Anteriormente em Uma Nova Chance...

Beatrice se aproximou de nós e passou a mão carinhosamente no rosto de Ana, sorrindo.

—- Promete acreditar na mamãe? - Começou. Ana assentiu várias vezes. - Pois bem querida, o moço bonito é o seu papai.

(...)

POV Tris

Tentei não me sentir desconfortável com relação á Ana e Tobias. Ambos estavam conversando animadamente, ela sobre o colo dele dizendo o quanto gostava de bolo de chocolate e sorvete. Era inevitável não sentir ciúmes quando você vê a pessoa com a qual sempre esteve ao lado dando bola para outra como se você nem existisse. Minha princesa recebera a notícia de que o "moço bonito" era seu pai muito bem. No começo ficou confusa como qualquer outra criança se sentiria e depois ela pulou do colo de Tobias para que ele a levasse até o quarto e a ajudasse a trazer toda a sua coleção de bonecas para que pudessem brincar.

A situação era surreal.

Suspirei e continuei fazendo um lanche para nós.

— Muito ocupada? - Tobias entrou sozinho na cozinha.

Olhei rapidamente para ele e voltei a fazer os sanduíches.

— Um pouco.

Fui até a geladeira e peguei uma jarra de suco, colocando-a sobre a mesa em seguida. O olhar penetrante de Tobias me desconcentrava a cada movimento que eu fazia e muito embora eu fingisse não estar apreensiva, sabia que Tobias deveria estar morrendo de rir, mesmo eu não o olhando de fato.

Ele pigarreou, chamando-me a atenção.

— Algum problema? - Fui até o armário, ficando na ponta dos pés para tentar pegar os copos.

Um dos braços fortes de Tobias rodeou minha cintura enquanto ele esticava sua mão e pegava um copo de cada vez, colocando-os sobre a mesa. Minha respiração entrecortada denunciava que eu não me sentia muito confortável com o momento.

— Acho que mereço um obrigado. - Disse ele com um sorriso debochado nos lábios, após me soltar.

— E eu acho - rumei para uma distância segura dele -, que você devia sumir daqui e só voltar quando tudo estiver pronto.

Ele gargalhou.

— Será que podemos encarar isso como dois adultos? - sorriu gentilmente. - Sei que você está se infartando de ciúmes vendo nossa filha dando atenção só á mim.

— Ah!, cala a boca - joguei um pano em sua direção, que não o atingiu. - Entendo perfeitamente a relação de vocês dois.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Ana entrou correndo na cozinha com sua boneca preferida nas mãos.

— Olha papai - estendeu os braços e ele a pegou no colo. - A mamãe que me deu.

Tobias disse algo inaudível á Ana que imediatamente sorriu e bateu as mãos, empolgada. Minha bebê tinha o mesmo sorriso malandro de Tobias quando queria aprontar algo, o mesmo olhar quando eu a encontrara suja de tinta colorida. Já podia prever o que me aconteceria se ficasse perto de duas crianças como aquelas.

Voltei a fazer o lanche e servi os três copos na mesa, arrumei a toalha de mesa e pus duas almofadas para que Ana pudesse ficar mais confortável e se igualasse á mesa. Percebi pouco depois a ausência de minha filha e do pai dela poucos minutos depois.

Eu não estava com ciúmes da relação tão boa que Tobias estava construindo com minha filha, até porquê metade do universo podia ser conquistado com apenas um sorriso de Ana Prior e o pai dela não era uma conquista em exceção.

Ofeguei quando Tobias segurou minha cintura e tirou um pedaço do bolo da mesa e o colando na boca. Tentei desvencilhar-me dele em vão, já que o mesmo apertou ainda mais os braços me impedindo de sair. O que ele tinha contra minha cintura, para ficar me segurando por ela sempre?

— Preciso terminar de arrumar as coisas, Tobias.

Ele mastigou e engoliu o pedaço de bolo e beijou meu pescoço, inevitavelmente suspirei fechando os olhos.

— Quero fazer isso dar certo.

— Isso o quê?

— Ser pai. - murmurou.

— Você está indo muito bem, melhor do que eu podia imaginar que se sairia Eaton. Você sempre supera minhas expectativas.

— Sobre tudo?

Dei de ombros.

— Acho que sim. Precisamos conversar sobre nós, mas antes, temos que comer.

Soltei um riso envergonhado e Tobias finalmente me deixou livre. Percebi estar mais a vontade com os braços dele envoltos em mim do que seguindo calmamente para a sala sem dizer nada.

— Bolo! - Gritou Ana, sentando alegre na cadeira. - Pode mamãe?

Acenei e caminhei para ajudá-la.

— Coma devagar, querida. - beijei sua testa.

— Adoio boio— disse com a boca cheia.

Tobias sentou-se ao meu lado após alguns minutos e se serviu também. Estávamos os três conversando até Ana puxar parar de comer e olhar fixamente para o pai.

— O papai e a mamãe do Hector não está juntos. O Hector não gosta de ficar sozinho, ele só tem o tio Al e o tio Al não pode ficar com ele. O Hector disse que não é legal o papai e a mamãe dele estarem separados.

Fitei Tobias, esperando que ele a respondesse, pois naquele momento todas as palavras haviam dado um jeito de escaparem furtivamente de minha garganta.

