Entre Universos escrita por Universal Traveler


Capítulo 10
Branco ou marrom? Nenhum dos dois.


Notas iniciais do capítulo

Oláa! Eu disse que postaria algo antes das dez do dia 01/02, não disse? Ok, não disse com essas palavras, mas foi o que eu quis dizer. Duvido muito que meus pais me deixem tocar no celular ou no netbook amanhã depois das dez. Cronos, Parcas, podemos por favor por favorzinho pular essa parte e ir direto ao ponto em que fico rica com um emprego de arquiteta? Por quê tem que ser tão sofrida a vida de um adolescente? E mais ainda a de uma mulher? Ok, chega de drama, vocês podem ler.
A propósito, logo logo entenderão o nome do capítulo. Filmes não são muito fiéis aos livros, mas nem sempre um dos dois estão certos...



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Eu acho que estou enlouquecendo. 

Me deitei na cama, decidida a descansar um pouco. Quebrei um pedaço da barra de chocolate, enfiando o pedaço na boca. Hm, chocolate meio amargo... Encarei o teto, pensativa. O que fazer? Peguei meu netbook (tão pobre que tem um netbook em vez de um notebook) e acessei o Nyah!Fanfiction, para ler alguma coisa. Mas nada. E ESSAS HISTÓRIAS, HEIN AUTORES??? E as melhores, que são de comédia, não são atualizadas faz séculos! Estava com tão pouca atualização, que fui pro Wattpad. Pelo menos no Wattpad tem umas quatro atualizadas. Me deitei na cama de bruços, mordiscando a barra de chocolate e lendo as fanfics. 

Resultado: eu estou carente de um Steve, de um Sammy, de um Leo, e preciso urgentemente de amigas que não a professora de artes ou a tiazinha da cantina. Ah, e também preciso urgentemente de um amigo famoso. É, acho que só. 

Com minha preguiça de sempre, e um tedio do caramba, eu fui para a cozinha arrumar outra coisa para comer que não seja chocolate meio amargo. Dependendo da comida, eu enjôo rápido, o que acho meio ridículo, mas é a vida. Achar seus costumes ridículos e típicos de uma patricinha. Assim como se achar feia... É, eu me acho feia. Sei lá, só não gosto do meu rosto, da minha aparência... Um exemplo: eu tenho mais coxa do que seio. Pensa no trabalho que dá para encontrar a calça jeans perfeita? E detalhe que quase não uso calça, prefiro shorts, pois quando Apolo resolve aparecer aqui na cidade, não tem o que ajude a fugir do calor. Eu já tomei banho com um balde de gelo do lado, de tanto calor que estava. 

Nada. Quero dizer, tem algumas coisas na geladeira, o necessário para sobreviver mais uma semana. Mas estou sem vontade de fazer algo, e sem criatividade também. Então me lembrei que tenho uns episódios de Supergirl pendentes, e também tenho o telefone de uma pizzaria que entrega em casa... 

Logo eu estava como a gorda que sou, assistindo a Kara bater no Tufão Vermelho e comendo uma pizza de palmito. 

—MEU DEUS, MULHER, SE ACALMA!!! - e o Tufão Vermelho "fugiu". Juro que tentei me controlar.- Hooooo. TURN DOWN FOR WHAT! 

Eu sei, não bato bem da cabeça. Achava que teria mais um episódio de Supergirl, mas me confundi com o horário e esse era o último. Ainda procurei alguma coisa na Netflix, mas nada. Aaah. 

Bufei, mordendo outro pedaço da pizza. Procurei algum filme na Netflix, e acabei assistindo The Ridiculous 6. Na boa, se tem o Adam Sendler, tem comédia pura. E ainda tem o Taylor Lautner! Apesar de que o personagem dele é meio (muito) sem noção... No meio do filme, ouvi alguma coisa na porta, algo arranhando... Leeroy. Me levantei e abri para ele.  

"Adivinha?" 

—Não sou oráculo ou filha de Apolo, fala logo! - resmunguei 

"Eu não consegui farejar eles depois que entraram no beco. O mesmo beco d'A Toca..." 

—Será que eles..? - deixei a pergunta no ar. 

Encarei o nada, pensando no que eles foram fazer lá. Um coelho falante de paletó e um rato com uma agulha, como vieram parar aqui? Isso está parecendo Alice no País das Maravilhas... 

Espera, é isso! Devem ter vindo no portal. Mas como, eu não sei. Apesar de estar curiosa, ainda estou dolorida da última aventura. Mas... E se eu for para algum universo em que não precise de muito esforço para sobreviver? Por muito tempo, pensei nisso, e o resultado deu em Acampamento Meio Sangue. Afinal, onde mais eu iria? Estava na lista de livros no tablet. Falando no tablet... 

