Mein Herz ist auf dem See escrita por Peter C Smith


Capítulo 9
Traição




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617906/chapter/9

E perguntou-lhe: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?

Lucas 22.48

°°°

Well, well...– disse ele, a Pallas - veja quem decidiu se mostrar.

Robert, was ist diese Schieße!? - disse Ernest.

– Pare de me fazer de idiota, garoto! Pensas que eu não sei que você fala em inglês?

– Tá eu falo! Feliz agora?

– Estou... - disse ele - Mas mesmo assim... Mentiras me deixam tão... Magoado...

Só pode ser piada! pensou Ernest.

– Mas se quer saber, - continuou - Estou feliz por ter a sua pequena amiguinha aqui.

Robert apertou ao rosto de Pallas, mas ela conseguiu se desvencilhar e morder-lhe o dedo.

– Ai! Meretriz! - ele a esbofeteou. - Apertem!

Os homens puxaram as cordas com mais força, apertando o pescoço de Pallas.

– Não faça isso! Seu porco miserável? - gritou Ernest.

Ela perdeu toda a força e quase perdeu a conciência, apenas caiu de joelhos no chão, seu rosto ficou roxo, ele estava com a língua para fora e salivando, tentou agonizar, mas não conseguiu, apenas sentiu uma pressão crescente nos pulmões.

– Chega! - ordenou Robert.

Eles a soltaram, ela solveu uma grande quantidade de ar e tombou no chão, teve um ataque de tosse. Chorou quase inaudível. Ernest escutou seus gemidos, sentiu a raiva crescer, se encheu de fúria.

– Mas afinal, - perguntou ele - o que quer de nós?

– Minha ideia original era usar aqueles piratas imundos como fachada para declarar guerra aos porcos franceses.

– Seu maldito... Você os contratou! Você afundou o meu navio!

– Garoto esperto! Mas aí tudo mudou quando eu... Soube da minha pequena seria.

– Sua pequena sereia? Você é louco! Deixe-a em paz!

– Como poderei? Preciso de um aproveitar a vida antes de ir para a guerra contra a França.

– Guerra... Você afundou navios aliados só por uma maldita guerra! Isso configura alta traição! Espere até a sua história chegar aos ouvidos de Vossa Majestade!

– Não chegará! Por esta razão, infelizmente, não poderei deixá-lo viver. Levem-nos para o porão!

Os marinheiros o conduziram ao andar mais baixo do navio. Chegaram a uma câmara onde se viam celas correntes e instrumentos medonhos.

– Como vai, gracinha? - disse um dos homens. Eles apalpava os seus seios e lambiam o seu pescoço. Pallas gemia e solucava de medo.

– Soltem-na, seus cães sujos! - gritou Ernest, lutando para se desvencilhar dos três homens quem o continham.

Eles não deram ouvidos. Outro passou seus dedos imundos nas partes baixas da sereia.

– O que você tem aqui em baixo? - dizia ele - Pra quê você precisa disso? Sereias não deveriam ter cauda?

– Vamos mostrar a ela como se usa isto...

– Chega! - ordenou Robert - A sereia é minha!

Eles cessaram os abusos.

– Acorrentem-na! - ordenou, os homens o fizeram, prenderam-na a uma cavalete pelos pulsos e os tornozelos, as correntes estavam enferrujadas, feriam suas delicadas nadadeiras, e havia sangue seco na madeira.

Robert se dirigiu a ela, que ainda chorava baixinho.

– Olá, minha pequena sereia, - disse ele, apertando-lhe as bochechas e direcionado-lhe o olhar. - seus lábios são lindos...

Robert tentou beijá-la, mas ela cuspiu em seu rosto.

– Infelizmente ainda é muito teimosa, - disse ele ao limpar o rosto - ainda tenho que discipliná-la. Homens, os olhos!

Dois marinheiros vieram, um de cada lado de Pallas, abrindo seus olhos a força.

