Kissu´s escrita por LiLiSaN


Capítulo 2
Un, kimasu!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! =*
(Links das músicas deste capítulo, nas notas finais)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617554/chapter/2

(Imagem: Yue e Yukito - Fanart)

....

(Cinco anos atrás)

Esta é a nossa oportunidade... Temos oito minutos, tempo suficiente, para terminamos de tocar as nossas músicas, vai dá certo, vai dá certo...”. Yukito falava, ao mesmo tempo, olhando duas garotas que se apresentavam no Festival Juugatsu, realizado todos os anos no mês de outubro, com a finalidade de descobrir novas bandas.  

Quer parar de repetir a mesma coisa, a cada dez segundos?”. Yue, escorado na parede do corredor, perto do palco, pronunciou friamente, fechando os olhos novamente. Ao escutar aquilo, Yukito deu um longo suspiro, de nervosismo, sentiu uma mão em seu ombro.

“Vai dá tudo certo!” - Nakuru a sua frente, o olhava docemente, com um sorriso nervoso, tentando passar a confiança que restava – “E se não der, nos vamos tentar até conseguirmos!”. Yue a olhou com o rabo do olho, e recebeu uma careta dela.

“Você tem razão”. Ele pôs a mão direita no queixo dela e retribuiu o sorriso, a deixando sem jeito. Yue, ainda os observava.

Não sei de onde você tira tanta confiança Nakuru-chan”. Disse Shaoran não tirando os olhos do livro que lia, sentado no chão, tentando relaxar. Nakuru, apenas sorriu, como sempre, e fez um carinho em sua cabeça, bagunçando os seus cabelos. Eriol, falava ao celular.

Acho que Eriol-chan deve está tendo trabalho em enganar o Sr. Clown”. Nakuru se encostava à parede entre os dois irmãos, observando Eriol e seu nervosismo. Yukito tirou os olhos do palco, olhando para o amigo.

Desviou seu olhar, olhando para o nada – “Seria bom escutar as vozes de meus avós, mas devem estar dormindo á essa hora”. A voz abatida conduzia seus dizeres, chamando a atenção de seu irmão.

“Daqui a pouco estamos em casa Yukito, guarde essas saudades, quando estivermos em turnê algum dia”. Yue disse.

É Yukito-chan! Ele tem razão! Veja, parece que elas estão acabando! É a nossa vez!”. Falava eufórica.

As garotas finalizavam a sua canção, dando tempo de Nakuru, saltitante, ir chamar Eriol, que ficou desconcertado com os pulinhos dela, de alegria.

É a nossa vez! Desliga e vamos!” – Soletrava para Eriol, que entendeu e procurou uma desculpa para desligar, querendo que seu pai, que só falava em negócios, não notasse nada, se notasse, seria outra briga.

Os próximos a se apresentarem, buscando uma oportunidade, é a banda chamada Kissu’S. Por favor, vamos saudá-los com uma salva de palmas!”. Disse o apresentador para o grande numero de pessoas, concentradas em uma praça no centro de Tóquio. Algumas bandas já tinham suas torcidas formadas, havia familiares, amigos torcendo e curiosos.

“É, vamos lá...”. Shaoran foi o primeiro a andar em direção ao palco, seguido da apressada Nakuru puxando Eriol. Já Yukito estava tenso e com o olhar marejado, não dando nenhum passo.

“Vovô pediu para te dá isso, como boa sorte”. Yukito ouviu a voz do irmão atrás de si, virou-se e recebeu um forte e carinhoso abraço- “Vai dá certo”. Disse em seu ouvido, deixando Yukito com olhos marejados - “Agora, vamos, se não seremos desclassificados pela demora” – Disse saindo de seus braços, antes de dar as costas.

Shaoran, já no pequeno palco com luzes apagadas, colocou o livro que lia, em cima da caixa de som, e pegou a guitarra emprestada por um amigo, dono de uma loja de Instrumentos Musicais.