 - Você acha que sua mãe e eu não estamos juntos?

Ana concordou veemente com a cabeça. Tobias suspirou e caminhou até a cadeira de Ana, ajoelhando-se na frente dela.

— Olha, filha, sua mãe e eu faremos tudo para te ver feliz, está certo?

— Certo.

Ana o abraçou e senti meus olhos molharem.

— Papai? - Ana pediu ainda abraçada.

— Sim?

— Eu quero bolo.

(...)

— Mamãe - Ana puxou nem tão delicadamente meu robe.

— O que foi, filha? Onde está seu pai? - senti-me um pouco estranha ao dizer "seu pai", porém dei de ombros. Aquilo se tornaria normal com o passar do tempo.

Ela mordeu os lábios.

— Papai foi embora.

Franzi a testa.

— Tem certeza? Sabe o porquê?

Ela balançou sua cabeça negativamente por várias vezes.

—- Mamãe, quelo sorvete

—- Quero, querida. Se diz "quero sorvete". Além do mais, não está na hora de comer sorvete.

Olhei para o relógio na parede, constatando que já passavam das onze e meia da noite (horário muito avançado para uma criança de 4 anos). Ela mostrou a língua e dobrou os braços saindo da cozinha. Engoli em seco.

— Não vai mais querer sorvete, meu amor? - disse, apelativa. Odiava vê-la me ignorar daquele jeito.

Virou-se, suspirando. Podia sentir uma guerra sendo travada em seu íntimo.

— Eu quero sorvete - sorriu e correu até mim.

Sorri vitoriosa e fui até a geladeira, pegando o pote e uma taça para ela. Sem dúvida alguma aquilo não acontecia com frequência, mas era Ana merecia por não estar dando tanto trabalho, seria a primeira e última vez que minha bebê tomaria sorvete tarde daquele jeito! Deixei-a se lambuzar enquanto ia até a sala conferir se Tobias tinha ido mesmo embora e constatei ser verdade quando não encontrei nenhuma alma viva no mesmo recinto que eu.

Na cozinha Ana já implorava por mais quando finalmente impus um pouco de ordem e a mandei escovar os dentes e ir dormir. Em minutos Ana já estava encolhida na cama repleta de pelúcias, apertando sua boneca.

Caminhei até meu quarto e senti quase tendo um ataque ao encontrar Tobias sentado em minha cama com um album de fotos no colo.

— Você estava linda aqui - mostrou-me uma foto minha segurando Ana com seis meses. Sentei-me ao seu lado e peguei outra foto da caixa.

— Como Andrew e Natalie reagiram?

— A princípio foi um choque, meu pai demorou mais tempo para me aceitar de volta mas Caleb e minha mãe também o ajudaram a mudar a percepção que tinha de mim depois que eu contei da gravidez. O bairro iria ficar comentando então meu pai tomou a iniciativa de me levar para a nossa fazenda.

— Entendo... Queria estar lá - disse segurando outra foto de Ana.

— Você queria e eu estraguei tudo. - passei minhas mãos nos cabelos. - Desculpe-me.

Ele colocou a caixa de lado e passou suas mãos sobre meu rosto, numa carícia cheia de significados.

— Você fez o que achava certo. - beijou meus lábios rapidamente. - Agora eu preciso ir.

Tobias se levantou e quando estava na porta tomei atitude.

— Você não precisa ir embora, está tarde. Pode ficar - dei de ombros -, se quiser, é claro - completei.

— Não será um problema para você?

Neguei.

— Bem, será que eu posso tomar um banho?

— Claro - sorri. - As toalhas estão no armário sob a pia.

Ele concordou e entrou no banheiro. Apaguei a luz e tirei o robe, deitando na cama e me cobrindo. Todos os meus pensamentos voavam e dirigiam-se a uma única pessoa, inevitavelmente. Não havia mencionado o quarto de hóspedes por querê-lo comigo naquela noite, seria incrível o fato dele dormir ao meu lado depois de tanto tempo longe. Prestes a cair num sono profundo senti braços ao redor de minha cintura e um beijo estalado e carinhoso da parte dele.

— Eu te amo, Tris.

Então dormi.

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Nova fanfic

Tris Prior sempre soube que tinha o melhor emprego do mundo. Uma carreira promissora no departamento financeiro de uma renomada empresa onde ela não se deixa levar tanto pelas emoções, principalmente após "grandes, terríveis e horrendas" desilusões amorosas.

E tudo muda quando uma tentadora proposta capaz de fazê-la repensar todos os seus medos e pô-los a mesa para se sacrificar por um bem maior, aparece diante dela.

Desde sua infância o herdeiro da família Eaton, Tobias, foi considerado um homem centrado  e imerso nos lucros que poderia obter em quaisquer situações, afinal de contas, ele tinha tudo. Mulheres, bebidas e dinheiro nunca fizeram falta até ele encontrar-se numa encruzilhada pelo pedido descabido da mãe.

Duas pessoas de mentes completamente diferentes ligadas por objetivos tênues que não imaginam a veracidade do que o destino pode fazer, juntá-las por um único propósito: fazer com que numa luta de escolhas haja sim, dois vencedores.

(Para mais informações leia as notas finais)