Hana abriu os olhos e os focalizou no lustre de bolinhas que tinha em se quarto. O sono ainda persistia querendo fazer com que ela fechasse os olhos, mas algo dentro dela (que ela, com certeza, odiava) a fazia permanecer acordada.

Hana se lembrava da noite anterior, ela sentia seus olhos ainda estarem inchados devido ao choro desesperado de ontem. Ela sentou na cama e suspirou, esfregou os olhos e os focou para o calendário:

–Nani?!-ela gritou pulando da cama e chegando perto do calendário:-Oh, meu Deus! Com tanta coisa acontecendo, ainda tem essa porcaria de casamenteira ainda!

Hana voltou a deitar na cama e se cobriu por inteira, não sabia como poderia encarar a mãe normalmente depois de ontem. Ela queria acreditar que Emi fez isso por conta da preocupação com seu pai e não por ter se defendido das calúnias da velha Alli:

–Ah... Tenha dó!-resmungou Hana se obrigando a levantar.

No momento em que se levantou sua porta foi praticamente arrombada por um garoto de cabelos castanhos até o pescoço, a pele bronzeada e os olhos mel. É claro que ele iria lhe vsitar no "maior dia de sua vida". Nohara Riki estava lá com sua blusa verde com o símbolo do clã sorrindo meio corado para ela:

–Poderia ter batido.-falou Hana sorrindo:

–Gomen'nasai, Hana! Sua mãe me mandou arrombar a porta para te acordar. Ela está praticamente voado de um lado para o outro junto com a minha mãe.-falou Riki entrando e fechando a porta:

–Ah, que bom que sua mãe está aqui!-falou Hana se sentando no chão:-Eu acho que você já soube do meu pai, não é?!

–Bom... Todos já soubemos. Suas avós estão lá na sala ajudando seu pai e Natsumi.-falou Riki se sentando ao lado dela:

–Oh, Kami! O que elas fazem aqui?! Tive um grande desentendimento com a velha Alli ontem!-falou Hana enterrando a cabeça nas mãos:

–Ei! Relaxa!-falou Riki a abraçando:

–E o Raiden? Como ele está?-perguntou Hana:

–O garoto não desgruda do seu pai. Mas nem parece que aconteceu algo, o seu velho está todo por cima como sempre.-falou Riki e Hana sorriu:

–Ele é assim mesmo.-falou Hana e a porta se abriu novamente com sua mãe entrando:

–Hana! Vá logo tomar banho, temos que está na casamenteira às 13 horas!-falou Emi entrando com vestido e faixas em sua mão:

–Mama! São oito da manhã!-falou Hana colocando a mão sobre a testa:

–Oh, meu Kami! Já são oito horas?! Depressa, Hana! Natsumi precisa arrumar os cabelos.-falou Emi empurrando Hana para fora do quarto enquanto Riki ri da cara de desespero dela:

–Riki, querido, pode ficar lá na sala agora.-falou Emi:

–Oh, claro Emi-sama!-falou Riki se reverenciando e saindo apressadamente.

Hana estava dentro de uma banheira de madeira imensa, enquanto quatro mulheres que ela nunca viu na vida a davam banho. Claro, que ela protestou e tentou falar que não tinha necessidade, mas a mãe quase rugiu como um leão ao gritar não.

Hana estava corada, não gostava de está nesta situação (sem roupas) na frente de outras pessoas, não importando se são mulheres ou não.

As mulheres iam tagarelando sobre assuntos diversos, enquanto Hana era esfregada com tanta força que parecia que sua pele ia sair. Os cabelos estavam sendo lavados (arrancados) pelas mãos de uma mulher roliça. Sua avó Azami entrou com as toalhas e ajudou Hana a se secar a mandando para dentro do quarto.

Hana ia desconfortável e a avó não pareceu muito a vontade também. Chegando no quarto estavam duas mulheres maquiadas como um palhaço a esperando:

–O que é isso?-perguntou Hana:

–As maquiadoras.-falou sua avó Azami:

–Oh, meu Deus!-murmurou Hana.

A menina se ajoelhou e fechou os olhos enquanto as mulheres começavam a passar coisas que ela não sabia o que era em sua face. Logo uma gritaria foi escutada e Hana ouviu passos apresados de mais duas pessoas se encaixando em suas costas começando a fazer algo em seus cabelos.

Hana tinha que manter a cabeça firmada senão atrapalharia o trabalho das maquiadoras, enquanto outras mulheres estavam tentando arrancar sua cabeça fora. Hana murmurava algo toda vez que puxavam seus cabelos e ela sentia a barriga resmungar e gritar em busca de alimento, porém sabia que se pedisse algo agora seria jogada da janela pela mãe.

