The Bastard Heir escrita por Soo Na Rae, Lady Ravena


Capítulo 48
Capítulo 40 - Conspirações reais.


Notas iniciais do capítulo

Olá povo lindo, desculpem pela demora. Estou em semana de provas, e quem conheceu minha saga do final do ano passado, deve perceber que não quero passar novamente pelo sufoco da recuperação.
Nova matéria no site.

http://thebastardheir.blogspot.com.br/2016/02/a-rainha-religiosa.html

Novo capítulo do spin of, para quem desejar ler.

https://fanfiction.com.br/historia/638661/The_Kings_and_Their_Maidens/capitulo/5/

Bem, aqui está um novo capítulo, espero que gostem amores. Beijos.



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Capítulo 40.

Conspirações reais.

“Devido à sua ambição e egoísmo, o homem faz da sua vida um verdadeiro naufrágio”. — Textos Budistas

10 Seeds Of Doubt - John Lunn

No inicio da noite todos os comerciantes começavam a arrumar seus respectivos pontos de venda, os camponeses recolhiam-se nas suas casas em consequência do frio e poucos ousavam sair quando a lua já estava a iluminar a imensa vastidão escura, temerosos que pudessem ser assaltados, mortos ou devorados pelos monstros da noite, – os mais antigos ainda acreditavam nisso – mas a maioria era apenas dominada pelo cansaço de conseguir o pão de cada dia, e alguns nem isso conseguiam.

— Moedas, por favor, moedas — implorava um velho mendigo em trapos, com a mão suja erguida, mas todos que passavam o ignoravam. Menos um, encapuzado, ele encarou o homem e deu-lhe uma moeda de prata. — Que Deus o abençoe.

O encapuzando assentiu e voltou a seguir seu caminho, desceu a ladeira daquela rua e notou mulheres vestidas de maneira mais ousada, com decotes nada discretos, próximas a becos, bordeis ou estalagens, tentando atrair clientes. Precisou fortemente resistir a aquela perigosa tentação, pois não era está sua missão e ele precisava ser rápido. Felizmente já estava perto de seu destino. Catedral Königin des Himmels. Poucos minutos depois, ele avistou o majestoso templo religioso. Entre a Academia de Artes do Rei, e uma Santa Casa. Aquela rua da capital era conhecida como o “Centro Dourado”, pois além de ser localizada no centro de Mayen, ela abrigava academias escolares, hospitais, o banco, a vila dos burgueses e uma das catedrais mais bonitas da Europa, mas a escuridão da noite escondia a beleza dela, porém não a imponência, contudo isso não importava muito para o homem no momento, que apertou mais a capa e acelerou seus passos.

A Catedral foi construída em um belo mármore marrom madeira, isso foi há quase 600 anos atrás, quando tudo ainda era Baden Worms, ainda hoje ela passa por algumas reformas para aumentar sua parte externa, ora interna. Todos os monarcas do reino foram coroados ali dentro, todos também ganhavam suas pequenas estatuas na decoração externa, próximo a algum santo, ou um dos doze discípulos. O próprio rei Willian possuía uma estatueta. Ele estava sendo abençoado por Santa Catarina de Alexandria, a auxiliadora dos estudantes, de fato combinava, pois Willian sempre foi bastante inteligente e um verdadeiro devoto desta santa.

Ao pisar no primeiro degrau da catedral, era praticamente impossível não sentir um arrepio, como se fosse um monarca a adentrar no recinto sagrado para ser ungido um rei sagrado. Um ser superior a todos do seu reino. Foi isso que Otto sentiu. Será que Willian sentiu isso há anos atrás, quando fora coroado? De qualquer maneira, ao pisar no terceiro degrau, ele fez o sinal da cruz e entrou.

Caminhou pelo centro, até chegar à primeira bancada, a mais próxima do altar. Retirou o capuz negro e ajoelhou-se, fingindo praticar alguma prece, porém apenas observava o lugar discretamente. Havia mais cinco pessoas espalhadas naquela imensidão, todos camponeses concentrados em sua oração. Alguns homens passavam em direção a outras áreas, mas todos se vestiam de marrom. Ainda estavam na baixa posição da hierarquia eclesiástica. Quando apareceu uma figura masculina e madura de uma elegante túnica roxa, o bispo Lothario, um dos padres parou e beijou a mão do senhor, como mandava o costume da igreja, o de roxo deu alguma ordem, que Otto não conseguiu ouvir direito, e todos partiram.

O bispo notou a presença de Otto, olhou rapidamente para ele, mas não o chamou, apenas seguiu seu caminho até a outra nave da catedral, como se não tivesse visto nada. Otto entendeu o sinal e levantou-se sem fazer barulho, seguindo o mesmo caminho de Lothario.