Yukito, segurando o baixo, olhou para o irmão, que retribui com um olhar confiante. Eriol conferia o teclado, assim como Nakuru, que brincando na bateria, chamou atenção de alguns sonolentos da plateia.

Espero que tudo dê certo!”. Disse uma garota próxima ao palco, cruzando os dedos.

Claro que vai Rika-chan! Yoko-chan, você e eu, não viemos para cá à toa!”. Disse  confiante.

“Acho que já vou embora, deve ser mais uma daquelas bandas chatas... Que nome ridículo!”. Murmurou um rapaz com o amigo. As três os fuzilaram com o olhar e ele sorriu de medo.

Boa noite a todos!” - Shaoran ouviu “Boa noite” desanimado da plateia, mas que não o afetou - “Somos Kissu’s. Esperamos que gostem da banda e, especialmente, de nossas musicas. A primeira se chama: “As If In Dream”. Chega de bláblá e vamos lá!”. Shaoran olhou para trás, procurando com o olhar, todos os componentes.

Nakuru soltou um beijinho, Yue permanecia sério, Yukito estava transparecendo confiança e Eriol tinha um sorriso nervoso, mas fez um “Sim” com a cabeça, e Shaoran retribui.

O solo de ambas as guitarras chamaram atenção por juntas, estarem sendo capazes de transmitir uma paz interior. Muitos pararam o que faziam e prestaram atenção naquele som, que depois foi acobertado pela bateria latente e o teclado desinibido. Os solos da guitarra, ao lado do baixo, tomaram conta, fazendo algumas pessoas pularem.

 

Itoshii yasuragi

Amada tranquilidade

yuufure to tomo ni ushinaware
vai embora com a noite

Shizukana toki ga kizukanakatta
Um tempo de silêncio aumenta uma brecha

sukima wo hirogeta
que eu não tinha notado

Watashi niha sorega
Eu sei que
ima ha fusagenai koto wo shiru

Não posso me segurar agora

 

Apesar do nervosismo, sua voz estava firme. Cantava e olhava as diversas feições dos presentes, umas estavam tímidas, outras apenas balançavam a cabeça. Ficou curioso também, em ver as reações dos jurados. Os viu com uma expressão de satisfeitos. Sorriu. Seu olhar voltou para a multidão, e no fundo do local, notou um casal apaixonado, sorridentes.

 

Hikari no tenmetsu ga o wo hiite

Raios de luz continuam,

Ushiro he nagarete ha kiete yuki

Desaparecendo no fundo

Anata no tokoro kara sukosi zutsu

Dizendo-me que vagarosamente

Toonoite iru nowo oshieru

Estou me distanciando de você

...Utsurona made niha nani mo dekinai

...Eu estava lá, incapaz de fazer alguma coisa.

watashi ga soko ni ita

Numa janela em branco

Era incrível que dentre tantas pessoas, sérias, sorridentes, desinibidas, eles chamassem tanto a sua atenção. Eles se abraçaram e deram um selinho, riram e se abraçaram novamente, desta vez, de frente para o palco, sorriam de olhos fechados, pareciam está sentindo o som e dando atenção a letra. Isso o deixou feliz.

 

Madoromi no gogo itsumo no youni

Cochilando a tarde como sempre

Soba ni ite warau anata no yume wo mita

Sonhei que estava perto de você, rindo.

Mado no soto wo nagameru warashi ni
hohoeru anata no ume wo... mita

Sorrindo para mim, enquanto te olhava fixamente pela janela... Meu sonho.

 

Os jurados estavam realmente gostando, uns comentavam que estavam sendo diferente das outras, pela originalidade. As que haviam se apresentado não cantaram canções próprias, certamente, com medo da rejeição, e algumas tinham aparência copiada, de bandas famosas.

Shaoran olhou para o lado, por minutos. Quando voltou a olhar para o casal, os perdeu de vista. O numero de pessoas aumentou, repentinamente. Apenas ele, distraído com o casal apaixonado, não percebeu que no momento em que acabassem de tocar, Kissu’s havia, finalmente, ganhado asas...

