The Bastard Heir escrita por Soo Na Rae, Lady Ravena


Capítulo 17
Capitulo Extra - Réquiem.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Sei que estou sumida por aqui, mas explico:
Semana retrasada = semana de prova.
Semana passada = provas de recuperação
Essa semana = Fazendo este capitulo!

Entenderam! Enfim, desculpa por está sumida e agradeço a Meell por está cuidando da história. Eu selecionei cada música a dedo, espero que possam ouvir.

Ah! Gostaria de informar que o antigo site, fora excluído. O Wix é muito complicado e cheio de frescura! Prefiro algo mais prático, por isso este aqui é o novo site da história:

http://thebastardheir.blogspot.com.br/
http://thebastardheir.blogspot.com.br/2015/07/kaiserburg_6.html

Ele está de uma maneira mais personalizada em todas as matérias. Temos uma matéria nova: Fotos do Castelo. Em breve teremos sobre os selecionados de vocês, que eu já comecei a preparar. É algo simples, dizendo mais a personalidade deles, nome, de onde são... Por aí, mas acho que já esta de bom tamanho.

Queria agradecer também a Naty Rodrigues pela linda recomendação. Muito obrigada! É altamente glorioso para um escritor sentir que seu trabalho é reconhecido.

Esse talvez seja um capitulo muito feliz....



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Capitulo Extra.

Réquiem

“Ó amigo! Não busques o jardim distante, pois em ti mesmo há um jardim florido.” - Kabir.

Emotional Music - The Immortal Land

Mayen, Overath, 3 de fevereiro de 1508.

Seu olhar estava maravilhado ao admirar aquela vista, a aurora estava bela e tudo parecia conspirar para o melhor acontecer. Conrad encarava a deslumbrante paisagem de seus aposentos com a harmonia deleitando-se em sua alma. Magnólias, jasmins, rosas e margaridas cercavam e preenchiam os jardins do Kaiserburg, espalhando seu frescor e elevando o espírito adormecido e sobrecarregado com a angústia. O príncipe e a natureza possuíam uma ligação especial, Conrad sempre encontrou nela uma relativa paz interior.

Conrad ainda estava trajado com suas vestes brancas de dormir, desde criança sempre gostou de acordar cedo para admirar o amanhecer de Overath. Um céu belo e que exalava um ar de mistérios, em um lindo dia onde o sol espalhava seu frescor, poderia ocorrer da chuva surgir inesperadamente.

Logo os criados bateriam em sua porta e preparariam seu banho, as melhores roupas e unguentos eram necessários no dia de hoje. Conrad precisava estar com boa aparência, pois faria um importante pedido a seu pai e o mesmo precisava lhe dar a permissão, afinal tratava-se da felicidade de seu único filho. Único filho... Conrad suspirou, sentia saudades de Grethel. Ele tinha apenas onze anos quando sua irmãzinha pereceu. Era uma princesa, no entanto não tão princesa. Grethel era uma verdadeira pestinha, houve um dia em que a pequena por brincadeira deu um chute na canela de tio Otto. Seu pai riu muito da situação, obviamente não perto do irmão.

Uma perda é sempre algo traumático, mas a dor da perda de um filho é verdadeiramente devastadora. Conrad admirava a força de seu pai em ter superado, ou melhor, fingir ter superado, pois apesar da expressão séria, o coração do rei era uma verdadeira amálgama de emoções que não conseguem se misturar e quando isso ocorre é um verdadeiro desastre sem meio termo, ou seu astral desaba completamente ou sobe de uma maneira surpreendente. No dia do cortejo fúnebre de Grethel, Conrad lembra-se de quando seus pais estavam olhando o corpo da filinha de seis anos coberto por uma mortalha. Era algo triste demais, um pai e uma mãe não merecem ver o filho morrer antes deles.

Conrad saiu de perto da janela e caminhou em direção a sua estante de livros. Retirou um livro vermelho, mas o livro não importava muito, o que importava era o pequeno papel que havia dentro dele. Um papel amarelado e velho, contudo era o único que tinha no dia em que ele escreveu o que nele continha.

No teu olhar cintilante, encontro a harmonia que me faltava.

Vós sois aquela luz que chegou devagarinho e preencheu meu coração em seus momentos mais obscuros.

Em um vasto campo florido, tu és a rosa mais bela e perfumada.

Quando nossos olhares se cruzam, vejo que uma criança tem mais juízo que eu.

Meu rico tesouro tende piedade de mim, pois por vosso encanto me sinto possuído.

Será que sua deusa das mil e uma noites gostaria dele? Semana passada Conrad ficou uma tarde trancado em seu quarto, apenas preparando esse singelo versinho. Precisou ler alguns versos do trovador francês Bertrand de Ventadorn para buscar uma base. Não sabia se ela iria gostar e muito menos ler, por isso não entregou, mas hoje daria seu presente a ela de qualquer jeito, nem que precisasse pedir a uma das crianças para entregar. Talvez Daphne. Wanda gostava muito da pequena Daphne, do jeito genioso e ao mesmo tempo sincero da jovem criada. Entretanto o príncipe precisava fazer aquilo sozinho e isso tudo só o fez pensar:

Realmente, uma criança consegue ter mais juízo do que eu.

