Uma Nova Chance escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 28
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Ai gente. Nem digo nada, senão vou chorar....

Boa Leitura



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— Ana Eaton! - gritei á plenos pulmões. - Onde estão os meus sapatos?

Um segundo depois uma jovem adentrava meu quarto com um sorriso convencido. 

— Nos meus pés, mãe. - ela deu uma volta e seu vestido de saia rodada rodou. - Ficou bonito, não? 

— Linda até demais - disse Tobias.

Ele estava concentrado demais dando um nó perfeito em sua gravata. Me dava vontade de bater nele todas as vezes que o nó ficava impecável. Eu nunca conseguia deixá-lo daquele jeito. 

— E por isso – meu esposo continuou. - Que você vai tirar isso dos pés e colocar sapatilhas e pôr o resto desse vestido. Se Adam te ver assim... 

— Mande-o á... - ela foi interrompida por um empurrão. 

Adam tinha os olhos amendoados como os meus e um rosto contorcido de preocupação e zanga. 

— Vai colocar uma coisa decente agora, Ana. Mãe, onde estão minhas abotoaduras? 

—  Não vou trocar nada! - berrou minha primogênita. 

— Eu estou mandando! - ele devolveu. - Mãe - ralhou. 

— Na terceira gaveta do seu quarto – falei, ajeitando o coque na cabeça. - Ajude Ryan a encontrar os sapatos dele, por favor. 

— Tudo bem – ele saiu do quarto. 

— Eu não vou trocar nada! - Ana continuava insistindo. 

— Pare de pegar meus sapatos, querida – ri. - Você sabe que seu irmão odeia vê-la desse jeito. 

— Não tenho culpa se ele é um anão. E chato e ignorante.

— E ele, por ter uma irmã tão linda e uma fila de garotos á espera. 

Caminhei até ela e segurei seu rosto. 

— Você está belíssima. Mostre para Adam  e para seu pai que não vai sair por ai sozinha com George e tudo estará resolvido. 

— Papai não se importa. Já tenho um aliado – disse num sussurro esperançoso. 

Ana bateu palmas desajeitadas e deu pulinhos e beijou meu rosto e o de Tobias antes de seguir para o corredor. Fitei meu reflexo no espelho na parede e calcei outro par de sapatos já que minha filha tinha se apoderado dos meus. Alisei o vestido no corpo e centrei minha atenção no outro ser que estava sendo refletido no espelho, sentado na cama. 

O olhar amoroso de quem está ansioso por algo estava nítido em sua expressão. Sorri e inclinei-me para depositar um beijo em seus lábios. 

— Nem preciso dizer com está - ele acariciou meu rosto. 

Não me sentei em seu colo para que o vestido não amarrotasse. 

— Os anos podem passar mas você fica ainda mais linda. 

— Tanto quanto você - murmurei. - Tenho uma surpresa para você... 

— È o que eu estou pensando...? 

— Não! - apressei-me em dizer, balançando exasperadamente as mãos. - Nossa fábrica já fechou, amor. 

Ele revirou os olhos. 

— Porque você quis – disse contrariado. 

— Ou porque acho que não damos conta. Quatro já é o suficiente. 

— Não é não. 

Dobrou os braços, fingindo estar com raiva. 

— O nosso acordo era de que seriam... 

— Mamãe! - Marie entrou aos prantos em nosso quarto. Seus passinhos desajeitados e a mão esfregando o olho me fizeram sentir um aperto no peito.

Ela agarrou meu vestido e o puxou algumas vezes até que eu a pegasse no colo. Seus braços envolveram meu pescoço. 

— Fala pra ela parar, tio Tobias. - Eliot entrou chorando em seguida.

O filho de Zeke e Shaunna era dois anos mais velho que nossa caçula, Marie. Os dois estavam sempre juntos e as discussões corriqueiras eram tão comuns quanto encontrar uma meia na caixa de cereais – Eca!!!

Mas ele era um doce garoto. Shaunna e Zeke, apaixonados como sempre, decidiram que aproveitariam a vida á dois por um longo tempo, sem apressar-se em trazer um herdeiro, mesmo após anos de casamento. Até que sete anos atrás, nascia o primeiro - e provavelmente único - filho do casal.

— O que foi dessa vez? - ele se agachou na frente de Eliot. - Acha que devemos ligar para o Zeke? - fitou-me preocupado.

— Não precisa, nós podemos resolver. 

A festa anual que realizávamos todos os anos, estava maravilhosa. Embora estivesse, como todos os anos, com os ouvidos quase estourando pela falação dentro do carro, estava com um sorriso radiante no rosto, que só aumento quando colocamos os pés na propriedade de Shaunna.

Tínhamos o costume reunir os mais chegados numa festa, para relembrar e nos rever, já que nossa vida estava tão corrida. O sorteio tinha decidido que o casarão de Shaunna nos receberia e eu mal podia esperar para tirar aqueles saltos e caminhar pelo jardim.

