Anteriormente em Uma Nova Chance...

Compreendia que minha reação, com certeza ela estava certa em não me contar anos atrás. Agora, apesar de eu tem agido como um babaca, pensar na possibilidade de ter uma criança correndo pela casa, fazendo bagunça e fazendo minha vida mudar de cabeça para baixo, talvez não fosse tão ruim assim.

(...)

— Gosta de jujubas? - Perguntou Hector, sentando-se ao lado de Ana.

— Adolo jujúbalas— disse ela com as guloseimas na boca.

— Não fale enquanto mastiga, querida - disse rindo. - Aliás, se diz jujuba e não jujubalas.

— Eu adolo jujubas - ela abraçou Hector.

Hector ficou mais vermelho que um pimentão com o carinho repentino da minha filha.

— Acho que meu sobrinho já tem uma pretendente - Falou Albert parando ao meu lado com um sorriso.

Concordei.

— Eles se dão muito bem - sorri. - Vamos escolher o filme?

Albet assentiu e por fim optamos por deixar as crianças entretidas no "Gato de Botas" e fomos até sua cozinha para conversar.

Fazia três dias desde que Tobias sabia a verdade e eu não sabia nada dele. Os meninos haviam tentando ligar várias vezes e nesse tempo ele não fora para a empresa. Admito estar um pouco preocupada, claro. Não era todo dia que Tobias Eaton faltava e deixava o trabalho um pouco de lado. Com certeza aquilo era culpa minha. Agora me encontrava no apartamento de Al para assistir um filme com o pretexto de dialogarmos.

— Conte-me o que aconteceu.

— È sobre o pai da Ana - disse.

Inspirei profundamente.

— Só diga se estiver pronta, Tris - apertou levemente minha mão. - Vou estar aqui o tempo que for.

— Obrigada Al, você é um anjo. - sorri ternamente. - Eu não tinha dito antes, mas, Tobias é o pai da minha filha.

Ele me encarou sem expressão por alguns segundos antes de dizer:

— Você está dizendo o Tobias? Tobias Eaton? O dono da Eaton´s Company?

Afirmei veemente.

— Nossa - engoliu em seco. - Agora entendo o porquê agir tão estranho com você... Mas, quando foi isso?

— No colegial. Namoramos e fiquei grávida da Ana então fui embora e vim para cá, eu só não tinha ideia de que trabalharia na empresa dele e ele descobriria dias atrás que eu escondia uma filha dele - suspirei. - Ele não recebeu muito bem a notícia, Al. Acho que ele me odeia agora.

— Sinto muito por isso, mas tenho absoluta certeza de que você teve seus motivos e na hora certa ele irá entendê-los.

— Obrigada pelo apoio Albert.

Ele devolveu um sorriso e quando abriu a boca para falar Ana e Hector entraram correndo na cozinha.

— Seu bobão! - Gritou para Hector e correu para meu colo.

— O que aconteceu, meu bebê?

— Hector não quer me dar as jujubas!

— E você não quer me dar o controle - disse ele atrás de Al.

Ana pediu para descer e tirou o controle do bolso do macacão cor-de-rosa.

— Vem pegar, seu bobo! - gargalhou e saiu correndo na direção da sala novamente sendo seguida por um Hector raivoso e desesperado.

Instantaneamente comecei a rir.

Minha princesa e eu passamos a tarde inteira na companhia de Albert e Hector, conversando, brincando... Fora um dia agradável que tirara, pelo menos por alguns instantes, os questionamentos que onde Tobias estaria e o que estava fazendo. Não que isso fosse da minha conta, porquê não era, mas eu estava preocupada.

Quem sabe ele tivera um dos seus chiliques e houvera resolvido sair de New York? Nunca se sabe! Eu esperara, sinceramente que ele pensasse melhor em nossa situação e tivesse a melhor das conclusões possíveis.

(...)

—Ele foi para o Brasil. - Disse Will, enquanto bebia mais um gole da sua cerveja pelo canudinho. - O idiota ligou ontem e pediu para eu não contar a ninguém, mas sabe como é, né?

— Bocó. - Zeke resmunhou.

— Fiquem quietos - Chris bateu na nuca de cada um.

Suspirei.

— Ele tem uma previsão de volta? - Indaguei, sentando-me no sofá da sala.

— Não.

Fechei meus olhos e apoiei minha cabeça nas mãos. As coisas podiam ser mais fáceis.

— Viemos só dar a notícia, Tris. Precisamos voltar para a empresa. - Zeke se levantou e os outros fizeram o mesmo. - Se tivermos mais novidades, avisamos.

Abri a porta para que eles fossem embora e quando me vi sozinha em meu apartamento caminhei até a cozinha em busca de um sachê de chá. Em duas semanas Tobias não dera o ar da graça e a empresa estava com Zeke e Uriah no comando.

Ana estava na escolinha, portanto eu podia descansar sossegada e por meus pensamentos em ordem sabendo que não seria interrompida.

Mais do que nunca a certeza de que Tobias viajara á negócios estava fora de cogitação. Principalmente no Brasil, onde suas filiais estavam em perfeita harmonia - de acordo com Christina. Ele havia ido para longe para pensar e tentar aceitar que tinha uma filha, não havia dúvidas.

A não ser que ele continuasse o mesmo babaca idiota de sempre.

Tomei um banho de banheira para relaxar e tirar o peso de minha consciência, busquei Ana na escola e almoçamos.

— Semana que vem é dia do papais, mamãe - disse ela segurando uma taça de sorvete. - A plofessola mandou a gente fazer isso - tirou da mochila um desenho de uma gravata pintada de guache.

— Que lindo, filha! - Sorri abertamente.

Ana colocou o desenho e a taça sobre a mesa. Seu pequeno sorriso agora dera espaço para um sorriso triste e olhos brilhantes.

— Porque eu não tenho papai?

Engoli em seco e a chamei para meu colo.

— Você tem um papai, filha. - Inspirei. - Mas tudo tem seu tempo, ok? - Ela assentiu.

Beijei o topo de sua cabeça e fomos para a sala assistir algum filme.

(...)

Meus olhos estavam quase se fechando quando o som estridente da campainha fez com que eu despertasse. Olhei para o relógio na parede, constatando que se passava da oito da noite. Delicadamente, tirei Ana do meu colo e a deitei no sofá em meio aos cobertores cor-de-rosa. Ela resmunhou e abraçou sua boneca, voltando novamente a dormir. Ajeitei meu cabelo e amarrei o robe branco em meu corpo. Abri a porta e fiquei surpresa ao encontrar Tobias.