Hoje, desde que a alvorada se anunciou convidativa para momentos alegres, Conrad percebeu que havia chegado a hora. Finalmente decidira pedir Wanda em casamento. Nada poderia impedir sua união com uma mulher que ele gostava verdadeiramente, pois no momento ele não estava prometido a nenhuma outra, tinha que ser sua amada. Eles se conheciam desde sempre e Conrad não conseguia enxergar outra mulher para ocupar o lugar de sua esposa e futura rainha. Precisava ser sua deusa das mil e uma noites.

As horas se passaram. O príncipe que já estava com uma camisa branca de linho e manga cumprida, trajou um longo casaco azul cobalto de tecido grosso, não tinha mangas bufantes, pois ele detestava isso e após o calção negro, calçou seu par de botas prediletas. Quem o visse, imaginaria um simples cortesão, não um príncipe. Herdeiro de um trono. Acontece que Conrad simplesmente odiava roupas chamativas e recusava-se com todas as forças a usar a ousada moda francesa ou borgonhesa. Apenas vestia essas roupas mais pomposas em casos de eventos festivos ou quando faria parte de alguma pintura, mas esse não era o caso.

Enquanto ajeitava os botões de seu casaco, Conrad necessitou parar no terceiro botão, pois uma repentina vontade de tossir tomou conta do seu corpo, mas parece ter sido algo ligeiro. Talvez fosse o frio costumeiro de Overath, contudo o príncipe já estava sentindo isso havia mais de uma semana.

— Vossa Alteza, seu pai está em uma reunião muito importante com os oficiais do país, mas logo poderá atendê-lo — disse um servo, era uma criança e pelo o que Conrad lembrava, seu nome era Bernadh. O pobre menino não ousava erguer a cabeça perante seu príncipe e Conrad percebeu isso através do reflexo de seu espelho. De alguma forma, o príncipe se incomodava muito com aquilo.

— Está bem, suponho que seja sobre o tal ataque da colina. Obrigada por avisar, Bernadh.

Quando caminhou rumo a fora de seus aposentos, Conrad parou os passos e olhou para o menino que ainda se encontrava de cabeça baixa. O príncipe bufou:

— Psiu — o príncipe chamou a atenção da criança que virou lentamente sua cabeça para ele. — Aconteceu alguma coisa?

— Não, meu senhor.

— Algum ente morreu?

— Não, Alteza — respondeu a criança, começando a ficar constrangida. O que será que havia feito de errado? Conrad aproximou-se de Bernadh e bagunçou seus cabelos, como um irmão mais velho faria com seu caçula.

— Então erga essa cabeça, minha criança. Existe uma diferença muito grande em demonstrar respeito perante o nobre e agir como um ser submisso e inferior. Essa última é uma altitude repulsiva.

— Eu não sou superior ao senhor, Alteza. Como posso superior a um príncipe sendo um mero criado?

— Bernadh, meu rapaz, Deus não fez nenhum ser humano superior a ninguém. Todos nasceram de um ventre materno e precisam das mesmas necessidades para sobreviver. Acredito apenas que algumas pessoas possuem a sorte de nascerem em boas famílias, mas isso não significa que sejamos superiores as outras pessoas. Conheço muitos de minha estirpe que não mereciam ser chamados de nobres, assim como conheço muitos de tua classe que mereciam serem imperadores.

— Eu não mereceria. O que posso fazer Vossa Alteza? Não sei ler e escrever, nasci para obedecer e servir. Apenas isto. Não sei usar uma espada e muito menos sei sobreviverei muito tempo para constituir família.

Bernadh estava certo, muitos da classe dele morrem ainda na casa dos trinta. Às vezes por doenças ou fome, isso entristecia o coração do príncipe. Ele cresceu cercado de luxo, enquanto muitos nem um teto para viver possuem. Conrad então se agachou ficando de frente para a criança, não se importava muito com o fato do chão ainda encontrar-se empoeirado e sua roupa limpa poder ficar manchada.

— Bernadh, você é uma criança, o futuro. Jamais aja como se fosse um parasita transitando neste mundo Todos nós temos um propósito de vida! Nem todas as flores desabrocham ao mesmo tempo, algumas descobrem o vasto campo que as cercam primeiro, mas as outras ainda precisam de paciência para descobrir o quão são especiais e podem fazer a diferença em um jardim. Entende?

Bernadh ficou calado e por um instante tentou captar as palavras do príncipe. Queria pedir ajuda, mas o mesmo já havia saído de seus aposentos. Conrad era um rapaz especial, é o tipo de pessoa que sempre tentava espalhar alegria por onde quer que passe. Seria um ótimo rei um dia, Bernadh ficaria muito feliz em ter um soberano como o príncipe Conrad. Ele era o herdeiro do trono e sem dúvida um protegido do Senhor, seu reinado seria repleto de prosperidade.

