A Sangue Frio escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 4
A Autópsia


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer às 17 pessoas que estão acompanhando a fic e às 4 que favoritaram. Obrigada :D
Espero que a história esteja agradando.
Ah, esqueci de dizer que o crime foi inspirado em um conto policial.



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Antes que Henry Morgan pudesse deixar a sala de convivência com Grissom, Sara o chamou:

— Doutor Morgan, antes que você vá para o necrotério para acompanhar o relatório sobre nossa vítima, poderia nos informar quais eram as pessoas que tinham um contato mais íntimo com o senhor Pratts?

— Claro! – ele assegurou. Franziu um pouco o cenho em sinal de profunda reflexão como se estivesse contando memtalmente todos os residentes da casa.

— Moram na casa: Vívian, sua linda e jovem esposa, segunda núpcia devo dizer. A primeira morreu de câncer. Seu sobrinho Alex, seu primo Paul, seu jardineiro John Black e seu fiel mordomo James Sullivan.

— Por que o sobrinho e o primo moravam com ele? – questionou Catherine.

— O pai de Alex faleceu quando ele ainda era criança, desde então Richard cuida dele. Rick o tinha como um filho – respondeu Henry.

— E filhos? O senhor Pratts tinha filhos? – indagou Greg.

— Não. A primeira esposa era estéril e Vívian não quis deformar seu lindo corpo com filhos – concluiu Morgan em tom depreciativo.

— E quanto ao primo? – quis saber Warrick.

— Paul é um caso a parte. Richard quis mantê-lo debaixo de sua vista. Ele é viciado em jogos e a maneira que Rick encontrou para supervisioná-lo foi trazê-lo para morar consigo.

— E os empregados? – perguntou Nick.

— Richard preferia que seus empregados morassem nas dependências da casa ou bem próximos a ela, assim não teriam problemas com o horário de chegada – respondeu Morgan.

— Obrigada pelas informações, Doutor Morgan – agradeceu Sara.

— De nada senhorita – tomou o dorso da mão de Sara e depositou um terno beijo.

Sara corou, sentindo-se lisonjeada. Grissom acompanhava em silêncio as indagações de sua equipe. Não havia saído ainda porque os visitantes queriam acompanhar o relatório da autópsia e não conheciam o Departamento.

— Vamos, doutor Morgan! – ele disse mais ríspido do que pretendia.

Grissom, Morgan e Lucas seguiram para o necrotério ao encontro do Doutor Robbins e da vítima.

Ao entrar na sala do necrotério, Henry Morgan viu um senhor de pele clara, rechonchudo, quase careca e com dificuldade para locomover-se.

— Olá doc! – saudou-o Grissom – Me desculpe, mas temos visitas hoje. Estes são o doutor Henry Morgan, legista do 11º Departamento de Polícia de Nova York e seu assistente Lucas Wahl.

— Olá Grissom! – saudou em resposta a Grissom e para Morgan e Lucas disse – Muito prazer em conhecê-los!

O supervisor voltando-se para Morgan e Lucas disse:

— Este é o nosso legista doutor Albert Robbins

— Encantado – respondeu Henry Morgan com uma mesura pouco convencional. No entanto, o que em Henry Morgan era convencional?

— O que temos Al? – inquiriu Grissom.

Albert Robbins aproximou-se com dificuldade do corpo que se encontrava sob a mesa de autópsia coberto da cintura para baixo por um lençol branco. Andava com o auxílio de um par de muletas. Henry e Grissom seguiram-no. Era estranho ver seu querido amigo Richard daquela forma: despido e totalmente exposto. Sentia como se o corpo de seu companheiro mais querido tivesse sido violado. E no fundo fora. Mesmo que não enfrentasse a morte propriamente dita, não estava preparado para a perda de uma pessoa querida.

No peito havia um corte aberto em forma de ípsilon. Podia perceber cada músculo que constituía aquele corpo sem vida. A retirada do externo e parte das costelas deixava visíveis os órgãos.

