Estádio Toyota, Japão - 19h53min.

Havia enormes filas em volta de todo o estádio, formada, na sua maioria, por garotas nervosas e ansiosas. Havia também crianças, pais, idosos e muitos garotos, alguns até com o nariz torcido por está ali, outros não... Queriam vê-la cantando e tocando bateria freneticamente.

A multidão, que se aglomerava dentro do estádio, pôde ver a cobertura do campo sendo fechada. Não contiveram os gritos, deixando as pessoas, que aguardavam para entrar, nervosas.

Mas o grande palco (com nome “Kissu’s”, pichado, de forma artística,por todos os cantos do palco e nos lados do enorme telão, assim como cinco bonequinhos, no estilo anime, cada qual com uma pose), que  estava no centro do estádio, não foi ocupado por ninguém da banda, apenas por membros da equipe de som. Atrás do palco, havia o telão do estádio, que ficava no alto.

“Estamos ao vivo no Estádio Toyota, e como vocês podem conferir, há enormes filas atrás de mim. O Show de hoje à noite, que está programado para as 20h30min, será transmitido para você, que não pôde está aqui esta noite!”.

A repórter deu um sorriso para a câmera e olhou para trás, onde garotas davam um tchau tímido e resolveu ir entrevistá-las.

“Olá! Muito ansiosa pelo inicio do show?”. A repórter sorridente esticava o microfone em direção á fã tímida.

“Hai, Hai, Hai! Quero entrar e vê-los!”. Disse pulando de felicidade, junto com a criança, ao seu lado, que a imitava.

“E qual é o seu integrante preferido?”. A repórter perguntou a garotinha ao lado dela.

“Err... Bem... EU AMO O YUE-CHAN!”. Disse pulando, e começou um coro ao seu redor, todas as meninas gritavam “Yue”.

A repórter, sorrindo sem graça, se virou, ficando de frente com a câmera.

“Confira agora, um especial falando da historia da banda e de todos os integrantes, e na volta, estaremos com o Kissu’s no palco! Não saia daí!”.

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Canal NHK 19:56

“Kissu’S é uma banda composta por cinco integrantes. Quatro rapazes lindos e uma linda garota.

Li Shaoran (Vocal e Guitarra/Violão), Tsukishiro Yue (Guitarra/Violão), Hiragizawa Eriol (Piano/Teclado e Violoncelo/Violino), Tsukishiro Yukito (Baixo e Flauta) e Akizuki Nakuru (Vocal e Guitarra/Bateria).

A ideia de montar a banda surgiu da cabeça de Li Shaoran, um dos estrangeiros da banda, nasceu na China, mas com 6 anos, por motivos desconhecidos, mudou-se para o Japão, especificamente, para a cidade de Tomoeda.

Lá, conheceu todos os integrantes de uma vez só: Primeiro foi Hiragizawa Eriol, o outro estrangeiro, filho de pai japonês e mãe inglesa, nasceu na Inglaterra. Mudou-se com o pai para Tomoeda, no Japão, após o falecimento da mãe.

Ainda no colegial, os dois decidiram montar uma banda. Mas a ideia só se concretizou com uma ajuda importante e mais velha, a de Tsukishiro Yukito. Japonês, nascido em Tomoeda, na época tinha 16 anos.

Akizuki Nakuru, também japonesa e nascida em Tomoeda, recebeu o convite para entrar na banda por Yukito, estudavam juntos. Em uma entrevista para a revista “ToKyO Go”, ele explica, como foi: “Uma vez meu professor de matemática, naquele tempo, me pediu para pegar uma lista de alunos de minha classe. E quando andava pelo corredor, Nakuru-chan passou por mim cantarolando e pulando. Gostei!”.

Shaoran ficou encarregado do vocal principal. A sua voz grave, rouca, na opinião da banda quase formada, iria agradar a todos. Eriol é o encarregado do piano e violino. Nakuru para alegria de todos, além de ter a voz perfeita, tocava bateria: “Aprendi a tocar com meu primo, ele é meio punk! Ele é uma figura! - Sorrisos-”. Disse a revista “ToDaY YoUr”. Yukito aprendeu a tocar baixo por causa da banda, antes, ele mesmo diz que não sabia tocar, apenas tocava flauta e qualquer instrumento de sopro: “Mas nada que treinos e dedicação, não deem um jeito nisso!”, palavras dele. E não é que deu?

