Evangeline - Between Blood and the Life escrita por Saulo Cunha


Capítulo 4
Roxie


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo retrata um pouco da historia da vilã da nossa historia.
Espero que gostem, reservei uma surpresa para os fãs dos Ligthwood.



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Dijon, 28 de Setembro de 2034

A noite estava quente, a chuva havia sessado a poucos minutos, agora caía apenas uma garoa fina. Trevor e Alicia caminhavam de mãos dadas conversando e rindo, eles formavam um lindo casal. Ele com seus um metro e setenta e oito de estatura, aparentemente forte, cabelos negros em um corte militar, os olhos negros e firmes; ela por sua vez tinha os cabelos cacheados em um tom castanho claro, seus olhos pareciam duas pedras de diamante azul, sua altura permitia que reclinasse a cabeça sobre o peito de Trevor Connor.

Eles iam passando por uma viela quando de repente ele a puxa conduzindo-a até o canto mais escuro puxando-a para si beijando sua boca, suas mãos a acariciavam lentamente, ela correspondia com beijos, e gemidos sussurrados ao seu ouvido.

— Pare - ela diz, tão fraco e sem convicção que ele se afasta o tempo suficiente para ver nos olhos dela que ela queria mais, ele não responde, apenas sorri e beija seu pescoço, ela sorri, e acaricia os cabelos da sua nuca puxando ele para mais perto. De repente ela o empurra e o olha assustada.
— O que foi? - pergunta ele - desculpe se avancei o sinal.
— Não é isso. Você não ouviu? - ele diz olhando para os lado como se estivesse procurando por algo.
Ele acompanha os olhos dela esperando ver alguma coisa, não achando olha para o outro lado onde tem uma caçamba de lixo.
— Está vendo não tem nad... - ele interrompe a fala ao ouvir o barulho que parecia com choro de uma criança.
— Um bebê - eles falam em um som uniforme.
Caminham em direção ao lixo, abrindo a caçamba eles encontram uma garotinha recém-nascida. Os olhos grandes e azuis, os cabelos negros, enrolada numa manta, ao vê-los, ela para de chorar e sorri.
Eles se entreolham, ele com o olhar surpreso, ela com os olhos arregalados e assustados, e incrivelmente azuis.
"Como pode ser tão linda". - Ele pensa, e afasta o pensamento na mesma hora.
"Não é hora para isso". - diz para si mesmo.
— Não podemos deixa-la aqui - ela diz como um pedido.
— Claro que não, nem cogitei essa ideia - ele rebate - vamos tira-la daqui. Ele a pega no colo meio sem jeito.
— Deixa que eu faço isso - ela diz já tirando a garotinha do colo dele.
Ao sair do beco eles olham para os lados a procura de algum sinal dos pais da garotinha, mas não encontra. Trevor consegue ver apena um homem de capuz e óculos no beco do outro lado da rua, seus olhos brilham em um tom vermelho antes dele desaparecer na escuridão.

