Os seus, os meus e os nossos [HIATUS] escrita por mywriterside


Capítulo 6
Suddenly everything has changed


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!

Primeiramente queria me desculpar pela demora, eu sei que isso já está se tornando repetitivo, mas é a única coisa que posso dizer no momento. Eu passei por algumas coisas intensas ultimamente e estou tentando voltar aos eixos. Houve uma perda em minha família que me desestruturou completamente, meu avô, aquele que era um pai pra mim, se foi e eu fui pega desprevenida. Não quero me fazer de coitada, só estou dando meus motivos. Eu estou ficando melhor agora e agradeço desde já a todos que compreenderem. Somando a isso tem o infernal bloqueio de criatividade. Aos poucos estou me livrando dele também.

Pois bem, chega de falatório. Vão ler! Enjoy it!



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Blaine se encolheu na cadeira quando ouviu o barulho de saltos contra o piso no corredor. Ele sabia que era sua mãe. Sempre que ele se metia em confusão e seus pais eram chamados na escola, o menino sabia que sua mãe estava vindo quando ouvia os saltos se aproximando, e isso fazia um calafrio subir por sua espinha.

Ele e Henry, ambos segurando sacos de gelo em suas contusões, estavam sentados a duas cadeiras de distância no lado de fora do escritório da diretora, aguardando por seus responsáveis para conversarem com a Sra. Marshall. O professor que os havia levado até lá estava de pé andando pra lá e pra cá calmamente, os braços cruzados na frente do peito e uma expressão cansada. Ele não aguentava mais brigas pelo corredor, parecia que todos os dias crianças de dez, onze e doze anos estavam com raiva do mundo e entravam em conflito.

A figura intimidadora de Shelby Schuester finalmente surgiu na porta e Blaine desejou que um buraco o sugasse para o centro da Terra, ou qualquer outro lugar, só bem longe daquela figura. A mulher, vestida formalmente com uma saia lápis combinando com um blazer escuro, sustentava uma carranca quando levantou os óculos escuros para o topo de sua cabeça. Seu olhar fulminante caiu sobre seu filho mais novo e Blaine orou silenciosamente agradecendo ela não ter o poder de lançar lazer.

— Olá. — o professor se apressou em cumprimentar a mulher — Sou Charles Vaugh, professor de Matemática.

— Shelby Schuester. — Shelby apertou a mão que lhe era oferecida.

— Desculpe incomodá-la, Sra Schuester, mas tivemos que chamá-la. Pelo que a senhora pode ver, os alunos praticaram um ato violento nas dependências da escola.

— Seja o que for. — Shelby acenou com a mão, sem paciência — A diretora quer me ver?

— Positivo, senhora. Porém devemos esperar por algum responsável pelo aluno Benson. A senhora pode entrar e esperar, se preferir.

Shelby acenou com a cabeça e entrou pela porta da sala da diretora. Quase dez minutos mais tarde, um homem vestindo terno entrou para encontrar os meninos e o professor. Não passou despercebido por ninguém ali quando Henry se encolheu ao avistar seu pai, quase como Blaine havia feito antes.

— Presumo que seja o Sr. Benson.

— Recebi o recado de minha secretária que a escola havia telefonado. O que aconteceu? — James Benson perguntou asperamente.

— Seu filho entrou em uma briga com um colega e a diretora Marshall chamou pelo senhor e pela mãe do outro aluno. Ela já está lá dentro, Sr. Benson, queira me acompanhar, por favor.

Assim como os dois homens entraram, Blaine e Henry seguiram ainda segurando seus sacos de gelo. Paige Marshall, uma mulher alta de cabelos loiros presos em um perfeito coque, estava sentada atrás da mesa de mogno e sustentava óculos de armação fina na ponte de seu nariz. Ela perpassou seus olhos azulados pelos pais presentes em seu escritório e os dois alunos desordeiros. Enfim seu olhar parou no professor e ela acenou para que ele explicasse novamente agora com os responsáveis.

