Mistakes escrita por Niina Cullen


Capítulo 2
Capítulo UM


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos em 3, 2... RoCullen, sraa e Al3GR4 e pela Fanfic já ter sido favoritada pela Mypallot que já estivera comigo, se bem me lembro desde as outras duas vezes que falhei com Mistakes.
Obrigada mesmo girls!!!



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Capítulo

UM

O CEO das Indústrias Cullen estivera sem secretária até esta manhã, mas agora, de tarde, ele via através da parede de vidro que era apenas ofuscante para quem estava do outro lado, a pessoa que lhe roubava a atenção caminhando de forma acanhada sobre o porcelanato recém encerado, vindo em direção a sua sala. Ela viria se apresentar para o trabalho como a mais nova secretária executiva.

Na semana passada já tinham passado por esses cumprimentos formais, mas ele se divertia em pensar que suas ordens já estavam sendo cumpridas.

Isso era ótimo!— seu interior se deleitava com a situação sob seu controle.

De cabeça abaixada, fingia estar analisando alguns papeis – relatórios diários que já tinham recebido a sua atenção mais cedo – quando sua atenção se voltou diretamente a ela, agora podendo ouvir a leve batida na porta pivotante, e sem mais delongas anuiu que entrasse, como se já não soubesse quem era.

Ainda analisava os benditos e sem importância alguma dos papeis sobre a sua mesa, no mesmo momento em que aguardava ansioso pela voz. Ele queria ouvir aquela voz uma vez mais. Mas seus anseios foram inesperadamente renegados, pois Isabella não dissera nada, fazendo o então Edward erguer a cabeça bruscamente, olhando-a sem se importar em medir nenhum pouco que fosse as suas atitudes já insanas.

A visão a sua frente era estonteante, e Edward se pegava pensando como ela poderia ainda ser mais linda.

Isso talvez não tivesse fim! – pensou para a sua própria perdição.

Mesmo com a rápida visão de ontem, e ter a cumprimentado e considerado pensamentos sórdidos que o fazia se sentir um moleque de colegial, não se sentia impotente ao apreciar a sua beleza explicita, como agora. Claro que não sentira antes, mas nesse momento era como se a ele tivesse sido direcionado todo o domínio que ela parecia exercer sobre ele. Edward bem sabia que nenhum poder deve-se confiar à mulher alguma. Em seus dias de natureza cega tinha feito essa burrice. Mas bem sabia que um erro não se comete duas vezes.

Ela estava ali, mais uma vez a sua frente, com sua sapatilha dourada, vestida em um vestido preto, com um casaco social que lhe cobria os braços. A alfaiataria combinava tão bem com o seu tom de pele e se encaixava tão bem com o seu jeito simples de se vestir.

Ela não estava assim ontem... Talvez quisesse impressioná-lo, não sabia bem ao certo, mas sabia que estava gostando.

Roupas caras, definitivamente caras.

E ele desconfiava disso pelo consumismo exacerbado diário que Katharine era capaz de fazer com um único cartão de credito sendo ele ilimitado ou não.

Mas Isabella estava divina, e Edward não conseguia disfarçar que a almejava só com o seu nocivo olhar. Olhar esse que seguia as suas curvas esbeltas, suas pernas divinas, sem nenhuma meia calça as cobrindo e voltava sorrateiramente para seu rosto de anjo.

Estava fazendo um sol terrível, um dia ensolarado em Nova York. Era um tempo propício para o uso daquelas roupas, só que o ar gélido que saia dos ares-condicionados que estavam espalhados por cada centímetro da empresa, o fazendo-o pensar que ela poderia estar com frio. Uma preocupação involuntária que ele logo tratou de converter em sua cobiça por ela e sabia o quanto aquele tipo de reação ainda era precipitada, e ele tinha que se controlar.

— Boa tarde Sr. Cullen – finalmente fez-se ouvir a sua voz em um sussurrar melodicamente soprano na voz. Era um som divino, e único e não queria que existisse tamanha semelhança. Uma voz doce. Meiga... que não poderia servir para outra pessoa senão para ela mesma.

E era assim que as diferenças entre Isabella e sua um dia esposa, Katharine, começavam. Mas será que para o ilustre e temível CEO das Indústrias Cullen, ter o conhecimento disso era o suficiente?

