Fim de Férias - Interativa escrita por Chars


Capítulo 11
Culpada!




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Capítulo 11 - Culpada!

Os dois continuaram abraçados durante um bom tempo, Hannah estava sensível e Alex apesar de não entender o que estava acontecendo, estava se aproveitando disso. Os dois se sentaram na cama, mesmo bagunçada e ele decidiu perguntar.

— O que foi que aconteceu? Nunca achei que você choraria na minha frente.

— E eu realmente não queria, mas não teve jeito. – ela respirou fundo e decidiu contar, sabia que ele não era o tipo de pessoa fofoqueira, e ela precisava desabafar – Acabou! Eu achei que dessa vez ia dar certo, mas ontem ele ficou sabendo que você foi me buscar no Queens, ficou muito bravo, nunca o vi daquele jeito, não sabia que ele era assim, ele gritou comigo e ficou realmente histérico, eu nem o reconhecia. Não consegui dizer muita coisa, mandei ele ir embora e disse que tinha acabado tudo entre nós, antes de começarmos, eu disse a ele que não gosto de ninguém no meu pé, que não devo satisfação da minha vida a ninguém e que ele teria de confiar em mim, eu me segurei, mas quando ele insinuou que eu e você estávamos transando eu não aguentei, lhe dei um tapa e o mandei embora, ele me xingou e disse que não queria ver minha cara nunca mais.

— Hannah... Sei que pode não ser relevante agora, mas... o que você disse a ele quando ele falou isso sobre nós?

— Não disse nada, não consegui dizer. Quem ele pensa que é pra vir me dizer com quem eu posso ou não conversar? Eu nunca trairia ele e nem ninguém, ele sabe disso, quando ele e Sophia estavam juntos eu não quis ficar com ele, quando Peter deu em cima de mim eu fingi que não sabia, agora que você está dando em cima de mim eu estou fingindo que não sei de nada e que você realmente veio aqui pra buscar o boneco, que você realmente seria um bom amigo, mas eu sei que não é, sei disso, que quer tirar minha virgindade, que quer me fazer de conquista pro seu último ano no colégio, só que o que me irrita nisso tudo, é que se eu quiser deixar isso acontecer, ninguém tem nada a ver com isso, e mesmo assim todo mundo ia ficar comentando e me chamando de coisas horrorosas, sem relevar o fato de que todas as meninas da escola já transaram com você e com mais uns 30 caras e você seria meu primeiro, só que seria uma péssima escolha de primeiro, eu sei disso, não sou burra. – ela falou e ele a encarou espantado.

— De burra você não tem nada. – ele falou, e deu uma risada, que não conseguiu segurar.

— Sabe... você não é tão ruim...

— Hannah... – ele disse e ela o encarou fixamente. – Por mais que eu não tenha vindo pelo boneco, ainda assim preciso dele. E preciso ir embora antes que seu irmão chegue.

— Por que todo mundo tem medo dele? Ele não manda em mim, não tem nada a ver com a minha vida, só porque nascemos da mesma barriga, literalmente, somos ligados? Nós nascemos em placentas diferentes. E mais, nossa mãe morreu, nem temos mais um vinculo direto. – ela esbravejou.

— Não é que tenho medo dele, é só que ele não sabe que estou aqui, e nós somos amigos, não quero desafiar ele, muito menos arrumar briga.

— E mesmo assim quer transar comigo? Não acredito em você!

Ele riu e ela não conseguiu o conter o riso, ela pegou o boneco, entregou para ele que foi embora em seguida.

— Alex... Obrigada por ter me escutado. – ela decidiu que era necessário ser educada.

— Obrigada você... por ser tão gostosa. – ele falou e ela lhe deu um tapa. – Ah, e cuidado por ai, tem muitos gaviões a solta naquela escola.

— Principalmente você.

— Eu não! Já sou um cachorro, domesticado.

— É. – ela disse e olhou para a mão do garoto, onde ele usava a aliança com Grace.

Ele sorriu e saiu andando, assim que entrou no carro começou a pensar no que havia acontecido ali, e continuava sem entender nada. Ela não era burra como as outras, não era ingênua apesar de ser virgem, não era lenta e muito menos desinteressada, afinal, aquele olhar tinha a entregado, apesar de se fazer de forte, ali dentro morava só uma garotinha que queria achar alguém que soubesse trata-la direito.

— Que porra que eu to fazendo? – ele se perguntou, baixou a cabeça no volante e balançou a cabeça em negativa.

Quando percebeu, já estava voando.

Chris saía do colégio quando seu celular tocou.

— Alô.

— Christopher Hoffman? – perguntou uma mulher do outro lado da linha.

