostasse disso) -, mas Biologia era a matéria pela qual eu mais precisava me esforçar para continuar com boas notas.

As luzes estavam desligadas e nós dois estávamos sentados no sofá. O filme – sobre seleção natural e mutação – já estava pela metade. Eu havia me concentrado ao máximo desde o início, e acabei percebendo que aquela matéria era mais fácil do que eu tinha pensado.

Foi aí que ele começou.

Quil, penso eu, pelo fato de não se interessar nada pelo filme, resolveu que podia fazer algo mais divertido: me irritar.

Viu que meu cabelo estava amarrado em um rabo-de-cavalo e começou a puxar a ponta dele. No início eu não dei bola, pois precisava me concentrar no filme. Assim que havia entendido, percebi que às vezes ele continuava fazendo aquilo. Isso realmente começou a me irritar. Coisa que, por sinal, ele adorava. Desde que eu era criança.

Quil sempre esteve comigo. Ao menos, desde que me lembro.

Quando eu tinha três anos de idade, ele teve imprinting comigo. Passei, então, a ser uma criança que era extremamente protegida e mimada. Quil sempre fez de tudo para que eu não passasse por perigos e fosse muito feliz. Fazia de tudo pra me ver sorrir. Nas poucas vezes em que ficava triste, ele sempre arranjava um jeito de me consolar e me divertir.

Era meu irmão, meu melhor amigo.

É claro que ele não havia sido o primeiro lobo a ter tido imprinting. Também havia o Sam com a Emily, o Jared com a Kim, o Paul com a Rachel, o Jacob com a Renesmee...

Ah! Quil também era um lobisomem.

A maioria das pessoas morria de medo de lendas que envolvessem lobisomens, as quais, a propósito, estavam em grande parte erradas. Lobisomens não eram seres terríveis que só se transformavam na lua cheia e atacavam pessoas. Para mim, sempre foram seres muito companheiros e divertidos. É claro que, sendo um objeto de imprinting e vivendo a vida inteira com eles, eu não conseguiria temê-los.

Mas ás vezes, conseguiam irritar. Principalmente se esse alguém fosse o Quil.

“AH! QUIL, JÁ CHEGA! PÁRA COM ISSO” Eu, que tinha paciência mais curta do que pavio, não agüentei. Levantei do sofá, cruzei os braços e comecei a bater o pé, exatamente como as crianças da TV.

Quil explodiu em risos, o que me deixou com ainda mais raiva.

Para tentar amenizar a raiva, fechei os olhos, massageei as têmporas com as
pontas dos dedos e comecei a caminhar compassadamente pela sala.

Ao perceber meu estado, as risadas dele diminuíram.
“Ursinha, pare. Vem sentar aqui de novo.” Ele bateu levemente com a mão no espaço vazio do sofá.

Parei de caminhar e abri os olhos, que provavelmente pareceriam estar queimando de raiva. Ursinha. Eu ao mesmo tempo odiava e gostava desse apelido. Gostava, pois era um apelido que só ele usava para mim. Um apelido de amizade, único.

Mas o ódio era maior. Eu achava extremamente ridículo. Havia feito ele jurar que não me chamaria assim na frente de ninguém.

Quil tinha me dado aquele apelido em função de um outro que eu tinha quando pequena. Claire-bear, devido ao meu jeito de ser, que ficava atacando ele como se eu fosse um urso.

“Eu sento, mas somente se você parar de puxar meu cabelo, ou de usar esse apelido.” Eu sabia que se ele concordasse estaria mentindo, mas mesmo assim soltei os braços ao lado do corpo e caminhei em direção ao sofá.

“Por hora, digamos que sim” Ele sorriu e eu me sentei. Resolvi que podia continuar prestando atenção no filme, para estudar o mínimo possível depois. E ele cumpriu a promessa, não me importunou nenhuma vez durante o filme. Mas eu pensava que minha sorte não ia durar por muito tempo.

