Guerreiros escrita por L M


Capítulo 3
恐怖


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! :)



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Hana não se lembrava de estar se sentindo tão inútil em toda a sua vida. Claro, ela se lembrava muito bem que a velha Alli fazia de tudo para esnobá-la, não entendia o motivo de receber tal tratamento da avó, mas se era assim que a mulher queria, Hana iria mostrar que não ligava.

Mas o dia não poderia ter sido pior, e agora ela estava sentada em cima de uma árvore olhando o dia acabar. Suspirou alto ao ouvir a voz da velha Alli falando dela com sua mãe.

Seria fácil ignorá-la, mas as palavras que ela usa são armas poderosas contra o coração frágil de Hana.

Primeiro foi na mesa de café, quando ela deixou sem querer cair o copo de café e a velha Alli tratou isso como se fosse o fim do mundo e começou a gritar com ela. A sua avó Azami tentava apaziguar e acalmar o monstro Alli, porém a velha conseguia ser cruel e surda ao mesmo tempo.

Depois foi a vez de se portarem como noivas e novamente Hana se mostrou desastrada o que gerou em gritos de Natsumi e da velha Alli, porém ela se defendia o que resultava na mãe lhe mandando ouvir em silêncio.

Não era algo muito bom de se ouvir mais de dezessete vezes que sua irmã é melhor do que você, bom, não que Hana já não soubesse disso, mas não precisava que uma velha rabugenta repetisse sem parar.

Natsumi não gostava dos gritos da avó também, mas não queria que eles se dirigissem a ela, por isso ficava quieta. Enquanto Hana ainda discutia com a velha.

No almoço mais e mais discussões, pelo simples fato de Hana não saber comer como uma noiva. A garota ficava encarando a velha resmungando como se fosse maluca, sendo noiva ou não todos comem do mesmo jeito.

No momento da dança foi a pior parte de seu dia, lembrança que iria atormentá-la todas as noites.

Ela caiu em um passo o que gerou em mais gritos, porém ela foi mais rápida e gritou com todas as forças para a velha Alli se calar. Depois saiu correndo em direção a uma árvore qualquer e ali ela ficou desde então.

Hana não queria encarar ninguém. Não queria ver a mãe por não defendê-la, não queria encarar a irmã por se aproveitar da situação ruim, não queria encarar a avó Azami com seu olhar de pena e muito menos não queria encarar a velha Alli com sua língua que mais parece facas que são direcionadas sempre em sua direção.

Um barulho de passos se fez ouvir, enquanto as estrelas começavam a surgir, Hana não queria ver ninguém mantinha seus olhos virados para cima enquanto arrancava as faixas de seu vestido e limpava a maquiagem do rosto. Todavia ela não chorava, não iria dar essa gosto a velha Alli:

–Hana! Hana!-a voz de Natsumi ecoou em seus ouvidos e ela arrancou a faixa com mais violência:-Hana! O que está fazendo? Está rasgando o vestido, é isso?!

–Por que você não sai daqui?!-gritou Hana já com a paciência em seu limite:

–Não estou gritando com você, então não grite comigo!-falou a garota encostando na árvore suspirando alto, enquanto Hana ainda rasgava as faixas e as jogava no chão:-Eu sei que a avó Alli pode ser bem exigente...

–Não Natsumi, você não sabe.-falou Hana ainda rasgando as faixas que a incomodavam:

–Estou tentando te ajudar!-falou Natsumi com raiva em sua voz:

–Agora não preciso mais.falou Hana:

–O que quer de mim, afinal?!-gritou Natsumi:-Eu não tenho culpa pelos seus fracassos! Não sinta inveja de mim e não desconte em mim!

–Natsumi!-gritou Hana parando de rasgar as faixas e apertando os olhos com força:-Vai embora!

–Eu vou!-falou a garota em baixo:-Mas dessa daí, já estamos indo embora!

Hana pulou da árvore caindo de maneira exemplar ao chão saindo caminhando em seguida sem olhar para o rosto de sua irmã parada próxima da árvore com os olhos levemente arregalados.

Hana passou pela sala onde estavam a velha Alli conversando com Azami e a garota nem ao menos olhou para rosto de nenhuma das duas e quando saiu pela porta pôde ouvir mais uma discussão acontecendo por parte de sua avó Azami.

Hana entrou dentro da carruagem e não se deu o trabalho de olhar a expressão raivosa da mãe. Natsumi entrou em seguida e o caminho em meio aos rastros do crepúsculo foi em silêncio em direção a casa.

