Estava tudo resolvido. Tudo como deveria ser.

Finalmente meu amigo e eterno rival, Sasuke, poderia passar mais tempo com sua família. Principalmente com a filha.

A luta fora difícil. O oponente que se dizia ser um "Uchiha", era esperto demais para a idade que aparentava, além de que seus movimentos eram no mínimo estranhos. Logo ficou claro que ele era controlado. O inimigo por trás disso tudo apareceu assim que neutralizamos sua marionete.

Com Sasuke ao meu lado, e a junção dos nossos poderes, conseguimos dar um fim a esse problema. E isso colocava um fim também na longa missão que havia sido passada para Sasuke.

Ele precisava restabelecer seus laços familiares. No pouco tempo de viajem que eu tive com Sarada, eu percebi a falta que a presença familiar causava nela. O poder do amor que ela sentia pelo pai, foi capaz de fazê-la despertar o Sharingan. Eles realmente precisavam passar mais tempo juntos.

Agora, enquanto retornávamos para Konoha, eu pensava em minha família. Boruto também sentia falta da época em que passávamos mais tempo juntos. Eu sabia que ele se chateava por somente brincar com clones, mas ele aceitava, ainda que meio relutante.

Eu amava minha família, adorava os momentos em que podíamos ficar juntos, apenas curtindo a presença uns dos outros. Mas a vila também havia se tornado minha família. Eu precisava cuidar muito bem de todos, e isso apesar de me deixar bastante ocupado, é gratificante. Afinal sempre fora meu sonho ser Hokage, e eu sempre irei querer o melhor para todos.

Com o exame chuunin se aproximando, eu tinha ainda mais trabalho pela frente. Pelo menos poderia contar com meu amigo e conselheiro Shikamaru.

Avistamos os portões da vila, e só então me dei conta das pessoas paradas ali.

"Papai!"

Minha princesinha veio correndo em minha direção, enquanto eu me abaixava para recebê-la de braços abertos. Sentir aqueles bracinhos pequenos me apertando, era uma das melhores sensações do mundo. Me peguei lembrando de quando Himawari nasceu, tão pequena e indefesa. A partir do momento em que pude pegá-la nos braços, eu jurei a mim mesmo que nunca deixaria nada machucá-la.

"Olá minha princesinha"

Quando ela se afastou do abraço, me olhou com os olhinhos azuis calorosos, e um sorriso parecido com o meu nos lábios. Apesar de muitas caracteristicas minhas, ela parecia muito com a mãe. O pequeno rubor nas bochechas, o tamanho dos olhos, o jeito tímido e gentil, os cabelos azuis. Era uma mistura perfeita dos pais.

Beijei sua testa, acariciando seus cabelos curtos. Caminhamos de mãos dadas, em direção a outra pessoa que nos esperava.

Hinata nos observava com um sorriso nos lábios. As vezes, eu me pegava pensando em como ela podia ficar mais bonita com o tempo. E como eu poderia amá-la ainda mais. Eu me considerava um cara de sorte. Casei com a mulher que sempre me amou, e que eu passei a amar mais do que eu seria possível imaginar, e ela me deu filhos maravilhosos.

Eu só poderia agradecer por todos os momentos especiais que ela me proporcionou.

Sempre me emocionava ao lembrar da minha infância, completamente sozinho. Agora eu tinha pessoas especiais, que me esperavam todos os dias em casa. Pessoas que cuidavam de mim, se preocupavam com o meu bem estar. Eu não estava mais sozinho. Não havia mais solidão e tristeza. Agora só havia amor.

Hinata acariciou meu rosto quando me aproximei, eu amava o quão carinhosa ela poderia ser. E mesmo depois de todos esses anos juntos, ela ainda corava sobre meu olhar. A puxei para os meus braços, inspirando seu cheiro gostoso e familiar que me fazia lembrar de casa. Cheiro de felicidade.

"Okaerinasai!"

Sua voz doce me fez apertar ainda mais o abraço, sem vontade nenhuma de soltá-la. Suas palavras significam muito para mim, pois era algo que eu sempre quis ouvir no passado.

"Tadaima!"

Beijei seus lábios levemente, sorrindo com o rubor em seu rosto. Coloquei Himawari em minhas costas e caminhamos os três juntos para dentro da vila.

Agora teria que ir para o escritório e dar um jeito em toda a pilha de papéis que havia em minha mesa. Já podia até ouvir os resmungos de Shikamaru, sobre o quão problemático isso era. Soltei um suspiro involuntário.

Não via a hora de poder chegar em casa e passar mais tempo com minha família.

Passamos em frente ao Ichiraku, e a pequena Himawari se mexeu animada.

"Ramen!"

Definitivamente ela tinha muitas características minhas. Soltei uma gargalhada ao caminhar com ela e Hinata até a barraca.

Os papéis seriam esquecidos por um momento, afinal, eu nunca desperdiçava um ramen.