– Você tem belos olhos, - disse Robert - É uma pena que você não os usará mais.

Robert enfiou a mão em um barril, tomou um punhado de sal e esfregou nos olhos da sereia. Seus gritos de agonia foram cortantes.

– Seu miserável! Eu vou te matar! - Ernest lutou contra seus captores, que o seguravam com muita dificuldade. Ernest estava realmente furioso. Foi preciso que um quarto homem viesse, ele desferiu vários socos no rosto de Ernest, seguidos de uma joelhoada no estômago, fazendo expelir sangue. Em seguinda ele foi posto em grilhões na parede.

– Isso é muito divertido! - ria Robert. Pallas sequer conseguia lacrimejar, sua visão se foi parcialmente. Ela sentiu as correntes liberaram seu pulso. Robert a tomou pelos cabelos e a pôs de joelhos diante de um barril de vinagre.

– É assim que eu trato a teimosia! - Robert mergulhou sua cabeça no barril, de modo que suas narinas ficasse voltadas para cima. Ela solveu uma grande quantidade de vinagre, queimado suas narinas, sua garganta e ainda mais os seu olhos. Ele a retirou do barril e a lançou no chamou, ela tossia, estava muito desidratada, seu corpo tremia e dava espasmos, seu olhos estavam esbranquiçados e arregalados, pois a irritação não a deixava fechá-los.

– Se porco... - Ernest tentava inutilmente forçar os grilhões.

– Acorrentem-na! - Ordenou.

Dois marinheiros carregaram o corpo mole e fragilizado de Pallas e o acorrentaram em um dos pilares pelos pulsos. Pallas não tinha forças para manter de pé, acabou sustentando todo o seu peso sobre pulsos agrilhoados, suas delicadas nadadeiras logo começaram sangrar.

– Molhem-na, não quero que ela morra! - ordenou Robert, os homens o fizeram, jogaram balde de água no corpo praticamente desmaiado da pobre sereia.

– E quanto a você, Sr. Capitão do Siegfried, é isso que acontece quando ocultam informações de mim.

Capitão? pensou Como esse cretino descobriu?

Siegfried? Do que você está falando?

– Já basta dos seus joguinhos, capitão!

– Não sou capitão!

– Não é isso que diz aqui! - Robert puxou algo do casaco e mostrou a Ernest: era o diário. Ernest ficou perplexo.

– Como conseguiu isso!

– Tive uma pequena ajuda do meu rapaz.

Outro homem surgiu de traz de Robert.

– Edward?

– Eu mesmo, Sr. Capitão.

– Desgraçado! Como pode me trair desse jeito!?

– Trair? - ele riu secamente - Nunca fomos amigos. Aliás, ordens são ordens, sinto muito por ser leal ao meu capitão.

Ernest tentou se libertar e agredí-lo, mas estava sem forças. Edward riu.

– Eu estive de olho em você o tempo todo, - Acrescentou Edward. - Eu estava com a companhia do Capitão Robert quando ele o encontrou naqueles destroços. No fórum da cidade, ele solicitou que eu o segui-se de longe. E quando soube do tal diário, solicitou que eu o pegasse.

Ernest sentiu uma pontada de preocupação. Teria ele o visto com Pallas? Ou escutado sua conversa com o governador? Ele lera o seu diário... Suas cartas...

– E o que mais vocês descobriram!?

– Não fique nervoso, cavalheiro. - disse Robert - nós só fizemos isso para te dar um singelo presente de nossa parte.

– Nada que vocês têm a oferecer será de meu agrado!

– Tem certeza? Cavalheiros, tragam ao nosso convidado o seu singelo presente...

Os homens trouxeram consigo uma mulher com um saco de pano negro na cabeça, ela estava toda suja e seu caríssimo vestido agora não passava de farrapos encardidos. Ernest olhou-a com desdém. Os homens a puseram de joelhos e retiraram o saco.

A expressão de Ernest mudou, sua raiva se dissolveu em um aperto no coração.