— Encontrei os alunos no corredor no intervalo entre aulas cometendo um ato de violência. — Vaugh falou — Tive ajuda de outros alunos para separá-los e os trouxe imediatamente até aqui. Mandei chamar também a enfermeira e ela lhes trouxe gelo, após verificar que não havia mais nada errado com os meninos.

Blaine encolheu os ombros, envergonhado, enquanto Henry tentava a todo custo não fazer contato visual com seu pai, que lhe enviava faíscas.

Paige enfim se dirigiu a eles.

— Meninos? Podem nos explicar o que houve?

Blaine rapidamente atirou um olhar a Henry, que lhe encarava agora de um jeito que fez o menino estremecer por dentro. Ele podia ler nos olhos de Henry que era melhor ele mentir.

Mas Blaine não iria obedecê-lo. Sim, Henry podia ser mais alto... Er... E bem mais forte, mas ele não poderia deixar isso passar. Não quando ele havia mexido com seu único amigo em Harthford Elementary School.

— Henry e Amos estavam caçoando de mim e do meu amigo no corredor. — Blaine disse em voz baixa.

Henry soltou um silvo entre dentes e arregalou os olhos para o menino, que conseguiu se encolher ainda mais em sua cadeira, como se já não quase sumisse. Shelby, parada atrás da cadeira que seu filho ocupava, estendeu uma mão e apertou levemente o ombro do menino.

Paige soltou um suspiro. Ela odiava essa parte do seu trabalho. As crianças sabiam que havia tolerância zero para a prática de bullying na escola, mas parecia que todos os dias ela recebia aquele tipo de caso em seu escritório.

Vaugh se intrometeu.

— Amos? Ele também estava metido nisso?

— O que eles fizeram, Blaine? — Paige olhou calmamente para o garoto.

— E-eles... Eles nos chamaram de nomes feios. — gaguejou o menino.

— Que nomes, querido? — Shelby se inclinou para o filho.

Blaine sentiu seu rosto esquentar com todos os olhos sobre ele, inclusive o olhar mortal de Henry.

— E-ele... Ele me chamou de maricas e... E disse que éramos um casal.

Shelby fechou os olhos ao ouvir a declaração de seu filho, sentindo seu sangue ferver. Henry fechou suas mãos em punho e James atirou um olhar indignado ao seu filho.

— Henry! — o pai repreendeu. Henry finalmente deixou cair a pose durona e se encolheu na cadeira sob a bronca do pai.

Paige soltou outro suspiro antes de se dirigir ao professor.

— Professor Vaugh, mande chamar o aluno Amos Cassidy, por favor.

Logo o mais velho dos três meninos entrou no escritório da diretora, assim como também seus pais foram avisados do ocorrido. Depois de quase trinta minutos, para impaciência de Shelby e James, a mãe de Amos chegou afobada com uma criança pequena em seu quadril. O garotinho tinha os olhos arregalados de curiosidade, espelhando sua mãe quando a mulher encarou seu filho mais velho.

— Amos Ulisses Cassidy! O que diabos você fez dessa vez?

— Mãe, eu posso explicar...

— Sra. Cassidy, peço que se acalme. — a diretora interveio.

— E eu quero uma boa explicação. Tive que sair de casa às pressas com seu irmão pequeno. — a mulher ainda lançava sua fúria no garoto.

Paige reexplicou o ocorrido e a cada vez observava como a mãe do menino se enfurecia mais, ficando vermelha e apertando seu domínio sobre a criança em seus braços. Amos ocupava o sofá e estava agora de cabeça baixa enquanto ouvia a conversa.

— Você bateu nesse menino, Amos?! — a mãe perguntou novamente.

— E-eu...

— Responda! Sem gaguejar!

— Não, mamãe. — Amos finalmente disse, os olhos longe de encontrarem os de sua mãe.

— Eu irei dar uma suspensão de três dias pela luta para o senhores Benson e Schuester, e uma semana para Benson e Cassidy pela prática de bullying. Ambos os meninos sabem que é inaceitável e merecem a punição. — Paige declarou por fim.