Vinte Anos Depois
Roxie se despedira dos amigos após a festa de formatura na Universidade de Londres se formara em psicologia. Ela foi criada em um lar muito amoroso e saudável, sempre soube que Trevor e Alicia não eram seus pais verdadeiros, eles nunca souberam sua verdadeira origem. Seus pais a encontraram abandonada numa caçamba de lixo. Mesmo eles a criando com todo amor e carinho, ela sempre quis saber o porque seus pais biológicos a abandonaram.
Roxie amava Trevor e Alicia, Jamais os abandonariam, mas os pesadelos e visões que ela que vinham frequentemente em sua vida, faziam ela querer saber sua verdadeira origem, por muitas vezes ela pensara ter visto monstros horrendos, e esses, fugiam dela como se tivessem medo, desde sua infância foi assim, e hoje seria mais um dia daqueles.
A festa foi incrível, mas ela bebeu um pouco mais do que estava acostumada, decidiu voltar a pé e sozinha para casa, que se encontrava a uma distância curta da universidade.
Ao passar por um beco ela lembrou o que o seu pai disse quando ela tinha apenas cinco anos.
"Foi naquele beco que encontramos você"
Roxie decide voltar e entrar no lugar onde se encontrara sua manjedoura. Já no beco ela olha em volta se perguntando o que seus pais estariam fazendo. Afastando o pensamento ela caminha em direção a sua manjedoura, abre a porta da caçamba talvez pensando que encontraria outra criança como se ali fosse uma maternidade.
— Claro que não tem nada aqui. - Ela diz a si mesma em voz alta - preciso de um banho.
Se vira em direção a rua principal e se depara com um dos monstros, percebe que ele é mais real do que parece.
— Você bebeu demais Roxie - diz ela.
O Monstro caminha em direção dela, ela dá um passo para trás, estava acostumada com eles fugindo dela não indo em sua direção. Ela recua até encostar na caçamba, o Monstro investe um ataque, ela se encolhe colocando as mãos sobre a cabeça e fechando os olhos para não ver a face da morte. Após passar alguns segundos sem nada acontecer ela abre os olhos lentamente e o monstro não está mais lá, há somente um homem de cabelos escuros os olhos incrivelmente cinzas atrás dos óculos que está na ponta do seu nariz, ele retira um lenço preto do bolso e limpa um líquido da mesma cor que sujou uma espécie de espada de vidro que estava segurando, ao guarda-la, Roxie pode ver seus braços eram fortes e cheios de tatuagens, essa não se limitavam aos braços, mas percorriam seu pescoço e parte do peito musculoso que aparecia no seu decote de gola V.
— Quem é você? - ela pergunta assustada - O que era aquilo?
— Calma eu mão vou te machucar, visto que não tenho motivo já que acabei de salvar sua vida.
— Obrigada, mas o que era aquilo?
— Era um demônio.
— Demônio? - Indaga estarrecida - Pensei que fossem espíritos!
— É o que os mundanos acham que são. Roxie, vamos sair daqui, podemos conversar melhor em um lugar com luz. Você ficaria mais a vontade?
— Mundanos? Quem é você? Como sabe meu nome?
— Não se assuste okay - fala ele com cautela - eu te protejo desde quando você nasceu. Eu estava nesse mesmo beco o dia em que seus pais te acharam.
— Tenho a impressão que você me conhece melhor do que eu mesmo - ela cruzas os braços - Me diz quem é você ou eu vou embora agora.
— Okay. Meu nome é Maxwell Lightwood - mas me chame de Max. Podemos tomar um café, você precisa muito, está péssima.
— Eu quero saber tudo o que você sabe sobre mim - ela aponta o dedo para ele - entendeu?
— Como queira senhorita. - Diz e abre caminho para ela passar.
Os dois caminham lado a lado e em silêncio até a lanchonete do outro lado da rua, se sentam e pedem um café.
— Então - ela quebra o silêncio - Pode começar.
— Direto ao assunto então. - Ele sorri - Você não é comum. Não como seus seus pais. Você tem um dom que muitos querem ter.
— Como assim não sou comum? O que é um mundano?
— Calma Srta Connor uma pergunta de cada vez. Mundanos, são humanos comuns o que o seus pais Trevor e Alicia são. Você e eu somos de uma espécie diferente, uma espécie que um dia lutou por um ideal, mas esse ideal foi corrompido, você é uma Nephilim uma espécie de humanos com anjos, no seu sangue corre sangue do anjo. É por isso que consegue ver o demônios e seus pais não.
— E os pesadelos? Também faz parte de ser Nephilim?
— Não eles são lembranças da vida dos seus pais verdadeiros. - Ele toma um gole de café - Eu enviei os sonhos, com a ajuda de um amigo, para quando chegasse a hora você acreditar.
— Acreditar no que? - Ela diz num tom mais alto e abaixa rapidamente ao perceber que as pessoas se voltaram para eles.
— Acreditar no que seus pais biológicos fizeram - Ele pausa apenas para tomar outro gole - todos os sonhos foram acontecimentos. Cada assassinato que você viu, cada crueldade, foi real. E nada do que eles fizeram foi mais cruel do que abandonar a filha no lixo para os vetis matar.

— Vetis? - pergunta Roxie curiosa
— É a espécie do demônio que eu matei no beco, eles são atraídos por coisas brilhantes, e procuram essas coisas nas caçambas de lixo, provavelmente aquele era o ninho daquele, e ele achou que você iria rouba-lo.
— Por isso me atacou. - Deduziu ela
— Sim. - Responde uma pergunta não feita.
— Por que os outros fogem de mim?
— Eu não já disse que te protejo sua vida toda? - Ele mesmo responde - Eu ordenei para eles não te machucarem, por isso você tem...
Ele aponta a pinta que ela tem próximo a boca.
— Foi eu que coloquei isso, com a ajuda do mesmo amigo dos sonhos, aí no dia em que seus pais te acharam. Para os humanos é simplesmente uma pinta, mas os demônios veem uma marca. O vetis que te atacou com certeza não viu.
— Que amigo é esse? E por que isso agora, porque me falar a verdade?
— Você vai conhece-lo. - Respondeu ele - Eu estava esperando a hora certa, essa hora chegou, agora que você se formou na universidade, você precisa parar o que seus pais estão fazendo. Só você com MINHA - enfatiza o minha - ajuda pode para-los.
Com essas palavras, Roxie começou a lembrar dos pesadelos que teve. Pessoas sendo torturadas, algumas muito pálidas com presas caninas como se fossem vampiros, outros tinham as orelhas pontudas com cores de peles diferentes, outras pareciam ser normais. As pessoas que torturavam eram nephilins ela os reconheceu por suas tatuagens. Eles estavam com os rostos encobertos por uma espécie de névoa.

