Luffy-ya escrita por humgranola


Capítulo 2
Madrugada




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Law não tinha uma ideia muito clara de como tudo aconteceu.
Já era tarde, ele estava ficando cansado e Nami se aproveitando disso de alguma forma o convenceu a beber com ela e com o Zoro –- uma péssima ideia -- a quantidade de álcool que aqueles dois conseguem ingerir não é bom para saúde de ninguém, especialmente dele.

Não precisou de muito para ele ficar bêbado, e de acordo com Nami ele só bebeu um caneco, a mesmo caneco que ela não deixava ele terminar e ficava enchendo.

O cansaço misturado com os efeitos da bebida o fez perder a noção do tempo. Ele não costumava a fazer esse tipo de coisa.

Quando ele acordou, devido a suas costas que doíam e a estranha sensação de estar quente.

Ainda na posição que acordará, ele olhou em volta para ter uma noção do que havia ocorrido.
Rena-ya, Robin-ya e Franky-ya não estavam às vistas.
Narigudo-ya estava dormindo em uma posição que ele tinha certeza que causaria um grande desconforto.
Esqueleto-ya, já que ele não possuí músculos não tinha problemas nenhum com sua posição, mas o fato dele dormir o incomodava, por que o esqueleto dormia se esta tecnicamente morto?
Nami-ya, ele descobriu que possuia uma interessante habilidade -- a capacidade de dormir segurando um caneco de cerveja e não derruba-lo.
Já Zoro-ya e Perna Negra-ya, estavam um pouco perto demais um do outro.

Porém havia uma pessoa faltando, Chapéu de Palha-ya, e por mais que ele não quisesse confirmar isso, ele sabia que só havia um lugar onde o jovem Capitão podia estar.

Relutantemente, ele olhou para baixo, e lá estava um monte de cabelos negros -- não havia dúvida que era o Chapéu de Palha,
ainda mais com o chapéu de palha tão caracteristico em suas costas.

Por que rapaz estava lá? Como ele deixou isso acontecer?

Ele não tinha respostas para isso.
Talvez eles estivessem com frio e isso foi uma forma de encontrar
calor, vai saber?
Surpreendentemente ele não estava irritado com a situação, certamente seria preferível se Chapéu de Palha-ya não estivesse babando nele, mas isso não era motivo para tirar o capitão de cima dele.

Law suspirou e olhou para os céus, ele ficou a pensar sobre sua tripulação, se questionando se tudo estava bem com eles.
Ele sabia que eles não eram muito fortes em termo de força bruta –- com exceção de Jean Bart -- isso somado a informação de que Barba Negra estava por perto, estava o incomodando profundamente.

Ele não devia tê-los deixados sozinhos, muito menos deixa-los para ficar ali de festinha com os Chapéus de Palhas.

As vezes ele se perguntava o que ele havia feito para conseguir uma tripulação tão leal. Ele sabia que sua presença e poder eram mais que o suficiente para algumas pessoas, mas ele também sabia que sua tripulação não estava lá só por causa disso, eles teriam o abandonado se fosse esse o caso.

Quanto mais ele pensava, mais irritado consigo mesmo ele ficava, mas seus pensamentos foram interrompidos por uma mão, que sem avisos cobriu o seu rosto, sendo seguida por uma voz abafada.

"Não se preocupe, Torao. Eu vou proteger todos vocês."

Ele não respondeu, mas ele também não tirou a mão que cobria seu rosto, ele simplesmente permaneceu imóvel admirando a intuição do jovem Capitão.

Desde a primeira vez que ele viu Luffy-ya, ele soube que o rapaz era especial.

A principio, ele o achou um tolo cheio de energia e com pouco conhecimento sobre as maldades do mundo.

Mas que por algum motivo que ele não conseguia entender, uma força invisível, uma necessidade inexplicável o fez ir para Marineford, e somente quando ele chegou lá é que o estranho peso que ele sentia em seu peito cessou.