Mas faltava ainda o complemento, a essência da banda...

O complemento só aceitou participar da banda, com muita insistência e com certos pedidos, conta Yukito: “Meu irmão, não queria tocar com pirralhos de jeito nenhum -(Risos)- Mas prometi, naquele tempo, que faria todas as tarefas domésticas no lugar dele e que o deixaria em paz, se ele não gostasse de participar da banda. E ele aceitou!”.

Tsukishiro Yue irmão de Yukito entrou para a banda, e foi aí que Kissu’S ganhou um grande guitarrista, dono da maioria dos solos.

Agora vamos conhecer curiosidades cada um? E também conheceremos a historia da grande responsável pelo sucesso da banda, além do talento, há uma mulher por trás de tudo isso”.

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Estádio Toyota - 20h00min

“Nossa! Tudo parece está uma delicia!”. A moça de longos cabelos, até as costas, com os olhos brilhando, dava pulinhos de alegria. Mas foi ‘atropelada’, caindo no chão.

“UAU!”. O rapaz, que a atropelou, estava ao lado da extensa mesa de comida, colocando algumas na boca, sem parar.

“Você é magro de ruim Yukito-chan!”. Praguejou, com cara de brava. Mas ele nem deu ouvidos.

Entrou, em seguida, outro rapaz, usava óculos de grau. Sorria ao ver a cena: Nakuru empurrava Yukito, pois tentava comer também.

“Crianças...”. O alto rapaz, atrás de Eriol, balançava a cabeça, negativamente, ao presenciar a cena. De braços cruzados, sentou-se em uma poltrona vermelha, com a cara fechada, de sempre.

“Caramba vocês dois! Também vou querer comer!”. Inconformado, o ultimo a entrar, fechou a porta bruscamente. Os dois pararam de comer e se entreolharam.

“Claro Shaoran-chan! Venha! Está tudo delicioso”. Nakuru estendia-lhe a mão. Por minutos Shaoran, ao olhar a delicada mão suja de gordura, hesitou. Mas não teve mais tempo de pensar, foi puxado com força por ela. Ficou no meio dos dois comilões.

Para cada lado que olhava ambos estavam com as bocas cheias, junto de um sorriso, de contentamento. Ficou perplexo. Mas, foi aí que aquele sorriso dissipou-se.

Os olhares fulminantes eram trocados entre os dois, Shaoran permaneceu imóvel, não queria estar incluído naquela assustadora troca de olhares. Os dois, ao mesmo tempo, colocaram a mão em um pote de bolinhos de arroz.

“Seja cavalheiro Yukito-chan... Mulheres primeiro...”. O tom de sarcasmo era nítido.

“Direitos iguais...”. Disse com o sorriso terno e doce, escondendo o maquiavélico.

Shaoran mordendo um pedaço de pizza de calabresa resolveu dá passos leves para trás.

“Não é justo Yukito-chan! Sou mulher, tenho direitos a mais que você! Eriol-chan, fala para ele me dá!”. Eriol deu um sorriso sem graça, não quis se intrometer. Yukito não disse nada, apenas puxava o pote para seu lado e Nakuru para o lado oposto. Mas não puderam impedir um pequeno acidente, no meio dessa confusão.

Cinco bolinhos de arroz... Cinco, deliciosos, bolinhos de arroz foram praticamente lançados para o alto, em câmera lenta, para uma direção incerta.

Todos acompanhavam com muita atenção e apreensão. Eriol acompanhava com a boca aberta. Shaoran com a boca cheia engoliu de uma vez, ao perceber a direção daqueles bolinhos.

Os dois brigões, com uma expressão assustadora, também já tinham a ideia da direção certa dos bolinhos.

Ficaram de boca aberta e com os olhos arregalados, segurando, ainda, nos lados opostos, do pote.

Yue de olhos fechados tinha o semblante sério. Havia um bolinho em sua cabeça, três na poltrona, um em cima de seus braços cruzados. O silencio instalou-se.