Ao abrir os olhos ela não tinha percebido que já estava chorando furiosamente, um sentimento de raiva começou a queimar o seu interior subindo dos pés a cabeça, que produziu no seu coração um forte desejo parar aquelas pessoas, seus pais estavam no meio deles.
"Eles me abandonaram para eu não atrapalhar a missão - pensou - por que carregar um peso morto? como torturar criaturas com uma criança no colo?"

"Só você com minha ajuda pode para-los." Essas palavras martelavam sua cabeça. "SÓ VOCÊ", ''SÉ VOCÊ".

— O que eu preciso fazer? - perguntou de repente.

Max sorri satisfeito.

— A principio vamos encontrar um amigo.

 

 

**********

 

 

Após desenhar um pentagrama no chão, Max completa o ritual com alguns símbolos estranhos, com uma adaga na mão ele fala umas palavras que Roxie reconhece como latim e outras que ela não consegue reconhecer, ele repete aquelas palavras como se fosse uma oração, então ele faz um corte na palma da mão e deixa o sangue cair sobre o pentagrama.

— Sammael eu o invoco!

Uma fumaça negra começou a se formar na sala onde se encontravam, juntamente com um cheiro podre de enxofre.

— Maxwell! - Urrou o demônio - Como ousa me invocar? Espero que seja de suma importância.

— Verdadeiramente é importante - respondeu - eu trouxe alguém que você quer conhecer.

— Onde ela está? - Retrucou Sammael.

Max sorriu e deu um passo para o lado de modo que Roxie pudesse aparecer.

— Roxie este é o amigo do qual lhe falei, ele vai nos ajudar a parar aquelas pessoas.

— Se aproxime senhorita - disse ele.

Ela deu alguns passos a frente ainda hesitando se aproximar demais. Sammael tinha uma aparência agradável. Um homem alto, moreno, barba levemente crescida, usava um terno preto com riscas brancas, chapéu e sapatos pretos. Muito diferente do que ela imaginara que ele seria. Ela já tinha visto aquele tipo de ritual em filmes, geralmente usado para invocar demônios, criaturas que nos filmes eram horrendas, vermelhas e com chifres, diferentes dos que ela vira a vida toda. Diferente de Sammael, que parecia um homem comum, com exceção dos olhos incrivelmente vermelhos, e os dentes excessivamente brancos e pontiagudos, como de tubarões.

— Como você pode me ajudar? - perguntou

— Nos ajudar - disse Max - Essa guerra também é minha.

— Que seja - retrucou ela - Só quero me vingar do que eles fizeram comigo.

— Esse seu desejo é sua maior força - disse o demônio - mas você precisa de algo mais, de um poder a mais, é isso que eu vou te dar. O mesmo que eu dei para o Maxwell.

Ela olha para Max que sorri, se vira e sai da sala, voltando com um cálice de vidro negro revestido de traços de ouro. Ele caminha até Sammael e o entrega o cálice e a adaga que usara para cortar a mão. Ao lembrar isso, ela olha para a mão dele que está como se nada tivesse acontecido.

Sammael toma a adaga na mão e faz um corte no pulso deixando um liquido negro escorrer para dentro do cálice. Ele entrega nas mãos de Roxie.

— Você só precisa beber. - dito isso ele sorri, e desaparece fazendo subir a mesma fumaça.

Ela hesita olhando fixamente para o cálice por alguns segundos. todas os pesadelos tomam conta novamente da sua cabeça. Seus olhos fervem de raiva, ela toma coragem e engole o liquido que tem um sabor de amargo e metálico, com dificuldade ela toma todo o conteúdo do cálice, o gosto quase faz com que ela vomite, mas o desejo da justiça e da vingança a fazem segurar o impulso de colocar para fora.

A principio nada acontece, ela olha para Max com curiosidade esperando uma resposta de uma pergunta não feita verbalmente mas que estava muito clara em seus olhos.

"É só isso?" pensou ela mas não verbalizou.

  O pensamento foi como uma chave para ativa o efeito que o sangue do Demônio faria no seu corpo. Seu corpo começou a queimar interiormente, o fogo que começou no estomago subiu até os seus olhos, ela caiu ao chão tremendo e começou convulsionar uma espuma vermelha de  sangue, essa foi saindo até se tornar negra como o sangue do Demônio. Ao abrir seus olhos que antes eram inteiramente azuis, agora possuíam uma áurea vermelha em volta da menina ocular. Ela se levantou, tomou o lenço que Max lhe oferecera, se limpou e mostrou um sorriso que antes era lindo e doce, agora se tornara além de lindo, sarcástico e cruel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.. comentem o que acharam.
Preciso da critica para pode melhorar para vocês.
se tiverem alguma duvida, esclarecerei com maior prazer.



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