Alex atendeu ao telefone achando tudo muito estranho, e a garota demorara a responder.

– Preciso de ajuda, levaram tudo. O único número que eu tinha era o seu. – ela respondeu.

– Levaram tudo? Você foi assaltada?

– Não, imagina! – ela falou nervosa. - Será que pode vir logo? Acredite, não estou feliz em só ter você pra pedir ajuda.

– Vamos conversar sobre os meus termos para ir até ai te buscar.

– Quando chegar aqui nós conversávamos, só vem logo.

– Onde você está? Perto de onde?

– Tem um posto de gasolina e parece que um parque fechado. Estou no Queens, mas não sei o nome da rua.

– Acho que sei onde você está. Fica ai.

– Como se eu pudesse ir pra outro lugar. – ela resmungou e ele começou a rir do outro lado da linha.

Desligou o celular e correu para pegar as chaves do carro.

– Onde vai? – Chris perguntou e Grace olhou curiosa.

Ele sabia que não podia dizer a verdade, afinal, desde quando Chris conversava com Hannah?

– Vou até o Queens. – foi só o que ele disse e saiu correndo de casa.

– O que ele vai fazer no Queens?

– Deve estar indo ficar com alguma garota de lá.

– Não sabia que Chris se rebaixava tanto, garotas do Queens.

– O que tem demais nas garotas do Queens?

– Elas não são do nosso nível.

– Nosso nível, Grace? Me poupe. Você não é melhor do que ninguém, nós não somos.

– Do que está falando Alex?

– Que você pode ir embora. Estou cansado, quero ficar sozinho.

– Mas... – ela tentou resolver a situação, mas não tinha mais jeito.

Ele nem precisou dizer nada, só a olhou e ela sabia que não ia adiantar discutir. Chris realmente gostava de ficar ao lado de Grace, se sentia tranquilo, mas ás vezes nem ele a suportava, de tão fútil.

A loira saiu irritada, sabia que tinha dito besteira, só não imaginava que fosse ter esse efeito.

Quando Alex chegou no Queens, foi tentando encontrar o local onde Hannah disse que estava. Finalmente avistou a morena, encostada na parede. Ele parou o carro perto de onde ela estava e buzinou.

– Demorou. – ela resmungou.

– Tem sorte que eu vim. – ele retrucou e ela revirou os olhos e entrou no carro. – O que foi que aconteceu afinal?

– Estava voltando do abrigo de animais e fui assaltada. Simples assim. Acredite se quiser, mas eu realmente não estou feliz em só ter o seu número na hora.

– Tudo tem suas vantagens, que bom que anotou na mão. – ele falou rindo e ela revirou os olhos novamente.

Ele foi dirigindo, e ela continuava com a cara emburrada, não queria saber de papo, seu dia não podia ficar pior.

– Vai me dizer o que você quer, ou além de tudo quer que eu adivinhe? – ela perguntou nervosa.

– Bom, agora eu não preciso de nada, vamos deixar para te cobrar quando precisar de algo. – ele respondeu, fazendo-a revirar os olhos.

Alex podia ser mais arrogante do que todos imaginavam, Hannah não suportava nem olhar para o rosto dele sem ter vontade de vomitar, ou pior, de rir.

– O que você faz no abrigo de animais até tão tarde? – ele perguntou e ela o encarou perplexa.

Ele estava mesmo tentando puxar assunto?

– Não que seja da sua conta, mas eu faço trabalho comunitário. – ela respondeu e ele riu.

– E porque não faz aulas de serviço social?

– Eu faço trabalho comunitário porque eu gosto e não porque sou obrigada.

E o silêncio voltou.

– Você é sempre assim tão quieta? – ele continuou tentando puxar assunto.

– Se está tentando fazer o que eu acho que está, pode ir tirando o cavalo da chuva. Nada vai rolar entre nós dois, eu não sou esse tipo de menininha que você está acostumado a pegar e jogar fora.

– Que nem você faz com os seus namorados?

– Eu não pego eles e jogo fora, você não sabe nada sobre mim, muito menos sobre a minha vida. – ela resmungou e ele deu risada.

– Se for sempre nervosinha assim, já sei porque seus relacionamentos não duram. - ele zombou e ela não respondeu.

Alex a deixou em casa. Hannah nem sequer agradeceu, bateu a porta da caminhonete com tudo e saiu andando.

O garoto voltou para casa as gargalhadas, achava graça na atitude da morena, tão revoltada, sendo a garota mais santinha que ele conhecia, chegava a ser engraçado.

Quando Alex entrou em sua casa, estranhou Chris estar sozinho no sofá.

– Ué, onde está a Grace?

–Mandei embora.

– Por que? Você sempre gostou da companhia dela, achei até que iria dormir aqui hoje.

– Por que está se importando tanto? Tava querendo transar?

– Lógico. – respondeu Alex, seco.

– Que milagre é esse que você foi atrás de uma garota, foi até o Queens, e não transou com ela?

– Tudo no seu devido momento irmãozinho. – respondeu Alex, malicioso.

O dia seguinte amanheceu estranho no colégio, todos os olhares estavam voltados para Natasha.

– O que foi? Nunca virão? Tira foto que dura mais. – falou a garota, grossa e já ficando sem paciência.

– Mais fotos do que nós já temos? – gritou um garoto no meio da multidão.

– Que era vagabunda nós já sabíamos, só não esperávamos que fosse tanto assim. – gritou Ellie.

Natasha não pensou duas vezes, foi até a garota pronta para arrumar uma briga, e das boas.

– O que foi que você disse garota? Não tem medo de morrer não?

– Medo? De você? – ela gargalhou. – O que vai fazer comigo? Chupar o pau do meu pai?

– Natasha, vem aqui. – Blake puxou a loira para longe da discussão.

– Que porra está acontecendo aqui? – esbravejou a loira.

– Acho melhor você não arrumar encrenca com ninguém, já tem muito o que explicar para a direção e provavelmente para o seu pai.

– Explicar o que para o meu pai?

– Gossip WB acabou com a sua vida.