Otto parou seus passos, Lothario estendia sua mão para um confessório, com um sorriso que Otto não saberia dizer se ele estava sendo irônico, ou sarcástico. Odiava isto nele, era complicado saber o que aquele homem realmente pensava de tudo. De qualquer maneira, o bispo entrou no confessório e Otto aproximou-se da cabine, que escondia o homem por detrás de uma janelinha repleta de furos e uma cortina de renda vermelha. Otto sentou-se na cadeira acolchoada ao lado e verificou o recinto, para ver se não havia mais ninguém ali.

— Conseguiu fugir de teu cativeiro, Vossa Graça? — indagou, sem tanta emoção.

— Lothario eu não estou para brincadeiras!

— Calma, calma, meu filho, apenas estou surpreso, pois pouco, ou nunca tu vens aqui e também é de conhecimento geral a sua suposta participação no quase assassinado da bastardinha real — respondeu com uma tranquilidade incomum, como se usar de tais palavras não importasse nem um pouco para ele.

— De qualquer forma, não vim aqui para rezas, até porque este lugar está contaminado demais de almas impuras — retorquiu no mesmo tom. — Vamos ser breves, Eminência, creio que assim como eu, você também não deseje ficar aqui a noite inteira.

— Então diga, para que viestes?

— Cobrá-lo, pois prometeste seu apoio para tirar a garota da linha sucessória e não consegui absolutamente nada até agora! Sabe que Willian não me escuta, principalmente nesses últimos tempos. O que devo fazer? — perguntou-lhe, mostrando-se realmente nervoso com aquela situação.

— E eu mandei que fizesse alguma coisa? — indagou Lothario, com a voz mais volumosa. — Prometi meu apoio, pois também desejo que a sucessão ao trono se siga de maneira justa, sendo você o verdadeiro herdeiro, não Hannelore.

— Prometeu? — prosseguiu. — Mas não me ajuda em nada e preciso fazer tudo sozinho!

— Agiu por impulso, derrubou Hannelore em um poço, pois estava movido por raiva e perdeu todas as chances de um dia o rei ainda confiar em ti.  Sabia muito bem que deveria ter mantido a calma, conquistar novamente o apoio do teu irmão e criar laços de amizade com a garota, somente assim para ninguém desconfiar de vós, mas fizestes justamente ao contrário. Isso é o que te difere de vosso irmão, o rei Willian é a melhor pessoa que conheço para esconder e fingir tudo que sente e pensa, sei o que estou dizendo. Eu o ensinei! Por que achas que ele conseguiu esconder a filha bastarda durante dezoito anos? Simplesmente agindo como se ela não existisse — e suspirou, depois murmurando para si. — E como deveria ter continuado.

— Se coloque no meu lugar, tenha seus direitos tirados e dados para uma putinha do campo que está sendo disputada pelos herdeiros das famílias mais importantes de todo o reino. Isso é um ultraje para mim, sou um príncipe real de nascença, segundo filho do rei Leopoldo, se Willian não viesse a ter herdeiros, eu deveria ser o seu por direitos legítimos!

— Otto, precisamos de cautela neste momento. Nada ainda está perdido. Devemos evitar manifestar nossas fraquezas, pois isso nos tornará mais fracos ainda.

— O que faço então? Como acabar com tudo isso de uma vez por todas?

— Seja um herdeiro legitimo, aja como tal, lute, mas jamais se use realmente, faça tudo através de outra pessoa. Busque apoio de reinos, famílias influentes, forme alianças com elas casando vossos filhos, os faça acreditarem que vós sois o príncipe injustiçado e que o rei deseja por uma mulher, sem qualquer experiência politica, no trono do país.

— Impossível! Willian é um rei querido, apesar das circunstâncias, os nobres não iriam abandonar a única filha dele para me seguir tão rapidamente.

— E se não for filha dele?

Otto tentou fitar o homem, mas era impossível naquele confessório, ficou surpreso com as palavras ditas pelo bispo. Nunca havia pensando nessa possibilidade, até porque ninguém nunca duvidou da paternidade da princesa, nem mesmo ele.

— Está dizendo que meu irmão simplesmente assumiu qualquer menina, apenas para que eu não fosse o herdeiro?  — perguntou ironicamente. — Willian não seria tão idiota. E nós dois sabemos a verdade...

— Sim e não, estou dizendo que ninguém sabe ao certo as origens da menina. Pode ser ou pode não ser filha do rei, apenas os próximos de Willian sabem a verdade. Alguém na corte tem conhecimento de quem seja à mãe dela?