E naquele exato momento ele o viu, gravemente ferido.

E ele que havia perdido sua fé há muito tempo atrás, junto com seu país, sua família e sua infância, estava voltando a crer.

Alguém ou alguma coisa o trouxe até lá, e ele sabia exatamente o que ele tinha que fazer. Pela primeira vez em anos, ele não planejou, ele não pensou, ele agiu.

"O deixem comigo...EU SOU MÉDICO!"

E ele lutou contra todas as possibilidades, ele colocou na sua
cabeça que não iria deixar o jovem morrer.
Depois de uma década usando seus poderes e conhecimentos médicos para atacar ou proteger a si mesmo, ele estava os usando para curar alguém, para proteger uma vida.

E quando mais nada que ele pudesse fazer, ele ainda assim ficou ao lado do jovem capitão, ele ficou lá por dias e quando seus
subordinados o vieram resgatar de sua reclusão junto de seu
paciente, ele deixou sua espada ao lado da cama do rapaz.

No fim, seus homens estavam maravilhados achando que ele havia conseguido realizar um milagre.
Mas ele sabia a verdade, o milagre não fora dele, e sim do Chapéu de Palha-ya

Eles se conheceram a pouco mais de um mês, eles não trocaram mais do que algumas poucas palavras, mas ainda assim aquele garoto estupido, se tornou um jovem capitão, que virou Chapéu de Palha-ya, e que sem ele notar, dois anos mais tarde ele viria a chama-lo de Luffy-ya em seus pensamentos.

Tudo isso porque Luffy-ya o fez perceber algo que ele mesmo havia esquecido, o verdadeiro significado da palavra "Médico".

Ele não cobrou pelo o que fez, ele não pediu nada em troca, ele fez o que fez para salvar outra vida -- assim como seus pais faziam, assim como ele queria fazer antes da vida lhe roubar sua liberdade e sonhos.
E por essa mesma razão, ele amava e odiava Luffy-ya.

Ele tinha uma breve lembrança da freira que sua já perdida cidade natal, que uma vez lhe disse:
"Quando você faz coisas boas as pessoas, coisas boas acontecem
com você...."
"...uma mão misericordiosa sempre irá aparecer..."

Mas a vida o ensinou diferente, tudo o que esta fez foi lhe
tirar aquilo que lhe era importante.
Sua família...
Amigos...
Inocência...

A vida o bateu de novo e de novo, esmagou suas esperanças, o humilhou e sequer deixou lagrimas para ele chorar.
É ridículo pensar nisso atualmente, mas houve um momento que vingança era a única coisa que o mantinha vivo. E pensar que ele chegou a um ponto na vida em que ele realmente acreditava nas palavras de Doflamingo:
"Algumas pessoas nasceram para perder. Elas perdem, perdem e
perdem até o dia de sua morte."

Mas então Luffy-ya apareceu em sua vida novamente. Luffy-ya pulou no meio de sua missão suicida, e como antes, ele foi o milagre que o salvou.

Luffy-ya não cobrou, não pediu por nada em troca. Luffy-ya fez algo bom, pois acreditava que ele é bom e ele mesmo aos poucos passou a crer também.

Ele devia tanto aos Chapéus de Palha, devia ainda mais ao Capitão deles, mas ao mesmo tempo ele sentia que mão fizera nada por ele, e isso o fazia se sentir mal consigo -- ele constantemente se pegava perguntando "quando é que eu fiquei tão sentimental?"

No momento, pouco importavam, pois ele se sentia tão leve, tão feliz que até mesmo seus pensamentos mais negativos e depressivos não conseguiam tirar o sorriso do seu rosto.

Ele pegou a mão de Luffy tirando-a do seu rosto, e por alguma razão ele sequer ficou surpreso quando Luffy segurou sua mão, entrelaçando seus dedos -- ele somente sorria, prometendo a si mesmo que no dia seguinte iria contar tudo o que ele sabia a
respeito do Barba Negra.


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