Shelby queria protestar, mas ela sabia que Blaine havia sido o primeiro a dar o soco e a mãe sempre havia ensinado aos filhos que usar seus punhos em uma discussão nunca era a solução. Por fim ela balançou a cabeça, resignada, e esperou para Paige liberar todos os meninos para o dia. Henry se levantou calmamente depois de um olhar duro de seu pai e marchou para fora do escritório com James em seus calcanhares, uma mão firmemente no ombro do garoto. Amos foi rebocado pela orelha por sua mãe, que levava cada filho em uma mão.

— Espere só o seu pai saber disso. — eles ouviram a mulher dizer antes de desaparecerem completamente.

Shelby enfim encarou seu filho, que a olhava com os olhos suplicantes, e suspirou, estendendo uma mão.

— Vamos, querido. Vamos para casa.

O trajeto de carro foi silencioso com mãe e filho perdidos nos próprios pensamentos. Em casa, Shelby enviou o garoto para o banheiro de seu quarto para que ela pudesse cuidar dos ferimentos de batalha, em seguida o mandou ficar no quarto dele até a hora do jantar. Quando Will chegasse em casa, eles teriam aquela conversar juntos.

Algumas horas mais tarde, toda a família menos Quinn sentava em volta da mesa, comendo. Os filhos mais velhos ainda estavam impressionados com o ocorrido. Claro, eles sabiam que seus pais não toleravam brigas, mas saber que seu irmãozinho havia se defendido e a um amigo, fazia um sentimento de orgulho crescer em cada filho presente ali. Ninguém imaginava que Blaine, um garoto pequeno e magricela, pudesse bater em alguém. Muito menos alguém mais velho!

— Usar os punhos nunca, nunca é a maneira de resolver as coisas. — Will palestrava para todos ouvirem. Blaine era o único que havia entrado em uma briga, mas dizer isso a todos os filhos não era um desperdício.

— Exatamente. — Shelby reforçou — Há maneiras de resolver isso sem deixar alguém machucado.

— Eu não gosto de violência. — Brittany suspirou tristemente para seu prato de comida.

— Aposto que o pirralho mereceu. — disse Santana.

— Santana! — a mãe repreendeu.

— Mas onde estava seu polegar, tampinha? — Noah perguntou, olhando seu irmãozinho com interesse.

— Não o incentive, Noah! — Will exclamou ao rapaz.

— Fora do punho. — Blaine respondeu com um sorriso tímido.

— É isso aí, garoto! — Noah estendeu a mão por cima da mesa e bateu um high-five com o mais novo.

— Noah Berry! — Shelby ralhou com seu primogênito.

— Relaxa, Ma. Pelo menos ele não tem um dedo quebrado agora.

— Eu vou relaxar quando eu não receber em um bom tempo uma ligação de que um de vocês entrou em uma briga. De preferência, nunca mais.

— Pode deixar, mamãe. — Santana foi a única a se pronunciar.

Mas seus pais sabiam que aquilo não era uma promessa.

Quinn suspirou de cansaço quando finalmente estacionou seu carro na garagem de casa. O trajeto até New Haven não era muito longo, de quarenta minutos a uma hora, mas a moça estava aliviada de finalmente chegar em casa depois da semana cheia.

Mesmo vivendo perto do campus, Quinn gostava de passar a semana no dormitório que dividia com sua amiga Kendall, voltando para casa só nos fins de semana. Ela amava sua família, mas às vezes uma pausa de todo o barulho era necessária.

A loira pegou suas coisas no porta-malas e caminhou até a entrada dos fundos, que dava para a cozinha. Já era tarde, depois da meia noite, e as luzes apagadas mostravam que provavelmente todos já estavam em seus quartos. Quinn colocou suas chaves no balcão e caminhou até as escadas para chegar em seu próprio quarto.

Ela só não contava com o enorme corpo vindo na mesma direção e esbarrando contra ela. Sua primeira reação seria gritar, mas uma mão tapando sua boca a impediu de prosseguir com isso.

— Shhhh, você vai assustar todo mundo.

Noah.

Quando ele havia chegado aqui?

— Puck? — Quinn sussurrou quando o garoto abaixou a mão de seu rosto — O que você tá fazendo aqui?

Noah soltou uma risada abafada e balançou a cabeça raspada.

