Alexa e a Guerra da Irmandade escrita por Priscila Luciani


Capítulo 1
Uma cliente inesperada


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Estou escrevendo minha primeira história. Sempre amei escrever, mas nunca terminei nenhuma das que comecei. Então resolvi tentar fazê-lo com o apoio de vocês. Espero que gostem de viajar no meu mundo encantado.Boa leitura!



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O dia estava lindo, as primeiras gotas de chuva caíram logo pela manhã. Uma dança convidativa que somente as nuvens conseguem coreografar preenchia a floresta colorida. Os pássaros se recolheram em seus ninhos, os coelhos se infiltraram em suas tocas, e as borboletas encontravam abrigo sob as flores perfumadas. Um cenário encantador típico de um dia chuvoso em plena primavera.

Os moradores da vila que ficava ao lado da floresta estavam felizes com o início da estação mais colorida e perfumada, embora estranhassem o fato de que este início tenha se dado de forma chuvosa. Suas casas estavam enfeitadas com vasos de todas as formas e a grama estava especialmente mais verde.

Em uma casinha modesta, como eram todas as outras, um cheirinho delicioso de pão recém tirado do forno, exalava pelas frestas da porta. Era a casa de Ferdinando, o vendedor de livros. Ele havia transformado a sala de sua casa em uma livraria, depois que sua esposa falecera tragicamente.

Ferdinando era muito responsável com tudo que empreendia, e tinha controle sobre praticamente tudo. Praticamente. Não fosse um detalhe delicado e curioso de longos cabelos negros e olhos curiosos.

— Alexa? - chamou ele, da cozinha.

— Já estou indo, papai.

A garota saltou de uma pilha de almofadas que serviram de esconderijo, dando um susto na cachorrinha que a observava sem entender como ela tinha saído de lá.

— Vamos, Lua, papai deve ter terminado de fazer o café. - ela parou e sentiu o aroma delicioso - E pelo cheirinho... Hmm... Deve ser pão!

Ela desceu a escada correndo, ou melhor, praticamente voando, e Lua a seguiu, como sempre fazia.

— Belo dia, papai! Hoje é um dia perfeito para comer pão ouvindo uma história, não acha?

— Não sei. Talvez seja. - mentiu ele, acabando de servir o chá.

— Claro que é. Chuvinha, friozinho... - indagou ela, aproximando-se.

— Sim, mas eu tenho que abrir a livraria.

— Ah, papai! Você sabe perfeitamente que os clientes não aparecem em dia de chuva.

— Mas, talvez hoje apareçam. - ele virou-se para arrumar a mesa.

— Não aparecerão, não! - insistiu.

Quando ela queria, sabia conseguir, o pai tinha certeza disso.

— Own, papai. Por favor! - ela o encarou enquanto ele segurava a cesta com os pãezinhos.

Aqueles olhinhos brilhantes eram capazes de ter o que quisessem.

— Tudo bem. Vamos escolher um livro.

— Oh, papai! Obrigada!!

Ferdinando largou as xícaras sobre a mesa, junto com o chá preparado, quase derramando sobre a mesa por causa do abraço de agradecimento da filha. Depois de beijá-la na testa e retribuir o abraço, dirigiu-se até sua sala-livraria seguido por Alexa e Lua.

— O que vocês querem ouvir hoje?

— A Lua e eu decidimos que queremos ouvir... Hm, vejamos. Acho que...

As palavras foram interrompidas por batidas na porta. Estranhamente alguém gostaria muito de ler em um dia chuvoso como aquele. Ferdinando aproximou-se da abertura e viu uma mulher com uma enorme capa marrom cobrindo a maior parte de seu rosto. Mesmo contra sua vontade, resolveu abrir.

— Bom dia. Em que posso ajudá-la?

— Olá! Me disseram que aqui é uma livraria.

— Sim.

— E eu estou a procura de um livro.

— Bom, verei o que posso fazer por você. Entre, está frio aí fora.

— Muito obrigada.

A mulher entrou, e junto com ela o vento, que derrubou os papéis dispostos sobre o balcão.

— Oh! Que bagunça! Perdoe-me, eu deveria ter entrado mais depressa.

— Não se preocupe. Tenho certeza de que minha filha não se importará em colocá-los no lugar.

Ele piscou para Alexa, que logo se dispôs a recolher os papéis, ainda que não tenha gostado da visita inesperada.

— Obrigada, querida! - agradeceu a intrusa - Vejo que você tem uma menina de ouro!

— Sem dúvida! - ele dirigiu-se aos livros - Vamos dar uma olhada nos livros?

— Oh! Sim!

— Tem alguma preferência? Algum autor em especial?

Enquanto o pai atendia a cliente, Alexa recolhia os papéis, ajudada por Lua, que os empurrava com o focinho em direção à jovem. Durante a execução da tarefa, as duas observavam a visitante, agora já sem capuz, exibindo longos cabelos ruivos, conversando com Ferdinando, , acerca de um livro que eles não tinham no acervo.

— Se a senhora quiser, eu posso mandar buscar na cidade. Meu entregador virá amanhã e eu farei o pedido.

— Se não for incômodo.

— Não há incômodo algum. Falarei com ele, e tenho certeza que sua encomenda chegará dentro de poucos dias.

— Muito obrigada.

— Não há de quê. Vou anotar seu pedido para não esquecer. - ele se dirigiu ao balcão - Como é mesmo o nome do livro?

Enquanto ele anotava, a mulher virou-se e encarou Alexa, que retribuía o olhar com curiosidade, desviando-o por entre os cabelos. Aquela jovem moça inquietava a visitante.

— Prontinho. Está anotado. Gostaria de pedir algum outro? - perguntou Ferdinando.

— Não, não. Muito obrigada. Era só esse mesmo. Eu já vou indo. Passarei aqui nos próximos dias.

— Estarei à disposição!

Ela pôs o capuz, depois abriu a porta e novamente o ar frio entrou.

— Até logo! - despediu-se.

— Volte sempre! - exclamou Ferdinando.

E ela iria voltar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, pois o escrevi com muito carinho. Beijinhos mágicos! Até logo!