O momento é o único espaço de tempo capaz de mudar o futuro próximo, mas em certas ocasiões ele é ignorado o que acaba por interferir em um futuro que tinha tudo para ser tudo aquilo que não pudera ser. E Edward acabara de ignorá-lo.

— Boa tarde Isabella. Espero que eu possa chamá-la assim— Edward enfatizou bem a sua última fala, fazendo a mulher a sua frente, que mais parecia uma garota assustada, assentir. Estava explicito o nervosismo dela, assim como a sua beleza em meio ao rubor que se formava em suas bochechas. E, claro que Edward não poderia se deixar levar e se deslumbrar com aquilo. – Fico grato por ter vindo trabalhar hoje, assim, sem aviso prévio.

O jogo de conquista de Edward Cullen começava agora. Ele esperava que funcionasse, assim como todas as suas investidas futuras.

— Eu que lhe agradeço por ter permitido que eu viesse na parte da tarde, logo no meu primeiro dia. Mas se precisar que eu fique até depois do expediente para dar continuidade aos trabalhos necessários eu ficarei. – Anunciou rapidamente. – E mesmo eu não sendo qualificada para essa área... – ela desembestava em falar, com um nervosismo explicito no tom meigo e calmo, apesar da pressa em se fazer ouvir.

Essa era a nossa Isabella, a mesma que estava fascinando Edward Cullen deveras, sem que a mesma concebesse essa ideia. Ele já estava atraído desde o primeiro dia em que colocou seus olhos verdes nela, mas parecia impossível não se sentir enlevado a cada segundo mais que transcorria, mesmo sem a sua presença, ou com ela... Algo estava mudando. Edward estava sentindo e disso tinha plena consciência.

Deixando de lado seus pensamentos conturbados e ainda sem entendimento algum, sobre questões evasivas, Edward se entregou ao presente.

Edward permitiu que Isabella viesse na parte da tarde porque deixara bem claro para a tal mulher do RH que o que quer que a mesma precisasse – mesmo sem esperança nenhuma de conseguir – fosse atendido. Claro que ele não dissera com essas palavras. No mínimo pareceria estranho para uma misera empregada de sua empresa, e ele não devia satisfação a ela, e a ninguém. Estava claro isso.

O motivo de Isabella pedir para vir na parte da tarde se devia exclusivamente a seu pai. Edward não quisera saber detalhes, ele os teria depois, através de Emmett.

De fato Isabella estava certa, não era qualificada para a área, mas para o magnata das Indústrias Cullen, aquilo não importava. Não era a vaga recém aberta de secretária executiva que ela ocuparia permanentemente.

Edward divagou pela lembrança de como foi olhar para a cara de Elizabeth Masen quando esta teve de arrumar suas coisas, e sair ontem mesmo da empresa – o dia em que Edward colocou os olhos em Isabella.

— Sr. Cullen, eu já trabalho aqui há mais de 30 anos – tentou argumentar a velha senhora. – Trabalhei para seu pai, para o seu avô, e agora...

— E agora está demitida Sra. Mason – ele foi duro e frio aos proferir aquelas palavras. Como já era conhecido por todos ali na empresa, e ainda errara o nome da senhora que fizera boa parte dos anos daquela empresa, como se não fosse o único nome que ele se dignou em não esquecer.

Elizabeth tinha os olhos arregalados e aflitos. Ela estava no direito dela, coitada, nessa altura, passado os cinquenta anos, onde arrumaria emprego?

— Você deveria me agradecer – Edward voltou a falar, vendo a situação da mulher, que antes, em outros tempos, poderia até tê-lo comovido. – Fiz uma carta de recomendação, só não sei se será o suficiente, já que pensarão da mesma forma que eu: que o melhor para uma senhora é ficar em casa, cuidando e zelando dos netos, bisnetos, ou seja lá o que a senhora tenha.

Seu tom era rude, e nenhum pouco comedido.

Elizabeth saiu da sala de Edward com a cabeça baixa, as lágrimas a escorrerem pelos seus olhos, pelos cantos das rugas que tanto denunciavam a sua idade. Ela sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer. Mas ela só queria que algum motivo – seja lá qual fosse ele – esclarecesse a sua demissão. Ela era velha, OKAY! Mas isso não era uma justificativa plausível, já que era boa no que fazia, se afeiçoando ao decorrer do tempo com os tecnológicos computadores, que substituíram o único meio que fez dela uma boa e ótima secretária executiva, dando a sua vida por aquela empresa, para no final, não ter retorno algum.

