The Bastard Heir escrita por Soo Na Rae, Lady Ravena


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ser princesa não é viver um conto de fadas


Notas iniciais do capítulo

Yoho, Marujos! Aqui é a Meell com mais um capítulo. Sei que está chato esperar pelo quinto capítulo, mas a história precisa de uma introdução mais elaborada. Seguindo o costume: começo feito pela Sofia, final meu. Música escolhida por ela, banner feito por mim. Boa leitura.
Betado pela Kills do Runaway Design.



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Capitulo 04

– Ser princesa não é viver um conto de fadas –

“Em países cultos e com uma noção definida de liberdade, república e monarquia constitucional são tabuletas anunciando uma só mercadoria – Os governos sempre foram compostos, não de homens honestos ou justos, mas de indivíduos capazes de dirigir os povos” – Adão Myszak.

Braveheart Soundtrack- Wallace Courts Murron

Mayen, capital do Reino de Overath, março de 1489.

Dentro do grande labirinto, dois apaixonados corriam. Em um lado, uma bela moça de cumpridos cabelos loiros e vestido azul celeste, sendo que estava também acompanhada por um manto branco, corria em suas gastas sapatilhas e sorrindo. No outro lado, um jovem homem de cachos negros e trajado em roupas típicas e um manto negro, corria atrás da jovem, a diferença é que ele parecia mais perdido do que a moça.

Ambos estavam felizes sob aquele céu estrelado, a donzela corria e passava suas pequenas mãos sob as flores presas nos arbustos do labirinto. Eles evitavam falar alto, pois não poderiam ser flagrados e por isso todo cuidado era pouco, contudo os dois não aguentavam ficar sem se encontrar. Para os apaixonados, cada risco valia a pena. De alguma forma, o destino sempre iria unir eles. Afinal de contas: duas almas gêmeas estão unidas em uma eterna aliança de amor.

O homem começou a diminuir os passos, pois estava ficando cansado e a jovem aproveitando-se da situação, o abraçou de surpresa por trás.

— Desisto, você corre muito — disse o homem, sua respiração estava ofegante.

— Você que é lerdo demais, Willian, como sempre — retrucou a moça também com um sorriso no rosto.

A moça se desvencilhou do corpo do homem e ficou ao seu lado, Willian lhe ofereceu o braço e os dois foram caminhando lentamente até o centro do labirinto, onde ficaram sentados na fonte. Era uma fonte de pedra muito bonita, em seu topo estava construído a estátua de um anjo.

O casal costumava a se encontrar muito naquele local, aproveitavam o tempo para trocarem juras de amor e beijos apaixonados. Tudo sempre durante a noite, o dia era muito arriscado.

— Quando o dia da sua coroação chegar perto, eu ordenarei que façam o vestido mais belo para a senhorita, minha princesa. Será azul e vermelho, repleto de joias preciosas — Willian trouxe as mãos da jovem em direção aos seus lábios e depositou um beijo.

— Eu não me importo com isso. O que me importa é apenas o dia em que serei sua esposa, apenas isto. Meu rei, eu só quero passar meus dias ao seu lado, ser rainha será apenas uma consequência disto — respondeu a moça calmamente.

— Minha querida, eu apenas quero lhe dar tudo do bom e do melhor. Não me impeça disto, por favor.

— Se isto lhe deixa feliz — a loira respirou fundo. — Eu só quero a felicidade daqueles ao meu redor.

— E eu apenas a sua, meu amor. Você é metade da minha alma e de minha vida. Quando você está feliz, eu estou e quando você está triste, eu também estou... Minha princesa, saiba que eu já lhe considero minha esposa e minha rainha — as mãos de Willian foram para o rosto da amada, que fechou os olhos ao sentir o toque das mãos do rei. Willian fechou seus olhos e beijou os lábios da moça, começou como um beijo lento e doce, mas que aos poucos fora se tornando mais profundo e apaixonado.

— Eu só tenho a lhe agradecer, meu rei! Sem você eu seria incompleta, muito obrigada mesmo, você é a minha alma gêmea. Somos um só coração unidos em uma eterna aliança.

º º º

Mayen, capital do Reino de Overath, abril de 1508.