..................................................................................

Estádio Toyota: 21h55min (Cinco anos depois)

As luzes foram desligadas, tinham acabado de finalizar a 11ª canção, que pela animação do publico, parecia ser a primeira. Para distrair a todos, no gigante telão o nome “Kissu’S” em Kanji, foi substituído por um vídeo, amador, da banda dentro do avião, chegando a Toyota.

Os gritos ensurdecedores ecoavam pelo estádio cada vez que um dos membros aparecia: Shaoran lia e fez “paz”, não tirando os olhos do livro; Eriol escutava música no Mp3 e limpava os óculos; Yukito sorria comendo batata frita de um saquinho; Yue, sentado ao fundo, olhava pela janela, ao notar a câmera, deu língua, mantendo a feição séria, fazendo as fãs rirem. Nakuru era a responsável pela filmagem. Enquanto eles conversavam, ela foi até a sua poltrona, com a câmera, e pegou, em sua bolsa, um bloco de anotações, o filmando:

“Esta música, escrevi para uma pessoa muito importante para mim...” — Suspirando, continuou- “Sinto sua falta...”. As risadas chamaram atenção, e ela levantou a câmera A cena era de Yamazaki, um dos membros da equipe de produção, sendo enforcado por Chiraru, personal stylist da banda, por contar certamente, outra mentira.

Todos no estádio riram, e as luzes foram acessas.

“Estão se divertido?”— Nakuru com os holofotes para si, perguntou estendendo o microfone em direção ao público, que gritava em um misto de resposta - “Nossa, quanta gente! Obrigada pelo carinho, sério...”— Fez uma pausa, estava impressionada - “É muito gratificante olhar para trás e vê que todo o nosso esforço valeu a pena... E...” - Ao falar isso, todos bateram palmas, deixando a feliz - ”Estas palmas, são para vocês...”— Sorriu- “A próxima canção "Sen no kotoba”, escrevi dedicando a uma pessoa muito especial para mim. E espero que ela esteja vendo. E vocês, se não gostarem, não vaiem!”. Sorriu, deu alguns passos para lado o lado, sendo seguida por um único holofote. Ela encostou-se em um piano azul-escuro, e as luzes acenderam, mostrando todo o palco. Ao ver Eriol, a multidão de fãs gritou. Sorrindo, Nakuru olhava o talentoso amigo que começará a tocar.

Ela voltou a olhar para todo público, os do centro do estádio, nas arquibancadas do lado direito e esquerdo, no fundo. Encheu o ar de pulmão, o soltou, vagarosamente, e cantou.

 

Kimi no kotoba wa
Eu sei que você mentiu para mim

Yume no yasashisa kana
Usando palavras gentis, para me proteger.

Uso wo zenbu
Suas palavras são como um sonho

Oikakushiteru

Mas sonhos jamais me enganariam

Zurui yo ne

Não é justo...

 

..................................................................................

Hotel 5 Estrelas:TokYo -21h:15min

“Você sabe para quem é dedicada essa canção?”. Sakura estava espanando alguns moveis de outro quarto, enquanto Naoko, sentada em frente a TV, chorava uma cachoeira de lagrimas.

“Deve ser para a irmã dela” - Naoko 'chorando', não tirava os olhos da TV- “Sakura-chan, me desculpa não esta ajudando em quase nada...”.

 

Tabidatsu kimi ni
Eu estou agindo tão distante agora

Sameta senaka misete
Dei as costas, enquanto você ia embora.

Kiiteita yo
Mas eu estava ouvindo...

Hitori tatakau no
Que você lutaria suas batalhas longe de mim

Zurui yo ne

Não é justo...

(Som da TV)

 

“Ah tudo bem! Estou devendo, você já fez tantos favores pra mim!” – Virou-se, sorrindo e voltou a limpar - “Ela faleceu?”. Disse num tom de pesar.