Ela sentiu a sua pressão cair. Ela não poderia afirmar que era isso mesmo, pois nunca se sentira assim, mas se sentou em um dos sofás da sala de conveniência da empresa, com uma caixa em seu colo – contendo seus objetos pessoais, alguns que durante três décadas estiveram com ela – quando sentira alguém se aproximando. Elizabeth erguera o rosto e viu uma linda garota saindo da sala de entrevistas. A linda garota sorria tão contidamente causando um efeito divino capaz de abstrair por segundos a situação dela. Claro, tinha conseguido o emprego que muitas não conseguiram – o de recepcionista daquela ala da empresa. E a senhora Masen só queria saber quem seria a sua substituta.

A jovem garota estava prestes a sair do campo de visão da senhora Masen quando se dera conta da senhora ali sentada, com os olhos cheios de lágrimas que escorriam livremente pelo seu rosto bondoso. Esta senhora a fazia se recordar da sua avó, pensara. Seus cabelos fartos presos em um coque frouxo, com algumas mechas brancas despontando pelo cabelo escuro, e com feições cansadas, que pareciam ter ganhado um novo significado, como se fosse à primeira vez que essas feições – tão desproporcionais a sua legitima bondade palpável – se fizeram presentes.

— A senhora está bem? – Em um segundo a linda garota estava ao lado da agora desempregada senhora e perguntando se sentou ao lado da mesma.

— Oh, sim! – Elisabeth tentou recompor-se balançando a cabeça. – Só um pouco aturdida – declarou por fim, com um imenso pesar, olhando a moça ao seu lado. – Sabe... Eu dei a minha vida por essa empresa, para no final... – a senhora Masen balançara a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos, como se ainda não acreditasse que estava deixando aquela empresa para sempre, por um motivo que ela não sabia ao certo, mas que estava ali, a sua frente.

A garota compreendeu o que a senhora falava. Entendeu que ela estava sendo demitida. E aquilo era tão irônico e ao mesmo tempo trágico, pensara ela consigo mesma, pois ela tinha acabado de ser contratada, mesmo achando aquilo tudo praticamente e incontestavelmente impossível – pois não fora para o cargo que ela se candidatara – e agora, aquela senhora, que aparentava ter muitos anos na empresa, estava indo embora, mesmo tendo experiência.

— Eu lamento – foi tudo o que ela pôde sussurrar em um consolo ilusório.

— Não minha querida, não lamente – negou, carinhosamente. – Por aqui será o que você mais verá: pessoas sendo demitidas. – Ela percebeu, talvez tarde demais, que tinha assustado a moça com o que tinha dito, então tentou se remediar: – Desculpe! – sorriu levemente, tentado passar confiança. – Você é jovem, tem tudo para se dar bem aqui, só espero que longe daquele... Daquele há quem um dia eu vi crescer e me pedia doces quando vinha visitar o pai – lembrou-se, com nostalgia.

A jovem agora não entendia o que a senhora ao seu lado tinha acabado de dizer. De quem ela falava com um leve brilho no olhar? Como se aquele de quem ela falava não existisse mais. E por que ela dizia isso?

— Creio eu que o meu cargo, como secretária executiva, ainda não foi ocupado – Elizabeth sussurrou. – E espero que a escolhida tenha a sorte de poder suportar aquele... – ela parou no meio da frase, deixando-a solta no ar.

Então, assombrada a garota entendeu de quem a jovem senhora estava falando.

— Boa sorte... – Elizabeth não pôde terminar a felicitação, pois não sabia o nome da garota que lhe passava um ar tão vívido e meigo, e se levantou, com a caixa leve, contendo seus únicos pertences ao longo de anos naquela mesma empresa.

A garota a sua frente lhe mostrava, só com a presença, ser uma garota boa, descente e acima de tudo, amorosa, pois viera a seu encontro, tentar consolá-la, mesmo sem nem conhecê-la, o que era muito diferente daquelas tantas mulheres que trabalhavam ali. Bom, pelo menos se tinha deixado a vulgaridade de lado ao escolher uma moça tão descente como aquela, deixando que a simplicidade e a competência prevalecessem.