Aquele jovem que outrora já fora visto como um dos mais bonitos príncipes europeus, hoje não estava tão diferente por fora, mas por dentro estava completamente acabado. Como uma abandonada rosa murcha que jamais retornaria de novo a sua cor rubra. No passado era tímido, porém mais sorridente que hoje e como todo jovem: um sonhador. Sabia que um dia seria rei e tinha o perfeito conhecimento de que quando a hora chegasse, ele se casaria com uma princesa distante para manter a paz, no entanto ele jamais pensou que seria um afortunado e conheceria o verdadeiro amor. Geralmente príncipes e princesas não conhecem muito bem tal sentimento, pois todos ou pelo menos a maioria é casado à força. Entretanto ele conheceu esse sentimento e o viveu intensamente, mesmo ele que fosse comprometido à outra, seu coração pertencia apenas a uma pessoa. No final ele apenas não teve seu final feliz e foi obrigado a mandar para longe o fruto de todo o seu “pecado”.

— Pois bem, vá! Pode retornar a seus aposentos — não era exatamente o que o rei gostaria de dizer, mas essas foram às únicas palavras que saíram da sua boca e em seguida ele pode observar no rosto da moça em sua frente um misto de decepção e constrangimento.

— Como queira, Majestade — Sua voz quase não foi ouvida, mas ela fez uma reverência e saiu sem virar as costas para o monarca.

Essa foi à primeira regra que Genova lhe ensinou “jamais pense em virar as costas para seu rei ou rainha antes de estar fora do rincão onde se encontra, pois em Overath isso é considerado uma falta de respeito absoluta, mesmo que o homem seja seu pai, você deve respeito a ele por ser o rei”.

Willian não queria que fosse assim à recepção por parte dele para com a nova princesa, sua filha, mas tudo estava acontecendo rápido demais e ele deveria agir sem delongas antes que algo acabasse com seus planos de impedir que seu irmão subisse ao trono. Isso seria como por todos os anos de luta e conquista dos ancestrais por água abaixo, como um rei ele jamais poderia admitir isso.

Ele esperava ver na menina apenas uma substituta qualquer para suceder ele, contudo quando encarou os olhos verdes da jovem foi como se o seu passado tivesse retornado. Sentiu-se encarando os olhos da sua falecida amada, ambas eram realmente idênticas até na maneira de andar, a maneira de movimentar as mãos como uma criança e fugir o olhar quando estão com vergonha. Por que tinham de ser tão parecidas? Não poderia nem ter os seus olhos azuis acinzentados? Tinha mesmo que possuir aquelas duas esmeraldas? Os céus estavam realmente sendo injustos com ele.

Estava arrependido de não ter a abraçado, chorado e dizer o quanto estava feliz por vê-la. Acontece que um rei não pode demonstrar suas emoções de forma explicita, isso fora o que seu pai, o Rei Leopoldo, que Deus o tenha, lhe ensinou. Mesmo que quisesse fazer isso deveria lembrar-se de que ainda estava em luto, ora essa, seu filho Conrad faleceu há dois meses graças a uma maldita tuberculose. Seu único filho homem foi embora com apenas dezoito anos. Como ele fazia falta naquele lugar. Ele ainda se lembrava das vezes que o mesmo gostava de brincar com as crianças humildes que trabalhavam no castelo, de roubar comida da cozinha antes da hora e as tentativas frustradas em acertar a flecha no alvo, porém Willian adorava pegar em seu ombro e dizer “vá meu filho, você é forte e eu sei que consegue”... Era seu amado garotinho. Também havia a princesinha Gretel, contudo isso é outra história nosso rei nem prefere lembrar, isso o quebraria de vez.

º º º

Os passos ecoavam no corredor, enquanto caminhava apressadamente para seu quarto, na torre. Era de se imaginar que o Rei não quisesse mais nada além de cumprimentá-la e lhe dar as boas-vindas. Não sabia por que havia esperado algo diferente. Ele era seu pai, mas apenas a fizera. Isso não significava que deveria amá-la, muito menos querê-la. Ainda se surpreendia pelo fato dele a ter chamado para o castelo e limpado seu nome de bastarda. Parou de andar quando viu as sombras na parede. Havia alguém perto de sua porta.

