Mein Herz ist auf dem See escrita por Peter C Smith


Capítulo 8
O fim da jornada




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Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo.

Mateus 24.13

°°°

O Lament afundava nas profundezas do mar enquanto o Holy Queen se distanciava aos poucos. Ernest estava deitado em uma rede enquanto um seus ferimentos eram cuidadosamente tratados.

– Como está, Edward?

– A bala atravessou, - dizia ele - não atingiu nenhum órgão, e por pouco não atingiu a bacia.

Ele começou a enfaixar o ferimento. Edward era o homem que falava em alemão, que Ernest conhecera no almoço.

– É o primeiro tiro que levas? - perguntou

– Bem... Eu acho que é.

– Você é mesmo muito valente, garoto. Consegue ficar em pé?

– Sim, consigo. - fez menção de levantar, mas Edward o impediu.

– É melhor não fazer isso.

– Não, eu posso.

– Sim, você pode, mas não convém.

Ernest o encarou, pensativo.

– Tens razão...

Ernest se deitou, fitou o teto do dormitório. Sua missão estava cumprida. Agora só lhe restava esperar pela sua volta para casa. Calculava que chegaria pela manhã. Fechou os olhos, sonhou.

Era findar de tarde, em uma colina na beira do mar.

– Postura, garoto. Concentração...

Ernest segurava uma espada de madeira em uma postura ereta, sua mão esquerda atrás do corpo e a direita paralela ao peito, brandindo a espada.

– Agora!

Ernest e um homem trocaram ferozes golpes de espada, um após o outro, Ernest mais defendia do que atacava, até finalmente dar uma brusca investida. Seu adversário o repeliu, Ernest forçava sua espada contra a dele, eles se encaravam, seus olhos em chamas. Ernest sentiu um golpe perfurante sob as costelas. Ele caiu de joelhos no chão.

– Ai! - gritou - Isso é trapaça!

O homem deu uma breve risada.

– Não há trapaças no campo de batalha garoto. - disse - Ou o seu inimigo morre ou você morre. Verstanden?

Jawohl, Herr Schneider...

– Por favor, garoto, me chame de Albert. - disse ele ao estender a mão para Ernest.

Ja, Albert. - Ernest pegou a mão de Abert e se levantou.

– Ernest! - chamou uma voz feminina - Olha só quem veio!

Frieda e Mina vieram andando na direção dos dois.

– Vejam! As minhas duas princesas! - disse Albert.

Mina e Ernest se abraçaram.

– Mina insistiu em vir ver vocês dois. - prosseguiu Frieda.

– Não deveriam estar ensinando ela cozinhar? - Perguntou Albert.

– Mas eu já sei cozinhar, pai!

– É, e além do mais, o Frederick está morrendo de ciúmes daqule peixe, não quer nos deixar cozinhá-lo.

Ernest suspirou.

– Como assim!? Meu pai não sabe cozinhar!

– Relaxa! - disse Frieda - A sua mãe esta lá com ele.

– É bom que esteja... - Ernest bufou em desaprovação.

Albert riu.

– Podemos voltar para a esgrima?

Ja.

Albert e Ernest se encaravam em posturas eretas, Mina estava sentada na grama, abraçando o braço de sua mãe e olhando apaixonadamente para Ernest. Ernest atacou primeiro, deu impressionantes cinco toques, Albert deu apenas três em resposta e forçou. Ernest tentou desarmá-lo mas ele deu uma joelhoada em seu abdômen, Ernest caiu de joelhos novamente.

– Não aprendeu ainda? - disse Albert. Mas Ernest desferiu um chute rasteiro no calcanhar, fazendo cair de costas no chão, e em seguida tocou-lhe a garganta com sua espada.

– Aprendi!

Albert riu.

– Acha mesmo que conseguirá lida com a dor de um tiro o suficiente para fazer esse movimento? - perguntou.

– Bem, serei ferido num combate de qualquer jeito. Se eu não lidar com a dor, estarei morto.

Albert sorriu.

– Gostei da sua coragem.

Ernest estendeu a mão para Albert, ajudando a levantar. O sol estava quase se pondo, dando uma iluminação fria e alaranjada ao ambiente, as águas do mar mais pareciam ouro puro derretido debaixo do sol e do horizonte. O estavam todos reunidos na casa de Frederick para jantar.

– Está muito delicioso este peixe, Herr Diefendorf! - disse Mina, sorrindo para Frederick.

– Isso só porque eu estava lá pra tratar o peixe. - disse Sofie - se não ele teria rompido a bolsa de fel e estragado tudo!

Todos riram bastante do comentário de Sofie, comendo o peixe que Frederick pescara mais cedo, uma amigável refeição ao final de uma bela tarde. Eles realmente eram uma grande e amigável família. Ao final da refeição Ernest e Mina estavam sentados lado a lado na varanda, observando as estrelas no céu negro, Mina com a cabeça no ombro de Ernest, enquanto ele acariciava a sua mão.

– Mina, - chamou Frieda - vamos minha filha.

Mina se levantou, olhou para Ernest.

– Boa noite, Ernest - disse ela.

– Boa noite... Mina - Ernest a beijou na testa. Então Mina se foi com a mãe, Ernest a olhava.

– Filho, - chamou Frederick.

– Sim, pai.

– Estou feliz por vocês dois. - prosseguiu. Ernest não sabia o que responder.

– Bem eu... Fico feliz em saber! - Sorriu como um bobo. Frederick sentou ao lado do filho.

– Bem, creio que já estais bem grandinho, filho.

Ernest o olhou receoso.

– Precisamos ter essa conversa, - prosseguiu - de homem pra homem.

Lá vem bosta... pensou.

– Sabe, você e a Mina, são dois jovens aflorados e...

– Ãh!? - Ernest corou, se sentiu muito constrangido.

Ernest despertou. Fazia muito frio lá no dormitório, mas os homes dormiam profundamente em suas redes. Ele decidiu se levantar, estava inquieto, em poucas horas estaria em casa, embora ponderasse que era preciso levar as mulheres resgatadas a um porto primeiro. Ele vestiu sua camisa e subiu ao convés, a lua ainda estava negra, e o convés estava vazio. Estava muito frio e úmido, mas a brisa do mar ainda sim o agradava. Estava quieto... Ouviu-se um baque contra o piso.

– Quem está?

– Ernest!

– Pallas? O que faz...

– Shh... Não tenho muito tempo, você tem que me...

Now!– gritou um terceiro.

– Ah! - Pallas foi surpreendida por cordas pesadas e cheias de pequenas farpas de metal ao redor de seus corpo e pescoço, elas feriam sua pele delicada.

Was es!?

Vários homens surgiram do nada, cinco apontaram lanças para Pallas enquanto três a continham puxando as cordas, sua expressão mudou, ela chiou como uma serpente em ameça. Dois homens tentaram agarrar Ernest, mas ele reagiu, socou o queixo de um em cheio, levando-o ao chão, foram preciso mais dois para contê-lo. Alguém chegou chegou, descendo calmamente as escadas.

Era Robert.


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