Fui para o meu quarto seguida de Leeroy. Peguei a mochila, e vasculhei a mesma até encontrar o tablet. Não tem nada de diferente nele, o que me frustrou. Tem que ter alguma coisa!!! 

Logo desisti. É um defeito meu: ou eu desisto rápido ou eu insisto até dizer chega. Eu sei, bipolaridade estranha. Mas hey, quem disse que eu só tenho defeitos? 

Arrumei a minha mochila de novo, e deixei pronta caso eu resolvesse ir para A Toca. Logo eu fui para a cozinha procurar algo para acompanhar Supernatural. Encontrei duas barras de chocolate meio amargo e uma lata de coca. Levei para o meu quarto e liguei o computador, logo acessando a Netflix. 

Temporada quatro episódio 13. Meu Odin, esse shorts do Dean... Ah, vontade de contrabandear o Jensen... Ia assistir o próximo episódio, mas Leeroy pulou na cama e mexeu no mousepad. Foi para Once Upon a Time. Pode isso, produção? Eu tinha parado no comecinho da terceira temporada, fazia um tempo que não assistia. Assistimos até o final da terceira temporada, no último episódio eu dormi com os créditos e a lua já aparecendo pela janela. 

Quando acordei, a preguiça se apoderando de mim, um Leeroy inquieto pulava em cima de mim, o que me irritou facilmente já que tinha acabado de acordar de um sonho ótimo. Joguei o gato para o outro lado da cama,  e me levantei entre resmungos. 

— Eu no maior sono do mundo, sonhando ainda por cima com o Jensen, e o bicho me acorda bem na parte que ele ia me beijar... Ah, mas vai se ver comigo. - resmunguei, indo para o banheiro. 

"Você quer ir pr'outro mundooo?; Novas amizades fazeer" ouvi ele cantarolando do  outro lado da porta do banheiro, enquanto eu me despia. 

— Te aquieta, Leeroy. 

"Por favor, vamos! Está chato por aqui, não tem nada novo!" 

— Se é assim, eu vou no pet shop ali na outra esquina comprar uma bolinha para você. 

"Não estou falando disso" 

Ele permaneceu em silêncio, ao que eu comecei a cantar Drag Me Down do One Direction. Directioner de coração ♥ Após o meu  show particular, eu me sequei e me enrolei na toalha, indo para o quarto vestir algo. Encarei o meu guarda-roupa por um tempo, pensando se ia ou não novamente numa aventura. Ora, por quê não? Vesti uma calça jeans e uma camiseta de manga do Star Wars e calcei um tênis de caminhada (sabe-se lá onde que eu vou agora). Confirmei se o casaco estava na mochila e peguei o meu celular, verificando as horas. Apenas 9:46 da manhã. 

Estava muito bem descansada agora. Parece que faz semanas que eu não tive uma boa noite de sono na minha cama... O que é verdade. Ainda não entendi direito como funciona esse negócio do portal, esses horários e o caramba a quatro. Mas notei uma coisa similar entre as duas viagens: em ambos os retornos, quando eu  voltei o sol estava se pondo, exibindo apenas um semicírculo pouco visível entre as árvores que tinha após a janela. Seria uma dica? Deixei esses pensamentos de lado por enquanto, e coloquei a pulseira e o anel, assim como os dois colares. 

Peguei Leeroy pelo cangote, e lá vamos nós para A Toca. Procurei por alguma coisa que lembrasse o coelho e o ratinho de ontem, mas a única coisa que encontrei foi a janela entreaberta. Fechei a janela e olhei para o meu gato. 

— O que sugere? 

"Sei lá. Pega uma folha aleatória e começa a traduzir." 

Revirei os olhos, mas ainda assim fiz o que ele sugeriu. Que outra idéia melhor? Peguei uma folha e comecei a traduzir de acordo com um livro de hieróglifos. Logo Leeroy me chamou de novo. 

"Encontrei algo que pode ser útil." ele disse da biblioteca. 

Fui até lá para ver sobre o que ele falava, e o encontrei encarando um livro a duas prateleiras acima dele. Peguei o livro e vi que era um dicionário élfico-português. Sorri, não aprendi élfico na aventura, vou aprender agora. 

Resultado: fiquei lendo o dicionário até dar meio dia, quando a minha barriga roncou. Fui rapidamente almoçar no restaurante mais próximo e logo voltei para terminar com a folha e ir para outro mundo.Achei algo razoável depois de meia hora decifrando: acampamento e deuses. Percy Jackson! Falei as palavras em voz alta e o portal soltou um pequeno brilho. O que falta? Passei mais meia hora ali e consegui mais: caça à bandeira. Mais uma vez eu falei em voz alta o que descobri e o portal finalmente deu vida. 