Quem iria até lá? Talvez fossem criadas, porém um instinto quase animal em Hannelore floresceu. Havia alguma coisa errada. Escondeu-se atrás da parede, aguçando os ouvidos. A princípio sussurros, que logo se tornaram palavras e as palavras se completavam em frases.

—... até quando? – um suspiro e algo parecido com alguém abafando uma tosse escaparam da pessoa. – Não quero viver deste jeito. É como se eu fosse a sua Madame de entretenimento para quando não estiver planejando como reconquistar o que é seu por direito.

— Calada, quer que alguém nos escute? – o homem resmungou, mas não parecia realmente bravo. Pela sombra Hannelore viu que ele puxou a garota contra si e a beijo, curvando-a para trás, como um príncipe faria. – Você ainda me pertence.

— Ah, meu querido... — a garota o soltou — Infelizmente, você jamais conseguiria me ter. Ninguém consegue segurar a música, ninguém se agarra ao perfume. Mas ele existe e você o quer. Assim sou eu.

— Assim são as mulheres por quem me apaixono — ele a agarrou, porém ela desviou de seu beijo com rapidez, rindo.

— Então há outras?

— Adolescência. Deixei-as para trás quando te conheci.

— Sei... – ela riu baixinho. — E posso saber como um rapaz de dezenove anos se apaixona por uma garotinha de seis?

— Nossa, faz tanto tempo... — ele bufou — Então foi minha juventude.

— Você é um velho ridículo, belo, porém ridículo – a garota riu, porém lhe deu um beijo curto. Ele suspirou, recebendo o beijo com ar sonhador. Hannelore sabia que tinha de sair dali, que não podia se intrometer em um assunto de casal, principalmente caso fosse um amor proibido. Mas por que eles estavam na torre? Lembrou-se do que Dominique dissera: a torre estava abandonada, quase ninguém ia lá. Aquele casal provavelmente se encontrava ali para que ninguém os visse. Poderia ser uma criada e um cavaleiro, ou uma baronesa e um cozinheiro. Porém Hannelore teimava em se aproximar mais para ouvir melhor as vozes. -... ela não vai descobrir, eu prometo.

— Queria acreditar em você, porém você é uma mulher livre, e aprendi a não confiar em mulheres livres. — um calafrio percorreu a espinha de Hannelore quando identificou de quem era a voz. Aquele homem, aquele tom. As sombras e tudo.

— É simples: você faz sua parte, eu faço a minha. E seremos para sempre felizes. Meu pai... Adoraria me casar com alguém como você.

— Não aposte em meu amor. Ele é muito enganador.

– Meu querido, eu sei quando um homem olha para mim com desejo ou com afeição. Mas você me olha como se me quisesse para sempre. Infelizmente, não gosto de ser escrava. – ela o soltou. Hannelore já havia identificado à moça. Principalmente quando jogou os cabelos para trás, só havia uma pessoa que fazia aquilo sem enroscar as madeixas nas orelhas ou nos dedos. — Até mais, meu Rei. — fez uma mesura e riu.

— Minha rainha. — ele também se curvou e a agarrou uma última vez, depositando um beijo ainda mais ousado. Hannelore desviou os olhos das sombras e começou a caminhar o mais rápido que os saltos permitiam. Atravessou a Sala dos Quadros e passou em frente a Biblioteca, desceu as escadas e continuou andando até perceber que não sabia aonde estava indo. Olhou ao redor. Lembrava-se de ter visto aquele local com Wanda e as outras garotas. Por sorte, Genova estava passando por lá, acenou para ela e se juntou a mulher.

— Não sabia que iria se aventurar pelo castelo tão cedo. Pensei que descansaria.

— Sim. Mas preciso perguntar algo a Edith. Queria saber se a Biblioteca tem um livro que eu adoraria ler. – mentiu, logo em seguida sentiu-se péssima por isso. No começo das escadas, avistou Cora, descendo com dignidade cada degrau, com sua postura perfeita e os cabelos esvoaçando.

— Eu vi Edith agora mesmo indo a Biblioteca, junto de Dominique. Por acaso não seria mais fácil encontrá-la lá? Em seu habitat?