— Ele.

— Estou ligando do Hospital Municipal Marilyn Woods, para informar a você e sua família que o senhor Alex Hoffman está internado, em estado grave. Tentamos contatar o resto de sua família, mas não conseguimos entrar em contato.

— Estou indo para aí.

Chris saiu correndo e Jamie e Julian ficaram sem entender nada, mas foram atrás do amigo.

— O que aconteceu? Porque está correndo tanto? – Julian perguntou.

— Alex... está no hospital. – Chris corria até o estacionamento, enquanto explicava o que aconteceu.

Todos entraram no carro com Chris. E foram correndo até o hospital.

— Onde ele está? – Chris perguntou afobado.

— Estamos procurando por Alex Hoffman. Ele é irmão dele.  – Jamie falou e a recepcionista riu.

— Acho que dá pra perceber que são irmãos. Ele está na emergência, ainda não pode receber visitas, mas chamarei o médico para que ele possa explicar melhor o estado dele. A

A recepcionista apertou um botão e falou no microfone.

— Doutor Higgs, favor comparecer a sala de espera, Doutor Higgs, favor comparecer a sala de espera. – ela falou e aquilo soou em todo o hospital. – Podem se sentar, fiquem a vontade, ele já deve estar vindo.

Eles foram até os sofás e se sentaram.

— Porque Alex não estava na aula? – Julian perguntou e Jamie continuou encarando a parede, como se soubesse de algo.

— Ele é o Alex, vive matando aula, mas não entendo o que pode ter acontecido pra ele ter sofrido esse acidente.

— Você deve ser o senhor Hoffman. – Perguntou o doutor.

— Isso. – Chris falou e se levantou para falar com o doutor.

— O estado do seu irmão ainda é instável, mas estamos fazendo o possível para estabilizá-lo e deixar tudo na mais perfeita ordem, ele chegou faz em média duas horas, já conseguimos fazer alguns exames para identificar o que aconteceu, ele fraturou uma costela, pois ele estava sem cinto na hora do acidente e pela análise que fizemos, não estava em posição ereta, estava com a coluna curvada, então na hora do impacto, seu corpo voou para trás e para frente, antes do airbag abrir, sendo assim, ele praticamente voou dentro do carro antes de ser confortado pelo sistema de segurança. Sorte que o carro em que ele bateu, tinha um motorista consciente e chamou a emergência. Tentamos contatar sua família, mas não conseguimos obter contato.

— Meus pais viajam muito a trabalho, devem estar no avião ou em alguma reunião, quando eu conseguir falar com eles aviso o acontecido. Mas por enquanto, eu sou o único que pode ajudar.

— Bom, por você ser menor de idade, não podemos liberar ele só com sua presença, quando ele precisar ser liberado, precisamos de um responsável legal por ele. – o Doutor falou e Chris só concordou com a cabeça.

— Sem querer ser intrometido, mas já sendo... Onde ele estava na hora do acidente? – Jamie perguntou e o médico o encarou.

— Esse tipo de informação perguntem a recepcionista, que o motorista da ambulância da emergência deixou todas as informações com ela.

— Obrigado. – Jamie agradeceu e foi até a recepcionista, e Chris foi atrás, querendo entender a curiosidade do amigo.

— Gostaria de mais informações sobre o paciente Alex Hoffman, saber onde ocorreu o acidente, essas coisas... – ele perguntou e a recepcionista olhou para Chris, que concordou com a cabeça.

— Só podemos dar esse tipo de informação para família, como o irmão dele está junto com você, darei as informações a ele. – ela disse e continuou olhando diretamente para Chris. – O acidente ocorreu na travessa rua Barnes com a rua Oxly. Seu irmão estava dirigindo, o farol fechou e ele continuou dirigindo, o outro carro que bateu nele não teve muitos prejuízos e o motorista está bem, ele só teve maiores danos porque estava sem cinto de segurança, pois ele não estava correndo, de acordo com o outro motorista, o problema foi a falta de atenção ou distração por parte do seu irmão e a falta de segurança.

Chris agradeceu e se virou para Jamie.

— Ele estava sozinho? Tinha mais alguém no carro com ele? – Jamie perguntou e a recepcionista fez que não.

— Ele estava sozinho. – foi só o que ela disse.

Jamie agradeceu e eles voltaram para se sentar perto de Julian.

— E então? – Chris perguntou.

— O que? – Julian respondeu e Chris revirou os olhos. – Ah, não é comigo.

— O que ele estava fazendo na sua casa Jamie? – Chris perguntou.