O bater na porta, interrompeu o silêncio: “Pessoal! Show daqui a 15 minutos!”. A mulher pôs somente a cabeça para dentro, mas viu os quatro olhando apenas para um lugar, horrorizados, por curiosidade, seguiu seus olhares.

Levou sua mão até a boca, cobrindo a risada tímida: “Yue! O que foi que aconteceu com você?”. Yue abriu os olhos, rapidamente, acordara de um cochilo. Ele olhou para cima e para baixo lentamente. Encarou Nakuru e Yukito, ao vê-los assustados e segurando o pote, pôde entender tudo.

“Caramba, quantos anos vocês têm?!”. Esbravejou enquanto limpava-se. Os dois culpados, choravam uma cascata de lagrimas que nem crianças.

“Acho melhor eu ir!”. A mulher fechou a porta, e escorou nela, ainda rindo.

“O que foi Mizuki-san?”. Disse uma garota trazendo consigo um estojo de maquiagem, e com outra ao seu lado trazendo consigo uma grande mala, contendo secadores, escova, acessórios na mão.

“Yoko, Rika... Acho melhor vocês não entrarem agora...”. A mulher de cabelos longos ruivos, vestindo, elegantemente, um tradicional Kimono vermelho, tentava segurar o riso.

Atrás de Mizuki, estava escrito “Camarim Kissu's”.

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Hotel 5 Estrelas:TokYo 20:17

“Já terminei e você?” - Olhou para o lado, e viu que a amiga não havia a escutado –“Sakuraaaaaaaa-chan!”. A moça se dobrava para chamar a atenção da garota, que tinha em seus ouvidos, fones do pequeno MP3 vermelho, preso em seu uniforme de camareira, um vestido de cor azul bebê. Mas foi em vão. Levantou-se da cama, e foi em sua direção.

“Estou falando com você!”. Ela tirou um dos fones e Sakura sorriu sem graça, tirando o outro fone.

“Hihihihihi... Desculpa-me Naoko-chan! Estava entretida...”. Disse Sakura. Apertou os olhos verdes, herdados da mãe falecida, em um sorriso nervoso. A luz do abajur ao lado cama do hotel, iluminava ainda mais a sua pele clarinha, e rosada nas bochechas. Os lábios pequenos, cobertos por um claro batom rosa foram tomados por um riso pela cara emburrada, fingida, de Naoko. Tirando os fones, ajeitou os cabelos castanhos claros, presos em um coque, mas que soltos iam até a nuca, deu um leve tapinha na franja, que ia até as sobrancelhas.

“Tudo bem...” – Bocejou, andando em direção ao banheiro - “Vou limpar o banheiro. Ah! Liga a TV?”. Pediu com um sorriso. Ao entrar, Naoko olhou-se no espelho do banheiro, ajeitando o coque, que prendia seus cabelos castanhos escuros. Por detrás dos grandes óculos de grau, seus olhos castanhos aparentavam cansaço, era o sétimo quarto que limpavam naquela noite.

Sakura deixou o pano que limpava, no próprio cômodo, e foi em direção a TV de 42’’. Pegou o controle da TV, encima da cama, arrumada por Naoko, e a ligou.

“... Então é isso pessoal, deixo vocês agora com a transmissão direto do estádio Toyota. O show começara daqui a pouco, mas vamos dá uma olhada no estádio lotado? Beijos pra vocês!”.

“O que está passando, Sakura-chan?!”. Perguntou em voz alta.

“Não sei, algo sobre um show... Está tudo escuro. Nossa quanta gente!”. Sakura observava a multidão que as várias câmeras mostravam.

“E de quem é o show?”. Limpava a banheira luxuosa.

“Hum...”- Ela esperava ver algum nome, mas o palco escuro, não ajudou muito, até que o letreiro da programação mostrou- “É da banda Kissu’S”.

Naoko veio correndo dos banheiros, com os olhos brilhando: “Não acredito! É o show deles!”. Sakura permanecia sentada, com gotas na cabeça, olhando para amiga que pulava de felicidade, em frente a TV.

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Estádio Toyota –Camarim - 20:23

Shaoran, sentado, lia uma revista sobre carros, enquanto Rika, por pedido do próprio, bagunçava o seu cabelo com o secador, e depois passava gel.