O céu estava em tonalidades azul e violeta, enquanto o Sol se despedia nas montanhas caindo, deixando seu brilho se perder enquanto a Lua branca tomava seu lugar ansiosa para receber sua luz e iluminar as trevas que logo chegariam.

O ar estava mais frio, nesta época do ano já estavam próximos do inverno rigoroso da China. Os suspiros altos de sua mãe estavam sendo lamúrias de tortura a seus tímpanos, não queria encará-la, não queria que ela começasse uma conversa, não queria mais brigar, só queria sumir.

Logo chegando a entrada de casa viram duas carruagens ali paradas na entrada, e quando Natsumi abriu a porta o grito do filho mais novo fora ouvido.

O grito forte de pânico de Raiden ecoou, e Hana não pensou duas vezes em saltar do carro e sair correndo em meio a terra e as plantas pelo caminho até chegar em sua casa. Natsumi ia ajudando sua mãe, enquanto Hana corria e gritava pelo irmão:

–Raiden! Raiden!-gritava ela chegando próxima da casa:-Onde está Raiden?!

Hana chegou na entrada de casa e encontrou o irmão esmurrando a porta de entrada com lágrimas transbordando dos olhos, deixando o rosto vermelho e pingando no chão. Hana chegou até ele e tentou segurar seus punhos, mas o garoto estava determinado a arrombar a porta gritando e socando Hana que tentava impedi-lo:

–Raiden, pare! Para! O que foi?! O que há, Raiden?!-gritava Hana o segurando pelos punhos:

–Hana! Saia!-gritou sua mãe a empurrando e abraçando o filho mais novo.

Hana olhava a cena atônita, não entendia nada do que estava se passando. Encarou Natsumi que mantinha um olhar assustado e confuso também:

–Natsumi, leve Raiden para os fundos.-falou Emi entregando Raiden a Natsumi e fez o que ela disse.

Vendo os irmãos sumirem para os fundos, Hana se virou para a mãe:

–O que está acontecendo aqui?!-indagou a menina:

–Calada!-gritou a mulher tremendo:-Saia daqui!

Hana nunca ouvira a mãe falar desse modo com ela, então só saiu correndo para longe segurando o vestido. Avistou de longe a mãe bater na porta e falar algo, em seguida a porta foi aberta e ela entrou sumindo de seu campo de visão.

Hana correu em direção a árvore próxima ao telhado e subiu na mesma. Arrancou os sapatos que a estavam apertando e subiu descalça na árvore, sujando o vestido com o cabelo grudado em sua testa e o coração batendo dilacerante contra seu peito frágil. A garota chegou até um galho grosso e se pôs em pé, esticando os braços para manter o equilíbrio e começou a caminhar com o forte e frio vento de início de noite a atravessando.

Os cabelos soltos e negros voavam na direção, enquanto ela andava em direção ao telhado. Chegou e se colocou de joelhos se rastejando com cuidado para não fazer barulho, mantendo o ouvido pressionado nas telhas tentando ouvir qualquer som de voz.

A garota parou assim que a voz de sua mãe foi reconhecida:

–Como ele está?-perguntou sua mãe a quem quer que fosse:

–Honō ryū Emi! Creio que o ferimento da guerra ainda se mantém bem forte, e causando dor e crises em seu marido.-falou o homem que parecia ser médico:-Já o colocamos para dormir com ervas e cessamos o sangramento, tivemos que colocar seu honorável filho para fora por conta dos gritos e xinagmentos que ele snos dirigia. A hemorragia está indo e vindo, ele precisa se manter de repouso e sem qualquer vestígio de luta. Ele não tem mais condições para isso.

–Eu entendo! Bem... Arigatō! Arigatō!-falou sua mãe e ela ouviu passos em seguida.

Hana estava ofegante e seus olhos estavam ardendo, enquanto o medo a sufocava pelo pai. Desde quando sseu pai tinha um ferimento grave de geurra?! Ela não conhecia esta parte da história e não sabia que pudesse ser tão grave e poder custar a vida de seu pai.

As mãos estavam tremendo enquanto ela se sentou no telhado e zelava pelo sono do pai. As preces que ela chorava em silêncio, somente com as lágrimas deslizando ela rezava para serem ouvidas pro alguém ou algo maior do que ela. Que o espírito do dragão da família zelasse e protegesse seu pai.

Hana olhou para baixo e viu Natsumi limpando as lágrimas caminhando vagarosamente junto de Raiden até sua mãe que estava tentando consolá-los e ela apenas estava sendo consolada enquanto o medo a engolia pela noite e a Lua que testemunhava seu choro.


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Notas finais do capítulo

:) :)