Assim que o filme terminou, desliguei o aparelho de DVD e a TV. Levantei, acendi a lâmpada e caminhei em direção à cozinha, tomando o cuidado de não escorregar no chão de tábuas corridas, pois estava apenas de meias.

Chegando na cozinha, abri a geladeira para ver se havia algo para comer. Então me lembrei de Quil.

“Quil!” Gritei da cozinha. “Você vai querer comer o que?” Olhei a geladeira para ver se havia comida suficiente para ele. Lobisomens comiam demais. Por sorte, minha família já tinha se habituado com o apetite monstruoso do meu melhor amigo.

Ele ainda não tinha respondido. Isso não era comum. Para Quil, ouvir falar em comida era como música para seus ouvidos.

“Quil?” Fechei a porta da geladeira e caminhei de volta até a sala.

Ele estava ainda no seu lugar, esparramado da melhor maneira possível, dormindo, coisa que eu não havia percebido ele fazer. Roncos pouco sonoros (o que fez eu perceber que ele estava daquele jeito a pouco tempo) se espalhavam pela sala.

Eu sorri. Era hora da vingança.

Voltei para a cozinha o mais rápido que pude e me apressei em pegar os tubos de ketchup e mostarda. Era a coisa mais rápida e mais eficiente que eu poderia fazer. Retornei para a sala e me parei em frente ao sofá, preparada.

Um. Dois. TRÊS!

No momento em que o jato de ketchup e mostarda atingiu o rosto de Quil, ele deu um salto, parou na minha frente, e olhou para os lados, assustado. A expressão no rosto dele era impagável. Dessa vez fui eu que não agüentei.
Comecei a rir e caí no sofá, minhas pernas balançando no ar.

Assim que ele percebeu o que havia acontecido, passou as mãos no rosto para ver o que eu tinha jogado nele. Quil não reconheceu de imediato, e então levou os dedos à boca. Balançou a cabeça com repugnância. Até aquele momento, eu não havia me lembrado que ele simplesmente odiava mostarda. “Eu sou quente o suficiente, não preciso de comidas picantes” dizia ele. Aquilo fez com que eu gargalhasse ainda mais. Eu já estava chegando ao ponto de ficar com falta de ar.

“Então você acha engraçado, não é?” Só consegui ouvir sua voz, que parecia estar sarcástica. “Pois bem, experimente isto.” Apenas consegui virar minha cabeça e então fui atingida nas bochechas por uma bola de ketchup e mostarda.

Não. Eu não tinha escapado completamente ilesa.



N/A: Postei o 1º capítulo pra vocês. *-* Já tava pronto faz tempo, quando eu postei o prólogo, mas queria ver o que vocês achavam da fic. :)
O próximo talvez demore um pouquinho, porque comecei na escola nova, que é beem mais puxada do que a antiga. Mas vou escrever sempre que puder e logo estarei postando.
Queria agradecer a jessiicaa, a primeira a comentar *-*; e a isinhae, que ama os lobos, como eu. :)
Obrigada a vocês duas!
E os outros, que não comentaram, podem comentar, mesmo que seja pra criticar. :D AOIEUOUEOIUEOI
Jacobeijos pra todos. :*

Levantei do sofá em um pulo e parei em frente dele com expressão de raiva. Mas então eu me lembrei que aquilo era o óbvio a acontecer. Quil nunca saía perdendo. Ele sempre dava algum jeito de se safar. Aos poucos, minha expressão de raiva foi dando lugar a um sorriso largo, com todos os dentes. A pequena quantidade de raiva que havia em seu rosto repentinamente desapareceu.

Eu tinha conseguido. Ele havia me perdoado. O sorriso muitas vezes era a melhor maneira de conseguir algo. “Vamos comer alguma coisa?” falei apontando com a cabeça em direção à cozinha. Ele sorriu. Um sorriso perfeito, que eu sempre invejei. “Eu só espero que você tenha bastante comida, estou morto de fome.” Ele saiu correndo em direção a cozinha. Eu apenas ri e o segui.

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