— Nunca perde a mania, não é?

— Bem, eu acho que sua mãe não gostava muito de você para chamá-lo de Noah. — ela cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

— Ainda me pergunto de onde tirou isso...

Quinn deu de ombros.

— Mas o que você faz aqui? Ainda nem é feriado...

— Ai, isso magoa. — ele pôs a mão no peito em fingimento — Não posso nem mais visitar minha querida família?

— Tanto faz. — ela empurrou o ombro dele.

— Essa também é minha casa, e esse é um país livre. — ele devolveu brincando — Não é tarde para uma senhorita dirigir por aí?

— Diga por você, moça. — a loira rebateu, voltando para a cozinha com Noah a seguindo — Fim de semana em família, se lembra?

— A mãe nunca me deixa esquecer. Ela me odeia por isso às vezes. — ele disse, sentado agora em uma cadeira alta do balcão.

Quinn foi para a geladeira e tirou duas latas de refrigerante, erguendo-as no ar.

— Me acompanha?

— Humpf, refrigerante? Sempre a boa moça... — Noah debochou, se inclinando no respaldo e cruzando os braços.

— Não tem nada além disso. — ela observou, olhando a geladeira — Prefere leite? Suco de laranja?

— Joga isso pra cá. — ele acenou para as latas.

Quinn lhe lançou uma lata e depois se sentou em outra cadeira ao lado dele. Os dois ficaram em silêncio por longos segundos, apreciando a calmaria rara da casa. Noah deu um gole em sua bebida e começou a brincar com o gargalo da lata.

— Sabe, eu sinto falta de viver com todos. Quero dizer, da rotina, da gritaria, das confusões. As vezes é solitário no dormitório. — o rapaz desabafou.

Quinn deu um pequeno sorriso.

— É. Apesar de tudo, eu gosto da maneira que eles levam tudo por aqui. Nossa família funciona dessa forma.

— Mesmo com a cantoria e os ataques de diva da Rachel, das reclamações da Santana, das frases peculiares da Britt e até mesmo das retardadices do Sam. É bom viver aqui. Viver isso.

— Uhum. — Quinn concordou — É bom do jeito que é.

Mais uma vez eles ficaram em silêncio, até Noah encarar Quinn e sorrir. A moça devolveu o sorriso e franziu as sobrancelhas.

— Que foi? Tem alguma coisa no meu rosto?

— Não. — ele riu — Só que... Sei lá, você tá diferente.

— Diferente como? Eu to é exausta.

— Diferente... Mais... Bonita. Seu cabelo tá diferente.

Quinn sentiu o rosto esquentar, inconscientemente enfiando uma mecha atrás da orelha.

— Eu cortei. Só Shelby havia reparado até eu dizer a todos.

— Gostei de como ficou. — Noah sorriu, galante.

Quinn bufou e empurrou o ombro dele de brincadeira. Mas na verdade, ela havia gostado do elogio. Inferno, ela havia adorado. Também achava Noah um rapaz bonito, atraente, principalmente depois que ele se desfez do moicano horrível que ele teimava em usar.

Mas droga, eles eram irmãos!

— De nada. — Noah ironizou.

Quinn riu. Terminaram suas bebidas e ela foi a primeira a se levantar.

— Bom, a conversa estava agradável, mas eu preciso dormir.

— Tudo bem, eu vou ficar por mais um tempo.

Ele sorriu daquele jeito outra vez e Quinn se sentiu corar novamente. O que era aquilo de repente?

— Ok. — ela respondeu depois de um tempo — Boa noite.

— Boa noite. Sonhe comigo.

Ela revirou os olhos dessa vez.

— Idiota.

Quinn ainda ouviu a risada dele enquanto subia as escadas para seu quarto. Ela sustentava um sorriso bobo em seu rosto, o que ele havia dito ainda rondando em sua mente.

O que diabos?


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Notas finais do capítulo

Então, é isso! Me mandem comentários sobre o que vcs acharam, a parte que mais gostaram e afins! Eu amo ler o que vcs me mandam :)

Vou tentar não demorar. Novamente, espero que entendam. Beijos.