— Creio que não, talvez nem mesmo a própria princesa Hannelore pelo que aparenta. Ela simplesmente chegou como a filha do rei e pronto.

— Estou emocionado — sorriu, sem humor. — O papai quer salvar a vida da filinha escondendo as origens maternas dela. De fato, um plano inteligente, levando em consideração que o rei de Hessen nos acusa da morte do primogênito dele.

— Aonde queremos chegar com isso?

— Comece dizendo que Hannelore não é filha de Willian, que ele está fazendo tudo isso apenas para que você, o legitimo herdeiro, não assuma o posto de sucessor do trono. Apenas comente uma vez, de preferência converse com algum dos seus lacaios perto de alguma serva, ela tratará de fazer sozinha o seu trabalho de espalhar os boatos entre as mulheres nobres, que gostam desse tipo de fofoca, logo isso poderá cair na boca do povo. Assim os outros começarão a querer saber sobre a identidade da mãe de Hannelore, e quando tudo chegar aos ouvidos de Willian, ele deverá escolher. Contar a verdade e provocar a fúria do rei de Hessen, ou simplesmente acabar com essa palhaçada de uma vez, o colocando de volta em seu lugar de direito.

— E crer que isso tudo não acabará sobrando para mim?

— Os boatos podem sair de todos os cantos, mas você não estará no castelo para presenciá-los depois que tudo começar. Estará buscando apoio de famílias importantes — ele silenciou por alguns instantes. — E tem a Polônia.

— A Polônia?

— O rei João, vosso antigo cunhado, não possui esposa e nem filhos. Já é um homem velho, logo ele precisará de um sucessor e vós tendes um filho homem, que está sob a tutela dele. Já parou para pensar?

— Não apenas conseguiria o trono de Overath para mim, conseguiria a Polônia para Heiner — Otto disse baixo, como num sussurro, sorriu satisfeito. — Um rei velho, meu filho criança...

— Um frasco de veneno para o rei, seu filho criança, vós o regente durante sua minoridade — Lothario completou orgulhoso. — E você não seria um conquistador, seria apenas um marido que reivindica os direitos da falecida esposa em nome do filho homem que vocês possuem, Jennel era princesa da Polônia e irmã mais nova de João, os direitos dela passaram para os filhos, principalmente o varão.

— É claro, é claro — parou para pensar por alguns instantes. — Não. Tem Alexander, meu cunhado também, ele é casado com uma princesa russa e...

— Ortodoxa. Simplesmente. Helena de Moscou não aceitou mudar sua fé. Acha mesmo que o povo gostará de ter uma rainha pertencente à outra religião? Isso apenas poderá aumentar o apoio para ter seu filho católico no trono polaco. Otto, pense, traga o menino Heiner, invente qualquer coisa. Diga que deseja passar algum tempo com seu garoto, mas apenas o guarde aqui para protegê-lo. Pense que poderá ter dois reinos em suas mãos, vosso sangue correndo em duas dinastias, apenas precisa saber como agir. Quantos anos tem seu filho?

— Fez doze a pouco tempo.

— Ah, perfeito.

— O que está pensando agora?

— Os Brückner. Eles são uma família antiga, tradicional e muito mais muito rica, possuem o titulo de marqueses de Loumburg, são donos de diversos castelos no norte de Overath, fazendas na Alemanha e Áustria, além disso, o marquês é um grande amigo do Sacro Imperador.

— Sim, eu conheço o Marquês Charles Brückner de Loumburg, lutou ao meu lado durante a reconquista de Henstaufen. Homem orgulhoso, mas leal. Não o vejo há meses, desde o enterro do príncipe Conrad.

— Deve saber que o marquês possui dois filhos, Yervant de dezoito e Cecilia de nove.

 — Sim, o menino tem boa aparência, mas é bem tímido, gago e não anda direito. E a menina tem um olhar estranho... As íris parecem tortas...

— De qualquer forma, os Brückner são muito influentes no norte. Não seria interessante consolidar uma aliança com eles e ter o norte ao seu lado? Basta casar Yervant com sua filha Edith, e Heiner com a pequena Cecilia. Acredito que Charles iria ficar muito orgulhoso em ter seu filho como um futuro príncipe consorte de Overath, caso vós venhas a tornar-se rei e Edith uma princesa. E Cecilia seria a futura rainha da Polônia. Que pai recusaria isto, pela Santa?


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Notas finais do capítulo

Eita, eita. Será que Otto vai usar os próprios filhos para seus fins próprios? E Hannelore ficará em uma situação critica agora? Só lendo os próximos para saber, pois nem eu sei HAHAHAHAHA.

Beijos moris do meu coração, até a próxima!