— Adam está ficando cada vez mais lindo - Christina comentou do meu lado. - Se eu não tivesse perdido Melinda, com certeza eles fariam um belo casal.

Ela sorveu um gole do vinho de sua taça.

— Não se martirize dessa forma, Chris. Simplesmente não era para ser, você e Zeke são jovens, poderão ter outros filhos e...

Ela deu um tapa no meu ombro.

— Fique quieta, Prior. Estou avaliando os dotes de conquista do teu filho.

Não convencida de que ela estava sentindo-se bem, segui seu olhar. Adam e os dois filhos de Christina e Will, George e Douglas, conversavam com Hillary, uma prima de Hector - este, a propósito conversava entrosadamente com minha primogênita, lançando olhares e sorrisos que eram retribuídos. Eu esperava que eles não se desentendessem e a amizade duradoura que eles tinham tivesse fim por causa de uma garota.

— Não me responsabilizo se Adam quebrar a cara do Hector - era Tobias.

— Seus filhos são uns abutres - Albert gargalhou. - Digam á eles que deixem a minha prima em paz, sim?

Todos os componentes da mesa riram. Observando cada um, não me passou despercebido o olhar sonhador e triste de Marlene. Seus ombros eram rodeados pelo braço forte de Uriah que por sua vez, brincava alto com Zeke.

Eu sabia o quanto eles tinham tentado, das perdas e do simples fato de sentir que algo estava errado no nosso grupo. Era doloroso demais para que alguém comentasse sobre as dificuldades para constituir uma família, mesmo que em particular. Marlene nunca se abria quando essa era a questão.

Vi ela suspirar e sorrir para mim quando me flagrou a observando.

— Tenho uma coisa para contar para vocês.

Christina bateu o talher na taça e berrou para que os jovens se sentassem em seus lugares. Marie correu e sentou ao meu lado. Arrumei seus cabelos enquanto ouvia o discurso de Christina.

— È o seguinte - ela inspirou e abriu um sorriso gigantesco. - Susan me ligou hoje, do outro lado do mundo e disse que está GRAVIDÍSSIMA!

Várias gritos alegres preencheram o jardim ao mesmo tempo. Olhei para Tobias com as sobrancelhas arqueadas, feliz demais para cogitar a hipótese de ligar para aquela traíra e indagar a razão dela não ter contado antes para mim. Eu finalmente seria tia!

Quando os berros cessaram um pouco, Marlene levantou e pigarreou alto.

— Eu também tenho uma novidade - e olhou rapidamente para um Uriah confuso. - Eu, bem eu... Certo. Daqui seis meses teremos uma bebê conosco. È, eu estou grávida, gente.

Exclamei um "oh" surpreso e levantei para abraçá-la no mesmo momento que todas as outas mulheres também faziam o mesmo.

— Cara, eu vou ser pai - Uriah estava com as mãos na cabeça, desacreditado e com os olhos brilhando.

— Parabéns, cara - Tobias deu dois tapinhas em suas costas.

— Agora Ryan tem uma namorada - Adam bagunçou os cabelos do irmão mais novo.

— Eca. Meninas são nojentas - Ryan fez careta. Ele já estava com a gravata frouxa e o rosto suado. Típico dele estragar todo o visual arrumado.

Outro coro de risos se espalhou pelo jardim. Tobias me abraçou e beijou minha testa, sorrindo.

— Por que não começamos a planejar um amiguinho para a filha do Uriah? - sussurrou.

— Já que insiste tanto, irei pensar no seu caso, senhor Eaton - apoiei minha cabeça em seu peito.

Era uma sensação indescritível estar nos braços dele. Estar ao redor de quem me fazia bem e dos frutos que meu amor com Tobias tinha resultado. Não era como se tivéssemos ultrapassando todos os obstáculos do mundo. O que realmente importava era que a vida tinha nos dado uma nova chance. E nossa melhor escolha foi tê-la agarrado com unhas e dentes.


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Notas finais do capítulo

Nossa, nunca imaginei que um dia chegaria até aqui. Acho que é normal... Quando comecei a escrever UNC, não imaginava o carinho que iria receber, se minha escrita e ideias seriam aceitas e outras tantas coisas - incluindo minhas constantes demoras para postar e meu bloqueio criativo -, fizessem vocês continuarem.

E eu agradeço de coração por tudo, vocês não têm ideia do quanto terminar UNC é importante para mim; Eu não escrevi a história sozinha, foram vocês que me deram ânimo para continuar.

Obrigada, obrigada, obrigada e obrigada! Obrigada para quem comentou, favoritou e recomendou! Ter leitores como vocês não tem preço!

Não quero perdê-los de vista, então que inda não acompanha, corre lá para PTV ♥

Beijos de caramelo, chocolate e de tudo que tenha açúcar, porque a vida deve ser doce!



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