Frágil Guerreira escrita por Cari-chan


Capítulo 1
Primeira parte


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: Se gosta particularmente do personagem Sasuke, não prossiga.



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..:: Sakura Pov’s ::..

O amor pode unir. O amor pode separar. Sublime sentimento, que todos nós, um dia, pelo menos, gostávamos de o sentir de uma maneira arrebatadora, e, principalmente, genuína.



Sempre o vemos, como uma forma de mostrar aos outros o quanto são importantes para nós, demonstrando-o de variadas maneiras. Sejam em gestos. Sejam em palavras.


Perguntaram-me por vários e principalmente longos anos, o que é que ele tinha que os outros não tinham. Sem pensar duas vezes, tinha a resposta já debaixo da língua, como se fosse a reserva daquele sentimento que já há muito parecia morrer. Ele tinha o meu coração. Sasuke Uchiha tinha o meu coração. Aquela lei á qual pensei que nunca iria quebrar.


Não podia negar, que na altura, gostava de um dia puder abrir a porta, e dar com a sua figura masculina, sem expressão, e com ar carrancudo. Dei por mim a questionar-me, se realmente o amava, ou simplesmente, queria tirá-lo do fundo do poço. Daquela vidinha egoísta e solitária. Queria apenas, lhe mostrar que todos temos necessidade de dar-nos a alguém. Ninguém vive sozinho. Ninguém. As pessoas não morrem do suicídio. Desaparecem, a partir do momento que a tristeza invade cada partícula do seu ser.


Apesar da distância ao qual fomos sujeitos, não por minha vontade, mas, por a dele, sempre a vi como um mísero grão de areia perante o grande amor que nutria por ele.



Até um dia. Até ao dia, em que nem esse miserável grão de areia nos separava. Ele entrara pelos portões de Konoha numa manhã de nevoeiro. Não o teriam confundido com um fantasma? A notícia correra como uma brisa que nos chega sem aviso. Esperara demasiado por aquela golfada de ar. Há muito que, pensava eu, sem ele, já não respirava. Sai a correr do hospital, percorrendo as ruas da vila, até que, ao longe distingui-o. Não fora difícil vê-lo, ou até mesmo descobrir onde se encontrava, afinal, ninguém estava próximo a ele, e toda a gente segredava uns com os outros.



Gostaria de puder descrever os momentos seguintes, a verdade, é que desatei a chorar e corri até ele, agarrando-me fortemente á sua camiseta. As lágrimas coladas ao seu tronco, foi a única coisa que me ficou na memória. Sem saber, descobri, só mais tarde, que todas aquelas lágrimas, não seriam só de saudade.


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Ele estava completamente… mudado? Não lhe teriam virado do avesso, retirado o coração e o cérebro? Estaria a ser sarcástica? Na altura achei-me uma pessoa horrível por me passar tais pensamentos pela cabeça, por isso, afastei-os para longe.


Precisava de sossego. Eu, bem como Naruto já tínhamos sofrido imenso pela sua ausência. Naruto. Não consegui evitar que um sorriso lento e discreto florescesse nos meus lábios. Os olhos azuis brilhavam como já há muito não via. Ele estava feliz, por o ter de volta, apesar de estar sempre a gritar alto com ele. Já se tinham passado duas semanas após o seu regresso. Os velhos tempos do time sete tinham voltado.


Ninguém o mirava com bons olhos, muitos o temiam, outros o odiavam. E, com razão. Não os censurei. Agora, ele estava aos nossos cuidados e tínhamos de o vigiar até ver, o que Tsunade decidiria quanto ao seu futuro.

Nesse mesmo dia, pediu a Naruto que me deixasse a sós com ele. Senti os meus lábios secarem. O nervosismo apoderou-se. O que quereria ele de mim? Naquele momento, não senti qualquer tipo de medo por estar com ele, ele parecia não ter mudado, para mim, naquelas duas semanas, continuava a ser o mesmo Sasuke de sempre. A contra gosto, Naruto cedeu ao seu pedido, ao garantir-lhe que ficaria bem.



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O silêncio predominava. Ato ao qual, já estava habituada da parte dele, mas, por dentro, o meu coração bombardeava e a minha alma corroía de curiosidade. Paramos frente ao banco que me abandonara. Apesar das minhas súplicas. Diante á minha decisão de o amar eternamente. Mesmo dizendo-lhe que faria de tudo para o fazer feliz. Estava disposta em confraternizar muito dos meus dias, muitas das minhas horas, para pudermos construir uma vida feliz a dois. Na altura, podia somente ser uma criança, mas, tinha consciência dos meus sentimentos para com ele, e, no momento da partida, só os avivei mais. O ato de amar é um ato racional.





- Sakura – despertara-me momentaneamente dos pensamentos. – Eu desejava… eu planeava… - fez uma pausa - casa-te comigo. – os olhos cor de ébano fixaram-se nos meus.





No momento não consegui pronunciar uma palavra que fosse perante, àquele suposto, pedido. A saliva ardia na garganta. As inúteis e malditas lágrimas jorraram-me dos olhos. Acreditava cegamente, que, os humanos não podiam ser totalmente maus. Há algo benéfico neles, confiava, que em alguma parte secreta haveria alguma bondade. Sabia que a semente do ódio de Sasuke já não iria crescer mais. Não tinha motivos para tal. Queria acreditar nisso com todas as minhas forças. Ele não era maldoso, somente tinha uma personalidade de difícil compreensão e um pouco mais complexa do que as outras.