Conrad apressou-se ao longo do corredor e seus pensamentos estavam concentrados apenas no gabinete do rei. Ao longo de seu caminhar, observou as pinturas e iluminuras que se perfilavam no corredor. A que mais chamava sua atenção era a longa tapeçaria, era azul escura e funcionava como uma espécie de árvore genealógica. Todos os membros soberanos da dinastia Von Strauber estavam presentes, no momento ele estava lá apenas como um príncipe abaixo de seus pais, mas logo seu rosto seria costurado com uma coroa representando sua nova posição e ao seu lado estaria sua rainha, sua deusa das mil e uma noites.

Mal reparou nos criados e nos guardas, que passando pelo corredor inclinavam a cabeça para ele. Conrad ficou encostado em uma das colunas do corredor, outra vez a repentina tosse apareceu e o príncipe novamente ignorou, pensando se tratar apenas do frio. Encarava a porta de madeira avermelhada da sala de reuniões apenas esperando o momento de entrar.

— Alteza, o que faz aqui parado? — Conrad reconheceu a voz do ministro e sorriu quando viu seu talvez futuro sogro.

— Senhor Hauser, não deveria estar acompanhando a reunião de meu pai?

— Deveria sim, mas Willian — o loiro pigarreou para disfarçar a informalidade. — Vossa Majestade sabe que há muito tempo já não tenho interesse por assuntos militares, eu creio que isso é algo que deve ser discutido entre ele e o comandante.

— Tio Hart — era assim que o príncipe chamava Hartwig desde criança — não são necessárias tais formalidades aqui fora. O senhor e meu pai são melhores amigos desde a juventude, chame-o assim apenas quando realmente necessário.

— Eu sei meu rapaz, porém eu estou tão acostumado com essa formalidade que nem me importo mais. Acredite, eu conheço todos os apelidos no qual seu pai já foi chamado. Se eu mencionar algum... — o ministro passou o dedo pelo pescoço e Conrad entendeu muito bem o que ele quis dizer.

— Realmente, papai não gosta de falar passado dele. Por quê? — perguntou o príncipe com os olhos azuis acinzentados irradiando certa curiosidade.

— Simples! Willian fazia muita besteira, mas isso é o que ele acha. Pois para mim, ele simplesmente agia como um jovem da idade dele. Queria se divertir, namorar, brincar... Sonhar. Para ser sincero depois que a regência de sua avó, a rainha Beatriz, encerrou-se foi quando Willian passou a ser um pouco mais sério — Hart aproximou mais seu rosto e sussurrou - Já lhe contei da história de quando ele foi pela primeira vez na taverna do anão?

— Papai naquele antro de perdição? Por Nossa Senhora, isso é sério? — o rapaz demonstrou em seu rosto um misto de perplexidade e interesse pela história.

— Seu pai, o rei, sim senhor. Na época, eu era um oficial do exercito e disse para Willian que estava acontecendo um problema sério no sul e que deveria me acompanhar até o lugar urgentemente. Willian foi comigo e quando chegamos...

— Eu queria ter visto a reação dele.

— Simples, imagine um homem educado e religioso chegar a uma espelunca daquelas, com mulheres usando um decote ousado e se insinuando a todo o momento para você. Resistiria?

— Prefiro não comentar isso — Conrad ficou um pouco corado com a conversa.

Os dois riram no final das contas. Conrad hesitou em perguntar o que havia acontecido depois, mas resolveu respeitar a privacidade da adolescência de seu pai. Aproveitando-se da presença de Hart na ocasião, Conrad resolveu contar o real motivo de estar esperando seu pai para uma reunião. Então o príncipe fez uma postura séria e pigarreou antes de começar a falar:

— Senhor Hart, o senhor sabe perfeitamente do respeito que eu tenho pela sua filha, a senhorita Wanda. Uma moça digna e honrada. Desejo muito de todo meu coração, ter sua filha como minha companheira e futura rainha.

Conrad era um nobre, desde pequeno é treinado para não se intimidar em importantes ocasiões. Entretanto, ele esperava por parte do ministro, um ataque de fúria ou o típico ciúme paterno, mas recebeu um sorriso alegre e em seguida um abraço.

— Meu jovem, eu sabia que um dia isso iria acontecer. Alteza, o senhor e minha filha são grandes amigos desde crianças. Seria uma honra para eu ter você como futuro genro, além disso, eu só quero a felicidade da minha única menina.

Seu coração ficou alvoroçado por sentimentos alegres e próprios de um jovem de dezessete anos. O pai de sua amada já o aceitava como genro, faltava apenas à benção de seu pai para sua vida começar a navegar em um oceano repleto de felicidade sem fim. Antes que pudesse pronunciar suas palavras de agradecimento ao ministro, foram saindo aos poucos os importantes nobres overatianos da sala de reuniões. Todos que passavam faziam uma reverência a seu príncipe antes de partirem, seu tio Otto também estava presente, mas seguiu o mesmo gesto dos outros homens antes de partir também e sumir ao dobrar o corredor.