Nein...

Era Mina.

– Mina!

– Ernest! Was ist es?!

Mina estava realmente apavorada, não entendia uma palavra em inglês, portanto não fazia ideia do que estava acontecendo.

– Cala a boca! - gritou Edward ao desferiu uma coronhada em Mina, sangue escorreu pela sua testa.

– Não... Ela não! - Ernest implorava - Faça o que quiser comigo, mas deixe-a em paz!

Ernest! Ich habe Scheu! Ich will heimkommen! – Mina chorava. Sua súplicas feriam-lhe o coraçã, Ernest estava impotente.

– Por que eu faria isso? - perguntou Robert sarcasticamente

– Ela não fez nada! Por que fazes isso!

Robert riu.

– Não sei, porque deu na telha!

Ernest gruniu, Mina apenas soluçava de medo, não os entendia pois todos falavam em inglês, o que só aumentava ainda mais o seu pânico.

– O que nós faremos com ela, Capitão - perguntou Edward.

– Faça o que quiser, Edward, ela é toda sua. - Robert apenas sentou e observou.

– Não! - Implorava Ernest.

– Muito grato, meu capitão!

Mina estava sendo mantida pelos braços pelos dois homens que a trouxeram. Edward andou em sua direção enquanto retirava seu casaco, peruca e chapéu, arregaçando as mangas.

– Edward... - disse Ernest - Se você tocar em Mina... Eu...

– Vai fazer o que? - cortou Edward - Balançar os grilhões?

Todos presentes riram. Edward se voltou para Mina.

Hallo, Fräulein... werden spielen?

Spielen?

Edward falava em alemão com Mina, com uma cortesia sarcástica.

– Estou com medo... - dizia Mina entre soluços.

– É bom ter mesmo...

Mina chorava baixo.

Cavalheiros... - disse ele enquanto retirava o lenço em seu pescoço - Ponham-na entre colunas.

Nein! Loslassen mich!

Eles a amarraram pelos pulsos entre duas colunas. Mina chorava ainda mais, seu rosto ficou vermelho e seus olhos inchados. O coração de Ernest estava dilacerado. Edward rasgou seu vestido.

– Ernest... - Sussurrou Mina de forma quase inaudível - Eu amo você...

Edward desferiu uma chicotada em suas costas, ela gritou de dor.

– Seu... Monstro! - Ernest chorava de raiva - Eu vou te matar!

Edward desferiu outra, e outra após outra, os estalos do flagelo e os gritos de Mina eram horríveis de se escutar. Uma poça de sangue começou a se formar sob os seus pés. Foram ao todo vinte, Mina não sentia mais nada senão dores ardentes. Por fim, Ernest jogou sal e vinagre sobres as chagas, Mina agonizava ainda mais.

– Eu vou te matar...! - Ernest mais chorava que ameaçava.

– Pobre homem... - Edward riu sarcasticamente. Em seguinda soltou os pulsos de Mina, ela desabou no chão, chorando aos soluços. Edward, não satisfeito ainda, a tomou pelos cabelos e a jogou sobre a mesa. Edward estava em frenesi, olhava para a Mulher dilacerada, ele estava ofegante, olhos acessos, um sorriso macabro se formou. O silêncio era pesado.

Du bist meine...

– Chega.

Uma voz súbita surgiu do fundo. Todos olhoram. Era Pallas, expressão fria, olhos esbranquiçados. Todos riram.

– Chega!

Subitamente, poderoso jatos de água perfuraram o casco do navio, levando Edward e os outros ao chão.

Pallas estava furiosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Was ist diese Schieße!? - Que merda é essa!?
Was ist es?! - O que é isso?!
Ich habe Scheu! Ich will heimkommen! - Estou com medo! Eu quero ir pra casa!
Werden spielen? - Vamos brincar?
Loslassen mich! - Solte-me!
Du bist meine. - Você é minha.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mein Herz ist auf dem See" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.