“Não, Sakura-chan! A irmã dela casou e foi morar em outro país. Elas têm uma ligação bem forte!”.

“É uma linda canção...”.

“Ei, me diz! De qual gostou mais? Eriol, Yue, Yukito ou Shaoran?” -Virou-se com um olhar maligno – “Não me diga que foi do Yukito-chan?”.

“Não, não...” - Disse negando com as duas mãos - “Gostei do Shaoran!”. Respondeu corada. Tinha ficado mesmo encantada por ele. Era um sentimento estranho. Assemelhava-se a um déjà vu. 

“Ainda bem!”.

 

..................................................................................

Estádio Toyota: 21h20min

“Que foi Yukito?”. Shaoran ficou ao seu lado, curioso com olhar fixo de Yukito para Nakuru.

“Nakuru-chan...”. Foi tudo o que disse.

Shaoran a olhou também. Ele entendeu o amigo, sorriu de lado. Ela estava estonteante. O seu talento, seu carisma e voz eram inquestionáveis.

 

“Kaettekuru kara”.
“Não se preocupe porque eu voltarei...”.

Oikoshiteyuku kimi no koe
Eu pude ouvir você falar enquanto você saia por aquela porta

Iji hatte
Eu me fiz de forte

Tsuyoi furi
Para esconder aquilo, então eu voltei às páginas...

Toki wo modoshite
Chorando uma resposta vazia

Sakebeba yokatta ikanai de to namida koboshitara?
E se eu soltasse as lágrimas e implorasse para você não ir

embora?

Ima wa dekiru
Mas agora eu não tenho medo

Donna koto mo

De fazer o que está em meu coração.

 

Nakuru estava com os olhos marejados, mas sua voz permanência firme. Eriol cruzou seu olhar com os dela e soletrou: “Cante, não chore”.

 

Ienakatta sen no kotoba wo

Estas mil palavras nunca haviam sido ditas

Haruka na
Tão longe...

Kimi no senaka ni okuru yo
Eu estou as enviando para onde quer que você esteja

Tsubasa ni kaete

Suspensas em asas brilhantes...

...

Era 23h00min. A banda despedia-se através de gestos e pelo microfone no palco. Yue e Shaoran assinavam seus nomes em toalhas pequenas, que haviam usado, jogando para as fãs histéricas. Enquanto Yukito pegava alguns presentes jogados pelas suas fãs. Nakuru montada nas costas de Eriol, dava tchau para a câmera que os filmava. Estavam cansados, porém felizes.

Clow e Spinel, junto de Mizuki, Sonomi, Tomoyo, Rika, Chiraru, Yoko, Terada, os supervisores, e os demais responsáveis pela banda aplaudiam de pé na área VIP. Todos estavam contentes pelo sucesso e por tudo ter indo como o planejado. A imprensa, ao lado, fazia bons comentários, filmando e tirando fotos.

Encerrado o show, todos os integrantes foram para o camarim. Nos corredores cumprimentavam alguns ajudantes e responsáveis pelo show.

 

..................................................................................

Estádio Toyota –Camarim Kissu’s – 22h:15min

“Estou morta!”. Nakuru a primeira a entrar no camarim, esparramava-se na cadeira giratória. Eriol ao entrar, colocava uma toalha em volta do pescoço sentando no sofá, espreguiçando-se. Yue, bebendo água mineral, sentou-se ao lado de Nakuru, em outra cadeira giratória. Yukito e Shaoran, entravam sorridentes, em uma conversa animada.

Nakuru abriu só um olho, e viu Yue ao seu lado.

“Linda música...”. Yue disse surpreendendo a todos.

“Sério? Você achou?”. Nakuru abriu os olhos, que brilhavam.

“Não, queria ver essa sua cara”. Yue levantou e bateu a garrafa de plástico, levemente, em sua cabeça. Nakuru, irritada, foi contida por Eriol.

