Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oh Deus, quanto tempo. Capítulo editado. Vamos ver no que vai dar?



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Prólogo

Afrouxava o nó da gravata enquanto lhe era arremetido os pensamentos de mais cedo, e com tamanha destreza jogou a gravata por cima do ombro, onde esta pousou inerte sobre o sofá do outro lado de seu escritório residencial.

Sentando em sua cadeira habitual, atrás da imensa mesa de mogno, entrelaçou às duas mãos uma a outra e se recostando no encosto macio da cadeira giratória um longo suspiro exaustivo se fez ouvir.

Estava cansado, mas também, atordoado!

Aquele tinha sido o pior dia se comparando aos outros, mas também o melhor durante muito tempo.

Desistiu de tentar apagar os pensamentos voluntários e deixou-se inundar, fazendo não só ele pensar no hoje, como também há alguns míseros anos que vivera outrora.

Seus cabelos e olhos da cor de chocolate suíço – o que era uma comparação imerecida – lhe embebedavam os pensamentos com tamanha perpetuidade e incredulidade, já que esta reação a qual se encontrava tão familiarizado também lhe rondava.

Incredulidade porque era impossível.

Aquela mulher não poderia mais existir. Não mais!

Ela o baniu de sua vida, e durante tantos anos o homem sentado a cadeira giratória tentou fazer o mesmo – só que não tendo grande êxito como a mesma, optou por bani-la de sua mente, mas aquela não era uma opção a qual se manteve, e mesmo que de seu ignorado coração ela não mais fizesse parte havia muito tempo, não era algo que conseguiria ignorar.

Ter amado foi uma aposta tentadora, assim como para um jogador, sendo ele profissional ou não, era tentador recusar um lance que até o momento parecia inofensivo, mas ainda assim arriscado. Foi assim que o magnata entrou no jogo de sensualidade e foi assim que ao fim se viu abortar um sentimento que muitos passam a vida toda sem conhecer e foi assim que se privou de uma possível nova oportunidade de voltar a vivê-lo.

Um jogo de azar não era mais bem-vindo, a não ser que ele desse as cartas.

E era exatamente o que planejava fazer, pois se o ditado era verídico, o que duvidava muito, no qual dizia: sorte no jogo, azar no amor. Ele esperava esperançosamente – mesmo que esse sentimento já não mais fizesse parte de sua índole – que seu azar não se voltasse mais uma vez para o amor.

Embora ele estivesse comparando a linda mulher a sua frente com a maldita mulher que um dia o amor o cegou, ele sabia que ela tinha algo de muito diferente daquela outra. Ela não poderia ser em hipótese alguma aquela mulher que um dia destruíra sua vida, e que se podia ainda ver o estrago iminente deixado por ela.

— Essa será a sua nova secretária executiva Sr. Cullen – anunciou a mulher que trabalhava para o departamento do RH, a qual ele nem se dignava em saber o nome.

Assim que a linda e inocente mulher em seu rosto delicado e divino – faltando apenas uma auréola que planasse sobre sua cabeça – adentrou sua sala, permitindo com que ele mais uma vez admirasse sua beleza estonteante, chegando a ser vista com uma singularidade única, se ele bem já não tivesse presenciado disso uma vez. Dessa magnitude que obscurecia seus pensamentos.

Só a tinha visto pela primeira vez ontem, enquanto passava despercebido como sempre pelos enormes corredores das Indústrias Cullen. Vendo-se logo perdido pela silhueta pequena atrás do vidro – onde se era feito a seleção de candidatos para tantas vagas diárias naquela empresa que tinha fama, pelos funcionários, de que ninguém parava no cargo, fazendo-os temer os seus próprios – ele pensou que via uma miragem, daquelas que eram espelhos de seus pensamentos turbulentos e parou subitamente, admirando-a de longe. Sem nenhum pudor.

Claro que sabia que não se tratava daquela víbora – codinome que sua irmã tanto gostava de usar quando se referia a ela –, pois estava na cara de quem visse que as roupas decentes daquela inocente não condiziam com nenhuma daquelas exuberantes que a tal víbora usava. Em nada se pareciam. Nada.

Mas então por que o delongado vislumbre o fez lembrar-se dela? Com lembranças que tão arduamente tentava repelir, e nem por um decreto conseguia.

Ainda sem resposta voltando ao presente daquele momento ele se sentiu rejuvenescido uns dez anos – mesmo que não precisasse – ao ver ela a sua frente, vestida em seu mesmo vestido azul de ontem, com seu cabelo agora caído em cascata sobre os ombros, e em sua sapatilha casual.

Definitivamente não era Katharine. Katharine odiava azul.

Assim que a mulher do RH saiu, deixando-os a sós, como incumbido, ele sabia que se aquela fosse a sua perdição, assim como a primeira fora, ela não passaria ilesa como a víbora da Katharine passara. Não mesmo.

— Sou Isabella Swan, Sr. Cullen – sua voz era doce e musical, e se ele se deixasse envolver por um dos muitos encantamentos que ela possuía estaria tudo perdido. Tinha que tomar cuidado.

“Eu sei quem você é Isabella Swan”. – Ele pensou internamente, se lembrando do que solicitara mais cedo a seu subordinado.

— E eu sou Edward – estendeu a mão, esperando a retribuição da mesma ao toque. – Só Edward!

Percebeu o sorriso singelo dela quando ambos se cumprimentaram formalmente.

Claro, talvez para ela fosse uma formalidade, mas para ele, não.

Não mesmo.

Sentiu uma certa e inesperada descarga elétrica perpassar por suas veias e que tão ambivalente não repudiou, nem mesmo receava sentir batidas aceleradas vinda de um adormecido coração depois que a descarga elétrica chegasse ao seu destino, pois uma pedra tinha usurpado o lugar dele, uma pedra dura, oca, onde os sentimentos eram enjeitados.


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Notas finais do capítulo

Para as lindas que acompanhavam Mistakes podem ver a semelhança. Foi editado sucintamente e ainda estou trabalhando nisso para que... ao terceiro capítulo seja finalmente dada a continuidade. Devia ter esperado um pouco mais para me sentir preparada. Mas deu pra ver que não fui forte o suficiente e não resisti? Eu não consegui me segurar e por isso estou aqui. Quero escrever para mim, que sempre foi um dos meus maiores prazeres - e claro que por amar Twilight -, mas também quero escrever para aquelas que gostarem. Sintam-se a vontade pela sedução do espaço logo abaixo. Deixe um comentário *---*.