— Alteza, me conte depois. Os meus pensamentos lhe acompanham para transmitir a você sorte, mesmo que eu não esteja fisicamente do seu lado. Mas fique calmo, tenho certeza que o rei permitirá.

Conrad assentiu, respirou fundo e deu os primeiros passos de um futuro incerto. Nunca precisou temer antes de pedir algo de seu pai, pois o mesmo sempre lhe dera tudo e ainda mais, mas Conrad tinha um coração humilde demais para se importar com tantos luxos.

Mais uma vez a vontade de tossir apareceu, todavia Conrad foi mais forte e fez o máximo para resistir. Pôs a mão em sua boca e respirou fundo, contudo tosses abafadas saíram. Entretanto, foi rápido e o príncipe logo entrou e fechou a porta do gabinete.

O rei estava sentado em sua típica cadeira, parecia escrever algumas cartas. Talvez para sua prima, Maria, Infanta de Espanha e Rainha Consorte de Portugal. Conrad sabia que se tratava da prima predileta do pai, além disso, manter essa fraterna amizade era algo importantíssimo no momento, pois Portugal vivia um período de riquezas em consequência das descobertas de terras que iam além do mar.

O rei parou o que estava fazendo e encarou seu filho.

— Majestade — Conrad fez uma reverência e sentou-se em uma das cadeiras acolchoadas. Se não fossem pelos cabelos castanhos de Conrad, o rei enxergaria em seu filho uma perfeita cópia sua.

Willian, um rei e diplomata treinado para esconder suas emoções em determinadas situações, esquecia-se completamente do seu status de soberano quando via seu filho. Era impossível Willian disfarçar sua alegria ao ficar perto de seu único menino.

— Meu filho, eu soube que deseja falar comigo desde ontem. Perdão, mas estava ocupado demais em consequência do planejamento sobre a campanha militar na colina — disse Willian com um sorriso carinhoso estampado no rosto.

— Não é necessário pedir perdão, meu pai, entendo seus compromissos. Espero um dia poder fazer o meu dever tão bem como o senhor faz.

— E fará, tenho certeza! — afirmou o rei. Conrad se sentia muito bem quando notava que estava sempre rodeado de pessoas que gostavam e confiavam nele.

— Pai, o pedido que necessito fazer ao senhor é de extrema importância. Algo que envolve a minha felicidade e peço que pense nele com afeto, pois isso é muito importante para mim.

Willian mudou drasticamente seu aspecto sorridente, para uma postura mais séria perante aquele diálogo.

— O que deseja pedir de tão importante? — perguntou o soberano. Conrad se remexeu um pouco na cadeira e se apedrejou profundamente em não ter ensaiado o que diria naquele momento. Resolveu então deixar-se levar pelos sentimentos de um jovem apaixonado e o príncipe estava certo de seu amor.

— Majestade, eu tenho o conhecimento de que príncipes como eu devem se casar com mulheres de alta nobreza, ou pelo menos de famílias proeminentes que carreguem um nome forte. Sei que desde minha infância, o senhor e minha mãe, cogitam uma aliança matrimonial entre mim e a filha do nobre Rei da Dinamarca, no entanto há anos a família real não dá uma noticia clara do acordo.

— Conrad, meu filho, aonde deseja chegar?

— Eu já fiz a escolha da mulher que desejo para ser minha futura rainha consorte. Filha única do seu primeiro ministro e herdeira da rica família Hauser, a segunda mais proeminente deste país.

— A senhorita Wanda? Minha afilhada e filha de meu grande amigo? Deseja casar-se com ela?

— Mais do que tudo, meu pai. A senhorita Hauser é a dama que amo e com que desejo passar o resto de minha vida. Acredite, ela sente o mesmo por mim, por isso estou aqui. Quero pedir sua permissão para me casar com ela!

— Bem, eu sempre tive o conhecimento da grande amizade entre vocês, mas talvez meus olhos não tenham captado bem que tudo ia além de uma amizade. Meu rapaz, eu quero apenas a sua felicidade. Príncipe Conrad Heinrich Von Strauber, você tem conhecimento de que como herdeiro do trono, é um menino muito disputável entre as casas reais deste continente. Já vieram aqui embaixadores da Dinamarca, Inglaterra e do Grão Ducado da Lituânia. Todos em nome de seus reis, para oferecer a filha em casamento a você. Ultimamente tenho até pensado em casa-lo com a Princesa Teresa de...

— O senhor sempre disse que analisaria os pedidos, porém nunca os levou adiante. Isso deve ser uma obra divina! O destino deseja que eu fique com a mulher de minha escolha.

— Meu rapaz, você sabe que...

— Pai! — Conrad não desejava ter que usar o exemplo que estava para dar, mas se quisesse que seu desejo fosse concedido, teria que ser insistente — Eu tenho a certeza, de que Vossa Majestade não deseje que seu único herdeiro legítimo tenha um casamento... infeliz, como o que ele teve.

O príncipe tinha conhecimento de que o casamento de seus pais fora puramente uma união diplomática que não funcionou. Sua mãe, a Rainha Regina — aquela que chamam de louca — era princesa de Hessen e o casamento dela com seu pai, foi uma esperança dos dois inimigos históricos finalmente selarem a paz. Algo que não ocorreu.