— Claro, eu só me perdi um pouco. – encolheu os ombros.

— Sem problemas – Genova sorriu — Suba as escadas, passe pela Sala dos Quadros e vire a primeira direita. A porta da Biblioteca está sempre aberta, vai conseguir ver os livros nela.

— Obrigada. — meneou com a cabeça e começou a caminhar em direção as escadas.

Quando passou ao lado de Cora, a menina mais alta lhe lançou um sorriso gentil e jogou os cabelos para trás. Hannelore sentiu o coração pesar como chumbo no peito. Ainda não conseguia entender o que Cora e Tio Otto estavam falando perto de seu quarto. Mas não queria discriminar Cora ou seu romance com um homem muito mais velho que ela, por isso apenas abaixou a cabeça e subiu as escadas o mais rápido que conseguia, até desaparecer do alcance dos olhos de Cora.

A Biblioteca tinha o silêncio perfeito, por isso foi fácil encontrar Edith, ou melhor, Dominique. A garota baixa e magricela tinha a mania de bater nas bochechas com a ponta dos dedos, algo que poderia parecer apenas um ruído, porém na Biblioteca se tornava um som muito alto desde a entrada. Edith empurrava os óculos de leitura para trás, devorando uma cópia de Lendas de Overath. Dominique estava observando a janela, os cabelos recém trançados no meio das costas, até o começo da cintura. Quando se aproximou, Dominique parou de fazer os barulhos e se virou, os olhos azuis furiosos.

— Conred chegou. — informou, a ninguém em especial, e Edith não se importou com isso, continuou lendo como se nada tivesse acontecido. Talvez já estivesse acostumada com a garota um tanto maluca. – Ah, Lory.

— Lory? – enfim a loura ergueu os seus olhos, e se espantou ao ver Hannelore. – Hanne.

— Não, Lory. — Dominique sentou sobre o batente da janela, sorriu para Hannelore. – Você prefere Lory, certo?

— Normalmente me chamam de Hanne. Mas não me importo se quiser me chamar assim. Eu a chamarei de Nique.

— É muito melhor. Pois Nique é bonito. — Dominique virou o rosto para o vidro. – Lory é uma das formas de escrever Loki, um deus nórdico. E Nique é como se pronuncia Nike, a deusa grega. Eu prefiro assim. – e voltou a olhá-la – Conred acabou de chegar.

— Quem é Conred?

Edith suspirou.

— Conred é um cavaleiro livre, ele está sempre atrás de Torneios. O Rei Willian dará uma festa em sua homenagem daqui uma semana, por isso Conred e outros cavaleiros estão vindo se inscrever para as rixas.

Hannelore não sabia sobre o Torneio, mas sentiu uma animação se apoderar de seu corpo. Uma festa? Em sua homenagem? Isso parecia muito divertido! Dominique a estudou com seus olhos soturnos, tão misteriosos e claros que Hannelore sentiu vontade de compreender o que a garota pensava, em vão. Edith fechou seu livro com cuidado e o colocou sobre as pernas. Arrumou os óculos e os cabelos loiros foram colocados para trás da orelha. Ambas eram muito parecidas, não em aparência, mas mantinham o silêncio e tinham uma mente indecifrável. Dominique e sua infantilidade talvez fossem apenas uma forma de mascarar a astúcia genuína e uma observação detalhada. Talvez o ar sério e responsável de Edith não fosse mais que um modo de se auto proteger dos deveres e dos problemas. Hannelore queria conhecer mais delas, queria ter certeza sobre o que elas eram e se poderia confiar nelas. O episódio com Cora lhe despertou seu instinto desconfiado que costumava usar com a família dos duques.

— Edith, sua família não está no castelo? Digo, sua mãe.

— Minha mãe está em viagem pela Polônia, com meus irmãos menores, Emma e Heiner. — Edith sorriu – Ela provavelmente conseguirá um noivo para minha irmã, ou a colocará em um convento. Mamãe é uma mulher com fortes convicções e nos ensinou exatamente como andar no caminho dos céus. Aposto que, caso não queira me casar com alguém, ela permitirá que eu me torne freira.

— Isso não a incomoda?

