Durante as férias descobri que Vic e Finnigan terminaram, ela disse que pretendia contar para os pais, mas Simas alegou que seria bom não contar porque escondido era melhor, Vic como era certinha, não aceitou e quando ele afirmou que não pediria aos pais dela, ela terminou o namoro.

Ela veio à minha casa, seu pai não gostou muito, ele dizia que ela não devia se misturar com nascidos trouxa, e que mesmo que eu só tivesse sido criada por tais, não seria bom coloca-la em um ambiente sem magia. Sua mãe a autorizou e disse que ela podia passar o último fim de semana das férias em minha casa.

– Vic, que saudades!

– Ai Kay, nem me fale. – Ela disse me abraçando.

– Entrem, obrigada por deixar Vic vir aqui Sra. Finkler.

– De nada Kaya, acho que é bom para ela sair um pouco do mundo magico. Agora tenho de ir.

– Não quer entrar?

– Não querida, tenho compras a fazer.

– Tudo bem, tchau Sra. Finkler.

– Tchau mamãe. – Vic esperou que eu fechasse a porta – Agora vamos para o seu quarto, quero te contar as novidades.

– Ok.

Subimos as escadas e fomos ao meu quarto, Vic deixou suas coisas ao lado do meu guarda-roupas e se jogou em minha cama de casal, onde ela dormiria comigo.

– E tem falado com as meninas Kay?

– Mais ou menos. Anne tem contado que aprende vários feitiços com Rebecca, a irmã mais velha dela, e que sua mãe lhe ensina a ser resposavel pois as irmãs mais novas entraram em Hogwarts este ano. Luna como sempre, responde uma carta a cada duas semanas. Gina só fala do Potter e... Bem, Beth não respondeu nenhuma de minhas cartas.

– Eu sei porque Kay! – Ela disse desanimada.

– Porquê?

– Ela e Josh brigaram na primeira semana das férias, logo depois da briga ele foi em uma festa na casa do Simas, e diz que empurraram uma garota para ele e acabou beijando-a, ela descobriu e ficou furiosa então fez o mesmo na festa de uma amiga trouxa, e assim está indo, ela me mandou uma carta contando que está chateada e que precisa de um tempo para pensar, então deixaria de responder as cartas de todas nós.

– Ah, que pena, eles fazem um belo casal.

– Falando em casal!

– Não me diga que você e Finnigan voltaram.

– Não Kay. Mas um menino de Hogwarts me mandou uma carta, junto com ela um dos meus prendedores de cabelo, ele disse que eu esqueci na biblioteca na última semana de aula, e que tentou me encontrar para devolver, mas não conseguiu. Então ele disse que deu um jeito de conseguir meu endereço para devolver. Ele é muito legal, depois disto começamos a conversar, já faz duas semanas, o nome dele é Kyle Kleimer.

– Hum, mas como ele é? Digo em aparência.

– Ele me mandou uma foto, mas a esqueci em casa, ele é moreno, alto e tem olhos negros, muito bonito.

– Hum. Vic, de qual casa ele é?

– Aí é que está, ele não quer me dizer, e disse que não era para tentar descobrir por conta própria.

– E se ele for sonserino? – Falei fingindo vontade de assusta-la.

– Credo Kay, prefiro até que seja lufano.

– Ué? Porque?

– Todo sonserino é mesquinho e se acha o todo poderoso, e não gostam de mestiços ou nascidos trouxa.

– Seu pai foi sonserino lembra?

– Por isso sei como eles são, lembra que ele não queria me deixar vir?

– Mas e se você estiver enganada?

– E porque estaria?

– Não sei, é como dizer que todo lufano é gentil e não gosta de brigas, não teve aquele que puxou briga com Corner?

– Ele é uma exceção Kay.

– Se Kyle for sonserino talvez também seja uma Vic.

– Ele não é e pronto.

– Tudo bem.

Conversamos até que Ari entrou no quarto, ela tinha crescido muito, tinha um tamanho de pouco acima da minha cintura, entrou falando e ficou vermelha assim que viu Vic.

– Kay, mamãe está chamando para o almoço.

– Ah meu Merlin, Kay! Ela é igual a Anne!

– Eu sei. Ari, diga a mamãe que já descemos.

Ela saiu correndo e nós descemos logo em seguida.

Durante o almoço Ari perguntava a Vic tudo sobre o mundo bruxo.

– Victorie, será que eu vou ser uma bruxa igual a Kay?

– Ari, eu não sei, - ela me olhou para saber se devia falar o que pensava e eu assenti – talvez sim, talvez seja até melhor.

Sorri com o jeito dela com Ari.

– A Kay me disse que você é uma das amigas mais inteligentes dela.

– Eu? – Ela corou e eu ri – É porque você não viu ela nas aulas de poções, ela é a melhor aluna da Corvinal, pelo menos da nossa turma, por isso Adam se apaixonou por ela.

– Quem é Adam? – Mamãe perguntou.

– Ah, é um menino que gostava de mim, mas eu só o via como amigo e ele me vê assim hoje também.

– Porque não me contou?

– Na verdade eu queria esquecer essa parte né Vic.

Ela sussurrou um “desculpe” e começou a contar como eu me saia nos jogos de Quadribol. Ela contou que no meu segundo jogo um sonserino me derrubou da vassoura e Rogerio Davies apesar de não gostar de mim, me pegou no ar e me guiou até onde minha Nimbus 2001 estava e quando montei nela continuei a jogar, quando Malfoy tentou me derrubar novamente eu consegui desviar e peguei o pomo, ganhando a partida, mas perdemos na partida contra Grifinória por causa do Potter e sua Firebolt.

Ariana era toda animada, ficava perguntando como era o Quadribol, as aulas e até Hogsmead (que nós ainda não havíamos visitado, somente depois do terceiro ano nos era permitido e com a assinatura dos pais ou guardiões em um formulário que deveríamos entregar para o diretor de nossa casa). Mas Sandra, ficava confusa e apavorada quando mencionávamos os tombos das vassouras, ela não tinha nem como perguntar sobre as coisas, já que não entendia e nem se interessava. Eu adoraria se Ari fosse bruxa, ela gostaria das coisas, ela já achou o máximo os cartões de sapos de chocolate e disse até que colecionaria.

Passamos a tarde em um parque que Ariana gostava, Vic se divertiu e falou que o mundo trouxa era mais divertido que o mundo bruxo.

A noite quando estávamos prontas para dormir Vic me perguntou algumas coisas.

– Kay, como Ari consegue ver que nos cartões de sapo de chocolate os bruxos se mexem?

– Ora Vic, do mesmo jeito que nós vemos!

– Kay, só bruxos podem ver.

– Será que...

– Eu acho que ela é uma bruxa.

– Claro que não, para ser nascida trouxa, alguém da linhagem que ela descende deveria ser bruxo.

– Espere ela chegar aos 11 anos Kay, mas escute o que lhe digo.

– Está bem Vic, agora vamos dormir.

– Boa noite Kay.

– Boa noite.