— Meu casamento com Regina é uma situação diferente e...

— Não minta. Sei existo apenas, por que o senhor e minha falecida mãe tinham que cumprir os deveres matrimoniais, mas sei que Vossa Majestade a tratava bem, todavia não a amava como esposa. Isso é do conhecimento de todos. Meu pai, não é meu objetivo ferir seus sentimentos, contudo não fira os meus.

Em nenhum momento o herdeiro do trono levantou sua voz para uma tonalidade raivosa, fora sério e ao mesmo tempo atencioso a todo o instante. Willian por um lado ficou orgulhoso da força de vontade do seu filho, mas também ficou ressentido pelo fato do seu príncipe ter na memória, pais que fingiam se amar.

Alguns minutos de silêncio começaram a reinar naquele gabinete, Conrad começava a ficar impaciente com a lerdeza de seu pai em decidir logo o seu destino. Willian levantou-se de sua cadeira, que era mais alta do que a do filho e Conrad seguiu o mesmo gesto, mas ficou parado de postura ereta e seguindo seu pai com o olhar.

O rei caminhou, não até seu filho e sim até uma mesa que continha um conjunto de pinturas. Eram quadros com pinturas de Willian em sua infância, juventude e após isso, pinturas de Conrad e Grethel. Conrad estava certo, o rei ainda não superou a morte da filha. Mas que tipo de pai supera a morte de um filho?

— Meu príncipe, venha aqui — Willian pediu gentilmente e estendeu suas mãos para o filho.

— Qual sua decisão, Majestade? Apenas seguirei a suas ordens.

— Conrad, eu pensei não como um rei, mas como um pai. Minha ordem é que você, meu amado príncipe, seja feliz. Se for com a senhorita Hauser que você encontra sua felicidade, que assim seja. Tens minha benção, meu filho.

Os olhos do príncipe cintilaram de felicidade. Conrad soltou as mãos do pai e o abraçou como se fosse uma criança agradecendo a um incrível presente. Willian aceitou o gesto com todo carinho que sentia pelo seu único herdeiro.

— Muito obrigado, papai, muito obrigado mesmo. Como eu sou abençoado, ficarei unido da mulher que amo!

Willian sentiu uma leve sensação de dejavu e tristeza, pois enxergou em Conrad, os mesmos sentimentos que tomaram conta de seu coração há anos atrás. O soberano recordou-se de quando suplicou aos céus para se casar com sua verdadeira amada, mas não seu pedido não foi atendido e ele teve que se conformar com um casamento infeliz. Realmente. Conrad não estava errado quando disse que só existia, por que seus pais tinham que cumprir os deveres matrimoniais de gerar filhos.

— Meu querido filho, ouça-me com atenção, eu lhe amo muito. Entre eu e tua mãe, pode não haver existido o que chamam de “amor verdadeiro”, mas eu sou eternamente grato por ela ter me dado um herdeiro saudável, robusto e gentil como você. Conrad, você nunca me trouxe angústia. Por isso minha única preocupação é um dia te perder. Sinto muito em não ser tão presente em sua vida, como eu gostaria de ser. É desta maneira triste que tratam os reis, sempre vivemos distantes de nossas crianças. Quando sua irmã pereceu, só vim ter conhecimento de sua morte no outro dia quando já rezavam pela alma dela... — Willian parou de falar, abraçado com seu filho, o mesmo apenas se permitiu um momento para fazer algo considerado vergonhoso para um monarca... Chorar na presença de alguém.

— Pai, eu também lhe amo muito. Tenho orgulho de ser seu filho, eu prometo que jamais lhe trarei insatisfação. Em breve verá seus netos alegrando este castelo e farei o possível para que finalmente tenhamos a tão almejada paz com Hessen.

— Você é um menino de ouro, Conrad. Ainda por cima, é tudo o que eu tenho nesta vida. Preciso agradecer ao Senhor por ter me enviado um filho como você.

Um romance é como um arco de violino, a caixa que produz os sons é a alma do leitor. — Stendhal.

The Cider House Rules

Conrad e Wanda estão cercados de plantas exóticas e belas que enfeitam o labirinto do jardim. O ambiente transpira paixão. A jovem encontrava-se sentada entre as pernas do rapaz, que a abraçava por trás lhe depositando vários beijos em caricias, contudo nada muito ousado, todavia ar está vermelho, quente e os rostos se colaram a um apaixonante beijo.

— Não acredito, ele permitiu mesmo!

— Sim, ele aceitou. Já comece então a preparar seu vestido de noiva, minha futura rainha — disse o príncipe com uma felicidade que apenas vendo.

— Isso é tão bom, não precisamos mais estar nos encontrando escondido dos outros. Agora somos noivos oficiais! — Wanda não resistiu em selar outro beijo em Conrad.