“Você sabe que ela é linda, e que a primeira coisa que Yue disser, é a que vale Nakuru-chan”. Sorriu, vendo a bufar de raiva.

“Só o aturo, por causa da banda! É tão implicante!”. – Nakuru lembrou, com os olhos brilhando, do comentário de Eriol - “Você achou linda?”.

“Claro que sim, não só eu, como toda banda e todo o público”. Nakuru olhou para Yukito, Shaoran e Eriol que assentiram com a cabeça. Agradeceu. Pegou seu roupão de banho, indo para o banheiro, banhar-se rapidamente.

“Como gostaria de estar em uma banheira, relaxando e relaxando...”. Shaoran disse, sentado no chão, ao lado da poltrona de Yue, tirando o paletó preto e depois a blusa de algodão preta.

“Sua vida é relaxar o tempo todo”. Disse com sarcasmo.

“E há coisa melhor que isso, Eriol? Não, não responda... Reformulo a pergunta... Há coisa melhor que isso, mulheres e o show de hoje? Não, meu amigo, não há”. Disse fechando os olhos, com um sorrisinho malicioso.

“Ficaria admirado se você não tivesse mencionado mulheres...”. Disse Yue, tirando a blusa branca.

“Nem vem! Você é o mais mulherengo, apesar dessa cara séria” - Shaoran apontava o dedo para o rosto de Yue, que tinha uma sobrancelha tremendo – “É um galanteador nato!”. Shaoran dava risadinha de um jeito perverso, com a mão na boca - “Yue...” - Falou baixinho em seu ouvido - “Me conta o seu segredo...”.

Yue abriu os olhos e por fim disse: “Quatro...”.

Shaoran respondeu instintivamente: “Trinta e seis!” - Incrédulo, sentou-se novamente no chão, e afirmou sem graça- “Er... Acho que sou o mais galanteador”.

“Sim. Trinta e seis mulheres já passaram pela vida do herdeiro da Dinastia Li!”. Yue enxugava o suor com uma toalha branca, enquanto Shaoran tinha em seus lábios, um sorriso orgulhoso.

"Isso não é motivo de orgulho Shaoran". Eriol viu o sorriso do amigo.

"Shaoran, você nunca se apaixonou?". Yukito até então quieto, vendo algumas fotos que tirou do publico. Perguntou num tom de curiosidade. Nunca o tinha visto com namorada, ou falando de alguma mulher em especial.

"Não. E sinceramente: Yīge xìngfu de ren jiu xiang shì yi sou chuan hangxingle shunfeng". Yukito e Yue fitaram Shaoran, com interrogações envolta, procurando uma tecla SAP, talvez perdida pelo camarim. Vez ou outra, ele falava chinês. Apesar do tempo de convivência, não aprenderam muita coisa.

"Ele disse: 'Um homem feliz é como um barco que navega com vento favorável'. É um provérbio chinês" - Eriol sorriu para os dois, que finalmente tinham a curiosidade sanada. Eriol, poliglota, aprendeu chinês, na infância, com o pai, que fala mais de cinco línguas. Ele encarou Shaoran, e perguntou - "Shaoran, yǒu shé me hao shēnghuo huì meiyǒu aiqíng?". Gotas caíram sobre as cabeças de Yukito e Yue, não havia tecla SAP em lugar nenhum. Shaoran nada disse. Apenas, ignorou a pergunta.

A porta aberta bruscamente assustou quase todos. Yue era sério demais até para levar um susto.

“Ainda estão de papo? Vamos pessoal! Os micro-ônibus estão esperando para leva-los ao aeroporto!”. Mizuki recolhia as blusas suadas pelo chão.

“Tinha esquecido que iríamos ainda hoje”. Yukito, começou a vestir uma bermuda branca de algodão.

“Quanta correria, nem tomei banho...”. Shaoran levantou indo ao outro banheiro do camarim.

“Dou 10 minutos para os quatro tomarem banho, cadê a...”. Quando ela ia perguntar, Nakuru saiu do banho com um sorriso enorme.