— A causa da morte, como vocês podem observar, é lesão por instrumento cortante pontiagudo. Há duas lacerações. Uma mais superficial e outra mais profunda. Durante o golpe da segunda laceração, o objeto perfurou o tórax atingindo o coração – Robbins apontava enquanto falava – o golpe ocasionou hemorragia intensa e parada respiratória causada pelo choque do mesmo.

— Alguma ideia de que instrumento se trata, doutor? – indagou Grissom.

— Pela dimensão do ferimento, podemos supor que se trate de um...

Ele não terminou a frase. Grissom e Henry interromperam o raciocínio ao falarem em uníssono:

— Um punhal de tamanho médio!

Os dois homens se olharam de esguelha. Nenhum dos dois confiava um no outro. Eram tão parecidos, entretanto não conseguiam perceber. Duas mentes brilhantes. É certo que um pouco da cisma de Grissom para com Henry se devia a ciúmes. Henry era muito galanteador quando queria. E ele havia notado o charme que ele havia jogado para cima de sua namorada. Grissom só não podia imaginar que não havia motivos para tal sentimento. O coração daquele elegante legista já tinha dona, seu coração batia descompassadamente por outra morena.

— O que mais Al? – indagou Grissom, tentando afugentar os perigosos pensamentos que rondavam sua mente.

Robbins pegou a mão da vítima.

— Ele não apresenta sinais de defesa.

Pousou a mão na mesa e mostrou os olhos.

— Vocês percebem a expressão do olhar dele?

— Sugere que ele foi morto por alguém conhecido – disseram Henry e Grissom juntos.

Albert Robbins olhou para os dois.

— Essa mania de vocês de antecipar um relatório é exasperante – comentou o legista.

— Até parece que são irmãos... – completou Lucas, que até então tinha se mantido calado.

Ambos olharam para o jovem assistente de Henry. Eles não gostaram da comparação. Nenhum queria ser parecido com o outro o mínimo que fosse.

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou! – desculpou-se o rapaz, levantando a mão em sinal de rendição.

— Mandei fazer exame toxicológico, no entanto não espero que dê positivo. Não há evidências de que tenha havido ingestão de qualquer substância tóxica – opinou Robbins.

— Se foi alguém conhecido, resta-nos descobrir o porquê – comentou Grissom.

— Se Richard foi morto por um conhecido, imagina o que teria feito um desconhecido? – apresentou Henry.

Antes de deixar o necrotério, Henry perguntou para o legista mais velho:

— Quando foi o acidente?

— Que acidente? – indagou Robbins curioso.

— O acidente em que o senhor perdeu as pernas – respondeu tranquilamente como quem fala sobre o tempo.

O doutor Albert Robbins ficou admirado. Como ele soube? Quem havia contado? Não gostava de partilhar sua vida particular com ninguém. Muito menos com desconhecidos.

— Ninguém me contou. Não se preocupe, seus amigos são discretos. Apenas observei que o senhor apresenta dificuldade para locomover-se e faz uso de muletas, provavelmente resultado de um acidente muito grave em que perdera uma, ou talvez as duas pernas.

O velho legista ficou tão admirado com a dedução do jovem legista a sua frente que não lhe restou alternativa a não ser dar uma resposta ao que ele lhe perguntara.

— Perdi minhas pernas em um acidente quando ainda era moço. Fui atropelado por um motorista bêbado. Ele me acertou de frente. O impacto foi tão grande que não houve como salvar minhas pernas. E desde então uso próteses.

— Sinto muito! – foi tudo o que Henry conseguiu dizer. Retirou-se da sala juntamente com Grissom e Lucas, deixando doutor Robbins livre para terminar de digitar o relatório da causa da morte de Richard Pratts.


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Notas finais do capítulo

Por favor deixem a opinião de vocês! Comentários, recomendações, favoritos, críticas construtivas são muito bem vindos.
Até o próximo capítulo!
Bjinhos da Bia!



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