“Pronto Shaoran, gostou?”. Perguntou obtendo sua atenção. Ele olhou seus cabelos castanhos escuros totalmente rebeldes, de todos os ângulos. É um dos mais cobiçados da banda, na classificação das fãs, ficava em primeiro lugar. Sempre elegante e vaidoso, ajeitou o paletó preto, que cobria um pouco dos seus músculos definidos. Piscou para Rika e deu seu melhor sorriso.

“Perfeito Rika-Rida”. Apenas ele a chamava assim. Certo dia, ela tinha falando o quanto amava Margaridas, inclusive, vivia com roupas enfeitadas pela flor favorita. Encostou suas mãos sobre o seu vestido de seda, com pequenas flores. Havia uma margarida, presa, em seus cabelos castanhos escuros, que iam à altura do queixo. Piscou o olho esquerdo, castanho, para Shaoran sorrindo.

Assim que terminou com Shaoran, Rika foi para o lado, onde Yue estava sentado, lendo um livro sobre magia, intitulado “JuuJuukkankei”.

“O de sempre Yue-san?”. Yue não disse nada, apenas a olhou. Um olhar que Rika já conhecia. Já estava acostumada com seu jeito. Era a cabeleireira deles e estava com eles desde começo, junto de seu marido, o produtor da banda, Yoshiyuki Terada. Foi por ele que largou tudo e enfrentou o preconceito de todos. Na época ela tinha 17 anos, quando o conheceu, e ele 28 anos.

Rika penteava os longos cabelos prateados de Yue, de cor incomum, que chamava atenção, principalmente das mulheres. As feições finas e atraentes, a presença marcante e o olhar misterioso de Yue eram outros atrativos. Seus olhos, de cor púrpura, estavam fixados no livro.

Ao lado dele, Nakuru segurava a sacola de gelos na cabeça. E olhava ressabiada para Yue, enquanto Yoko tentava fazer sua maquiagem.

“Nakuru-chan fique parada, por favor”. Pediu a garota de cabelos castanhos curtos que não chegava à metade da nunca. Cunhada de Rika juntou-se a banda junto do irmão.

“É por culpa dele que minha cabeça dói!”. Nakuru apontava e depois relembrava o cascudo que Yue havia lhe dado, e em Yukito também.

“Mas pelo que sei, foi culpa de vocês”. Disse Yoko rindo, enquanto passava rímel em Nakuru.

Nakuru brincava com uma das pequenas tranças feitas em seu longo cabelo castanho escuro. A franja ia acima dos olhos. Yoko passava batom de cor vermelho matte nos seus lábios volumosos, chamando a atenção de Yue. Ele olhava fixamente para a boca dela, e acompanhava cada pincelada que Yoko dava. Apenas Yoko notou os olhares de Yue e sorriu.

“O que você está lendo?”. Yue, corado ao ter sido visto por Yoko, se assustou ao ver a cabeça do irmão, praticamente, dentro do livro que lia, uma gota caiu. Ele fechou o livro, e se levantou, sem a permissão de Rika. Enquanto, Yukito ficou sem entender nada.

Rika aproveitou e cuidou de Yukito. Puxou uma conversa animada com Rika, enquanto ela aparava algumas pontas de seu cabelo curto, de cor cinza-escuro. Yukito era tido pelas fãs como o namorado perfeito. Bonito e sempre educado, as fazia suspirar apenas dando um sorriso, costumeiro, seu.

Eriol sentado, no pequeno sofá, ao lado de Shaoran, lia um papel contendo algumas alterações em alguns acordes, de uma nova musica que escreviam.

“Então?”. Shaoran perguntou entre uma mordida em uma maça.

“Para mim está ótimo!”. Eriol devolveu o papel. Debruçou-se no sofá, estava aguardado por eles. Foi primeiro a passar por Rika e Yoko. Ajeitou o punho da blusa de algodão preta, acompanhada de calça comprida jeans preta, desbotada. Seus cabelos de cor preta azulado estavam devidamente cortados e alinhados. Por detrás dos pequenos óculos de grau, estavam os olhos azuis, fitando o teto. Eriol, na classificação das fãs, era o segundo colocado e tido como um príncipe encantado, das historias de princesas.

A porta foi aberta e entrou uma moça, de cabelos castanhos claros, presas em duas tranças, divididas ao meio. Estava bastante afoita e preocupada, trazia consigo várias roupas guardadas em plásticos.