— Não quero um casamento discreto na capela deste castelo, meu desejo é um evento grandioso na catedral Königin des Himmels. Tudo azul e branco. Será algo inesquecível e divino e o povo poderá conhecer a sua nova princesa e... — Conrad em um impulso precisou afastar Wanda de si e levantou-se rapidamente, novamente a tosse lhe atacava, porém estava mais forte chegando a doer-lhe os pulmões.

— Conrad, está bem?

Uma, duas, três... Finalmente depois de uma profunda respiração, o príncipe com as mãos trêmulas, sentiu a tosse desvanecer-se.

— Meu amor, você está bem? Está frio, pálido. Essa não é a primeira vez que tem ataques como este — o rosto de Wanda exalava susto e medo, certa preocupação também se notava.

— Ora, essa! Estou bem. É o frio, o sol em Overath é apenas aparência, pois seu calor não funciona muito bem.

— Não sei, lembro que ontem você também não parecia bem. Conrad, eu lhe conheço bem! Está disfarçando, tentando aguentar essas tosses para não admitir que esta ficando doente.

— Wanda, por favor, olhe para mim! — Conrad virou-se de frente para a amada. — Estou intacto e de pé. Lembra-se da semana passada, quando lhe dei coragem para voar... Minha saúde é de boa. Confie em mim!

— Irei falar com Exal, o meistre. Pedirei que ele lhe passe um xarope, talvez assim essa tosse passe logo.

— Não precisa...

— Conrad Heinrich, eu vou fazer isso e pronto!

Wanda estava certa. Não era a primeira, nem segunda, nem terceira vez que o príncipe herdeiro tinha esses ataques com fracas e às vezes fortes tosses, o mesmo encontra-se assim desde a semana passada, mas teimoso como era, sempre tentava disfarçar ou esconder que estava ficando doente. Inicialmente a noiva acreditava, porém agora era inevitável o fato de que precisava ser atenciosa com seu noivo nesse momento.

Aquele dia foi rápido e feliz para o príncipe, seu oceano de felicidades ocorria da maneira que ele planejara. Wanda não mentiu quando disse que procuraria o meistre, mas não mencionou que ela mesma viria bater em seu quarto para lhe entregar o remédio.

— O que uma senhorita comprometida faz fora da cama a esta hora da noite? — perguntou o rapaz risonho.

— Pare de brincadeira e me deixe logo entrar — disse a moça um pouco impaciente e o príncipe cedeu passagem a ela.

— Olhe só como estou bem. Não entendo o porquê dessa preocupação.

— Conrad não brinque, trouxe o remédio e sem brincadeiras.

O rapaz sentou-se em sua cama e Wanda lhe entregou um pequeno frasco contendo um liquido transparente.

— Estou preocupada, Exal disse que esse era o último.

— Não é o bastante?

— Não sei, meu medo é que não funcione, pois esses antídotos levam dias para serem feitos. Exal não gosta de falar muito sobre isso por causa de Lothario, tem medo de ser acusado de herege.

Conrad odiava Lothario profundamente, pois aquele homem não era apenas o chefe da igreja overatiana, como também um homem poderoso e de intelecto que não pode ser subestimado. Lothario Blomberg tinha a audácia de dirigir-se ao rei como se fosse seu igual e isso espantava o príncipe.

— Será que isto funciona mesmo? — perguntou o jovem.

— Vamos ver o que o tempo nos dirá.

O príncipe deitou-se em sua cama e Wanda ficou sentada em uma poltrona qualquer, antes que pudesse tomar a palavra, ela viu um papelzinho jogado na mesa. A curiosidade não lhe permitiu ignorar aquilo e a moça lentamente fora lendo o que estava escrito ali.

— Esqueci-me de lhe entregar isso mais cedo... — falou o jovem, um nervosismo alastrou-se pela sua alma. Será que ela havia gostado?

— Conrad, isso é para mim? — perguntou a moça. Ele ergueu-se e caminhou em direção à cama do jovem, onde se sentou na beirada.

— Gostou?

— Meu amor, é lindo! Tão romântico — ela aproximou-se dele e lhe deu um beijo na testa. — Muito obrigada! Nunca havia lido algo tão bonito e é apenas meu.

— Eu devia ter-lhe entregado isso no jardim, o clima seria melhor.

— E por acaso este não é? — perguntou Wanda com certa malicia, mas acabou rindo no final das contas.

— Neste meu estado não é nada romântico.

— Conrad, definitivamente, você é dramático demais! — ela deu-lhe um tapa na testa com o papel do verso, por fim deitou-se em seu peito e permitiu a suas mãos caminharem pelo tórax do rapaz. Conrad gentilmente segurou a mão da mesma e assim eles permaneceram. — Por que não disse antes que estava doente?

— Wanda, eu peço que fique calma. Isso não é nada, além disso, não gosto de trazer preocupações. Você conhece bem o rei, com tantas preocupações, um simples mal estar de minha parte o deixaria fora de si.

— Meu amor, o problema é que...

— Eu sei, eu sei... Wanda, eu prometi ao papai que jamais lhe traria desgosto, que em breve seus netos estariam alegrando este castelo... — Conrad suspirou, ele estava com medo, porém não admitia — tenho certeza que logo estarei em perfeito estado e aí poderemos organizar os preparativos de nosso matrimônio.