Logo as maquiadoras terminam o trabalho e Hana abre os olhos que ficam embaçados de início, mas logo se acostumam. Mais duas mulheres surgem em seu campo de visão pegando cada uma de suas mãos e começando a fazer suas unhas.

Hana suspirou alto, entediada. Qualquer coisa seria melhor do que está nesta situação, odiava com todas as forças isso, além de que pensar na casamenteira estava começando a fazer borboletas voarem dentro de seu estômago.

Sua avó Azami estava vendo tudo com um meio sorriso nos lábios, Hana estava bonita. Mas a garota não se sentia assim e se era para definir seria dolorida. Na sua opinião ninguém deveria acordar dessa forma, poderia passar mal, sem contar que o café da manhã é a refeição mais importante do dia e nos últimos dias estavam ignorando para valer está frase verídica.

Logo seus cabelos estavam prontos, posto em uma trança longa e repleta de floresta de sakuras. Hana se levantou enquanto era empurrada em direção a seu quarto onde colocaria o vestido.

Lá dentro Natsumi estava recebendo elogios da velha Alli, e Hana tinha que admitir que ela estava mais bela do que de costume.

Sua mãe lhe avistou e sorriu feliz com o que via, seja lá o que for:

–Está linda, Hana! Vamos logo, ponha o vestido.-falou sua mãe lhe mostrando um vestido azul repleto de faixas vermelhas:

–Não poderia ser um vestido sem faixas?-perguntou Hana, o que fez as mulheres gargalharem:-Não vejo qual é a graça.

–Minha querida, a graça está nas faixas.-falou a velha Alli:

–Só seu for no seu tempo.-falou Hana e a mãe lhe deu um beliscão doloroso nas costas, fazendo a menina se calar.

Diferente do seu vestido, Natsumi vestida um rosa claro com flores brancas bordado e faixas azuis claras. Com certeza mais bonito, mas Hana odiava vestidos então não fazia diferença.

Quando todas estavam já vestidas e Hana tentando respirar dentro do seu instrumento e tortura particular, foi a vez das avós trazerem suas bijuterias.

A velha Alli, como mãe do pai trouxe os colares.

A mulher enrugada colocou um cordão de flor de ouro no pescoço de Natsumi que sorriu abertamente maravilhada com o colar, Hana simplesmente revirou os olhos.

A velha Alli encarou Hana e lhe direcionou um cordão de corvo, mas a menina simplesmente pegou o pulso da senhora e com a outra mão mostrou o cordão de dragão que seu pai lhe dera:

–Hana!-indagou sua mãe:

–Agradeço, mas já estou usando um.-falou Hana apontando para seu cordão de dragão:

–Como quiser.-falou a velha Alli.

Logo Hana e Natsumi estavam descendo as escadas onde se encontrarão com seu pai, seu irmão, Riki e o pai do mesmo e todos se ergueram em sinal de respiro por causa delas.

Raiden as encarou sorrindo, mas logo fez bico que foi visto pelo pai que bateu nas costas do filho em sinal de humor. O velho guerreiro Honō ryū Chang, ergueu-se e foi contemplar suas filhas.

Natsumi mantinha o grande sorriso nos seus lábios e Hana mantinha o rosto parcial, mas logo sentiu outra vez um beliscão da mãe e abriu um mínimo sorriso. O mais difícil que ela teve de dar, pois um sorriso forçado é o mais doloroso.

Chang encarou as filhas e sorriu abraçando as duas que o abraçou com força.

Logo Raiden se aproximou das duas irmãs e lhe entregou uma flor em forma de pulseira, Natsumi sorriu e o beijou na bochecha e Hana beijou os cabelos dele ambas colocando as pulseiras.

Logo estavam saindo da casa indo em direção a casamenteira.

Riki alcançou Hana e lhe sorriu verdadeiramente:

–Como se sente?-perguntou o rapaz dois anos mais velho:

–Com fome.-falou Hana o que o fez gargalhar:

–Você está linda.-falou Riki acariciando os cabelos dela:

–Natsumi está mais.-ela falou revirando os olhos:

–A mais simples é a maior beleza que existe.-falou Riki beijando a testa de Hana:

–E se eu não for uma boa noiva?-perguntou a menina com receio:

–Você é o que é.-falou Riki:-E eu não iria me importar nem um pouco de ter que me casar com você.

Hana sorriu abertamente enquanto seu rosto esquentava:

–Chato.-falou ela:

–Boba!-falou Riki:-Está na hora!

–Eu sei.-murmurou Hana fechando os olhos:

–Kōun, Hana-chan!-falou Riki sorrindo e ela sorriu também:

–Vou precisar Riki-kun.-falou a menina sorrindo.