“Pessoal! Estão aqui às roupas de vocês, desculpa a demora!”. Fazia as referencias repetidas vezes, estava nervosa.

“Que bom que chegaram! Estou louca para usar meu vestido!”- Nakuru abraçou o vestido assim que o recebeu - “Obrigada, Chiraru-chan!”. Chiraru ficou com cara de tacho, quando a viu entrar no banheiro do camarim feito um furacão.

Yukito, já com os cabelos cortados, começou a tirar a blusa, fazendo as três se virarem e gritarem em coro.

“YUKITO-CHAN!”. Ele parou de desabotoar a calça e olhou para as três de costas.

“O que foi?”.

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Estádio Toyota -20h32min- Área VIP

“Clow, que bom que veio!”. A mulher de cabelos ruivos lisos e longos sorriu. Olhava para as arquibancadas, do corredor da área VIP, quando o sentiu se aproximando.

“No final, sempre venho. Como está Mizuki? Mais um show lotado...”. Disse o homem aparentando ter uns 45 anos á 50 anos. Em seus braços trazia um cachorro, de pelagem escura e olhos azuis escuros, ele balançava o rabo ao ver Mizuki, e ela sorrindo o afagava. Clow tentava controla-lo, mas ele começou a lamber seu rosto, e tirar, do lugar, seus pequenos óculos de grau.

Acompanhado por dois guarda costas, tomou a mão de Mizuki dando um delicado beijo e a soltou, delicadamente. Dispensou os seguranças, e se pôs ao lado dela.

“Estou um pouco preocupada com a demora... Tirando isto, estou bem e você? Como estão os negócios?”. Disse com um sorriso e com o mesmo perguntou.

“Melhores do que nunca” - Olhou para ela, e sorriu –“E meu filho?”. Mizuki apenas apontou e Clow seguiu seu dedo.

Eriol vinha andando com as mãos no bolso, distraído olhando a multidão. Quando o cão o viu, pulou dos braços de Clow e correu em sua direção, demonstrando a alegria em vê-lo, pulando e grunhindo de felicidade. Eriol gritou seu nome: “Spinel!” e o pôs em seus braços, e dizia repetidas vezes: “Eu sei amigão, também senti saudades!”.

“Pai, que bom que vieram”. Disse andando em sua direção, estava sendo lambido por Spinel.

“Eu disse que viríamos, não disse?”. Retribuiu o sorriso do filho.

Clow, dono de fábricas de carros importados, mudou-se para o Japão com o filho, após o falecimento da esposa. A Inglaterra já não tinha mais sentido sem ela.

Apesar de todo amor pelo filho, no começo, não aceitava a ideia de ele ser músico. Não enxergava um futuro promissor na escolha do filho. Haviam tido muitas brigas, durante um bom tempo. Para Clow, Eriol devia se interessar pelos seus negócios, era ele quem cuidaria de tudo, quando já não pudesse.

Clow só aceitou a escolha do filho quando, uma vez, às escondidas, foi ao show do Kissu’s, e viu o filho tocar. Nunca o tinha visto tão feliz na vida. Por fim, aceitou.

Hoje, compõem junto do filho, já tocaram algumas vezes juntos, mas Clow custa a aceitar, alegando, sempre, ser tímido.

“Sr. Hiiragizawa, Srta. Kaho, Jovem Eriol, como vão?”. A mulher por trás de Clow, acompanhada por duas seguranças, curvou-se. Pôs as mãos em seus cabelos castanhos, curtos, os ajeitando. Elegante, usava um vestido de seda, de cor azul-escuro, o cordão de perolas destacava-se em seu delicado pescoço. Ao seu lado, a moça de cabelos pretos compridos e cacheados nas pontas, também havia os cumprimentado. O vestido, branco, rodado de mangas longas em rendas foi puxado por Spinel, que já no chão, subia em seus joelhos. Ao afagar o cão, tirou da bolsa uma pequena filmadora, o filmando por pequenos instantes.

“Sra. Daidouji e Srta. Daidouji, lindas como sempre”. Clow curva-se, assim como Mizuki.