— Estou confiando em você, por favor, não me desaponte. — ela disse e assim, o moço deu um beijo na testa da amada.

— Eu prometo, não vou te desapontar. Wanda, meu amor, você nasceu para ser uma rainha e assim será.

O amor puro e inocente, como sempre belo, mas possuidor de um destino incerto.

Não tardou para a mulher apaixonada deleitar-se em seu respectivo mundo dos sonhos. Wanda dormia profundamente, mas Conrad ainda estava inquietado. Não conseguia dormir, pois uma forte dor em seus pulmões lhe atacavam. O príncipe para não acordar a amada, tirou o braço da mesma de cima dele e saiu devagar de sua cama. Ao ficar em um local afastado de sua cama, Conrad tossiu abafadamente. Prendia com toda as suas forças, suas mãos a boca, contudo tudo parecia estar indo de mal a pior.

Antes que pudesse gritar por ajuda, a maldita tosse não lhe permitia sequer pronunciar alguma palavra corretamente. Quando se deu por conta, pingos de sangue já escorriam pelos seus lábios e sem força para suportar, o príncipe desmaiou no chão frio. O barulho de sua queda despertou Wanda subitamente e o rosto sonolento da moça, transformou-se rapidamente em um misto de horror e pânico.

“Ninguém nunca sabe quando aquele 'até logo' poderá ser, na verdade, um adeus.” – Augusto Branco.

Arthur's Farewell

— Não é algo muito agradável passar seu aniversário de dezoito anos deitado — disse Conrad com uma voz rouca e um pouco fraca, ele estava deitado em sua cama, seus olhos encaravam a grande janela há alguns metros a frente de sua cama. Ele estava mais pálido que de costume e ainda sim sorria — Com um dia lindo deste, eu gostaria de estar lá fora.

Fazia dois dias desde o desmaio de Conrad, o grito de sua noiva acordou praticamente o castelo todo. Agora todos estavam cientes: o herdeiro do trono estava doente, muito doente. No dia seguinte, após seu desmaio, muitos habitantes da capital se reuniram na catedral ou em outras capelas para rezar pelo seu príncipe.

— Por que a janela não pode ficar aberta? Gosto de sentir ar puro — reclamou o rapaz com o aspecto entediado e sua forte tosse em seguida disso, fez sua noiva aproximar-se rapidamente e tocar em sua testa.

— Com essa febre? Nem pensar! Conrad tenha um pouco de paciência, logo, logo estará bom — ela lhe deu um beijo na testa.

O velho meistre também no quarto, sentado em um banco próximo a uma mesa com vários frascos sobre ela. Alguns já estavam pela metade e outros vazios.

— Senhorita, venha aqui — o senhor chamou a moça, ela veio imediatamente com uma expressão ansiosa. Será que Exal tinha alguma boa noticia sobre Conrad?

— Então senhor, como ele está? Ficará bom? — perguntou Wanda com receio, mas os olhares do velho meistre não a confortaram em nenhum instante.

— Senhorita, eu conheço você e o príncipe desde que ambos eram crianças e brincavam alegremente pelo castelo. É muito bonito saber que existe um amor puro por trás disso, mas infelizmente eu creio que esse terno sentimento não vá adiante. O príncipe está em um estado avançado da peste branca e creio que apenas nossas preces poderão salva-lo.

Wanda pôs a mão no rosto, a vontade de chorar lhe dominou por completo, mas precisava suportar a tristeza. Sentia que era seu dever agir como fortaleza para seu amado naquele momento.

Exal e a jovem olharam para o príncipe, que jazia muito pálido, sob uma coberta azul escura. Wanda nunca compreendera seu amado, ela sabia que Conrad tinha o conhecimento de que não estava bem, mas ainda ele sorria. Uma vez quando eles estavam cavalgando, Conrad admirando os vastos campos disse:

Um sábio chinês falou: “A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro. Para que nos preocuparmos com a morte?”.

Conrad precisava descansar mais. Wanda aproximou-se do leito do rapaz. Conrad tentou murmurar algo, mas tudo o que saiu foi um sussurro áspero, enquanto se agarrava à garganta. Uma serva entregou a Wanda imediatamente um copo de água e a noiva ajudou seu amado, pois as forças aos poucos iam se esvaindo dele.

— Wanda, pegue aquele livro para mim, o verde — o príncipe com dificuldade na fala e em movimentar os músculos, conseguiu apontar para um livro fino em cima da mesa. Wanda fora imediatamente pega-lo e quando entregou ao seu noivo, ele abriu devagar em uma página.

Planos de meu reinado.

1 – Criar casas para crianças órfãs.

2 – A construção de uma nova universidade.

3 – Permissão para trazer os mouros e judeus de volta.

4 – A abolição do tribunal do Santo Ofício.

— Acho que não farei nada disso — a voz do príncipe era áspera.

— Meu amor, o que está dizendo. Você vai ficar bom... Todos estão rezando para você.