Elizabeth Masen suspirara, pois agora era chegada à hora de passar no setor do RH, lugar este que ela nunca pensou em pisar na circunstancia que agora estava.

— Bella, pode me chamar de Bella – a garota foi rápida, pois gostava de ser chamada assim, mesmo por pessoas que acabara de conhecer.

Elisabeth sorriu, ainda em meio às lágrimas.

— Então... – ela estendeu a mão para cumprimentar a garota. – Boa sorte Bella!

Bella viu a senhora que nem sabia o nome sair, indo em direção ao elevador. Talvez essa jovem senhora que tanto lembrava a vovó Swan, deixaria os 57º andares nas alturas ainda com as lágrimas a escorrer pelo canto de seus olhos perolados.

Ela não poderia mudar nada, só queria saber por que a mentira estava ali, e fora dita pela mulher ultrajante que a entrevistou. Bom, não foi mesmo uma entrevista, e sim, perguntas, que Bella sabia serem feitas para aquelas que já estavam selecionas, pois a pasta que a mulher fazia questão de deixar a vista – estava etiquetada com letras maiúsculas em um tom vermelho gritante.

Perguntas para Selecionados

Bella achava que poderia responder qualquer besteira, que seria contratada. Era o que estava parecendo. Mas ela não podia questionar. Ela que era a questionada ali, mesmo que não parecesse.

Bella não era nenhuma graduada, mas tampouco leiga. Ela sabia o que uma recepcionista fazia, mas agora, secretária executiva? Ela só esperava que fosse um nominho bonito para a mesma função a qual ela se candidatara. Aquele seria o seu trabalho, ao qual ela tanto procurou, e nada achava, mas agora, aqui, em Nova York, ela teve essa oportunidade, por mais estranho que pudesse parecer, mesmo que uma mulher tivesse sido demitida para isso.

Edward sabia que podia perder muito em contratar Bella, pois em seu currículo dizia que ela não tinha experiência em secretariado, mas isso se aprenderia com o tempo, e também, ele não se importava, não era uma secretária que ele precisava. Não mesmo.

Mas agora, secretária executiva já era outros quinhentos. Ela tinha faculdade de psicologia, mas que não fora concluída. Ela poderia estar na parte colaborativa da empresa, que era composta para o ótimo funcionamento que a mesma deveria atingir, mas ele a queria para si, e lá estava ela, toda nervosa, sem saber para onde olhar, e, ele tinha acertado em cheio. Ela tinha os olhos da cor de chocolate, e seus cabelos, abaixo do ombro, realçava ainda mais a sua meiguice e sua simplicidade.

Ao mesmo tempo em que Isabella se parecia tanto com Katharine, Edward percebia a diferença sucinta entre ambas. Enquanto Katharine era independente, e não suportava ordens, Isabella obedecia a ele. OKAY, era chefe dela, ela era obrigada a isso. Precisava do emprego. Mas mesmo assim a diferença era tangível. Agora, só dependia de Edward saber verdadeiramente o quanto Isabella era diferente de sua ex-esposa.

O medo de perder existia. E ele não queria errar, como errou com a primeira. Ele faria tudo diferente. E o diferente dele... Entenderemos depois.

Porque tudo começava a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Uaaaaal... Deu pra sentir a intensidade do problema em que a Bella tá se metendo?
Esse Edward tem uma visão muito deturpada não é mesmo? Acho que podemos culpar a Katharine por isso, então, são sejam compreensivas KK.
Nem mesmo eu sei o que esperar dele.
Estou com medo da fanfic ficar um pouco confusa, porque esse capítulo foi editado agora, depois de, o quê? Dois anos? E o terceiro, que é exatamente onde eu dou continuidade está com a minha personalidade de hoje. Se é que deu pra entender isso KK.
Sei lá, eu tô dando uma oportunidade pra mim mesma e estou mesmo me dedicando, mas nesse capítulo eu não consegui mexer muito, nem mesmo o anterior a este.
Pra mim, Mistakes começa mesmo no capítulo 03.
Espero que vocês estejam comigo e perdoem qualquer deslize meu ^^.
Alguém mais querendo se manisfestar ai nos comentários?
Apenas dividam comigo os seus pensamentos, okay?
Beeeijo...!!! Vejo vocês em...