Eriol, ao lado do pai, não tirava os olhos da linda moça. Ficou até mudo. Estava linda. A ver com aquele vestido branco, pôde vê-la no altar. Certamente, este dia será o dia mais feliz da sua vida. Era o único comprometido da banda. Vizinhos na infância, namoravam há quatro anos, metade dele, praticamente a distância, devido ao sucesso da Banda. Iriam ficar noivos, o jantar de noivado aconteceria no próximo final de semana. O sucesso da banda adiou os planos do casamento.

Os três conversavam entre si e Eriol aproximou-se da noiva. Delicadamente, pegou sua mão e a beijou.

“Como está Sr. Hiiragizawa Eriol?”. Perguntou com o sorriso, brincando com a formalidade.

“Melhor agora, Srta. Daidouji Tomoyo, futura Sra. Hiiragizawa”.

“Seu bobo!”. Eriol se aproximou e beijou sua testa, e fitou a mulher que amara desde criança.

“Linda” – Depois de dizer isto, acariciou seu rosto e ofereceu seu braço – “Vamos?”. Tomoyo aceitou sorrindo.

“Bobo...”.

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Hotel 5 Estrelas: TokYo 20:40

“Finalmente depois de 10 minutos de atraso, todas as pessoas entraram no estádio, o que falta, é a banda arrebentar lá em cima”. (Som da TV)

“Até que enfim!”. Comemorou Naoko, voltando a se entusiasmar. Sakura organizava alguns moveis.

“Já vai começar?”. Perguntou a Naoko que afirmou roboticamente, fazendo Sakura sorrir. Conhecia Naoko desde crianças, estudaram juntas, e tinha um imenso carinho por ela. Foi através dela que conseguiu esse emprego em Tóquio, era muito agradecida. Deixou seu pai, seu irmão, e seu gato Kerberus, na pequena cidade de Tomoeda.

Sentia muitas saudades. Saudades da tranquilidade de Tomoeda, das lembranças, dos amigos que deixou, da sua casa, enfim, era saudades que tinham nomes e endereços.

“Sakuraa-chan! Acorda! Senta aqui! Venha assistir comigo!”.

Sakura afastou os pensamentos e sentou-se ao lado de Naoko, que segurou forte sua mão.

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Estádio Toyota: 20h42min

Os cincos estavam em uma roda, com as mãos dadas, todos respiravam fundo e rezavam.

“Vamos arrebentar!”. Nakuru colocou suas mãos no centro, e logo todos fizeram o mesmo.

“Kiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiissu’S!”. Gritaram coro. Clow, com Spinel, sonolento, em seus braços, Mizuki, Sonomi e Tomoyo estavam acomodados na área VIP, a espera do show.

Algumas pessoas ainda sentavam-se, quando as luzes foram apagadas. Os gritos tomaram conta do lugar, e começou um fraco coro, mas que logo ganhou força: “Kissu’s!”.

Os cincos estavam sendo guiado por Yamazaki, um dos supervisores e responsáveis por aquele show, que usava uma lanterna. Vários papéis repicados coloridos começaram a cair sobre a multidão, cada papel tinha o desenho dos integrantes e autógrafos.

Um holofote foi direcionado para o palco, onde estava apenas um microfone preso ao seu suporte. Fazendo os gritos aumentarem. A primeira musica seria Evo, escrita por Yue.

Pôde se ouvir o teclado de Eriol, em notas rápidas, seguida pelo solo da guitarra de Yue, e pela bateria estridente de Nakuru. Todos começaram, além de gritar, a pular. Acompanhando o ritmo da música.

Ao chegar a sua hora de cantar, Shaoran, com sua guitarra vermelha, aproximou-se do microfone com a luz ainda centrada para ele. As garotas foram à loucura ao vê-lo, nitidamente, pelo enorme telão.

Naritai jibun yume ni miru no wa

Você quer se transformar, naquele que você vê em seus sonhos.

Dare ni mo tanomenai sa

Você não pode pedir ajuda de ninguém

Quando terminou de cantar os primeiros versos, as luzes foram apagadas. Tudo ficou em silêncio. Os gritos tomaram conta por minutos. Até que novamente as luzes do palco foram acessas. Desta vez, mostrando todos. E voltaram a tocar.