— Deveria? A Igreja é uma das instituições mais ricas, jamais passaria fome. Além disso, pregar a palavra de Deus para as almas pecadoras é tudo o que os homens deveriam se importar na Terra, não? Minha mãe e eu líamos a Bíblia todos os dias, de tarde. Às vezes meu pai vinha, também. — Edith sorriu — Você poderia ter sido minha amiga de infância. Afinal somos primas.

— Primas?

— Sim. — Edith ergueu os olhos — Meu pai é seu tio. Otto, você o conhece. Admito que não puxei a ele, mas sou muito parecida com mamãe. — seus olhos brilhavam – Ela está grávida novamente e seu humor sempre melhora quando está grávida. Os padres dizem que será outro menino.

Hannelore sentiu o estômago torcer em um nó. Otto era pai de Edith, como havia esquecido? De repente a cena de nas sombras de Cora e Otto beijando-se lhe atingiu a mente. Não era possível... Realmente não era possível! Edith falava sobre seus outros familiares e sobre os irmãos, porém nada disso alcançava os ouvidos de Hanne. Sentiu-se desfalecer. O que estava fazendo ainda ali? A traição do pai de Edith lhe vinha o tempo todo na mente, e vê-la falando sobre a família e sobre os valores da fé e da Igreja... Seu coração se comprimiu. Antes que notasse, as mãos pequenas e frias de Dominique a seguraram pelos braços.

— Lory está trêmula. — disse — Vamos levá-la para o quarto. Talvez não esteja agasalhada o suficiente.

Edith olhou para ela e ruborizou.

— Me perdoe, Vossa Alteza, não notei...

Hannelore não conseguiu respondê-la, apenas se deixou ser levada pelas escadas, torre acima. Edith e Dominique a levaram em segurança até a cama, a cobriram com cobertas quentes e se ofereceram para permanecer ali. Dominique sentou próxima a escrivaninha, encarando uma vela bruxuleante. Edith arrastou uma cadeira para perto da cama e abriu o livro. Hannelore virou de costas para ambas, entre as cobertas. O calor não lhe trazia consolo. Sentiu as lágrimas começando a brotar, enquanto repassava tudo que sabia e tudo o que aquilo significava para Edith. Se contasse, a machucaria. Se não contasse, a machucaria do mesmo jeito. Porém Edith e Cora poderiam brigar e Otto... Não queria ter seu tio contra ela. Não queria uma briga na família. Antes que conseguisse conter, soluçou. As lágrimas rolaram quentes e gordas pelas bochechas, até mancharem os lençóis. Reprimiu os gemidos e os ruídos, enquanto afundava a cabeça contra o travesseiro. Queria ficar sozinha, queria não saber de nada. Maldita a hora em que foi para a torre! Maldita pergunta sobre a família de Edith!

— Olhe – Dominique exclamou, quase sussurrando, inclinando-se sobre a escrivaninha, olhando pela janela. Parecia um gato naquela posição, as sombras que a vela jogava contra seu corpo a deixavam ainda menor e mais frágil. Quase fantasmagórica. — Príncipe Eduardo. O Rei de Aragão e... Rainha Isabel.

Edith ergueu os olhos das páginas de seu livro de lendas urbanas.

— O Príncipe deveria chegar apenas no Torneio. — disse e de repente se enrijeceu. – Não pode ser. Será que...?

— Sim. – Dominique virou-se e se sentou sobre a escrivaninha, as pernas cruzadas não tocavam o chão por vinte centímetros de diferença. — Vieram pegar a Lory.


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Notas finais do capítulo

Só alguns detalhes: os capítulos ímpares serão feitos pela Sofia e terão a história principal, da Hannelore. Os capítulos pares terão histórias secundárias, feitas por mim, sobre os criados, as damas e às vezes os selecionados. Não se preocupem, iremos narrar no ponto de vista dos personagens enviados, em 3ª pessoa. Espero que tenham gostado.
ENQUETE
Qual aia você mais gostou?
1) Wanda
2) Edith
3) Dominique
4) Cora
A mais votada terá um capítulo extra feito por mim para explicar sua história de vida, sua personalidade e quem sabe agarrar um dos selecionados (sim, a Meell adora isso!).