"Twsited Fate!", "Twisted Fate!", "Twisted Fate!". A plateia sempre vibrava quando o cigano chamado de Twisted Fate ganhava um jogo de virada ou de forma impressionante, especialmente no pôquer e no pife. Aquele dia, o cigano estava com tudo. Uma vitória atrás da outra. Quem haveria de achar que tudo não se passava de uma simples trapaça? Suborno para o crupiê e tudo se resolve.
Geralmente, Twisted Fate jogava em cassinos pequenos, por caber menos gente, menos chance de ser descoberto, mais fácil a trapaça. Nesses casos, os olhares dos poucos espectadores eram sempre para a mesa dele, exceto aquele dia.
Em outras ocasiões, Twisted ia para cassinos grandes, competir em torneios regionais, onde se ganha muito mais dinheiro. O local sempre lotava. Seu nome era conhecido, e sussurrado pelas bocas perdedoras que nem desconfiavam da trapaça. Claro que o trapaceiro sabia que ás vezes, bem, ás vezes era bom perder, para ganhar mais ainda depois. Nesses casos, ele abaixava a aposta.
Naquele dia Twisted acordara decidido a ganhar todas ou pelo menos a 99% delas. E por coincidência, naquele dia, nem tanta gente olhava para ele. Um outro jogador estava impressionando.
-É a sua vez.-Avisou cansado de jogar com quem não sabia as regras. Seu tom de voz era tedioso.
-Ah, eu sei. É que... Olha só aquela mesa!-E apontou para a mesa do lado, onde a maioria das pessoas estavam.-Aquele cara não perdeu nenhuma hoje!
-Blah, eu também não.-Sorriu malicioso.
-Ah, mas você... Você é Twisted Fate, quem é aquele cara?

Twisted refletiu por um breve momento. Esperou a vez do oponente e apostou tudo, o famoso "All-in". O rival desistiu. O cigano levantou da mesa, passou por entre a multidão, escorou-se na mesa de apostas, ao ver o tal cara recolher mais fichas do que havia juntado até agora em um jogo:
-Você... Quero jogar com você.-Sussurrou.

-E que jogo você quer?

-Pôquer... Truco... Pife...

O homem levantou a sobrancelha como quem dizia, "senta ai". O cigano correspondeu, e o jogo começou.
Não havia problema em trocar de mesa, todos os baralhos eram viciados, Twisted sabia quando viria cada valete, dama e ás, ele só não contava que o outro rapaz, também soubesse.
O jogo se fez equivalente. Um valete na mesa e um sorriso para os dois. Não demorou muito, e Fate exibiu seus quatro áses, cantando vitória. O rival fechou a cara, e mostrou os áses também.
O crupiê, esperto acusou ambos de terem roubado, exibindo os áses que haviam no baralho. Todos correram atrás deles.

***

Um beco sem saída, uma multidão enfurecida, dois sacos de ouro bem pesados, dois baralhos viciados, dois homens mercenários e um muro.
-Escada!-Gritou Fate afobado.
-Escada?-Questionou o outro homem.
Twisted fez uma "escada" com a mão.
-Mas e o dinheiro?
-Vai logo! Não vai dar para levar o dinhei...-Foi interrompido pelos gritos da multidão, que havia lhe encontrado.
O mercenário subiu ao muro e deu a mão para puxar Twisted. Durante a manobra o chapéu do mesmo caiu e ele se soltou:
-O que você tá fazendo?-Se espantou.
-Meu chapéu!-Avisou Twisted.
-Ah... Não dá o dinheiro mas dá o chapéu, é isso?!
O cigano abaixou-se para pegar o chapéu, e nesse momento um sapato acertou sua cabeça em cheio. Não se intimidou e prosseguiu. Uma mulher conseguiu dar-lhe um pontapé e um jovem forte golpeou sua barriga.

***

Já do outro lado do muro, o parceiro de fuga questionou:
-O que você tem na cabeça?
-Um chapéu.-Ironizou Fate, com uma mão na barriga por causa do soco e a outra na testa, onde o sapato havia acertado.
-Por que não deixou isso para trás? Já que era para descer pegasse um pouco do ouro!-Retrucou indignado-Agora estamos duros!
-Estamos...?-Pensou um pouco, sobre o verbo no plural-Qual seu nome?
-Ah... Meu nome é Graves, Malcolm Graves. E você deve ser o tal de Twisted Fate...
-Acho que podemos trabalhar juntos.-Esticou a mão-Malcolm Graves.