21/01/16
Oi, Amy! Beleza?

Sim, eu voltei a te pertubar. Espero que você me perdoe.

Durante o tempo em que te deixei em paz, nada mudou de verdade. Natal foi uma merda, ano-novo então... Mas vou listar coisas importantes que aconteceram do dia primeiro de janeiro para cá:
– O bandido que matou meu pai-avô fugiu da prisão;
– Meu aniversário;
– Uma declaração maravilhosa de mamãe (sinta a ironia) no dia do meu aniversário.

Vamos começar com o primeiro item da lista. Pois bem, uma semana depois do assassinato do meu pai-avô, o bandido foi preso. Era menor de idade. Até aí, tudo bem, já que ele havia sido preso. Agora, já que ele teve bom comportamento na prisão, soltaram o mesmo por um tempo determinado. Ele ultrapassou esse tempo, então, um novo mandato foi expedido e ele será preso novamente. O problema é: nossa família corre grande perigo. Ele prometeu vingança contra nós. Dá para entender o que estamos passando?

Segundo item da lista: meu aniversário.

Meu aniversário foi ontem, Amy. Eu acordei às nove da manhã, e fui fazer meu próprio bolo (a minha casa é a casa do bom homem: quem não trabalha, não come. Pelo menos é isso que mamãe diz). Mamãe me deu um pequeno abraço e os parabéns, assim como minha irmã.
Depois que o bolo já estava no forno, eu e mamãe fomos buscar a prima da última. A garota tem uns 10 anos e se comporta como uma criança de 5. Ela é muito tola e se chama Érica. Ao chegarmos, a mãe da Érica - Emília - ofereceu-nos uns vestidos que ela vende. No final, eu ganhei um vestido e comprei dois shorts jeans folgadinhos, dois vestidos verdes e uma camiseta cinza.

Até aí tudo bem. O problema chegou às três da tarde, e o problema foi o terceiro item da lista: uma declaração maravilhosa (sinta a ironia) de mamãe no dia do meu aniversário.

Eu e Érica fomos enrolar os brigadeiros. Eu estava morrendo de sono, e Érica estava muito eufórica já que, segundo ela, enrolar brigadeiros é muito legal.

Enrolar brigadeiros é a coisa mais chata do mundo. Sério.

Eu fui dizer isso para mamãe, e ela começou a dizer que eu era preguiçosa, chata, reclamona, questionadora, e que parecia que eu havia nascido para irritá-la, que eu não fazia nada e etc.

Eu disse que eu não me importava, mas aquilo não era verdade. Eu me importei, eu me machuquei com aquelas palavras. Nem mesmo num dia que deveria ser especial a mamãe reconhece meu valor. Ela, definitivamente, não merece as filhas que tem.

Logo depois, ela começou a agir como se nada tivesse acontecido, enquanto eu fiquei totalmente fria e indiferente.

À noite, teve uma festinha na casa da Érica, na qual minhas bochechas e meus lábios doeram para caramba porque as pessoas exigiam que eu sorrisse nas fotos.

E esse foi meu espetacular aniversário. Sinto muito pelo primeiro capítulo de volta ter sido "triste".