“Oiiii Mama!” - Disse saltitante - “Veja como estou brilhando e sinta como estou cheirosinha!”. Disse, como um raio, se pós na frente de Mizuki. Os quatros tinham gotas em suas cabeças, mas Shaoran foi o primeiro a dá um sorriso maligno para Eriol que retribiu e sorriu para Yukito. Yue apenas balançou a cabeça negativamente.

“Também quero sentir Nakuru-chan...”. Saltitante, e inocente, foi até Shaoran, mas se desesperou quando percebeu a armação, os três suados a abraçaram. Mizuki sorria.

“Parem com isso! Não!”. Foi tudo o que pôde gritar. Depois, ficou no canto da parede, agachada, com uma sombra preta envolta. Já não estava tão brilhante e feliz.

"Eriol, o que foi que você disse para o Shaoran?". Yukito sorria sem graça, ainda estava curioso com o dialogo minutos antes.

"Apenas disse: De que serviria a vida sem amor?'".

....

20 minutos depois...

“Vejo você lá?”. Eriol estava a sós no corredor com sua noiva, segurando suas delicadas mãos.

“Sim!”. Tomoyo fechou os olhos, sentindo o gentil beijo em sua testa, o abraçou carinhosamente.

“Quando chegar, me liga?” - Não a deixou responder, todos os gestos da futura esposa, o encantava. Para ele, era impossível não querer beijá-la a todo o momento. O selinho se transformou em um beijo, quando ela abriu cuidadosamente a boca. Tudo o que ela sentia, era o sentimento de sempre: Um amor grande e inexplicável.

Ela interrompeu o beijo, lembrando de que todos esperavam por ele, e sua mãe por ela.

“Amo você, Srta. Tomoyo”. Disse a olhando profundamente.

“Também amo você, Sr. Eriol”. Riu timidamente.

“Sinto-me um velho assim, tenho cara de senhor?”. Perguntou, demonstrando uma falsa indignação, que a fazia rir.

“Você, é o meu senhor”. Caminhavam e no final corredor, deram um rápido beijo e soltaram as mãos, antes entrelaçadas. Todos ao lado de fora, conversavam, os aguardando.

“Vocês são tão lindos!”. Nakuru surgiu atrás dos dois, assustando e os deixando sem jeito.

....

Eriol, ao terminar de se despedir do pai, pegou Spinel, em seus braços, que o lambia, freneticamente, o abraçou e devolveu ao pai. Nos braços de Clow, o cão chorava baixinho ao ver o dono se distanciando. Clow o afagou, dizendo: “Eu também não gosto dessa parte Spinel”.

Depois de acenar mais uma vez, e olhar por último para Tomoyo, entrou no micro-ônibus, de vidros 100% fumê, seguido por Nakuru. Shaoran e Yukito terminavam de dar autógrafo a alguns funcionários, do estádio, e aos fãs por detrás do cercado de arame. O veiculo foi ligado, e os dois entraram, apressadamente, sentando atrás de Eriol e Yue.

“Cada mulher linda, você viu?!...”. Constatava Shaoran, batendo o cotovelo em Yukito que balançava a cabeça, positivamente.

Nakuru, abraçada ao travesseiro de golfinho, estava deitada no colo de Mizuki que acariciava sua cabeça. Antes, Mizuki tinha dito que ficou orgulhosa pela canção, a deixando extremamente feliz.

Yue olhava pela janela, seus pensamentos estavam em Tomoeda. Sentia saudades da cidade natal. Eriol, ao seu lado, o olhou dizendo: “Estamos quase lá, faltam só alguns dias...”.

“Quase... Esse é o problema”.

....

Ao chegarem ao aeroporto, dividiram-se. Alguns foram comprar algo, outros iam para o avião da banda. Os já acomodados, preparavam-se para dormir ou conversavam entre si. Como Shaoran, Eriol e Yukito, que conversavam e riam com os amigos supervisores, técnicos, assistentes e o produtor, todos sentados no final do avião.