— Leeroy, vamos? - chamei. Troquei o all star pela bota que estava no armário e guardei o all star na mochila, coloquei também o colete de mithril (pelo menos foi o que eu traduzi do élfico). Peguei meu gato pelo cangote e entrei no portal.  

Um tempo depois, apareci entre algumas árvores.  Uma floresta? Ah, ótimo. Só faltava essa. Daqui a pouco, eu vou acabar indo para os Jogos Vorazes. Ouvi algo assobiando na minha orelha, e quando olho uma flecha tinha passado raspando em mim, acertando uma árvore. Ouvi um resmungo, algo como árvores e falta de respeito; não prestei atenção, apenas comecei a correr em alguma direção, sem nada em mãos.  

Exato, sem nada em mãos. Leeroy rastejou para dentro da mochila, algo  esperto de se fazer no caso dele. Eu não tinha nada nas mãos, além da garrafa de água que acabei de tirar da mochila. Corri sem rumo por entre as árvores, até chegar perto de um riachinho. Ótimo, mais água. Segui pelo leito, até chegar próxima de uma... Bandeira? Tem apenas um garoto pálido, com uma armadura, apoiado nela. Pensei ter visto alguma coisa nas árvores, alguém se remexendo entre as folhas, mas logo silenciou. O garoto olhou para as árvores, assim como eu, e não notei o que veio a seguir.  

Outro garoto, este mais moreno e também com armadura, me pegou de susto. Estava com uma espada em mãos, e um escudo a la Capitão América. Tentei desviar, mas pelo visto ele é bom com a espada: para onde eu ia, ele me impedia com a lâmina.  

— Nico, conseguimos uma refém. - o garoto moreno disse. O branquela olhou para mim, estranhando a minha presença.  

Não deixei que continuassem a conversa, me esquivei e escapei dele. Oops, não contavam com a minha astúcia! O moreno ainda tentou me "recapturar", mas não conseguiu pois um loiro surgiu do nada, também com armadura mas de cores diferentes. Okay, senti um deja-vú agora.  

O loiro atacou eles com uma espada, mas do nada um monte de esqueletos surgiram do nada. Okay, eu já estava perdendo a paciência quando um dos esqueletos me pegou e o moreno ia com tudo para cima do loiro. Pensei na minha espada, a mesma coisa que fiz com os trolls, e então comecei a decapitar os esqueletos e morto-vivos. Logo, o moreno estava claramente em vantagem contra o loiro, já que tinha esqueletos o ajudando, e eu estava sozinha no meio do amontoado de mortos-vivos.  

Isso me fez lembrar de quando fui encurralado por orcs e feita de idiota pelo filho do Azog. É claro, não foi nada agradável. Nada comparado ao momento, mas eu me lembrei da forma que fui encurralada: como um rato atraído pelo queijo em cima da ratoeira. Sim, Bilbo estava no centro. Me lembro que ele conseguiu se soltar sem minha ajuda, mas logo tínhamos sido encurralados. Uma onda de raiva pelos orcs tomou de mim, e eu só ouvia o barulho de água e os gritos que alguns dos anões deram para que eu tomasse cuidado. Se eles ficassem calados...  

Só então que percebi estar com os olhos fechados. Abri os olhos, tentando me acalmar mentalmente e ouvindo Leeroy cantar Little Things para que eu me acalmasse. Leeroy, faz isso não! Discretamente, sacudi a minha mochila enquanto olhava ao redor. O tal do Nico e o loiro estão encharcados, o moreno estava surpreso com algo, e nada dos mortos-vivos.  

— Cadê o esqueleto que estava aqui? - murmurei para ninguém em especial.  

Me virei para ver a situação ao redor e quase tive um infarto. Não por causa do tridente pairava acima da minha cabeça, mas por causa de um centauro. Em toda a minha vida curta e medíocre, nunca imaginei que centauros fosssem assim. E ainda mais Quíron, que eu não sabia se a metade cavalo é um corsel branco ou marrrom. Não minha gente, é bege. Sabe, mistura branco com marrom, dá bege. Só que um bege bem claro, quase da mesma cor de sua pele humana. Quando finalmente paro que encarar Quíron (na boa, isso soou meio estranho), meus olhos pararam em criaturas metade humanas metaade bode (acho eu). Sátiros. TÃO LINDOS!!! Isso por que eles não estão hostis comigo, né. Falando nisso... 

Todos estão encarando a mim e ao tridente acima de mim com incredulidade. Ah, normal. Se isso acontecesse na minha escola, provavelmente fariam o mesmo, ou talvez nem ligariam. Então, finalmente alguém se manifestou, e esse alguém é Quíron.  

— Qual o seu nome, filha de Poseidon?


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Notas finais do capítulo

Como eu disse antes: filmes não são muito fiéis aos livros, mas nem sempre um dos dois estão certos.