Try kiba wo muita yasashisa mo arun da

Tente às vezes há gentileza onde menos esperamos

Mamoritai mono no mae de wa

Quando tem algo que queremos proteger.

As diversas câmeras no palco acompanhava cada integrante. Uma ficou parada no adesivo da guitarra, preta com branco, de Yue escrito: “Lua”. A câmera foi subindo até chegar ao dono, que apenas olhou sem sorrir, mas piscou o olho e se desvencilhou da câmera indo cantar, fazendo a segunda voz.

Sekai ga kawaru kitto kono itami wo norikoetara

O mundo irá mudar, eu sei, se você puder superar a dor
Mayotteru hima wa nai sa tatakawanakucha

Não tem tempo para dúvidas, você tem que lutar.

Keshiki ga kawaru sora mo osorenai yuuki motta kara

O cenário irá mudar, porque você tem coragem para não temer o céu.

Chigau jibun wo sagashite tobitateru hazu sa

Você pode voar para encontrar seu outro lado.

A outra câmera acompanhava Nakuru, que tocava extremamente feliz, jogou umas das baquetas para o ar, a aparando em seguida. Suando, soltou um beijo para a câmera.

Iiwake bakari kangaete mata

Pensando em mais desculpas

Nanika no sei ni suru no ka?

Mais uma vez você colocará a culpa em outro?

A terceira câmera estava com Yukito, que tocava e andava para frente, olhou para o lado e ao perceber que estava sendo filmando, deu um sorriso.

Cry kizu tsuitari atsuku naru kara koso

Chore, porque nos ferimos e nos apaixonamos.

Ikiterun daro omokiri

Assim vivemos ao máximo

A quarta estava em Eriol que tocava e balançava a cabeça. Sorriu para a câmera, depois curvou-se.

Ashita ga kawaru motto kono namida to mukiaetara

O amanhã irá mudar, mas, se você enfrentar estas lágrimas

Nige komu basho wa nai sa tatakawanakucha

Não há lugar para se esconder agora, você tem que lutar.

Rekishi ga kawaru koukai shinai to kimeta koko kara

A história irá mudar, porque, de agora em diante, você não possui mais arrependimentos.

Yowai jibun wo taoshite umare kawareru sa

Destrua seu lado fraco e renasça

A quinta acompanhava o balanço do corpo de Shaoran fazendo a base, empolgado, entre uma pausa da música, pode lançar um sorriso de lado, com a expressão séria.

A primeira câmera voltou e Yue fazia o solo da música. Parado, no meio do palco, tinha os holofotes para si, balançando a cabeça, fez alguns fios de seus cabelos irem para frente, dedilhava com agilidade. Mordendo o lábio inferior, e de olhos fechados não via os suspiros das fãs enlouquecidas. Nakuru, sorrindo, dividia o telão com ele.

Eriol tomou o lugar de Yue, no telão, com o solo teclado e Nakuru que castigava a bateria. As coloridas luzes, acompanhavam o ritmo da musica, houve explosões, simultâneas com o som, previstas no palco.

Sekai ga kawaru kitto kono itami wo norikoetara

O mundo irá mudar, eu sei, se você puder superar a dor.

Mayotteru hima wa nai sa tatakawanakucha

Não tem tempo para dúvidas, você tem que lutar.

Keshiki ga kawaru sora mo osorenai yuuki motta kara

O cenário irá mudar, porque você tem coragem para não temer o céu·.

Chigau jibun wo sagashite tobitateru hazu sa

Você pode voar para encontrar seu outro lado.

Shaoran sorria com o coro das vozes cantando junto com ele, olhou para Yue, que tocava, ao seu lado. Os cincos dividiam o telão agora. De forma dividida.

A música terminou e às luzes apagaram, em sincronia. Era somente a primeira musica, e os gritos eram ensurdecedores.

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Continua...

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Música deste capitulo são:
   Música, cantada por Shaoran: 'Evo', do anime Digimon Tamers, link da música:

https://www.youtube.com/watch?v=ptHcp-vKka4 

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Personagens ‘novos’:

Yoko Nakagawa: Ela aparece no episódio 14 da 1ª temporada do anime Sakura Card Captors. Yoko é apaixonada por Touya, se confessa, mas ele não corresponde aos seus sentimentos.