Rika acompanhada por Chiraru, Yoko, Mizuki, entraram no avião. Terada despediu-se dos amigos indo até a esposa, sentada na poltrona bem à frente.

“Para mim, esse é o meu momento preferido depois de um dia de trabalho”. Disse sentando ao seu lado, dado um beijo em sua bochecha corada. Levou a mão ao rosto do marido, e o beijou carinhosamente.

“O amor é tão lindo!”. Suspirou Chiraru, chamando a atenção de Yamazaki, sentado ao seu lado.

“Você sabia que o amor é uma criação dos extraterrestres?”. Interrompeu os suspiros de Chiharu.

Yue, sentado ao fundo do avião, deu até logo para o amigo com quem conversava e se acomodou para dormir. Fechou os olhos, e encostou a cabeça no vidro. Nakuru andava praticamente dormindo em pé, olhou para ele, e o confundiu com Mizuki, sentando-se.

Encostou a cabeça em seu ombro, o fazendo acordar e tomar um susto por vê-la. Pensou em irrita-la, mas viu a expressão serena, e deu um meio sorriso, um pouco corado.

“Eles formariam um belo casal, se não brigassem tanto...”. Afirmou Yoko sentando-se ao lado de Mizuki.

“As grandes historias de amor, às vezes começam assim”. Disse Mizuki, com um leve sorriso.

Todos obedeciam à aeromoça, que pedia que se acomodassem, pois o avião já iria decolar. Shaoran ao passar por ela, sussurrou em seu ouvido: “Só obedeço, se me der seu numero...”. A aeromoça, instantaneamente, ficou vermelha e interessada. Shaoran sem graça deu de cara com os olhares, de represálias, de Mizuki. Com seu sorriso ‘meigo’, que Shaoran conhecia bem, ela o chamou.

“Para onde estamos indo mesmo?”. Perguntou, tentando disfarçar, enquanto abria um refrigerante. Mizuki puxou sua orelha, ainda sorrindo.

“Nem pense em novamente galantear outra aeromoça, essa seria a sétima. Não quero mais problemas!” – Soltando, viu sua cara de dor - “Estamos indo para Tóquio, vá se sentar!”.

“Sim Mama...”- Shaoran, acariciando a orelha vermelha, andou até seu lugar e sentou - “Tóquio, Yukito”. Resmungou. Yukito também não sabia para onde estavam indo.

"Mais uma vez dando em cima de aeromoças?” -Sorriu com a cara brava dele - “Tóquio?”- Jogou para cima o braço, com o punho fechado, animadamente. Shaoran olhava assustado pelo gesto inesperado, e Yukito, levantando-se disse - “Tóquio, aqui vamos nós!”. Antes de voltar a sentar, pôde ver Nakuru dormindo sobre o ombro de seu irmão, que lia. 

Sorriu com a cena. Nakuru dormia ao lado da pessoa por quem era apaixonada, desde sempre. 

.

.

.

.

.

.

Continua...

.

.

.

.

.

.

.

~~~~
        As músicas deste capítulo são:
   As If In A Dream - L'Arc-en-Ciel: https://www.youtube.com/watch?v=MmeydJhyXGc 
  Sen no Kotoba - Koda Kumi: https://www.youtube.com/watch?v=4gSj0xVtvMY 

 ~~~~

Un, kimasu = É, vamos lá.

Mama: Mamãe. Nakuru chama Mizuki carinhosamente dessa forma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A banda já foi apresentada, então no próximo capitulo, é a vez de Shaoran e Sakura. Eles finalmente se conhecem ;)

Recomendo que escute as músicas deste capítulo, sou suspeita pra falar, mas são musicas lindas. Hehehe
L'arc-en-Ciel é minha banda favorita, então, uma vez ou outra, eles vão aparecer na história.
Espero que tenham gostado! Kissus! =***



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kissu´s" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.