— Eu é quem deveria te perguntar isso, vocês são melhores amigos, devia saber o que seu irmão foi fazer lá.  – Jamie rebateu.

— Você foi a ultima pessoa com quem ele falou antes de sair do colégio, que eu saiba. Sobre o que conversaram?

— Ele perguntou da Hannah, perguntou se ela estava em casa, disse que precisava buscar o tal boneco para a aula, mas ele não disse que iria lá, eu disse para ele não ir, que era melhor ele pegar amanhã e ele concordou. Achei que tinha ido para a aula.

— Me dá seu celular. – Chris pediu e Jamie nervoso, estendeu o celular para o amigo, já destravado.

Chris pegou o celular e procurou o número de Hannah na agenda.

— O que você quer Jamie? – Hannah perguntou.

— Não é o Jamie, é o Chris. – ele respondeu e ela deu um suspiro do outro lado da linha, já esperado algo estranho. – O que meu irmão foi fazer ai?

— Ele veio aqui buscar o boneco, porque? Aconteceu alguma coisa?

— Ele está no hospital Hannah! – Chris falou, nervoso. Nem sequer sabia porque estava falando com ela, porque queria tanto saber o que tinha acontecido, estava preocupado com o irmão, nem sequer pensou em ligar para Grace, mas pensou em ligar para Hannah, porque?

— Onde ele está?

— Hospital Municipal Marylin Woods.

Assim que ele disse isso, ela desligou o telefone e correu para colocar uma roupa. Se sentia culpada, sentia como se tudo isso fosse sua culpa, ele fora atrás dela e correu para ir embora logo, apesar de ela não ter chamado, foi ela quem o chamou na noite anterior, ela que abriu espaço para ele antes e ele se sentiu confortável em ir até lá, porque ela deixou.

Quando chegou ao hospital, Jamie a encarou sem entender nada, ficou irritado por ela estar ali, sabia que significa algo.

— Como ele está? – ela perguntou e Julian olhou para Jamie segurando o riso.

— Melhorando, os médicos ainda estão fazendo alguns exames, mas parece que ele vai ficar bem, a pancada foi forte, mas Alex também é. – Chris respondeu em tom de compaixão, percebera pela rapidez da garota e pelo modo aflito como chegara, que estava nervosa e preocupada com Alex, o que não era comum para garotas que saiam com ele.

Não culpava Hannah por nada, só estava nervoso demais para ser muito atencioso com outra pessoa.

— Alguém ligou para Grace? – Hannah perguntou e os três fizeram que não.

— Não quero ligar para ela até termos algo estável dele, não quero deixar as coisas ainda piores, e tenho certeza que quando Alex acordar, ela é uma das últimas pessoas que ele vai querer ver. – Chris falou e Hannah simplesmente concordou, mesmo sem entender nada.

— Posso falar com você? – Jamie perguntou e a irmã fez que sim e o seguiu até a cafeteria do Hospital.

Os dois andaram até lá em silencio absoluto, Jamie queria gritar com a irmã mas sabia que não podia, o local não permitia e isso só pioraria as coisas entre os dois e também sabia o que ela diria se ele gritasse, que ele não tem nada a ver com a vida dela, e então não responderia mais nada e sairia andando.

— O que Alex estava fazendo lá em casa? – ele perguntou calmamente.

— Foi buscar o boneco, achei que soubesse.

— Sim, ele disse que precisava do bicho, mas não que iria buscar hoje, quando você estava sozinha em casa.

— Mas ele foi, é direito dele ir buscar, já que o trabalho também é dele, e ele precisa da nota, se quiser entrar em Harvard.

— Tudo bem... O que me deixa intrigado é, porque você veio pra cá tão rápido? Chegou aqui e parecia bem preocupada, o que está acontecendo entre vocês dois? O Thomas tinha razão nas coisas que ele estava falando ontem?

— Você não é nem louco de insinuar uma coisa dessas! – ela falou calmamente, mas cheia de vontade de gritar e bater nele, e sair andando deixando-o falar sozinho. – Fiquei preocupada sim, ele tinha acabado de sair lá de casa, provavelmente nada disso teria acontecido se eu tivesse ido para a aula hoje, se não tivesse ficado em casa choramingando porque outro babaca desses não me aguentou, porque eu nunca vou achar ninguém bom o bastante, porque nenhum de vocês homens presta, são todos possessivos e só sabem gritar pra conseguir as coisas. Se eu tivesse ido pra escola, levado esse maldito boneco e assistido a aula, nada disso teria acontecido.

— Você se sente culpada Hannah? – Jamie perguntou, estava com pena da irmã, nem sabia o que dizer. – Nada disso é culpa sua!


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