— Deixe-os rezar, mas não rezem por mim. Rezem pelo futuro deste país. Eu fiz minha parte neste mundo, sempre tentei seguir o lado do bem e sinto que minha alma viverá em paz.

— Minha filha... — Wanda sentiu seu pai lhe tocando no ombro, o homem sentiu muita pena quando viu aquela cena. Um jovem que até pouco tempo espalhava alegria por onde passava, agora transmitia tristeza.

— Senhor Hauser, quero falar com meu pai.

— Príncipe, ele já está a caminho. Estava com Genova na capela, eu estava lá agora a pouco. Estamos todos rezando por você.

— Eu agradeço muito. Senhor Hauser, não quero que isso passe para ela — disse Conrad transferindo seu olhar para Wanda. — É melhor leva-la daqui.

— O que? Não, me deixe aqui com você!

— Por favor, faça isso por mim. Não quero que você seja a próxima, senhor Hauser, por favor... — o ministro entendeu as palavras do príncipe, a bem da verdade, Conrad não queria que Wanda ficasse para testemunhar o que estava por vir.

O pai carinhosamente abraçou a filha e levou-a do quarto, a mesma chorava e não resistiu em olhar para trás.

“O fim da esperança é o começo da morte.” — Charles de Gaulle.

Réquiem – Federico Jusid.

Quando entrou no quarto, havia um pequeno grupo de pessoas rezando pelo seu príncipe. Aquela cena para Willian era completamente devastadora, o garoto que há poucos dias estava sorrindo para ele, sonhando com o futuro e o amor... Agora estava deitado em uma cama recebendo sua extrema unção de um bispo, Conrad não queria que fosse Lothario, então outro teve que vir urgentemente de um vilarejo não muito longe. Naquela manhã, o rei tinha sido informado por Exal, de que era a hora de chamar o confessor do príncipe. Não podia acreditar que seu filho estava morrendo.

— Pai... — a voz fraca do príncipe chamou seu pai, que foi junto para o leito do filho com um sorriso fraco, na esperança de exalar um pouco de esperança para seu filho lutar contra aquele mal.

— Guarde forças, meu príncipe. Sua noiva está certa, você vai ficar bom — disse Willian com firmeza, o rei sentou-se perto do filho e pegou na mão gélida e pálida do garoto. Um pequeno período de silêncio reinou naquele aposento, até que Conrad com sua outra mão segurou a de seu pai.

— Eu falhei... — o jovem tentava falar com todas as suas forças.

— Não! Não! Não! Recuso-me a ouvir, não desejo ouvir lamentos. Meu filho, você nunca falhou comigo! Sempre foi um bom rapaz, gentil e carinhoso com todos.

— Pai, perdão. Eu falhei, prometi tantas coisas... Tantas coisas e não poderei cumprir. Perdão por não ser o filho forte que o senhor merecia ter... — Conrad virou sua cabeça para o teto, encarou os desenhos de estrelas e respirou fundo. Não adiantava. Até um profundo suspiro lhe arrancava dor. — Falhei com Wanda também, eu a desapontei.

— Meu filho, por favor, não perca as esperanças... — Willian acariciava os cabelos do filho. Conrad novamente olhou para o pai e sorriu...

Willian olhava para Conrad, o sorriso inocente do jovem que tanta alegria já trouxe para ele. O rei esperava que seu filho fosse falar a qualquer momento, mas o príncipe apenas sorria e o rei notou que o Conrad não piscava mais.

Seu amado príncipe e filho estava morto e em seu corpo sem vida, restará apenas o seu sorriso. Willian pôs a mão no rosto, não resistiu. As lágrimas desceram pela sua face e ele devagar, fechou os olhos de seu filho. Ele nunca mais veria o seu olhar doce e alegre. Mais uma vez... Willian estava sozinho.


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Notas finais do capítulo

Requiem, significa despedida.
Peste Branca, outro nome para tuberculose.

A Europa Medieval e Renascentista era um palco aberto para doenças. Na minha cabeça, Conrad adquiriu a doença em alguma festa da corte, afinal, a bactéria é contagiosa.

O próximo capitulo voltará a focar mais na seleção.
Não foi um capitulo muito feliz, eu sei. Infelizmente, o rei Willian sofreu a sina de perder dois filhos. A perda de uma parte sua é devastadora, só quem sofreu sabe.

Sobre o spin of, eu estou escrevendo os primeiros capítulos, ele será postado quando chegar no 5. Um pequeno spoiller do elenco:

Willian - Aneurin Barnard (sou apaixonada por ele desde que assisti The White Queen, adorei a interpretação dele como Richard III)

Cristina - Diana Agron (A primeira escolha havia sido Amber Heard, mas a Diana além de bonita, aparenta mais a meiguice da Cristina)

Regina - Ashley Green ( Seria a Amanda Seyfried, depois uma modelo que não lembro o nome agora, mas por fim depois de pesquisar bastante, achei ela bonita e a mais adequada)

Esse será o trio principal, não?

Eu queria poder dizer mais coisas aqui realmente, mas agora é festa de niver da minha mãe, por isso fiz aqui na pressa. Até a próxima.