Como não tinha palavras para lhe dar, recorri a um dos melhores métodos. Aos gestos. Aproximei-me e deslizei a minha mão sobre a sua face. Macia. O seu rosto impregnou-se no meu pescoço enquanto as narinas sugavam para si, o meu perfume. O que aconteceu depois, já se pode imaginar. Uma semana depois, era, oficialmente, a senhora Uchiha.


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Um ano e alguns meses. Estávamos juntos á dezasseis meses de puro companheirismo, de pura felicidade. Sasuke de dia, tinha de fazer serviço comunitário, e com grande esforço e perseverança, consegui que ele pernoitasse em casa. Sempre que possível, durante o dia, ia ter com ele e passávamos algum tempo juntos. Tudo parecia correr cada vez melhor. Sentia-me, finalmente, totalmente completa.


Mais tarde aprendi que, não devemos vangloriar-nos quando estamos bem, a qualquer momento, o lado negro que parecia já estar enterrado e morto, sobe o poço lamacento e escorregadio para nos atormentar.




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Poderia ser uma noite como todas as outras. Infelizmente, não o foi. Chegara naquele dia, não porque quis, mas, porque o dever assim obrigou, mais tarde a casa. Não era a primeira vez, e Sasuke sabia perfeitamente, que não seria a última. Trabalhava num hospital, e, em caso de emergência não podia simplesmente sair do meu posto de trabalho e ir para casa. Aquele dia, seria apenas o começo de tudo o que estava por vir.



- Sakura onde estiveste? – a voz era demasiado horripilante.


- C-Calma, amor, eu só estive no trabalho. Mais nada. – não consegui evitar de gaguejar, ficara demasiado assustada perante aquela voz que mais parecia um trovão em noite de tempestade.


- A trabalhar? A trabalhar?! Desde quando é que sais a estas horas do trabalho? – levantou-se do sofá falando cada vez mais alto. Cada vez com mais violência.


- Sasuke, qual é a tua agora? Eu não trabalho propriamente num restaurante ou numa loja de roupa. Trabalho num hospital! E, lá é tudo imprevisível. Pensas o quê? Que gosto de chegar tarde? Não, não gosto. – não me deixaria abater novamente perante a violência que falara comigo anteriormente.



Virei-lhe costas, na tentativa de deixar a poeira assentar, e assim, falarmos com mais calma, mais tarde. Quando estava prestes a subir as escadas, sinto a sua mão no meu ombro agarrando-me bruscamente. Nunca vira o seu rosto tão cheio de raiva. As minhas pernas tremiam. Senti a outra mão acertar-me com violência o rosto para depois empurrar-me contra um móvel.



Cai vacilante. A dor chiava no rosto. Coloquei a minha mão e senti um fio de sangue escorrer. As costas doíam-me.
Não podia comparar nenhuma dessas dores, com a que o meu coração vivia intensamente na altura. O próprio Sasuke parecia surpreendido com a sua atitude.



- Sakura, desculpa eu não queria … - tentou aproximar-se de mim, mas, com um gesto com a mão impediu-o.


- Deixa-me. – levantei-me, subindo, dirigindo-me para o banheiro.



O que é que se tinha passado a uns minutos atrás? O que é que se tinha passado aos dias felizes que já vivêramos? Sabia que todas as relações tinham os seus bons momentos, bem como os maus. Estaria eu cega, ao ponto de não ver que algo, eventualmente, não estaria bem?


Lavei o rosto, deixando-me mirar ao espelho. Perder-me no espelho. Com o meu chakra ainda conseguira tirar algum do inchaço, mas, sabia que me era impossível removê-lo na sua totalidade. Naquele dia, recordei-me de um pormenor importante ao qual escapo-me. O amor, também pode ferir.




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Os finos raios do sol entravam pela janela á qual esquecera-me de fechar na noite anterior. Sasuke deitara-se ao meu lado, nem fazia a mínima ideia a que horas. Não fiz questão de mexer-me. Oito horas e trintas minutos. Ele já tinha saído de casa. Entrei no banheiro, e, felizmente, o inchaço já não era visível, com alguma sorte, ninguém iria reparar. Desci com a intenção de tomar o pequeno-almoço, para depois, começar um novo dia de trabalho. Uma pequena bandeja, tinha comida preparada, e com ela, um bilhete.



“Desculpa.”



A sensação de alívio não veio. Senti um mal-estar, e principalmente, senti-me culpada. Eu deveria ser uma péssima esposa. Sasuke tinha razão ao ter-se zangando comigo, eu viera tarde para casa, enquanto ele esperava a minha chegada para jantarmos como todos os casais costumam fazer.



Iria esforçar-me muito mais para não o desiludir, e para que ele, não ficasse zangado comigo. Sentira um arrepio repentino. Desconfortável. Não. Eu não tinha motivos para ter medo dele.
Pois não?



Continua…

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Notas finais do capítulo

Oiiiee ..! =D

Conforme as pessoas aderirem á primeira parte .. coloco mais depressa a segunda!

Aceito tudo o que tiverem a dizer. Seja mau ou bom. Estou ao vosso dispor.
Sinceridade, aprecio e muito! ,


Bem, vemo-nos, na suposta, última parte! *.*


Beijinhos,

Cari.